terça-feira, março 13, 2007

PIRANGI, GORKI, CÍCERO, RABELAIS, ÍTALA NANDI, JOCY OLIVEIRA, RAZUMOV, TCHELLO D’BARROS, KERRY FOX & FAMÍLIA EUDEMONISTA!



PIRANGI - A mulher tem uma presença marcante na minha vida. Claro, sempre fui rodeado de mulher por todos os lados. E Pirangi me traz essa sensação de mulher presente sempre, relembrando das tardes fagueiras da adolescência na sua pedraria e acompanhado das mais doces companhias que me proporcionaram momentos inesquecíveis. Desde pirrotitinho, quando me entendi por gente, que a mulher me fascina. Fizesse o que traquinasse, havia sempre uma para me socorrer. Se fosse um baque destrambelhado, alguma corria para alentar. Hora de dormir, sempre uma dela para acalentar. E eram tantas, aos montes, minha casa sempre foi florida de belas mulheres, que minha mãe nem se preocupava, vez que no meu domicílio sempre transitavam tias, primas, vizinhas, afilhadas, comadres, e eu sozinho no meio da mulherada, todo ancho e cheio da pacutia. Até nisso fui sortudo: nasci no meio de três irmãs. Eu sozinho, no meio delas. Uma penca de tias. Um bocado de madrinhas. Muitas comadres. Meio mundo de vizinhas. Pois é, a minha libido fazia festa. Era louco por seios volumosos - vixi, visse não, ficava com a boca cheia. Outra: quando via um pandeirão, meus deusesinhos, bunduda morava na minha simpatia. Quanto mais graúda, melhor. Isso porque minha família era tudo tamborete de zona. E quando via uma esbelta, peituda, volumosa e vitaminada, nossa, eu endoidava o quengo e só sossegava depois de me ver embalado no meio dos seus seios em falso choramingado por qualquer maleita inexistente. De manhã mesmo eu fugia para a beira do rio, vê-las lavar panos e pratarias. A roupa molhada, as saliências transparentes, tudo pregado no corpo, ficava bisbilhotando deliciado com as formas generosas delas. Isso no Rio Una ou Pirangi. Em Pirangi era melhor, para lá iam enamoradas, quengas, destrambelhadas. Os pederastas, bandidos e desvalidos também estavam por lá. E eu no meio. Era um local um pouco distante da cidade, só de acesso pela rodagem das usinas de cana-de-açúcar. Dia sim, dia não, eu escapulia atravessando a cidade até chegar às pedrarias de Pirangi, só retornando para casa, lá pela boquinha da noite para aguentar os esporros da mãe que estava aflita por me procurar em todos os lugares possíveis e imagináveis. Ôxe, Pirangi me deixava doido: o rio, as pedras e o matagal. E muita mulher. Quando me apertava, escolhia uma moita e lá me satisfazia. Ou cagada, ou mijada, ou punheta braba, o mato escondia a gente. A água era rasa, nunca fui bom nadador. Eu atravessava as cachoeirinhas, várias, até alcançar o outro lado da margem. E ficava, de lá para cá, procurando cenário atraente: mulheres em vestes sumárias, seminuas com exposição de seus seios, suas coxas, intimidades. Muitas meninotas, moçoilas, matreiras e reboculosas timbungavam com suas vestes que não resistiam ao contato com a água e logo se soltavam deixando nudez exposta. As que não possuíam biquínis mergulhavam mesmo de caçola e sutiã mesmo e a cada imersão, uma ou outra ficava completamente despida. Muitas perdiam suas vestes quando emergiam, e eu só de tocaia para flagrar a nudez da sorteada. Isso era coisa para menino presepeiro ver. Enchia a vista arregalada. Um dia lá, já adolescente responsável, casado de cedo, cheio das manhas de homem maduro, estacionei o carro na beira do rio para esfriar o quengo inchado com algumas atividades profissionais que já desenvolvia precocemente. Queria fugir da pressão da escola e do trabalho. Desparecer. Peguei o violão na mala do carro e fiquei dedilhando, sentado na grama de uma das margens. Nem percebi a presença de uma morena faceira testemunhando meu lamento nos acordes. Dos pés dela, fui levantando a vista: em pé, geografia perfeita, enxuta, contornada e bela. Os olhos castanhos vivos. Acocorou-se e me disse: - Me dá um cigarro! Se você me der eu deixo você amar em mim. Tive um susto. Fitei-lhe e não me contive. Peguei do maço e passei-lhe com o isqueiro aceso. Ela sentou-se ao chão e ficou tragando lentamente e olhando para mim com os olhos mais pidões que poderia já ter visto na vida. Na minha timidez continuei solfejando algumas canções enquanto flagrava seu olhar pregado em mim. Ah! Pirangi... "... mas aqui estou e quero abraçar suas pedras, sua ponte, mergulhar em você e ficar...", cantarolava a canção que o Célio Carneirinho e o Marko Ripe, dois amigos meus, haviam feito. A ternura daquelas paragens sempre me fazia rever o acolhimento de mãe, a entrega da mulher, o carinho da filha, o desabrochar da moça e o calor da vida. Mesmo sendo um rio, parecia que ali havia sempre o encanto anímico de uma aura fêmea no ar. Até o vento lufava um incenso feminil que me encantava. Um encanto que sempre quis mergulhar. E mergulhei fundo lavando a jega. (Luiz Alberto Machado). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.


