
Curtindo o álbum As sílabas (Dabliu/Eldorado, 2001), da
cantora do movimento cultural Vanguarda Paulista, Suzana Salles, a
maior intérprete brasileira atual da obra de Brecht e Kurt Weill. Veja mais
aqui.
EPÍGRAFE – Occultum
quantiens animo tortore flagellum, frase do poeta satírico e retórico
romano Juvenal (Décimo Júnio Juvenal – 55-127), com
relação ao chicote da consciência. Foi utilizada em um dos capítulos capítulo
dos Ensaios (Abril Cultural, 1987), do jurista, filósofo, escritor e
humanista francês Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592): Tal é o maravilhoso esforço da consciência!
Ela nos faz trair, acusar e combater a nós mesmos. Entre os provérbios
recolhidos por Mario Lamenza ela é apresentada como sendo: A consciência, cedo ou trade, será o mais severo acusador do culpado.
O místico sueco Swedenborg, na sua
obra Acana Coelestoa, escreveu que: A consciência é a presença de Deus no homem.
Já nos versos dos Chatiments, Victor Hugo expressou: A consciência do homem é o pensamento de Deus. Veja mais aqui, aqui
e aqui.
DIREITO
DE AMAR & DANOS DO AMOR
– No livro Responsabilidade civil nos
relacionamentos afetivos pós-modernos (Russel, 2007), de Ana Cecília de
Paula-Soares Parodi, destaco o trecho que ela fala do direito de amar e danos
do amor: [...] Uma inovação jurídica,
pela atribuição de uma designação para os danos próprios das investigadas
demandas indenizatóricas com fulcro na operação irregular dos relacionamentos
afetivos. Denominaremos tais lesões de – dano de amor – em alusão à principal
característica desses prejuízos, independendo se de ordem material ou moral,
mas sempre diferente de todos os outros danos civis pleiteáveis pela origem
causal de uma relação romântica, demandada exclusivamente pelos respectivos
parceiros. Os danos indenizáveis, ou lesões reparáveis são dos elementos mais
controversos [...] Dado que, no
direito privado é lícito às partes praticarem todos os atos que não lhes sejam
defesos em lei, é de se lembrar que não há regra no arcabouço normativo
brasileiro, que impeça a postulação reparatória por danos patrimoniais, sejam
de ordem material ou exclusivamente moral, inclusive de forma concomitante. [...]
será de carga de ônus do autor, provar
que o dano efetivamente existiu e foi sofrido pela vítima. De maneira
obrigatória, deverá ser certo e atual, não comportando a aplicabilidade de uma
teoria preventiva, nem englobando ao dano futuro, incerto, eventual. Há que ser
economicamente apreciável ou pecuniariamente arbitrado. Quando se tratar de
dano material, comportará o pleito pelo dano emergente e pelo lucro cessante,
sendo ainda controverso o pedido fulcrado na perda de chance. Incluirá, ainda,
a perda de capacidade laborativa, em caso de lesão corporal. [...] Referindo-se ao dano moral, englobará as
lesões clássicas sobre os reflexos da personalidade da vítima e sua esfera
espiritual, sem prejuízo do dano estético e dano corporal, quando houver.
Acresce à especialidade do tema, que no casamento e união estável, os danos
materiais, via de regra, são afetos à sociedade conjugal; por sua vez, os danos
morais, identificam-se com o vinculo conjugal. Nos demais relacionamentos
afetivos podemos dizer que o fenômeno se repete, distinguindo-se o verdadeiro
liame e escopo da relação – o romance -, dos impendentes efeitos jurídicos. [...].
Veja mais aqui, aqui e aqui.
UM
CONCHEGO DE SOLTEIRÃO –
No romance Um conchego de solteirão,
do escritor
francês Honoré de Balzac (1799-1850), encontro o trecho que expressa: Florentina e Giroudeau, ele para fazer a
feliciedade de seu comarada e ela para dar um protetor à sua amiga, impeliram
Marieta e Filipe a realizar um casamento por detrás da igreja. Essa
expressão “por trás da igreja” equivale à de casamentop morganático empregada
pelos reis e rainhas. Hoje, tais casamentos possuem outros nomes, são
casamentos por escritura, casamentos no Uruguai, no México, na Bolívia, e no
Brasil resultou de uma expressão pitoresca como sendo “Casar na igreja verde”,
que se aplica aos casais que não contraíram matrimonio legalmente. A igreja
verde é o bosque, o mato, o lugar dos encontros clandestinos. Veja mais aqui,
aqui, aqui e aqui.
HARUKO – Entre os poemas da escritora, psicóloga, ilustradora,
conferencista e consultora Clevane
Pessoa de Araújo Lopes, destaco a serie de haicais denominados Haruko: I – Quimono
da aurora / sete camadas vermelhas / da rosa ao carmin. II – Árvores abortam / folhas, tapetes no chão /
que renascerão. III – Chega a
primavera / um festival colorido / encanta meus olhos. IV - Por cima das nuvens / as dançarinas do sol /
sacodem as saias. V – Memória no
olhar / um gato preto na neve, / ameixa em manjar. Veja mais aqui, aqui e
aqui.
A
ESTRELA AUSTRÍACA – A
atriz austríaca Charlotte Wolter
(1834-1897), começou sua carreira artística em Budapeste, em 1857. Atuou em
pequenos papeis em Viena e logo seguiu para obter sucesso em Berlim, no teatro
Victoria, mantendo-se até o final de sua vida no teatrão Hufburg, de Viena. Foi
nesse palco que ela se tornou uma das grandes atrizes trágicas da era
vitoriana, com repertório que envolveu representações de personagens como
Medea, Safo, Lady Macbeth, Mary Stuart, entre outros, tornando-se expoente das
heroínas de Dumas, Sardou, Hebbel, entre outros autores. Veja mais aqui.
ÉLOGE
DE L’AMOUR – O drama
preto-e-branco Éloge de l'amour (Elogio de amor, 2001),
dirigido pelo cineasta Jean-Luc Godard,
inverte a ordem do presente e do passado, contando a história de um homem que
trabalha em um projeto indefinido sobre as quatro fases do amor, reunião,
paixão física, separação e reconciliação, envolvendo tres pessoas em diferentes
fases da vida, juventude, adulto e velhice. Ele realiza uma série de
entrevistas sem saber na verdade o que aparecerá por resultado de seu trabalho,
contatando uma mulher que trabalha em diversos empregos e cuida do filho de
tres anos. A segunda parte do filme se desenrola sem que ele saiba como será
finalizado o seu projeto, mas acontecimentos farão situações futuras bastante
complexas. O destaque do filme é para a atriz francesa de teatro, cinema e televisão
Cécile
Camp. Veja mais aqui e aqui.
Veja mais Chico Buarque, a Pedra de
Roseta, Aníbal Machado, António
Pedro, Maura de Senna Pereira, Otto Maria Carpeaux, Todd Solondz & Selma Blair aqui.
E
mais também O sonho de Orugan, James Joyce, Ayn Rand, Elisa Lucinda, Lenine, Enrique
Simonet, Alina Zenon & Paula Burlamaqui aqui.

IMAGEM
DO DIA
A arte do fotógrafo Milo Moiré.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Imagem: Allegory Of Peace, de Louis Maeterlinck.