domingo, novembro 25, 2012

ISABELLE DE CHARRIÈRE, TARIQ ALI, REX STOUT, FELISBERTO HERNÁNDEZ, ALFRED DOUGLAS & LITERÓTICA

QUANDO ELA É TODA SONSA NA PAIXÃOToda sexta-feira, meio-dia em ponto, ela agarra no tronco e me diz: toda sua. E se esfrega já nua, anjo e demônio. Maior pandemônio, maior ventania. Faço pontaria nela oferecida a me dá por guarida suas cercanias. Vou pra montaria e nela me atrepar e sem blá, blá, blá, no seu alvo alado. Apruma o rebolado com manha de sonsa, a me dá por responsa seus segredos guardados. E todo malcriado e perito artesão, predador e pagão, batizo os pecados. Nesse campo minado me faz candelabro esfregando o escalavro do seu poço imenso. E já me convenço de sua alma mundana que a safada sacana deixa descoberta. E mais inquieta me dá suas minas que queima a retina e cobiça o capacho. Se atreve o meu cacho, minha flecha na maçã, nem até amanhã não apaga o meu facho. O céu vai abaixo e não há nada igual. Nesse manancial o prazer não tem preço. Ela vira do avesso, o dedo na tomada, que atrevida e aprumada sobe todas as alturas. E cai na fundura me faz seu arrimo, me cobrindo de mimo e toda afogueada. Mais afeiçoada no nosso escambo, ela geme ao meu mando, toda ruidosa. E mais que gulosa arreia atiçada, toda engatilhada dos desejos maiores. E com garras piores, e doido varrido vou impor-lhe o castigo das ousadas vontades. E vou com alarde e com toda ganância vasculhar as instâncias ignotas do corpo. E vou com escopo na entrega gostosa a roubar seu cheiro de rosa e toda a sua essência. Vai fazer diferença pegá-la escrava, como enxada que cava seu lombo e costado. Eu puxo e puxado, arranco ferrolho, e descasco o repolho, do seu dorso o penhor. Eu me faço senhor a fincar as bandeiras nas entradas fagueiras do seu território. Sou dono meritório dessa graça opulenta, mais de oito ou oitenta, sou explorador. E ela só: sim, senhor! Rendida fremindo com tudo tinindo, maior sacolejo. E me enche de beijo a quedar minguada, lambida e chupada até o último gole. E seu jeito me bole como bem a merece, me faz sua prece, seu altar e pastor. E do seu alcandor no fogo da paixão, me aperta um tempão a suspirar de amor. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui, aqui e  aqui.
 


DITOS & DESDITOS - Como vivemos nossas vidas não depende, infelizmente, apenas de nós. Circunstâncias, boas ou ruins, intervêm constantemente. Uma pessoa próxima a nós morre. Uma pessoa não tão próxima de nós continua vivendo. Todas essas coisas afetam a forma como vivemos. Pensamento do escritor, roteirista e cineasta paquistanês Tariq Ali. Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Nenhum pensamento carregava sentimentos: eu podia pensar, com calma, em coisas tristes: eram apenas pesadas. Agora as lembranças me vinham como se eu estivesse deitado debaixo de uma árvore e as folhas caíssem sobre mim: eu as via e me lembrava delas porque caíram sobre mim e porque estavam sobre mim... Pensamento do escritor uruguaio Felisberto Hernández (1902-1964), autor da obra Cavalo perdido e outras histórias ( Cosac & Naify, 2004), do qual destaco o trecho: [...] Agora se passaram alguns momentos em que a imaginação, como um inseto da noite, saiu do quarto para recordar os sabores do verão e voou distâncias que nem a vertigem nem a noite conhecem. Mas a imaginação também não sabe quem é a noite, quem escolhe lugares na paisagem dentro dela, onde um escavador revira a terra da memória e a semeia de novo. Ao mesmo tempo, alguém faz pedaços do passado aos pés da imaginação e a imaginação escolhe às pressas com uma pequena lanterna que move, sacode e mistura as peças e as sombras. De repente a pequena lanterna cai na terra da memória e tudo se apaga. Então a imaginação volta a ser um inseto que voa esquecendo as distâncias e pousa no limite do presente.[...].