Imagem: A arte do pintor russo Konstantin Razumov.


Curtindo Inori à Prostituta Sagrada (1993 - Tratore, 2009), da compositora, pianista e escritora Jocy de Oliveira. Veja mais aqui.

EPÍGRAFE: DESDE ANTANHO PARA APRUMAR A CONVERSA - Faz-se bastante conveniente trazer o pensamento de Marcus Túllius Cícero (106-43 a.C.), o maior dos oradores e pensadores políticos romanos:  “Quando, numa cidade, dizem alguns filósofos, um ou muitos ambiciosos podem elevar-se, mediante a riqueza ou o poderio, nascem os privilégios de seu orgulho despótico, e seu jugo arrogante se impõe à multidão covarde e débil. Mas quando o povo sabe, ao contrário, manter suas prerrogativas, não é possível a esses encontrar mais glória, prosperidade e liberdade, porque então o povo permanece árbitro das leis, dos juízes, da paz, da guerra, dos tratados, da vida e da fortuna de todos e de cada um; então, e só então, é a coisa pública coisa do povo”. Veja mais aqui e aqui.



FAMÍLIA: MODELO EUDEMONISTA – No livro Curso de Direito de Família (Juruá, 2000), de José Lamartine Corrêa de Oliveira e Francisco José Ferreira Muniz, encontro que: A família transforma-se no sentido de que se acentuam as relações de sentimentos entre membros do grupo: valorizam-se as funções afetivas da família que se torna refugio privilegiado das pessoas contra a agitação da vida nas grandes cidades e das pressões econômicas e sociais. É o fenômeno social da família conjugal, ou nuclear ou de procriação, onde o que mais conta, portanto, é a intensidade das relações pessoais de seus membros. Diz-se por isso que é uma comunidade de afeto e entreajuda. Tem-se, pois, que o modelo de estrutura familiar consagrado pela Constituição Federal de 1988 é chamado de eudemonista, ou nuclear, baseado na ideia de núcleo da célula-mater, a saber, filhos e pais, destoando do modelo oitocentista que englobava todos os ascendentes vivos, colaterais e, em alguns casos, até mesmo os criados domésticos. Veja mais aqui e aqui.

CARNEIROS DE PANÚRGIO – Os carneiros de Panúrgio aparecem numa passagem do Pantaguel, de Rabelais, um dos pseudônimos do jornalista e romancista pornógrafo português Alfredo Gallis (1859-1910), contando que Panúrgio ia num navio cheio de carneiros e, sem dizer palavra, atirou à água um deles, que balia e assim chamava a atenção dos demais. Logo, os outros, balindo com igual entonação, começaram em fila a saltar a amurada e se atirar na água, seguindo o companheiro. Era impossível detê-los. Porque o natural dos carneiros é seguirem todos o primeiro, a qualquer parte onde vá. Aplica-se muito o episódio à política, em que não raro há Panúrgios que habilmente encaminham a carneirada no sentido dos seus desejos. Veja mais aqui e aqui.

