sábado, novembro 02, 2013

PARK WAN-SUH, VALÉRY, GOETHE, ADORNO, RICARDO MIRÓ & LITERÓTICA


ESSA MENINA - Essa menina é feita de lua. Ela voa na rua prontinha querubin. E me apronta tlin tlin no alto da campina onde tudo é cantina feita só de si. Ah, essa menina que dança com jeito, somente a gingar. Qual estrela lá mansa na unha matutina, desde sonsa ilumina onde antes supunha nunca existir. Ela está sempre aqui como chama na retina, como a grama que mina todo o quintal. E se faz de vestal de todos os presságios. Ela alucina ao contágio. E ela só vale ágio na sina do apelo a brilhar nos cabelos toda magia. O que eu mais queria: roubar o seu cheiro, seu secreto terreiro de tangerina. Ah, fulmina iminente – ela não é gente – é deusa a mendigar. Essa menina é feita de mar, intensa, quiçá, real mais divina. Quando vem cabotina só me desmantela. Ela vira a janela pronta pr´eu abrir. Essa menina chega com o olhar ardendo de vida. Quase desvalida com a boca nas asas que vaza e é guia perdidas esquinas, toda emoção repentina com o sopro de aguerrida na pele. O paladar que repele na maior febre, que tudo se quebre ao sol posto - a saliva com gosto de boa cajuína. Ela é tão traquina: o seio da boca sedenta. E venta maior ventania. E, todavia, se põe a chover: o corpo queimando o prazer. Essa menina é feita do rio que escorre ao quadril pra me afogar. Patati, patatá, é ela que me abriga como se eu fosse a viga que ela quer sustentar.Essa menina, bailarina da noite, em carne viva, vitalina, essa flor menina a me servir sucessivas entregas, peças que prega nos meus cinco sentidos. Essa menina é feita de peso: a coxa tatua o desejo que as pernas eqüinas rolam sobejo do sexo azul. Eu todo taful com seus pés nos meus braços que o abraço fulmina e lateja, água que poreja tão pequenina e vira ribeirão na luz feminina. Vingo-lhe a nuca que me ilumina e ela me sorri encantada, franzina com a gula que vai da glória à ruína. Essa menina e a mão culpada de amor. Ela brota, ereta, me socorre, me empesta. Salta da grota, na greta, virada na breca, capeta, na alvura exalta, cristalina. E tudo se arrasta, arrebata, contamina. E me larga no sopro. Meu corpo oficina. Maior serpentina de carnaval. E me faz imortal. Vem e ilumina a vida toda esquecida no meio da paixão. É quando, então, ela cisma do mundo e reduz quase tudo na palma da mão onde ela mais que altaneira me deita na esteira e me nina um milênio de paixão. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aquiaqui.

 


DITOS & DESDITOS - Seus pés estavam firmados na realidade. Porque não importa quão próximo ou transparente o outro lado possa parecer, a realidade e a ilusão eram dois mundos díspares que nunca poderiam ser unidos... Pensamento da escritora sul-coreana Park Wan-suh (1931-2011). Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Que sabes minha agonia: se tudo isso é amor, bendito seja!... Frase do escritor panamenho Ricardo Miró (1883-1949), autor do poema Mulher Romântica: Ela era uma romântica perdida \ que amou os versos e adorou as flores \ e cheio de pássaros cantando \ o jardim silencioso de sua vida. \ Ele amou uma vez, e \ - franqueza divina \ O que a mulher e a pomba têm? \ Ele pegou a rosa e inalou o aroma sem suspeitar, \ atrás da flor, o espinho. \ Então, silenciosamente, tristemente, \ Ele fechou os lábios e abaixou a testa, \ e diante do mar verde e murmurante, \ esperando o retorno prometido, ela permaneceu, \ sem sofrimento, dormindo, como um botão que evapora ao vento. Veja mais aqui.