 

OUTRAS FALAS: Somos todos mais vaidosos de nossa sorte do que de nossos méritos. Um pessimista não consegue nada além de surpresas agradáveis, um otimista nada além de desagradáveis. Quem não lê não consegue pensar. Ele pode ter bons processos mentais, mas não tem nada em que pensar. Você pode sentir pelas pessoas ou fenômenos naturais e reagir a eles, mas eles não são ideias. Você não pode pensar sobre eles. Quanto mais você coloca em seu cérebro, mais ele aguenta - se você tiver um. Pensamento do escritor estadunidense Rex Stout (1886-1975). Veja mais aqui.

 

AS TRÊS MULHERES - [...] Não há dias verdadeiramente felizes, exceto aqueles em que a imprevidência é total. O prazer em si não é tão doce prever que é ainda mais doce não prever nada. [...] Cogitans dubito: Pensar é duvidar. Considere que desde o nosso nascimento estamos no mundo ao mesmo tempo espetáculo e espectadores, julgados e juízes, constantemente misturando a ideia do que nos convém que nossos semelhantes sejam e façam, com a do que 'convém a eles que nós ser e fazer; para que se crie em nós uma consciência da qual nos é impossível reconhecer os elementos. [...] Ninguém faz tudo o que deveria. [...] Trechos extraídos da obra Les trois femmes (Âge d'homme, 1997), da escritora neerlandesa Isabelle de Charrière (1740-1805).

 

DOIS AMANTESSonhei estar no alto de uma pequena colina / E diante de mim abria-se o terreno, análogo / a um jardim baldio, que a seu alvitre produzia / botões e flores. Havia sonhadores lagos / de breu sereno e lírios de cor inocente, / flores de açafrão e violetas rubras e brancas, / e os lilases com aparência de serpente / mal eram vistos sobre a relva e a verde trama. / Olhos azuis de pervincas ao sol piscavam; / havia flores pitorescas, antes incógnitas, / tingidas pela lua, ou que do caprichoso / espírito da Natureza se sombreavam, / enquanto esta outra bebeu a nota transitória / de um breve momento do entardecer radioso. / Folhas de grama que em cem primaveras foram / nutridas por estrelas, primorosamente; / e banhadas no mesmo orvalho perfumado / que a taça dos lírios enche, e que vislumbraram / pelos raios de sol a glória de Deus, tão somente, / pois o amanhecer não torna o Céu maculado. / Mais além, brusco, erguia-se um muro de pedra / sob musgoso veludo. Ali fiquei, perplexo / a observar lugar tão bonito e doce e estranho. / Enquanto me assombrava, da parte oposta a esta / chegou um jovem, que levantou a palma num gesto / contra o sol, suas madeixas em desarranjo / ao vento ornadas de flores; na mão levava / um cacho roxo de uvas roliças; seus olhos / eram claros de cristal. Branco como a neve / intacta dos montes gelados, nu ele estava./ Lábios da cor do vinho que caíra no soalho / de alabastro; de calcedônia era sua pele. / De mim se aproximou, amáveis lábios cindidos, / Segurou minha mão e minha boca beijou, / deu-me de comer suas uvas e disse: “Vem, / te mostrarei imagens da vida, doce amigo, / e as sombras do mundo. Repara desde o sul / como o espetáculo sem fim previsto vem. / E — oh! — vi caminhar nos jardins do meu sonho / duas figuras na luz dourada da campina / fulgurante. O que parecia lindo, risonho / e exuberante ecoava doce melodia / cujo refrão enaltecia as damas mais galhardas / e o jovial amor de um menino e uma menina. / Com olhos brilhantes, sobre a grama dourada / dançante, seus pés trotavam com alegria. / Trazia nos braços um alaúde de marfim, / as cordas de ouro como o cabelo das moças, / e  cantava com voz de harmonioso clarim. / Em volta do pescoço, três cordões de rosas. / Mas havia um colega caminhando ao seu lado, / terno e lastimoso, com olhos esquisitos / pois eram tão assombrosamente iluminados. / Destarte me olhou e suspirou vários suspiros / que me comoveram. Possuía lábios rubros / feito papoulas; e suas faces eram pálidas / como os lírios. As mãos se crispavam em punhos, / mas vez ou outra se rendiam. De flores da lua alva / era a sua coroa, na cor dos lábios da morte. / Sua túnica rubra ostentava o áureo bordado / de uma grande cobra de hálito flamejante. / Quando o vi, para ele gritei, desconsolado: / “Amável jovem, dize-me por qual razão / andarilhas por este reino encantador / tão triste e suspirante? Conta de antemão, / qual é teu nome?” E ele diz: “Meu nome é Amor.” / De imediato, o primeiro se voltou pra mim / e gritou: “Ele mente, pois Vergonha é seu nome! / Amor sou eu, e estava habituado a neste jardim / andar sozinho, até que ele veio sem que a noite / o invitasse. Sou a chama do amor verdadeiro, / que mutuamente o rapaz e a moça consome.” / E diz o outro, suspirante, “Pois como queiras, / eu sou o amor que não se atreve a dizer seu nome. Poema do poeta e tradutor britânico Alfred Douglas (1870-1945), poema que é referente à famosa frase de Oscar Wilde: O amor que não ousa dizer seu nome.