HAICAIS – Entre os poemas do poeta, artista plástico e ator catarinense Tchello D´Barros, destaco os seguintes haicais: I – o rio leva o galho / passeando de carona / vai um passarinho. II – luz do sol na teia / pequenina tecelã / tece fios de ouro. III – violetas azuis / esta tarde não passou / em brancas nuvens. IV – brilha o sol no orvalho / porque chorou essa bromélia? / lágrimas do céu V – floração do ipê / borboletas amarelas / dançando ao vento. Veja mais aqui, aqui e aqui.

VASSAH, A DAMA DE FERRO – Em 2001, tive oportunidade de assistir no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, à montagem da peça teatral Vassah, a Dama de Ferro, do escritor e dramaturgo russo Máximo Gorki (1868-1936), com direção de Alexandre de Mello, contando a história da ganancia suicida das elites russas às vésperas da revolução que acabaria com este mundo de riqueza e prepotência. Vassah é a mulher dura que herdou uma companhia de navegação e trata funcionários e parentes como objetos. O destaque é para a atriz, diretora, escritora, dramaturga e produtora gaúcha Ítala Nandi. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

INTIMIDADE – O premiado filme Intimidade (2001), do realizador francês Patrice Chéreau, é baseado na obra do anglo-paquistanês Hanif Kureish e conta a história de um casal que tenta viver uma relação exclusivamente voltada para o sexo, em encontros semanais. Um dia, a mulher não aparece e a trama toma outros rumos. Esse casal que vive uma relação passional e encontram-se todas as tardes de quarta-feira por um único motivo: sexo. Fazem sempre o mesmo ritual: despem-se, fazem amor, vestem-se e partem sem dizer uma só palavra. Sentem-se sempre um pouco embaraçados, mas nada têm a dizer um ao outro e também nada sabem sobre a vida de cada um. Um dia, ele decide conhecer melhor sua parceira. Segue-a e descobre que ela é uma atriz, casada e com um filho. O seu marido é um simpático taxista, com quem ele faz amizade. Ao saber do fato, ela desaparece, mas ele não se conforma e parte no seu encalço. O destaque do filme vai para a atriz neozelandesa Kerry Fox. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz neozelandesa Kerry Fox



Veja mais Lima Barreto, Dario Fo, Cibercultura, Luigi Pirandello, Bigas Luna, Ana Terra, Paul Simon e Art Garfunkel, Rui Carruço, Consuelo de Paula, Tracey Moffatt, Aitana Sánchez, Juareiz Correya & Regine Limaverde aqui e aqui

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Veja aqui e aqui.