 

PARTES DA ARTE - [...] Nossas belas-artes foram instituídas, assim como os seus tipos e práticas foram fixados, num tempo bem diferente do nosso, por homens cujo poder de ação sobre as coisas era insignificante face àquele que possuímos. Mas o admirável incremento de nossos meios, a flexibilidade e precisão que alcançam, as ideias e os hábitos que introduzem, asseguram-nos modificações próximas e muito profundas na velha indústria do belo. Existe, em todas as artes, uma parte física que não pode mais ser encarada nem tratada como antes, que não pode mais ser elidida das iniciativas do conhecimento e das potencialidades modernas. Nem a matéria, nem o espaço, nem o tempo, ainda são, decorridos tantos anos, o que eles sempre foram. É preciso estar ciente de que, se essas tão imensas inovações transformam toda a técnica das artes e, nesse sentido, atuam sobre a própria invenção, devem, possivelmente, ir até o ponto de modificar a própria noção de arte, de modo admirável [...]. Trecho extraído da obra Pièces sur l'Art – Conquête de l’Ubiquité (Suhrkamp Verlah, 1961), do filósofo e poeta do Simbolismo francês, Paul Valéry (1871-1945). Veja mais aqui e aqui.

 

LINGUAGEM & LÍRICA - [...] Aquilo que institui a possibilidade da lírica como gênero artístico, seu efeito sobre outros que não o poeta monologante, seria inexplicável [...] O paradoxo específico da formação lírica, a subjetividade que vira objetividade, está ligada àquela preeminência da forma linguistica na lírica, de que provém o primado da linguagem na criação literária em geral, até a forma da prosa. Pois a própria linguagem é algo duplo. [...] As mais altas formações líricas são, por isso, aquelas em que o sujeito, sem resíduo de mera matéria, soa na linguagem, até que a própria linguagem ganha voz. [...] Assim a linguagem estabelece a mediação entre lírica e sociedade no que há de mais intrínseco. Por isso a lírica se mostra mais profundamente garantida socialmente ali onde não fala segundo o paladar da sociedade, onde nada comunica, onde, ao contrário, o sujeito, que acerta com a expressão feliz, chega ao pé de igualdade com a própria linguagem, ao ponto onde esta, por si mesma, gostaria de ir. [...]. Trechos extraídos da obra Lírica e sociedade (Abril, 1983), do filósofo e musicólo alemão,Theodor W. Adorno (1903- 1969). Veja mais aqui e aqui.

 

CANÇÃO NOTURNA DO ANDARILHO - No alto das colinas \ há paz; \ não se ouve, ali nas\ frondes, mais\ que um sopro manso.\ Nem há no bosque um trino. Aguarda:\ tampouco tarda\ o teu descanso. Poema do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), Veja mais aqui e aqui.

 