 

PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 25/11 do programa Domingo Romântico, apresentação da radialista e poeta Meimei Correa e produção de Luiz Alberto Machado, conta na sua programação as atrações: Guerra Peixe, Eugène Ionesco, Cora Coralina, Claudio Santoro, Eça de Queiroz, Cecilia Meirelles, Raduan Nassar & Raul Cortez, Cruz e Souza, Silvio Back, Mário Lago, Walter Lima Junior, Gregório de Matos Guerra, Dalmo Medeiros, Grande Otelo, Milton Nascimento, Adoniran Barbosa & Demônios da Garoa, Queen, Chico Buarque, Alceu Valença, Djavan, Gal Costa, Martnália & Caetano Veloso, Jimi Hendrix, Zé Rodrix, Altay Veloso, Tina Turner, Takanori Arisawa, Paulinho Moska, Zeca Baleiro, Chico Cesar, Roupa Nova, Lucinha Lins, Mariana Moraes & Clevane Pessoa, Ju Mota, Leureny & Zé Barros, Marquinhos Cabral, Lalo Guanaes & Ana Paula Fumian, La Cicciolina, Ira, The Fevers, Carlinhos Brown, Paulynho Duarte, Lelo Praxedes, Cantor Pitanga, Jorge Medeiros, Tim Max, tudo isso muito mais!! Veja mais aqui.
 


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Veja mais sobre:
Crônica de amor por ela aqui.
Ginofagia aqui, aqui e aqui

E mais:
O presente na festa do amor aqui.
Primeiro encontro, a entrega quente no frio da noite aqui.
Primeiro encontro: o vôo da língua no universo do gozo aqui.
Ao redor da pira onde queima o amor aqui.
Por você aqui.
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Vade-mécum – enquirídio: um preâmbulo para o amor aqui.
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Crença: pelo direito de viver e deixar viver aqui.
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A professora, Henrik Ibsen, Lenine, Marvin Minsky, Columbina, Jean-Jacques Beineix, Valentina Sauca, Carlos Leão, A sociedade da Mente & A lenda do mel aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!!!
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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terça-feira, novembro 20, 2012