domingo, outubro 22, 2006

VINICIUS, CASTAÑEDA, CAMUS, MARYNA, ÍSIS & REGISTRO PRÉ-HISTÓRICOS DE PINDORAMA



PINDORAMA: REGISTROS PRÉ-HISTÓRICOS - Estudar a pré-história de uma sociedade é, segundo Fernandes (1960), Barbalho (1983) e Proust (2006), mergulhar nas suas origens numa viagem nela contida e viva. Com base nisso, entende-se que essa pré-história brasileira, notadamente a nordestina e, evidentemente, pernambucana, ainda está por ser considerada, revista e aprofundada. Convencionou-se, cômoda e oficialmente, que o Brasil começa com o descobrimento efetuado pelos portugueses em 1500 e que a certidão de nascimento do país é a carta de Pero Vaz de Caminha. Isso para satisfação do poder, da dominação, da acumulação, dos interesses escusos, da corrupção e da ganância, tudo em detrimento da vida humana e da raiz genuína de brasilidade. É verdade que eles, os lusos, chegaram com sua arrogância de dominadores, abençoados pela doação papal de que estas terras lhes pertenciam. Em prejuízo da verdade, isso é ensinado até hoje nas salas de aula de nossas escolas. Os lusitanos vieram em nome do Deus católico tomar conta do que estava garantido em suas posses por uma doação eclesiástica que assumia teor de ação divina. E vieram acompanhados pelos representantes cristãos que santificaram sua empreitada. Aqui chegaram e sob seu mando dominaram e catequizaram os gentios pagãos num processo escravista que começava pela fé e se desenrolava humana, social e economicamente.
As escolas ensinam que tudo isso favoreceu o processo civilizatório brasileiro, de forma harmônica e pacata, e sob os vínculos da amizade irmanada. Positivamente favoreceu o dito processo civilizatório, contudo, nem mesmo os projetos de escravização entre os lusitanos e religiosos se deram equilibradamente. Muitos conflitos ocorreram nessa relação sagrada. E o primeiro conflito se deu porque os religiosos teimavam na dominação e escravização pela fé, enquanto que os descobridores queriam logo, na marra, dominar pela força social e econômica.
As tribos primitivas que foram amistosas ao recebê-los, ajudando, inclusive, no reconhecimento da localidade, colaborando inadvertidamente com tudo que se propusessem a fazer e querer por aqui, quando se viram despojadas de sua vida e de seus domínios, tiveram ou que se submeter ao jugo dos invasores ou guerrear contra eles. E ao longo dos séculos, toda uma trajetória de supremacia branca é comemorada nos livros escolares e nos eventos do calendário oficial até o presente momento. Porém, ao contrário do que se ensina oficialmente e é lecionada nas aulas aos nossos estudantes, uma verdade inglória e injusta subjaz a todos os júbilos comemorativos da nação brasileira. Isso porque antes de tudo, o antes. Além do mais, precisamos remontar nosso passado, recolhendo as suas lições para semeá-las no presente com o objetivo de construir um futuro possível.
Então, no princípio tudo era Pindorama, que significa “Terra das Palmeiras” em tupi – nome dado ao Brasil pelos nativos do período pré-cabralino -, onde viviam várias sociedades indígenas que, segundo estudos realizados por Proust (2006, p. 7-8), “[...] as sociedades indígenas estavam implantadas no Brasil há mais de 12.000 anos e tiveram muito tempo para se transformar”. Baseia-se o autor nas fontes arqueológicas encontradas em diversos estudos realizados nas fontes compostas de vestígios materiais deixados pelos homens e parcialmente preservados dos processos naturais de degradação.
Durante os mais diversos estudos antropológicos e geológicos, foram identificados sítios onde os grafismos definem uma tradição nordestina desenvolvida entre 12 e 6 mil anos atrás, explicitando Proust (2006, p. 13) que: “Ao longo dos rios semipermanentes de Pernambuco, da Paraíba e na beirada dos afluentes do Araguaia, em Goiás, matacões e lajedos cobertos por gravuras são tradicionalmente chamados Itacoatiara. No Nordeste dominam conjuntos de pequenas depressões que podem ser interpretadas como constelações ou como gotas de água”. Tais afirmações, inclusive, coincidem com os registros arqueológicos encontrados em diversos municípios do estado pernambucano e, hoje alagoano, comprovando a existência do homem pré-histórico no território.
