DITOS & DESDITOS - Eu não quero ser a líder. Eu me recuso a ser a líder. Quero viver de forma sombria e rica
em minha feminilidade. Quero um
homem deitado sobre mim, sempre sobre mim. Sua vontade, seu prazer, seu desejo, sua vida, seu trabalho, sua
sexualidade são a pedra de toque, o comando, meu pivô. Não me importo de trabalhar, de me
manter intelectualmente, artisticamente; mas como mulher, oh, Deus, como mulher quero ser dominada. Não me importo que me digam para
ficar de pé, não me agarrar, ser tudo o que sou capaz de fazer, mas vou ser
perseguida, fodida, possuída pela vontade de um homem ao seu tempo, a seu
comando. Pensamento da
escritora francesa Anaïs Nin (1903-1977), que na sua obra Delta of Venus: Erotica (Harvest, 2004), expressou que: [...] Tive a sensação de que a
caixa de Pandora continha os mistérios da sensualidade feminina, tão diferente
da sensualidade masculina e para a qual a linguagem masculina era tão
inadequada. A
linguagem do sexo ainda não havia sido inventada. A linguagem dos sentidos ainda
estava por ser explorada. [...]. Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: O que é erótico? O
jogo acrobático da imaginação. O mar das memórias em que nos banhamos. A
maneira como apreciamos e adoramos as coisas com os nossos olhos. O que é
erótico é a nossa paixão pela vitalidade da vida. Pensamento da
escritora e naturalista estadunidense Diane
Ackerman. Veja mais aqui.
PORNOGRAFIA – [...] A pornografia é a descrição pura e simples dos prazeres
carnais; o erotismo é a mesma descrição revalorizada em função de uma ideia do
amor ou da vida social. Tudo que é erótico é necessariamente pornográfico, com
alguma coisa a mais. [...] Um preconceito
arraigado é acreditar que o cristianismo foi o inimigo da literatura, enquanto
o paganismo teria sido seu defensor incondicional. Na realidade não foram os
pais da igreja, mas os filósofos estóicos como Sêneca que começaram a chamar os
órgãos genitais de ‘partes vergonhosas’ ou pundela (os gregos diriam aidofa) [...]
No renascimento a Itália tornou-se o centro onde a literatura erótica se requintou,
onde se enriqueceu de temas e formas que influenciaram os outros autores
ocidentais. O Decameron abrira o caminho por onde enveredam novelistas que
ampliaram o repertório dos antigos contos milésimos e neles introduziram uma
graça particular. Descobriu-se que a descrição das relações sexuais não era
incompatível com a bela linguagem, mas metáforas amáveis, a elegância dos
personagens, a alegria saudável. [...] A partir daí algumas mulheres de
letras empreenderam a crítica do ‘discurso masculino’. Tratava-se de demonstrar
que em todas as épocas o homem fora um tirano pavoroso que não entendia nada
desse diamante sem defeito que era a mulher. [...]. Trechos extraídos da
obra História da Literatura Erótica (Rocco, 1993), do filósofo, ensaísta
e crítico de arte iraquiano Sarane Alexandrian (1927-2009).
Veja mais aqui.
MAÇÃ - [...] A maçã é simbolicamente
utilizada em diversos sentidos aparentemente distintos, mas que mais ou menos
se aproximam: é o caso do pomo da Discórdia, atribuído pelo herói Páris; dos pomos
de ouro do Jardim das Hespérides, que são frutos de imortalidade; da maçã
consumida por Adão e Eva; da maçã do Cântico dos Cânticos que representa,
ensina Orígenes, a fecundidade do Verbo divino, seu sabor e seu odor. Trata-se,
portanto, em todas as circunstâncias, de um meio de conhecimento, mas que ora é
o fruto da Árvore da Vida, ora o da Árvore do Conhecimento do bem e do mal:
conhecimento unificador, que confere a imortalidade, ou conhecimento desagregador,
que provoca a queda. [...]. Trecho extraído da obra Dicionário de
símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números
(José Olympio, 2009), de Jean Gheerbrant e Alain
Chevalier.