TRUDI CANAVAN, PARK WAN-SUH, ÈVE CURIE, MALUNGUINHO & DECAMERÃO

PRIMEIRA JORNADA DO DECAMERÃO DE BOCCACCIO: A QUARTA NOVELA DE PAMPINÉIA - Um monge, que caira em pecado merecedor de punição muito severa, escapa dessa pena repreeendendo seu abade, uma culpa semelhante. (...) Em Lunigiana, povoado não muito distante deste, existiu um mosteiro que fora, em outros tempos, mais rico, tanto em santidade quanto em monge, do que o é hoje. Havua neste mosteiro, entre outros, um monge ainda jovem, cujo vigor nem a aspereza do clima, nem os jejuns, nem as vigilias conseguiam abater. Certa vez, por volta do meio dia, quando estavam todos os demais monges dormindo a sesta, o jovem monge, por um simples acaso, saiu a passear, sozinho, pelas cercanias de sua igreja. O tempo estava localizado em local muito solitário. Aconteceu que o monge viu uma jovem lindissima, filha, talvez, de algum dos lavradores da região. A jovem estava apanhando algumas ervas pelos campos. Assim que o monge a viu sentiu-se logo acometido pela concupiscência carnal. Por esta razão, acercou-se mais da jovem. Travou conversa com ela. E tanto saltou de uma palavvra a outra, que terminou por firmar um acordo com ela. Por esse acordo firmado, levou-a à sua cela, sem que ninguém o percebesse. Instigado por um desejo excessivo, brincou com ela mas de um modo, porem, menos cauteloso do que seria conveniente. Sucedeu que o abade do mosteiro, onde dormira, e passando sem fazer ruido, em frente à sala do tal monge, escutou a barulheira que ele e a moça faziam, juntos lá dentro. (...) Apesar de ocupado com a jovem, e ainda que disso gozasse enorme prazer, o monge não deixou de desconfiar de algo; a certa altura, tivera a impressão de ouvir um arrastar de pés, pela ala dos quartos de dormir. (...) Conhecendo o monge que, por esta razão, seria punido com grave castyigo, mostrou-se profundamente aborrecido. (...) Depois, fingindo já ter ficado o suficiente em companhia da jovem, disse-lhe: - Quero achar uma maneira de você sair daqui de dentro sem que a vejam; assim sendo, fique aqui mesmo, calmamente, até que eu regresse. Deixou a cela. Trancou-lhe a porta com a chave. E encaminhou-se diretamente para a cela do abade. Dando-lhe a chave, conforme a tradição a que todo monge obedecia, quando se ausentava do mosteiro, disse, com expressão tranquila e amiga: - Senhor abade, não pude, esta manhã, ordenar que trouxessem ao mosteiro toda a lenha que pude arranjar; por esta razão, com sua permissão, desejo ir ao bosque, para mandar que a tragam. O abade, desejando informa-se por completo com relação à falta praticada pelo monge, ficou satisfeito com o seu modo de agir. Contente, recebeu a chave, e deu ao monge permissão para ir ao bosque. (...) Bastou o monge retirar-se, e o abade procurou resolver o que seria mais certo fazer (...) Cogitando, entretanto, que a jovem podia muito bem ser esposa ou filha de algum homem que ele não gostaria de fazer passar por essa vergonham, decidiu que o melhor seria tratar, primeiramente, de saber quem era aquela moça, para depois resolvetr o que faria. Silenciosamente, dirigiu-se para a cela do monge; abriu-lhe a pota, entrou/ e outra vez fechou-a por dentro, naturalmente. Vendo entrar o abade, a moça ficou desconcertada. Cheia de vergonha e de medo, pôs-se a chorar. O senhor abade olhou-a por muito tempo; vendo=a tão bela e sensual, sentiu inesperadamente, aidna que um tanto idoso, os apelos da carne. Eram apeklos não menos ardentes do que aqueles que sentira o jovem monge. E a si mesmo começou a dizer: - Enfim, que razão há para que eu deixe de desfrutar um prazer, quando posso desfrutá-lo, se, por outro lado, os aborrecimentos e os tédios estão sempre preparados para que eu os prove, queira ou não? Ai está uma bela moça; está nesta cela, se que nenhuma pessoa, no mundo, saiba disso. Se posso fazer com que me proporcione os prazeres pelos quais anseio, não existe nenhuma razão para que eu não a induza. Quem é que virá a saber disto? Ninguem, nunca o saberá! Pecado oculto é pecado meio perdoado. Um acaso destes quiçá jamais venha a se verificar de novo. Julgo ser conduta acertada colher o bem que Deus Nosso Senhor nos envia. Assim refletindo, e tendo modificado inteiramente o proposito pelo qual fora até ali, acercou-se mais da moça. Com voz melíflua, pôs-se a confortá-la e a pedir, com instancia, que não chorasse. Palavra puxa palabvra, até que ele chegou ao ponto de poder evidenciar à moça o seu desejo. A jovem, que não era construida de ferro nem de diamente, atendeu, muito comoda e amavelmente aos prazeres do abade. O padre abraçou-a; beijou-a muitas vezes, seguidamente; atirou-se com ela na cama do monge. (...) o abade não se pôs sobre o peito da moça, antes colocou-a sobre o seu próprio peito. E durante muito tempo, entreteve-se com ela. O monge, que havia fingido ir ao bosque, mas que, na verdade, esconde4ra-se na ala dos dormitórios, viu quando o abade entre em sua cela. (...) Quando pareceu ao abade que já se demorara o bastante em companhia da jovem, deixou-a trancada na cela, e retornou ao seu quarto. Passado algum tempo, ouvindo que o monge chegava, e pensando que ele regressasse do bosque, decidiu censirá-lo e mandar que o prendessem no cárcere. (...) O monge, sem nenhuma hesitação, retrucou:- Senhor abade, não estou, ainda, há pouco tempo bastante na Ordem de São bento para conhecer todas as singularidades de sua disciplina. O senhor não me mostrara ainda que os monges precisam fazer-se mortificar pelas mulheres, assim como devem faze-lo com jejuns e vigilias; agora, contudo, que o senhor acaba de mo demonstrar, prometo-lhe, se me conceder o perdão por esta vez, que nunca mais pecarei por esta forma; ao contrário, procederei sempre como vi o senhor fazer. O abade, como homem astuto que era, reconheceu logo que o monge não só conseguira saber a seu respeito muiti além do que o suposto, mas ainda ver quanto ele fizera. Por esta ra~zoa, o abade sentiu remorsos pela sua propria culpa; e ficouvexado de aplicar ao monge o castigo que ele, tanto quanto o seu subordinado, merecera. Deu-lhe o perdão, mas impos-lhe silencio, sobre quanto vira. Depois, levaram ambos a moça para fora do mosteiro; e, depois, como é facil presumir, inumeras vezes a fizeram retornar ali. [...]. Veja mais aqui, aquiaqui.
 


