QUANDO O ESTREITAMENTO DO COMPADRIO ESTÁ ACIMA
DA LEI, AÍ, MEU, AS PANELINHAS MANDAM VER E SÓ OS PRIVILEGIADOS SE BANQUETEIAM
"O Estado não é uma ampliação do
círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de
certas vontades particularizadas, de que a família é o melhor exemplo. Não
existe, entre o circulo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma
descontinuidade e até uma oposição"
(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil).
(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil).
Gentamiga,
começo esta com uma risada estrondosa! Hahahahahahahahahahaha!
Verdade. Tem coisa que só dá vontade mesmo de soltar umas gargalhadas das boas porque não seria outra a sensação resultante. Quando eu vejo um Fabo, sei logo: o homem é uma hiena mais desastrada, ri de sua própria desgraça. É mesmo. E é o mesmo o que dizem outros mais furiosos: quanto mais conheço o homem, mais admiro meu cachorro. Pode? Pois é. Vamos nessa.
De Fabo em Fabo se desconstrói um país. O Brasil como sempre digo, repito e reitero, é uma construção nova que desmorona arrebentando tudo e já vira museu antes mesmo de virar a novidade desejada. Tudo que chega agora já vem com gostinho de anteontem. Nem bem nasceu, ou não mais cai ao gosto do paladar ou já chegou passada da hora.
Pois
é, hoje fica quase difícil distinguir um Fabo dum brasileiro. Os dois
estão quase figadal e animicamente já encruados um no outro que, mesmo quem não
tem nenhuma mínima vocação para Fabo, de uma hora para outra, diante de certas
circunstâncias surgidas do inopinado, comete a asneira e entra no rol do
aloprado. Isso mesmo. Isso por causa da cordialidade visceralmente entranhada e
indisfarçavelmente duvidosa em ambos. Tanto é que o grande Sérgio Buarque de
Holanda deu uma dentro e acertou em cheio quando uso a expressão do escritor
Ribeiro Couto: "Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição
brasileira será de cordialidade - daremos ao mundo o homem cordial. A lhaneza
no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por
estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um trato definido do
caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a
influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e
patriarcal". E foi dentro mesmo quando explica que essa cordialidade não
representa apenas boas maneiras, bondades, civilidade. Nada disso. A discórdia
e a inimizade também e muito mais coisas cabem nela do que possa perceber nossa
despojada compreensão. Melhor dizendo, está em uma de suas mais importantes
obras que: "No homem cordial, a vida em sociedade é, de certo modo, uma
verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em
apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua
maneira de expansão para com os outros reduz o individuo, cada vez mais, à
parcela social, periférica, que no brasileiro - como bom americano - tende a
ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros". E é isso mesmo.
Senão vejamos.
O brasileiro é cordial por excelência. O Fabo também. Nisso se inclui, por exemplo, que ele não resolve nada. Brasileiro não quer problema de jeito nenhum e só vive empepinado como a porra. Reza todo dia para os problemas vão para o vizinho, nunca pra ele. Mas não consegue viver um fiapo de instante sem pisar na bola.
O brasileiro é cordial por excelência. O Fabo também. Nisso se inclui, por exemplo, que ele não resolve nada. Brasileiro não quer problema de jeito nenhum e só vive empepinado como a porra. Reza todo dia para os problemas vão para o vizinho, nunca pra ele. Mas não consegue viver um fiapo de instante sem pisar na bola.
Outra
virtude fabal do brasileiro é deixar tudo para um bom tempo, depois, ou melhor,
para a última hora. Só resolve na marra e quando mandam. Aí é implacável,
inexorável. No comum, é driblando e escapando das broncas.
Quando
não tem jeito de fazer, manda que outro faça e aí começa a corda-de-guaiamum. Na última hora finda pagando para que os outros façam o que
é de sua responsabilidade. Deu bode, mas resolveu. Ufa!
Também
tem outra: arruma um jeitinho para tudo. Na hora agá, molha a mão do guarda, do
fiscal, ou de quem aparecer. Fila? Tá doido, é? Adora ser o privilegiado da vez
e, para isso, faz de tudo para ser diferenciado dos demais, mesmo que isso lhe
dê o maior arrocho de nó pelas costas na maior saia-justa, ou uma iminência da
porra daquelas mais periclitantes impossíveis, ou mesmo uma urucubaca ineivada
daquelas de deixar o cara liso com a mão no bolso. Isso é porque quer ser o
primeiro em tudo, mesmo que não mexa uma palha sequer para se preparar nisso.
De preferência já quer ser um Ayrton Senna mesmo que nem saiba dirigir direito.
Esta é porque é empreendedor por natureza. Odeia receber ordens, cumprir as
leis e fazer o que manda o riscado. De preferência é rebelde: prefere entortar
que fazer o certo; prefere ultrapassar as etapas antes de concluir a primeira;
e dá toque de arrodeio em tudo mesmo que finde em palpos de aranha. A coisa
mais se estreita na amizade. Quando se afinam os gostos, difícil identificar o
que é dele do que é do amigo. O estreitamento chega ao compadrio e em nome dele
se arrepia a lei, remove montanhas e privatiza o público, misturando afeto,
arrumadinho e interesses. E, com isso, vão surgindo as panelinhas que, valha-me
toda iconoclastia exacerbada dos meus pandemônios, vão se avolumando na
acumulação particular deles, a ponto de se acharem os privilegiados de sempre.
Quando eles caem no opróbrio, é um desastre. Mas basta alguns tiquinhos de anos para ganharem do esquecimento a simpatia tanto da corriola que se debandou na hora do pipoco, como de toda populaça. É que no calor do incêndio, todo brasileiro arreia a lenha e condena. Passou o tempo, a compaixão e o perdão imperam. Aí meu, dá o de sempre: ninguém mais sabe o que é familiar e o que é do Estado. E mesmo com a gritaria dos nepotismos, arruma jeito pra tudo aparecendo fantasmas, terceirizando recepções e lá vai teibei. Aí só os apaniguados se banqueteiam e o resto só o farelo amiudado para assanhar a fome no buraco do dente.
Como
é que é, hem? Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!!! (Luiz Alberto Machado). Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – É a paixão e não a razão que nos leva a