CULTURA DOS INDIVÍDUOS – [...] revelar as singularidades individuais supõe o uso de métodos,
procedimentos ou técnicas propriamente psicológicas, que são o único meio de
possibilitar o acesso ao ‘foro íntimo’, à ‘interioridade’ ou à ‘economia
psíquica’ [...]. A melhor maneira de ter acesso à inacessível
‘interioridade’ é de fato objetivar o mais finamente possível os comportamentos
individuais e, mais do que isso, objetivar os comportamentos de um mesmo
indivíduo em contextos diferentes da vida social: a ‘verdade individual’ não se
encontra como que encerrada ou encapsulada nos limites de um cérebro e de um
corpo, mas revela-se no desenvolvimento e na variedade (diacrônica e sincrônica)
das ações e de práticas do indivíduo em questão. [...]. Trechos da obra A
cultura dos indivíduos (Artmed, 2006), do sociólogo francês Bernard
Lahire.
AS AVENTURAS DE CLOSSEAU – [...] Acariciava, engolia, lambia, mamava e sorvia a glande, a
cabeça da rola sem juízo e sem nenhuma ética daquele pobre e feliz professor de
Filosofia. [...] - Vou estourar-lhe a boceta, minha
putinha predileta. Sophie deu um grito de prazer, e pediu a Clouseau que
falasse mais, que dissesse outras expressões semelhantes. [...] Quando o
mestre a despiu e começou a pesquisar sua xota suculenta com seu intrometido
caralho, Lourdes foi se entregando, remexendo loucamente as ancas, o rabo
roliço e gostoso [...]. Trechos extraídos da obra As aventuras do
Professor Closseau: ficção e ensaio crítico da moral erótica moderna (ABC,
2006), do poeta Pietro
Aretino (1492-1556). Veja mais aqui.
OS COGUMELOS MÁGICOS – [...] Um pau grande sozinho não excita uma mulher, a menos que
o homem movimente todo o corpo gentilmente e quase todas as mulheres dizem que,
enquanto estão chupando, é bom sentir o homem investindo seu pau dentro da boca
delas. [...] Descreveu seu corpo, dizendo que
tinha uma pica enorme, grossa e dura, apenas esperando por mim. Ele incluiu na
carta uma fotografia sua e a de um casal fodendo, só para me deixar com tesão.
[...] Eu podia sentir minha vagina se dilatando de desejo e paixão. Era uma delícia
vê-lo engatinhando no divã entre minhas pernas e enterrar a cabeça entre elas.
Atraquei sua cabeça com as pernas, enquanto atingia meu primeiro orgasmo
esparso. [...]. Trechos extraídos da obra Os cogumelos mágicos de
Xaviera (Record, 1981), da escritora e colunista neerlandesa Xaviera
Hollander.
ENTREVISTANDO JENNIFER – [...] - O cara pegou a minha mão e colocou no pau dele [...] Eu não sabia que ele tinha tirado pra fora. Ele me obrigou a
pegar aquele troço enorme.[...]. Trechos extraídos da obra Entrevistando
Jenifer: bastidores da iniciação erótica de certas meninas (Geração, 2001),
da escritora italiana Paola Milano.
DOIS POEMAS - FRUTO PROIBIDO: Com
suas nádegas lascivas de mulher \ a maçã se deita de costas\ na cesta sobre a
mesa.\ Já de batom está pintada,\ armadilha edênica no seu poço\ – no ponto da voragem,\
caverna de pevides.\ Drácula, penetro\ no seu espírito interdito,\ no jardim de
delícias.\ Cometo (insensato)\ a grande virtude capital. VIDA CAVA:
Velho sofá de taquara da casa de Curuzu, \ em cujas varas circula antiga
emoção!\ Lugar de guardar o obscuro,\ de acolhê-lo\ nos túneis e nas veias.\ Passeia
nos seus ocos de bambu\ (trafega em mim ainda)\ a vida subterrânea,\ a da saia
de godê –\ vincada de afagos do namoro vigiado,\ engomada de pudor.\ Ah que
saudade desse assento\ onde conheci\ o meu primeiro prazer de baixo. Poemas
da poeta e professora Maria Lucia Dal Farra, autora de obras como Livro
de Auras (Iluminuras, 1994), Livro de Possuídos (Iluminuras, 2002) e
Alumbramentos (Iluminuras, 2012).