MALUNGUINHO SOUMalunguinho, portal de ouro / Malunguinho, portal de espinho / Cerca, cerca, Malunguinho / Tira as estrepes do caminho. Sou da mãe caeté afro-ameríndio quilombola, com aqueles que fazem festa no Catimbó e mais o Toré e a Umbanda. Cadê João Batista do Catucá que vem de lá de Utinga como se fosse o velho Zumbi subindo pelo rio Paratibe pro vale da Cova da Onça com seus olhos d’águas e riachos, traz ele a Jurema que mostra os caminhos dos ancestrais e a chave mágica pra gente aprender a se livrar de cativeiros e senzalas dos senhores de sempre. Cadê João Pataca com seus batuques e festas, ensinando a segurar a preaca e o bodoque pelos tufos da floresta ou dos morrotes das matas pro açude de Dois Irmãos. Cadê João Bamba pra trazer notícias dos altos de Guarabira e de Pau-Ferro, eita! Agora soube do que ocorreu em Maricota e ouço a toada: Malunguinho tá de ronda / Quem mandou foi o Jucá / Malunguinho tá de ronda / Que a Jurema Manda / Ô que a Jurema manda... E a gente vai assim mesmo pelos sete reinos encantados espirituais, tomando ajucá enquanto espera a juremeira pros meus pés esquentar com a toalha de verde, vermelho e preto pintada com a estrela de sete pontas. Será que deu na fuga por causa dos mercenários alemães da Colônia Amélia, invasores que acham que somos fora da lei só pra nos executar e aniquilamento. Pois é, sempre assim: tudo se perdeu com a Mata Atlântica até pras bandas da Paraíba. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