TRÊS POEMAS & DEPOIMENTOS DA PAIXÃO AVASSALADORA - FASCÍNIO - Meus olhos se fecham,\ Minhas mãos procuram\ Meu corpo treme\ sensações se multiplicam...\ À procura do teu amor,\ A vida parece extinguir-se,\ Lucidez fugindo docemente,\ na alucinação do prazer,\ Desejo intenso e ilimitado,\ Doçura a nos libertar.\Troca de carícias,\ A povoar a alma de sonhos,\ Nossos corpos a pedir carinhos,\ Sensualidade provocante\ em luxúrias poderosas.\ A penetração enlouquecedora,\ Orgasmo a liberar o prazer,\ O encanto e o fascínio,\ Oferecimento sedutor,\ gemidos eloquentes\ Paixão! – I - Sim, espero muito sua chegada, surpresa e feliz com a investidura do seu pênis “que é meu”, mas que priápico e sabe que estarei extremamente feliz porque quero intensamente viver o nosso amor beijando, lambendo, chupando, fodendo e gozando como já fiz e quero mais e sempre. Nas noites frias incendiada por seu amor desabotoando minha blusa e me tendo em seus braços e sentindo meu tesão desvairado em minha vagina explorada ao máximo e enlouquecida com a enfiada de seu dedo em meu ânus e seu pênis entre minhas coxas deixando totalmente fora de qualquer lucidez. Sinto -me toda possuída, esfregada, revirando-me para mais alcançar o prazer extremo que que alcançará extremos orgasmos e sentindo ser beijada em meu corpo inteiro encostando-me na parede para mais sentir o ápice do prazer. MANHÃ DE SETEMBRO - Eu te procuro nessa manhã de setembro,\ Obcecada por sua imagem desejada,\ Precisando me jogar louca em teus braços,\ Ansiando por tuas palavras que me alimentam.\ Eu te procuro nessa manhã de setembro,\ Enlouquecida e úmida para que amenize,\ Essa angústia latejante de meu corpo,\ A saudade gritante a entorpecer minha alma.\ Eu te procuro nessa manhã de setembro,\ Para que penetres sua fonte de prazeres,\ Satisfazendo o meu tesouro excitado,\ Na longa espera do orgasmo embriagador.\ Eu te espero nessa manhã de setembro,\ Já nem sei como controlar meu desejo insano,\ E quando chegares um longo gemido te aguarda,\ Enclausurado em meu corpo febril e desarvorado. II - Vivo pensando e imaginando você perto de mim tomando posse de todo meu corpo e acariciando minhas pernas e coxas e eu sentindo suas carícias, louca por seu pênis que é “o que é meu” ereto, inchado de prazer penetrando nos meus desejos. E você não sabe quanto espero esse momento enlouquecida de desejo e que ele passe em todas as partes do meu corpo e me explore todinha, pescoço, ombros, seios endurecidos de prazer e como quero senti-lo babento espalhando seu sêmen e me deixando transida de desejo exuberante. A perspectiva de tê-lo envolvido em mim à procura de cada ponto de minha vagina, escorregando na umidade para o rego de minha bundinha e eu poder chupá-lo, senti-lo, atraí-lo até o céu de minha boca a deixar-me completamente extasiada. E eu todinha em você e para você. Completamente sua, e só sua. Estou pronta a ser completamente destronada para o seu priápico domínio, coagida, impossibilitada e sem saída, para celebrar a chegada do seu pênis, que é todo e só meu e que desejo em todos os momentos. E assim mesmo: babento, inchado e ereto de tesão e é tudo que desejo desesperadamente cada instante de minha vida. E para minha adoração contínua e cada vez mais premente. Ah, delícia ser sacrificada desse jeito, estirada, de bruços sim como dama puta, só para os seus desejos mais indecorosos e quanto mais, mais sedutores, ser desnudada para ser sacrificada, devassada, explorada e é tudo isso que anseio como ser lambuzada, fodida e completamente sua e só sua, exclusivamente sua para sempre. É você que quero a cada minuto, em quem penso o tempo todo, e com quem sonho todas as noites e também, quando estou acordada. Quero você inteirinho e lhe enlouquecer de prazer. Nós dois, completamente desvairados a viver nossa paixão. Eu quero, quero , quero e para sempre. Só desejo isso em minha vida. E vou ter, tenho certeza. EU TE QUERO - Desejo em teus braços dizer que te amo,\ Recitar poemas que compus para ti,\ beijar-te, até sufocar de tanto desejo,\ e vivermos em nosso ninho de amor.\ Sentir que me queres em horas constantes\ Dia, noite, manhã ou misteriosas madrugadas,\ Acordar sentindo meu corpo incendiado,\ e acordar-te com carícias plenas e exuberantes\ Desejo o que é meu  para sempre,\ mergulhando em reentrâncias escondidas,\ procurando sempre o objeto de teus desejos,\ e vamos reviver cada dia pleno de acolhidas\ Quero encontrar o paraíso em teu corpo.\ gemendo ansiosa de prazer e loucura,\ Absorvendo plenamente o teu carinho,\E nos amando loucamente até à eternidade. III - Ah, maravilha das maravilhas, ansiosa para estar em seus braços, e ser beijada, lambida, chupada e alucinadamente servir a você, para satisfazer todos os seus mais loucos caprichos que vou adorar e mostrar em carne viva que lhe quero 24 horas por dia até desmaiar de completa saciedade. Quero massagear delicadamente “o que é meu” e depois lambê-lo e sentir em minha língua seu sêmen esparzindo todo o seu prazer pelo meu corpo inteiro. Quero senti-lo em minha vagina quente e úmida que sempre espera ansiosamente pelo toque de suas mãos, pelo seu pênis ereto e inchado para entrarmos juntos no paraíso que tanto desejamos. Quero você todinho em mim e sou sua, só sua e para sempre sua. E cada dia mais apaixonada... Quero que me pegue e como quero... Estou o tempo todo com você porque só de pensamento minhas sensações são intensas demais. Sou toda e completamente sua, meu amor. Poemas e textos da escritora Vânia Moreira Diniz. Veja mais aqui.

