sexta-feira, julho 17, 2009

DONNA TARTT, ELBERT HUBBARD, SCHOLLHAMMER, ANDREA DEL CASTAGNO, TEREZINHA LINS, LITERÓRICA & ALEGORIA DA LOUCURA


 
A arte do pintor italiano Andrea del Castagno (1421-1457).


ALEGORIA DA LOUCURA

"Os dois se tornaram uma só carne" (Coríntios, 6:15-16)

"Quem não percebe que, sem as mulheres, não extrairemos qualquer prazer ou satisfação da vida, a qual, se não fossem elas, perderia o encanto e seria mais bárbara, mais selvagem do que a dos animais ferozes? Quem não percebe que somente as mulheres podem libertar nossos corações de todos os vis e falsos pensamentos, ansiedades, sofrimentos e do lamentável mau humor que frequentemente os acompanha? E, se realmente considerarmos a verdade, devemos também reconhecer que, em nosso discernimento sobre grandes problemas, longe de nos distraírem, elas despertam nossas mentes..." (Castiglione, O Livro do Cortesão, séc. XVI).


Na atmosfera do perfume que exala da voluptuosa escultura do seu corpo, toda loucura de mim se acerca e, jacente, arremeto de cima para que receba embaixo todo calor da minha possessão gulosa em perpetuá-la estrela da minha noite escancarada.

É tudo demais além do flagra estonteante de sua realeza súcubus que amanhece entre as pernas e reluz pela aura anímica de sua ostentação impune e me faz labareda até aquecê-la, lábios rubros e imaculada pele da minha hedonística devoção.

Tudo é espetacular e mágico.

E absorvo toda sua sedução e faço do meu corpo o tapete mágico para manipular a sobrecarga do deleite dos seus dotes, explorando seus nervos no trânsito enlouquecido pela tentadora delícia dos segredos da alcova.

Tudo é quentura e aconchegante.

Suor na chama do êxtase onde digladiam braços e poderio, pernas e estreitamentos, engalfinhando beijos no paraíso idílico e estrelado da sua boca para que eu seja mel no seu paladar e todo sabor de sua preferência imantada, incendiando a fogueira e mandando ver no prazer do seu estado de Sol.

Nesse espetáculo corpóreo repleto de fantasias por se realizar, cometo as manobras mais radicais até exaurir todas as performances contorcionistas do intercurso previstas no Kama Sutra para o gol dos zilhões de orgasmos.

E nisso invisto para navegar as carnes de mar bravio a me fazer foguete explorando seus abismos siderais na umedecida fonte inexaurível do santuário da vulva, onde saboreio toda recompensa na câmara da noite nupcial do nosso lauto banquete, como festim que serei vândalo para deixá-la incinerada pela maior loucura na pira sacrificial do amor.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOS - Alguns homens são bem-sucedidos pelo que sabem; outros pelo que fazem e uns poucos pelo que são. Pensamento do filósofo e escritor estadunidense Elbert Hubbard (1856-1915) que, juntamente com sua esposa, foi vítima de naufrágio do RMS Lusitânia, afundado por um submarino alemão na costa da Irlanda.

CRUELDADE DO MAL – [...] O trauma assim vem a ser interpretado como um ponto de fusão entre o psicológico e o social em que se perde a distinção entre interior e exterior, entre o individual e o coletivo. A incerteza quanto ao status da ferida no trauma situada entre a ordem psíquica e a física, entre a representação (fantasia) e a percepção (evento), se amplia nessa perspectiva para uma maior ambiguidade entre o privado e o público e entre o individual e o coletivo. [...]. Trecho extraído de A crueldade do real (Abralic, 2008), do professor e pesquisador Karl Erik Schollhammer.

O AMIGO DA INFÂNCIA - [...] Em seus devaneios, o irmão morto circulava feito um príncipe pelos salões do palácio perdido. A casa fora vendida quando ele tinha apenas seis semanas de vida, mas Robin escorregava pelo corrimão de mogno da escada [...] jogava dominó sobre o tapete persa quando o serafim de mármore o observava, com as asas abertas e os olhos meigos de pálpebras pesadas. [...]. Trechos extraídos da obra O amigo de infância (Companhia das Letras, 2004), da escritora, ensaísta e crítica estadunidense Donna Tartt. Veja mais aqui e aqui.

ASTRONAUTAViver / como se a vida for a / janela / que se abre devagar. / Amar / como se fôssemos / sois / de comunicação intergaláctica. / Morrer / qual cometa grandioso / fasciculado e uno / estelar cosmogonia. Poema da poeta e advogada Terezinha Lins.




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