 


DITOS & DESDITOS - É melhor conhecer a dor rápida da verdade do que a dor contínua de uma falsa esperança de longa data... Diz-se, em Imardin, que o vento tem alma, e que geme pelas ruas estreitas porque se aflige com o que lá encontra... Pensamento da escritora australiana Trudi Canavan.

 

ALGUÉM FALOU: Descobrimos que a paz a qualquer preço não é paz... que a vida a qualquer preço não tem valor algum; que a vida não é nada sem os privilégios, os orgulhos, os direitos, as alegrias que fazem valer a pena viver e também valer a pena dar... e que há algo mais hediondo, mais atroz do que a guerra ou a morte; e isso é viver com medo. Pensamento da escritora, jornalista e pianista francesa Ève Denise Curie Labouisse (2004-2007).

 

SOLITÁRIO - [...] A inter-relação íntima, mas tensa, entre essas três forças – humanos, terra e fogo – faz minha alma tremer. Eu não acredito que o impulso criativo possa existir sem o tremor da alma [...] Não importa o quão próximo ou transparente o outro lado possa parecer, realidade e ilusão eram dois mundos díspares que nunca poderiam ser superados. [...] Seus pés estavam aterrados na realidade. Porque não importa o quão próximo ou transparente o outro lado possa parecer, realidade e ilusão eram dois mundos díspares que nunca poderiam ser superados [...] O que fez seu rosto arder foi uma sensação de fracasso, o desejo de liberdade que permaneceu insatisfeito e a percepção aguda de que ele não sabia de nada. [...]. Trechos extraídos da obra Lonesome You (Dalkey, 2011), da escritora sul-coreana Park Wan-suh (1931-2011).

 