 

PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 03 de novembro,  as comemorações de 4 mil membros no grupo do programa no Facebook, com muitas atrações, confira: Carlos Drummond de Andrade, Pat Metheny & Charlie Haden, Duofel, Simon & Garfunkel, Paulo Autran. Chico Buarque, Marília Pêra, Antonio Abujamra, Milton Nascimento, Elis Regina, Djavan & Casseta & Planeta, Lulu Santos, Marcelo D2, Ivete Sangalo, Claudia Leite, Amelinha, Alceu Valença, Lenine, Ana Carolina, Caetano Veloso, João Bosco, Jorge Vercilo, Fafá de Belém, Simone, Monica Salmaso, Paulo Diniz, Edson Natale, Daniel Pissetti Machado, João Pinheiro, Katya Chamma, Maria Dapaz, Irah Caldeira, Santanna o Cantador, Juareiz Correya, Auri Viola, Ozi dos Palmares, Mazinho & Zé Linaldo, Ibys Maceyoh, Naldo Miranda & Sebah Andrade, Adryanna BB & Gilvandro Filho, Eleonora Falcone, Julia Crystal, Shahram Shhiva, Ricardo Machado, Marisa Serrano Trivino, Tirso Florense de Biasi, Robson Gomes, Alexandre Pires & muito mais na comemoração de 4 mil membros no grupo do programa no Facebook! Participe, comente, curta online & abrilhante a nossa festa neste 03 de novembro, na programação da Cidade FM 87,9, a partir das 10hs. Não deixe de participar para concorrer a diversos prêmios. Veja mais aqui.



SERVIÇO:

O que? Programa Domingo Romântico 4 mil membros no Facebook!!!!

Quando? Neste domingo, 03 de novembro, a partir das 10hs.

Onde? Cidade FM 

Apresentação Meimei Corrêa.


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sexta-feira, novembro 01, 2013

TRUDI CANAVAN, BARTHES, MÖRIKE, TAKAHASHI, ADELAIDE & DYLAN THOMAS

 

Se você ler, se diverte. Isso tem sido a base dos meus mangás. A vida não é apenas diversão, e isso serve pras crianças também. Mas garantir a diversão pelo menos durante o tempo de leitura, é o que eu chamo de mangá...

Pensamento da premiada mangaká japonesa Rumiko Takahashi.

 

A SOLIDÃO DE ADELAIDE – O Sol da manhã de Bloomsbury e os versos à flor da pele britânica adolescente impressos no Household Words e All the Year Round. Olhos vivos invejáveis nas paisagens de Bedford Square, herdados da poesia paterna e dos afagos da mãe. Aprendeu com as visitas de Elizabeth Haskell, a amizade familiar com Dickens, Leigh Hunt e Charles Lamb, as leituras de Wordsworth e William Hazlitt. No ventre a dor das mulheres desempregadas e sem-teto, dividida com a Bessie e a admiração de Fanny Kemble: "Papai é um poeta. Eu só escrevo versos". Ávida leitora desde então levaram-na ao Queen’s College para que conhecesse John Pyke Hullah, Charles Kingsley e Henry Morley. Seus manuscritos no álbum minúsculo, lá constava o Ministering Angels para o Heath's Book of Beauty. Escondia-se sob o pseudônimo de Mary Berwick com poemas estampados pelas celebrações mais altissonantes. Era dela a noite solitária de Londres, repleta de escritos feministas nas páginas das revistas para comporem o Legends and Lyrics. A vez do altruísmo sem precisão católica e com a Victoria Regia: uma empresa editorial explicitamente feminista. Era mais que humana apenas indignada com a pobreza e os marginalizados. Foi por isso que ganhou a predileção da Rainha Vitória, tornando-a a mais popular poeta cantada em hinos e canções levadas pelas senhoras de Langham Place, para fundação do English Woman’s Journal e da Sociedade para Promoção do Emprego das Mulheres. Quase realizada com A Chaplet of Verses. O noivo oculto e o espírito animador com seus sentimentos reprimidos, talvez Matilda Hays saiba, o terror mórbido da incompreensão alheia, pouco importa o que dizem ou pensam, as suas mãos podem contar com meu coração.