pesquisar. Pensamento do filósofo, historiador e ensaísta escocês David
Hume (1711-1776). Veja mais aqui.
SAÚDE NO BRASIL - A persistência de uma ética, de um tipo de
desempenho profissional não adequado à solução dos nossos problemas ainda é
dominante; ao mesmo tempo, é fundamental o exemplo de uma nova consciência, de
uma nova prática na área de saúde. Palavras do médico sanitarista Sérgio Arouca (1941-2003). Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
CRENÇA & ATUALIDADE – [...]
há necessidade de se acreditar em alguma
coisa. Se não houver fé de cunho espiritual, será uma fé de cunho material,
podendo ser um projeto, uma campanha, uma série de metas traçadas e aceitas
pelos grupos envolvidos. O fato é que, se uma crença em alguma coisa, pouco ou
nada será conseguido, e as pessoas estão desestimuladas pela falta de motivação
que as conduza aos objetivos finais. [...]. No mundo do trabalho é indispensável a capacidade de integração entre a
razão e a emoção, estimular a função afetiva da educação para receber e
vivenciar as questões humanas com uma visão mais aberta, com um relacionamento
o mais interativo possível. Acreditar na força dessa tríade, numa integração
permanente e contínua, é saber conviver, pois é isto que torna uma equipe
sinérgica, capaz de fazer a soma das partes maior que o todo, de desenvolver
uma ética adequada ao tempo de nossas vidas, e ser criativa, isto é, fazer mais
com menos. [...]. Trechos da obra O
profissional do século XXI (Record, 2003), do pedagogo e professor Hamilton Werneck.
DEPOIMENTO – Tive
apenas um exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num
casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na
verdade acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento.
Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de
que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam: 1. Habitat:
Homem não pode ser mantido em cativeiro. Se for engaiolado, fugirá ou morrerá
por dentro. Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o
seu DNA. Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai
prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com
dedicação, atenção, carinho e amor. 2. Alimentação correta: Ninguém vive de
vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de
homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra. Beijos matinais e
um 'eu te amo’ no café da manhã os mantêm viçosos, felizes e realizados durante
todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não o deixe
desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir
um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca... Homem
não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva. 3.
Carinho: Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável a
rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor. Se você quer ter a
dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o
fará e você só saberá quando não houver mais volta. 4. Respeite a natureza:
Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos?
Liberdade? Carros? Case-se com uma Mulher. Homens são folgados. Desarrumam
tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam
shoppings. Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso. 5. Não
anule sua origem: O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico
valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos,
empreendimentos. Entenda tudo isso e apóie. 6. Cérebro masculino não é um mito:
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do
cérebro feminino, mas não gostam de mulheres burras. Por isso, procuram aquelas
que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de
neurônios a menos!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher,
mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar amigos gays e
homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade. Alguns vão
lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja desses, aprenda
com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as
mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens. Não faça
sombra sobre ele... Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem
ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um
bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. Aceite:
homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. A mulher
sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios.
Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si
mesma. E minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma
Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor! Só tem homem bom quem sabe fazê-lo
ser bom! Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui
fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de
mim. Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre. Depoimento da atriz Fernanda Montenegro. Veja mais aqui.
ENTRE OS FIÉIS – [...]
trinta e dois anos depois de sua fundação como estado religioso, uma pátria
mululmana indiana, o Paquistão, permanecia em efervescência, e o islã ainda era
uma saúda: o fracasso sempre levava de olta à afirmação de fé. [...]. Trecho
extraído da obra Entre os fiéis (Companhia
das Letras, 1981), do escitor britânico nascido em Trinidad e Tobago, Prêmio
Nobel de 2001, Vidiadhar Surajprasad Naipaul. Veja mais aqui.

O DESTINO DE UM HOMEM – [...]
Os eleitos zombam da popularidade; são
mesmo inclinados a considerá-la prova de mediocridade, mas esquecem que a posteridade
não faz sua escolha entre os escritores desconhecidos de um determinado
periodo, e sim entre os conhecidos. [...] Trechos da obra O destino de um homem (Globo, 1951), do
escritor britânico William Somerset Maughan (1874-1965). Veja mais aqui.

Veja mais Helena Blavatsky, João
Ubaldo Ribeiro, Stendhal, Cacá Diégues, Édouard Manet, Vital Farias & Jeanne
Moreau aqui.
E mais também a Constituição Federal, Beaumarchais,
Terêncio, Sharon
Tate, Yamandu Costa & Julie Dreyfus aqui e aqui.

Quero sua opinião:
1. Sim, a gente tem que mudar o Brasil!!
2. Não, isso aqui não tem mais jeito!
3. Não sei, o problema não é meu.
4. Ah, vai te catar!!
1. Sim, a gente tem que mudar o Brasil!!
2. Não, isso aqui não tem mais jeito!
3. Não sei, o problema não é meu.
4. Ah, vai te catar!!
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Ouça a Rádio Tataritaritatá!!!! É só ligar o som e curtir!