ZÉ BILOLA ACHA O CAMINHO DA CASA DA PESTE!!!! - Agora que Zé Bilôla arrumou o caminho da casa da peste mesmo! Ôxe, foi um buruçú dos diabos. Apois, sim: com o intento de angariar uns votos a mais para a sua candidatura à vereança, o desgracento achou de pronunciar o nome do local aonde tinha ido para resolver uma pendenga ineivada. Mal pronunciara o nome do lugarejo, surgira do inopinado a sua distinta cônjuge Ximênia - a prinspa do coité -, armada do maior emputecimento que uma indignação feminina pode ser acometida. - Diga adonde que cê foi, lazarento? -, disse ela tascando uma penicada no quengo do estropiado. - Caima, mulé, é um lugareijo aqui pro perto! E quanto mais o seboso ousava pronunciar sílaba qualquer de explicação, mais o penico comia no centro. - Diga logo que é um puteiro, seu safado, diga logo! - Num é não, mulé! - Assuma sua safadezice, seu frouxo, assuma! - É não, mulé, num é coréia não! Ôxe, a mulher não arredou o pé e além do penico, armou-se de umas cabadas de vassoura boa no espinhaço do amolestado dele sair gritando pelo meio da rua: - Xoxotópolis, Xoxotópolis!!!! Num ria não que o negócio é sério. Taí a prova dos nove. Veja mais detalhes disso aqui.
DITOS & DESDITOS - A
primeira razão pela qual os homens servem com boa vontade é porque nascem
servos e como tal são criados. Como é que o chefe ousaria pular em cima de vós,
se vós não estivésseis de acordo? Pensamento do filósofo humanista francês Étienne
de La Boétie (1530-1563).
ALGUÉM FALOU: A
filosofia não é mera especulação no vácuo ou simples jogo de conceitos
abstratos. É trabalho sobre a experiência real e que cumpre levar a cabo sem
perder esse sentido do concreto. Pensamento do filósofo e professor João
Cruz Costa (1904- 1978).
SISTEMA AUTOPROTETOR - [...]
O
esforço para assegurar a coerência (tauto)lógica de seus construtos e
conclusões transforma a teoria em um sistema “auto-protetor”-- um sistema que
possui uma forma quase automática de descartar evidências que possam repercutir
negativamente sobre a doutrina. Quando esse ponto é atingido, pode-se dizer que
a disciplina tornou-se um tipo de matemática disfarçada, nem capaz, nem
interessada em descrever e prever a ação humana em seu contexto histórico real. [...] Não
admira, portanto, que uma tal teorização compartimentalizada se torne
irrelevante para a compreensão e a solução prática de nossos problemas
contemporâneos. No esforço para ser precisa, através da escolha de uma ou
algumas poucas variáveis; através da identificação última do empreendimento
científico com a lógica da matemática; através da rejeição a todo esforço
teórico que mantém-se próximo aos ‘fatos’ e, portanto, sujeito a verificações
feitas à luz da observação empírica, a teoria econômica, em particular no campo
do valor e da análise da utilidade, perdeu não apenas sua relação, como também
sua relevância para a análise da realidade. Esta desenvolve-se cada vez mais
independente e se parece cada vez menos com o produto de ‘forças impessoais’
automáticas de um mercado competitivo. [...]. Trechos da obra Toward a science of man in society – a
positive approach to the integration of social knowledge (The Hage, 1961), do economist alemão Karl William Kapp (1910-1976).
FALSAS VERDADE DA TV – TV é feita para educar – Não é.
Pelo menos formalmente. É feita para educar de outra forma, para estimular a
transgressão, por exemplo. TV de qualidade é a que reproduz conteúdo de
qualidade. Errado. É a que cria seu próprio conteúdo, desenvolve modelos
narretivos próprios. Do contrário, a transmissão de um bom jogo de futebol
seria boa TV. TV por assinatura é o espaço da qualidade – Em grande medida,
este virou o espaço da pasteurização, da acomodação ao obvio, do
emburrecimento. Um minuto do Ratinho vale mais que toda a grade do People &
Arts. TV nivela por baixo para ganhar audiência – Se fosse verdade, redes que
operam com 2% do mercado estariam operando com 80%. Nivela-se por baixo quando
não se saber fazer a coisa melhor. Palavras do jornalista, crítico e
cineasta Nelson Hoineff, presidente do
Instituto de Estudos da Televisão, durante o Semirário Esso -0 IETV Jornalismo
(Bravo, maio-3005). Veja mais aqui.
O CASAMENTO - [...] A moto
com os seus faróis acesos sobe em ziguezague a montanha. De vez em
quando, desaparece por detrás de escarpas e rochas
e sobe sempre e vai ficando mais pequena. Agora a luz oscila como a chama de uma pequena vela
votiva de encontro a uma imensa
face de pedra. Para ele é
diferente. Vai furando a escuridão como uma toupeira fura a terra, o
foco dos seus faróis rasga o túnel e as curvas do túnel à medida que a estrada vai curvando
para contornar rochas e para
subir. Quando volta a cabeça para olhar para trás — como acaba de fazer — não existe nada para além
do farolim traseiro e de uma
imensa escuridão. Aperta o depósito de gasolina com os joelhos. Cada curva, quando homem e máquina
entram nela, recebe‑os e iça‑os com um sacão. Entram nelas devagar e saem
rapidamente. Quando entram, inclinam‑se
para a frente o mais possível, esperam que a curva lhes dê o seu
arqueamento e depois saltam em frente. Entretanto, aquilo que estão a escalar
torna‑se cada vez mais desolado. No escuro a desolação é
invisível, mas o ferroviário consegue senti‑la no ar e nos sons. Voltou a abrir o
visor. O ar é fino, gélido, húmido. O ruído do motor devolvido
pelas rochas parece serrilhado.
[...]. Trecho da obra O casamento
(Relógio D’Água, 2018), do escritor, pintor e crítico de arte inglês John Berger (1926-2017).
DOIS POEMAS – I - O cordel já vem do
sangue / Tinha recebido a seta
/ Da deusa da poesia / Numa paisagem direta / Olhando um dicionário / Pois não há Educandário / Que ensine a ser poeta / Pois a pessoa já nasce / Trazendo a poesia / No dia que ele morrer / Ela vai em companhia / Pois a poesia é bela / O vivente nasce com ela / E no juízo ela se cria. II - Um homem com sua
esposa / vinham duma diversão: / O bode partiu em cima, / Botou o homem no
chão, / O homem a faca puxou / Mas o bode o agarrou / E a faca caiu da mão / A
mulher pegou a faca / Chorando e dando gemido / Disse: - Eu vou matar ele / Pra
não matar meu querido! / Na confusão do pagode, / Ela foi matar o bode / Errou,
capou o marido. Poemas do poeta cordelista e xilogravurista José Costa Leite. Veja
mais aqui e aqui.
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sobre:
Pechisbeque, Ramalho Ortigão,
Zélia Duncan, Erasmo de Roterdã, Fabrício Carpinejar, Myriam Muniz, Alan
Clarke, Militão dos Santos, Mauricio de Souza & Turma da Mônica aqui.
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Big Shit
Bôbras: o assustado & papagaiadas aqui.
Proezas
do Biritoaldo: Quando o cabra se
envulta, já num t'aqui mais quem falou aqui.
A música
de Maria Dapaz aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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comemorando a festa do Tataritaritatá!
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