 


DITOS & DESDITOS - Nenhuma estrela se perde depois que a vemos. Sempre podemos ser o que poderíamos ter sido... Pensamento da poeta britânica Adelaide Anne Procter (1825-1864), autora do poema The Homeless Poor (O Pobre Sem-teto): Nesta mesma rua, a esta mesma hora, \ no ar amargo e chuva de neve, \ agachada em um umbral estava uma mãe, \ com seus filhos trêmulos a seus pés. \ Estava em silêncio — quem poderia ouvir sua súplica? \ Os homens e os animais estavam em seus abrigos — mas ela deve permanecer \ desabrigada na grande e impiedosa cidade, \ até a aurora do dia de inverno. Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Eu não preciso de nenhum amigo. Eu prefiro inimigos. Eles são uma companhia melhor e seus sentimentos em relação a você são sempre genuínos. Pensamento do poeta inglês Dylan Thomas (1914-1953). Veja mais aqui e aqui.

 

FRAGMENTO DE DISCURSO AMOROSO - [...] alguém que fala em si mesmo, amorosamente, em face do outro (o objeto amado), que não fala [...] nada tenho a dizer a você, senão que este nada é a você que o digo [...] A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras. Minha linguagem treme de desejo. A comoção vem de um duplo contato: de um lado, toda uma atividade de discurso vem realçar discretamente, indiretamente, um significado único, que é “eu te desejo”, e libera-o, alimenta-o, ramifica-o, fá-lo explodir [...]. Falar amorosamente, é gastar infinitamente, sem crise; é praticar uma relação sem orgasmo. [...] A esse deus, ó Fedro, dedico este discurso... Não podemos dar linguagem (como fazê-la passar de uma mão para outra?), mas podemos dedicá-la – pois que o outro é um pequeno deus. O objeto dado é reabsorvido no dizer suntuoso, solene, da consagração, no gesto poético da dedicatória [...]; é o princípio mesmo do Hino. Não podendo dar nada, dedico a própria dedicatória, no que se absorve tudo o que tenho a dizer [...]. O canto é o suplemento precioso de uma mensagem vazia, inteiramente contida em seu endereçamento, pois o que dou cantando é ao mesmo tempo meu corpo (através da minha voz) e o mutismo com o qual você o golpeia. (O amor é mudo, diz Novalis; apenas a poesia o faz falar.) O canto nada quer dizer: é por isso que você entenderá por fim que o estou dando a você; tão inútil quanto o fiapo de lã, a pedrinha, oferecidos à mãe pela criança. [...] Entretanto, salvo o caso do Hino, que confunde o envio e o próprio texto, o que se segue à dedicatória (a saber, a própria obra) tem pouca relação com essa dedicatória. O objeto que dou não é mais tautológico [...] é interpretável; tem um sentido (sentidos) que ultrapassa de muito seu endereçamento; por mais que eu escreva seu nome em minha obra, é para “eles” que ela foi escrita (os outros, os leitores). É, pois, por uma fatalidade da própria escrita que não se pode dizer de um texto que ele é amoroso, mas apenas, a rigor, que foi feito “amorosamente”, como um bolo ou uma pantufa bordada. E mesmo: menos ainda que uma pantufa! Pois a pantufa foi feita para seu pé [...]. Mas a escrita, esta não dispõe desta complacência. [...]. Trechos extraídos da obra Fragmentos de um Discurso Amoroso (Martins Fontes, 2003), do escritor, sociólogo, filósofo, semiólogo e crítico literário francês, Roland Barthes (1915-1980). Veja mais aqui e aqui.