POEMERÓTICOS (PARA LAM) - Vim para ficar, / Ainda que minha memória relembre,/ Acontecimentos marcantes e vívidos... CAVALGADA: Ah, minhas mãos a passearem no teu corpo lentamente, / Desnuda, arrepiada de desejo antegozando o prazer, / Nosso olhar embriagado de cobiça, luxúria tão fascinados, / Eu cavalgando qual delirante amazona a te ensejar a visão ansiada. / Ah cavalgada encantadora e deleitosa rumo ao paraíso prometido, / Gemidos de deliciosa aflição a ecoar no ar, plangente e alucinado, / Nossos corpos trêmulos, entrelaçados em dança afrodisíaca e libertina, / Teu pênis inchado a mergulhar em tua fonte quente e enlouquecida. / Ah a cavalgada tu seduzido pela visão de meus seios duros e intumescidos, / Meus glúteos a dançarem lascivos em esplêndida sensualidade a te ensandecer, / E o éden ultrapassado na luxúria esplêndida de nossa alcova de prazeres, / Enquanto chegamos ao gozo na inconsciência do orgasmo pleno e exuberante. / A cavalgada chegando ao seu destino , nós abraçados tão docemente, / Tu a sentires meu corpo trêmulo e vibrátil a te apertar ternamente, / E renovados, ardentes, excitados ansiando pela cavalgada. MEU TESOURO: Vim do infinito para te encontrar, / E sinto tua língua feiticeira, / Penetrando o céu da minha boca, / Sensação de efusão e sensualidade. / Tuas mãos que envolvem meu corpo, / Teu olhar a devorar tua fonte úmida, / Nós entrelaçados e inconscientes, / Na loucura dessas carências imutáveis. / Nesse momento nada existe e nada quero, / Senão a tua presença tão fascinante, / O aconchego de teu calor transformador, / O abraço que me deixa vibrante e enlouquecida. / E quando nossos lábios se unem pressurosos. / Ansiosos pra tocar mutuamente o paraíso, / Tudo em volta parece escuro e em paz, / Enquanto sentimos a apoteose do prazer. / Teu tesouro ereto a me fazer gemer, / Esquecida de tudo que não seja esse momento, / Encanto, ternura, desejo, amor a se misturarem, / Nessa união que nos torna únicos eternamente. / Quando saciados nos voltamos, / Procurando mutuamente o rosto amado, / Eu pergunto ainda quente e apaixonada, / O que será nossa vida e me perco em elucubrações / Pelos confins misteriosos do mundo. CARÍCIAS: Quando me acaricias, / Em horas esparsas da noite, / Segredando em sussurros, / Palavras loucas de amor, / Tudo para mim se refaz. / Abraçada contigo me soergo, / Beijo teus lábios em delírio / A paixão recrudesce e procura, / No teu corpo amenizar sensações / E a calma salvadora encontro. / Quando entre doces murmúrios, / Tua mão suaviza minha sede, / Percorrendo-me doce e lentamente, / Reconheço que tudo o mais não existe, / Nesse momento de tépido desejo. / E quando então nos envolvemos, / A lua projetando-se em clarão, / Teu anseio a me pedir alento, / Vejo o quanto és mágico, / Na escalada íngreme e gentil. QUERO VOCÊ: Quero você / Que eu amo, / Que me provoca sensações, / Que me dá carinho, / Que entende minha alma, / Que me admira, / Que está perto de mim, / Nas alegrias e tristezas, / Nos sorrisos e nas lágrimas / Que compreende meus erros / E gosta de me acariciar. / Quero você / Com quem eu vibro / Que sinto no meu coração, / Onde quero permanecer, / Que é capaz de crer no mundo, / Acreditar em arrependimentos, / Compartilhar dos sucessos, / Aceitar-me com meus defeitos, / Consolar-nos nas derrotas, / Sorri nas piores crises, / Falar palavras doces, / Que me levam ao paraíso. / Quero você, / Ficar entre seus braços, / Esquecer a vida por um instante, / Trocar beijos ardentes, / Olharmos o céu juntos, / Conversarmos com a lua, / Sentirmos o reflexo das estrelas, / Sairmos abraçados e felizes, / Mãos dadas e olhares cruzados, / Deitarmo-nos juntos, / Desejo intenso. / Amor profundo! / Quero você, / Que me leva aos sonhos, / Faz meu coração acelerar, / Excita meus sentidos, / Dá brilho ao meu olhar, / Entende minhas falhas, / Acaricia meu corpo, / Ilumina minha alma, / Dá vitalidade à minha vida, / Colorido intenso, / Paixão e prazer! / Quero você! CRÔNICA DE AMOR SÓ PARA ELE - Estou vivendo da minha paixão, do amor que se expande por todo o meu corpo, das lembranças que são nítidas e do desejo de senti-lo muito perto de mim. Estou vivendo da felicidade que você transmite, do amor mútuo, da esperança de nossas trocas e de sentir sua mão na minha pele. Olhar e vê-lo ali me fitando em brasas, e o fogo desse sentimento me consumindo. Quero senti-lo sobre meu corpo, eu lhe acariciando num instante de entrega alucinada enquanto seu pênis ereto me penetra em gemidos convulsos.. Desejo passar ternamente a mão em seus cabelos descendo deslizante por seu peito e procurando o meu tesouro, recebendo-o em minha boca para que eu sinta o gosto maravilhoso de tudo que é seu. E possa proporcionar-lhe o prazer enlouquecedor de tê-lo para mim em momentos múltiplos de orgasmos até que tudo se complete. E volte a querer mais e mais  sempre e cada vez mais. Estou vivendo também de sua alma ansiando sentir o abraço que nunca se desfará. Quero viver de você, para você eternamente. PS: Vontade de estar em seus braços, acariciando "o que é meu", passando a mão deliciosamente por todo o seu corpo, com sensações enlouquecidas enquanto sinto seu corpo relaxando, seu pênis muito ereto, seu olhar perdido, gemendo de prazer e experimentando aquelas sensações que não se descreve e eu perdendo a lucidez mais deliciosa que pode existir. Estou vivendo da minha paixão, do amor que se expande por todo o meu corpo, das lembranças que são nítidas e do desejo de senti-lo muito peto de mim. Estou vivendo da felicidade que que você transmite do amor mútuo, da esperança de nossas trocas e de sentir sua mão na minha pele. Olhar e vê-lo ali me fitando em brasas, e o fogo desse sentimento me consomindo. Quero senti-lo sobre meu corpo, eu lhe acariciando num instante de entrega alucinada enquanto seu pênis ereto me penetra em gemidos convulsos. Desejo passar ternamente a mão em seus cabelos descendo deslizante por seu peito e procurando o meu tesouro, recebendo-o em minha boca para que eu sinta o gosto maravilhoso de tudo que é seu. E possa proporcionar-lhe o prazer enlouquecedor de tê-lo para mim em momentos múltiplos de orgasmos até que tudo se complete. E volte a querer mais e mais  sempre e cada vez mais. Estou vivendo também de sua alma ansiando sentir o abraço que nunca se desfará. Quero viver de você, para você eternamente. Poemas da escritora Vânia Moreira Diniz. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