 

VOZES DOS DEUSES - [...] A sabedoria e o conhecimento estão em toda parte, mas a estupidez também [...] É melhor conhecer a dor rápida da verdade do que a dor contínua de uma falsa esperança há muito mantida. [...] Os mortais não precisavam de Deus para ordenar que matassem uns aos outros. Eles eram perfeitamente capazes de encontrar razões para fazê-lo sozinhos. [...] A injustiça sempre chama a atenção dos jovens, disse ela. Mas à medida que envelhecemos, descobrimos como é difícil mudar o mundo e aprendemos a desviar os olhos daquilo que não podemos consertar até não vermos mais injustiça em tudo. [...]. Trechos extraídos da obra Voice of the Gods (Harper Voyager, 2007), da escritora australiana Trudi Canavan. Veja mais aqui e aqui.

 

EM UMA ANDANÇA - Numa gentil cidadezinha entrei. \ Nas ruas, rubro poente, o poente punha cor. \ De uma janela aberta, eis – \ por entre flores ricamente em flor - \ quem vêm pairando sons de sino em ouro \ e uma voz que eu diria rouxinóis em coro \ fazendo as flores fremir, \ fazendo os ares bulir \ e em rubro mais intenso incendiarem-se as rosas. \ No assombro ali fiquei, cravado de prazer. \ De como me vi fora e os portais transpus \ já nem eu mesmo, juro, sei dizer. \ Ao, como o mundo, aqui, é pura luz! \ E como o céu purpúreo ondula em torvelinho \ e a cidade lá atrás se esfuma em ouro puro; \ o regato entre os alnos, como murmura e como \ murmura ao fundo o moinho! \ Sinto-me como ébrio, perdido do caminho - \ Ó musa, me tocaste o coração, bem sei, \ com um bafejo de amor. Poema do escritor alemão Eduard Friedrich Mörike (1804-1875).

 


COMUNICAÇÃO EM PROSA MODERNA, DE OTHON M. GARCIA –
O livro Comunicação em prosa moderna, de Othon M. Garcia, trata de assuntos como estrutura sintática da frase, processos sintáticos, organização do período, circunstâncias e relações entre as ideias, feição estilística da frase, discursos direto e indireto, os sentidos das palavras, o concreto e o abstrato, generalização e especificação, famílias de palavras e tipos de vocabulário, dicionários, o parágrafo como unidade de composição, parágrafos de descrição e de narração, eficácia e falácias, experiência e pesquisa, planejamento, descrição, narração, dissertação, argumentação, redação técnica, relatório administrativo, a experiência e a pesquisa, entre outros importantes temas.