30 ANOS DE ARTE CIDADÃ - O lançamento da publicação comemorativa 30 anos de arte cidadã, do escritor, compositor musical e radialista Luiz Aberto Machado, que acontecerá no dia 1º de dezembro, a partir das 16hs, no estande/toldo do autor na Feirinha Literária e Cultural da 3ª Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar). Durante toda Flimar que acontecerá entre os dias 28 de novembro e 02 de dezembro, o autor estará na tenda da Flimarzinha com contação de histórias e recreação educativa do seu espetáculo infantil Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas pros estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental, além de exposição e manhãs, tardes e noites de autógrafos de todos os seus livros, DVD e cordel no estande/tolda do autor na Feirinha Literária e Cultural.

RELEASE

30 ANOS DE ARTE CIDADÃ – O escritor, compositor musical e radialista Luiz Alberto Machado lança no próximo dia 1º de dezembro, no estande/toldo do autor na Feirinha Literária e Cultural da 3º Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar), a sua publicação “30 anos de arte cidadã”, comemorando sua trajetória artística. A publicação reúne poemas, letras de músicas, fotos e realizações do autor durante sua caminhada que teve início com a publicação do seu livro de poesias “Para viver o personagem do homem”, em 1982, culminando em 2012 com seus projetos que envolvem as atividades infantis do personagem Nitolino e do trabalho musical, teatral e literário Tataritaritatá, bem como o alcance da marca de 500 mil acessos ao seu trabalho no seu canal no YouTube..

Com formação em Letras e Direito, ele é autor de 7 livros de poesias, 7 infantis, 2 de crônicas, 1 cordel, peças teatrais e obras musicais. É editor do Guia de Poesia do Projeto SobreSites, no Rio de Janeiro, membro da Cooperativa da Música de Alagoas (Comusa), assessor de imprensa da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Miguel dos Campos (CDL/SMC) e cônsul em Alagoas da Associação Poetas Del Mundo.

Durante toda Flimar que ocorrerá entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro na orla lagunar de Marechal Deodoro, o autor estará na tenda da Flimarzinha com contação de histórias e recreação educativa do seu espetáculo infantil Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas pros estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental, além de exposição, manhãs, tardes e noites de autógrafos de todos os seus livros, DVD e cordel no estande/tolda do autor na Feirinha Literária e Cultural.

SERVIÇO: Lançamento e autógrafos dos livros de Luiz Alberto Machado. Quando: entre os dias 28 de novembro e 02 de dezembro, na Feirinha Literária e Cultural da III Filmar, na orla lagunar de Marechal Deodoro.Horário: manhã, tarde e noite. Informações: (082) 9606.4436 (Tim).



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