REFERÊNCIA
GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

A OBRA DE TOMÁS DE AQUINO: O ENTE E A ESSÊNCIA – [...] deixamos claro como a essência se encontra concretizada nas substâncias e nos acidentes, e de que maneira se encontra nas subtâncias compostas e nas substâncias simples. Ficou claro também o modo como as assim chamada intenções lógicas se encontram neles todos. Excetua-se o ser primeiro, que reveste simplificidade infinita. N´Ele não cabe o conceito de gênero ou de espécie, tampouco pode Ele ser definido, em razão da sua simplicidade. Seja Ele a meta e ao remate desta nossa exposição. [...] Portanto, é necessário que todas as coisas, cujo ser é diferente de sua natureza, tenham seu ser através de outro. E porque tudo o que é por causa de outro se reduz àquilo que é per se, coo á causa primeira, por isso é necessário que exista alghuma coisa que seja causa do ser de todas as coisas, pelo fato de que esta seja somente ser. De outra maneira, prosseguiríamos nas causas até o infinito. Portanto, fica claro que as inteligências são forma e ser e que tenham o ser por um primeiro ser que é somente ser. E este ser é a causa primeira, que é Deus. QUESTÕES DISCUTIDAS SOBRE A VERDADE – Esta obra trata sobre o questionamento acerca do que é a verdade, contratese de que pareceria que o verdadeiro não é a mesma coisa que ente, a verdade encontra-se primariamente na inteligência ou nas coisas, a verdade reside somente no intelecto sintetizante e analisante, haverá uma só verdade em virtude da qual todas as coisas são verdadeiras, haverá alguma outra verdade eterna além da verdade primeira, a verdade criada será imutável, a verdade se predica em Deus da essência ou das pessoas, todas as verdades derivam da verdade primeira, a verdade existirá nos sentidos, existirá alguma coisa falsa, existirá falsidade nos sentidos, existirá falsidade na inteligência. SÚMULA CONTRA OS GENTIOS – A obra trata sobre o oficio do sábio, o plano do autor, a possibilidade de descobrir a verdade divina, é justo que as verdades divinas acessíveis à razão nos sejam propostas como objetos de fé, é jisto que as verdades inacessíveis à razão sejam propostas aos homens como objetos de fé, não constitui leviandade dar assentimento ás coisas da fé mesmo quando ultrapassam a nossa razão, as verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã, comportamento da razão humana em face da verdade da fé, plano e método da obra. COMPÊNDIO DE TEOLOGIA – A obra trata acerca da salvação humana que consiste no conhecimento da verdade, a fé, Deus uno e trino e as coisas por ele criadas, Deus existe, é imóvel, é eterno, existe necessariamente por si mesmo, existe sempre, em Deus não há sucessão temporal, é simples, é sua própria essência, coincide com o seu ser, não constitui uma espécie enquadrada em um gênero, é impossível que Deus seja um gênero de alguma coisa, Deus não constitui uma espécie predicável de uma pluralidade de indivíduos, é necessariamente uno, é impossível que Deus seja corpo, que seja uma forma do corpo ou uma força no corpo, é infinito na sua essência, é infinito em seu poder, o ser infinito não implica imperfeição em Deus, possui em grau eminente toda perfeição encontrável nas coisas, todas as perfeições constituem uma só coisa, não há acidente algum, a multiciplicidade de nomes atribuídos não contradiz a sua simplicidade, embora diversos os nomes atribuídos não são sinônimos, pelas definições dos próprios nomes não é possível definir o que existe em Deus, os nomes atribuídos e as outras coisas não revestem sentido inteiramente unívoco nem equivoco, é necessariamente dotado de inteligência e a intelecção não é potencia nem hábito mas ato, não compreende através de elementos intermediários mas através da sua própria essência, é sua própria intelecção, é necessariamente dotado de vontade, a vontade de Deus coincide com a sua inteligência, entre outros assuntos. SUMA TEOLÓGICA - A obra aborda sobre temas como dos nomes divinos, se os nomes se predicam primeiro das criaturas que de Deus, se a denominação aquele que é é por execelencia o nome próprio de Deus, da verdade, se a verdade e o bem se convertem, se o bem é racionalmente anterior à verdade, se Deus é a verdade, da falsidade, da unidade e da pluralidade em Deus, entre outros assuntos. TOMÁS DE AQUINO – O escritor, filosofo e teólogo italiano Tomás de Aquino (1225-1274), foi um frade da Ordem dos Pregadores italianos e autor de obras que tiveram forte influencia na teologia e na filosofia. Veja mais aqui e aqui.

REFERÊNCIA
AQUINO, Tomás. Obras selecionadas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.


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CRÔNICA DE AMOR POR ELA;
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ANNE CARSON, MEL ROBBINS, COLLEEN HOUCK & LEITURA NA ESCOLA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som do álbum Territórios (Rocinante, 2024), da premiada violonista Gabriele Leite , que possui mestrado em...