Sobre tais informações, fica evidente que as tribos primitivas que povoavam a região eram nômades e, segundo Fernandes (1960, p. 113), “[...] sua mobilidade no espaço era relativamente grande”, uma vez que se deslocavam periodicamente dentro de uma determinada região, depois abandonando para buscar outra localidade mais fértil e mais rica de recursos naturais. Da mesma forma, encontramos as descrições históricas elaboradas por Bueno (2003, p. 15), traçando o perfil dessa sociedade primitiva do território de Pindorama, assinalando que: “[...] Povos nômades vindos da Ásia, através do Estreito de Bering, teriam sido os primeiros a colonizar o vasto território, em data ainda desconhecida, talvez por volta de 40 mil anos atrás. Um desses povos deu origem aos tupis-guaranis, uma das sete grandes famílias que constituíam o grupo lingüístico Macro-Tupi. No inicio da Era Cristã, os tupis-guaranis começaram a migrar através dos vales de alguns afluentes do Rio Amazonas. Embora de fundo religioso, a migração deu-se por causa de crescimento demográfico e da desertificação territorial tribal. Os tupis chegaram ao litoral do Brasil e dali expulsaram os tapuias (“os outros”, em tupi). Os tupis cultivavam mandioca e milho - símbolos da civilização – e, por isso, eram mais evoluídos que os tapuias, coletores e caçadores que eles consideravam bárbaros. Os tapuias (que eram do grupo lingüístico Jê) já haviam expulsado da praia seus habitantes originais, os chamados homens dos sambaquis”. Tal condução leva a patentear que as tribos primitivas que povoavam Pindorama estavam enraizadas em todo território há milênios. E tal menção assume importância pelo fato da história oficial brasileira admitir apenas a existência do nosso território a partir do “descobrimento” do Brasil, quando, na verdade, muitos outros povos aqui estiveram muito antes, determinando, apenas, que os portugueses verdadeiramente acharam e invadiram o Brasil. Além disso, posicionam-se diversos historiadores e estudiosos que muito antes dos portugueses acharem e invadirem as terras brasileiras, outros povos por aqui circularam entre os aborígines, encontrando-se informações de que há milênios, por exemplo, os fenícios estiveram na costa brasileira por volta 1100 a.C., penetrando pelo interior à cata de minas de ouro, conforme informa Barbalho (1983, p. 27), baseado no austríaco Ludwig Schwenhagen: [...] Já se conhecem, aproximadamente, dois mil letreiros e inscrições espalhados sobre todo território brasileiro e gravados nas pedras com instrumentos de ferro ou bronze, ou com tintas indeléveis, quimicamente preparadas, caracteres petroglíficos evidentemente feitos por homens que sabiam escrever e usavam alfabetos de povos civilizados do Mar Mediterrâneo. Provado também está que existiu transatlântica navegação entre esses povos e o continente brasileiro, durante muitos séculos antes de Cristo. [...] existem também indícios da antiga escrita babilônica a que se dava o nome de sumérica. Ainda mais, há letreiros escritos com hieróglifos egípcios e, em outras pedras, diferenciam-se variantes de letras encontradas em inscrição da ilha de Creta, da Caria, da Etrúria e Ibéria, bem como letras gregas e mesmo latinas. É nesta condução que se encontram as narrativas do historiador grego Diodoro do séc. I a.C., e, também, dos estudos feitos pelo arqueólogo brasileiro Silva Ramos. A respeito disso, Barbalho (1983, p. 30) faz referências ao relato do historiador grego Diodoro Sículo, de Agrigento, cidade grega da Sicília, contemporâneo de Cícero e Julio Cezar, mencionando que: “As correntes oceânicas saídas de Guiné, rumo ao Brasil, foram conhecidas dos navegadores da antiguidade como dos da Idade Média. [...] Os navegadores fenícios encontraram as mesmas correntes oceânicas de que se aproveitaria Cabral para alcançar o continente brasileiro, e chegaram, com viagem de muitos dias às costas do Nordeste do Brasil, efetivando proeza pioneira e tornando-se descobridores do Novo Mundo já em 1100 a.C. Diodoro narra a viagem dos fenícios, praticamente com as mesmas palavras usadas, muito tempo depois, nos compêndios escolares brasileiros acerca da viagem de Cabral”. É com base nisso e noutros estudos realizados por pesquisadores, estudiosos, antropólogos e historiadores, que antes dos portugueses, além dos fenícios, rondaram o território brasileiro desde vikings, celtas, iberos, gauleses, bretões, anglos, saxões, francos, germanos e até neerlandeses. Observa o autor em seus estudos que isso se comprova mediante a questão da origem do nome Brasil que já era conhecido antes da era pré-cristã, referenciado como o Eldorado, o éden terrestre, ou o paraíso. Tal alusão é também observada por Almeida (2007, 32/37), dando conta de que: “[...] relatos de viagem do período medieval afirmavam a existência de um paraíso terrestre; descrições míticas que legitimaram a reconquista ibérica. [...] Por muito tempo, narrativas como as viagens de São Brandão e de Amaro, entre outros navegantes, foram vistas como motivação para as conquistas marítimas”. Tal entendimento bate com a expressão Hy Brazil ou Hy-Breazil que, segundo Bueno (2003, p. 124), tem referência com: “[...] uma das tantas ilhas mitológicas espalhadas pelo Mar Tenebroso se chamava Hy Brazil. Era um território lendário, assoado com a trajetória de São Brandão, místico irlandês que, no ano 565 da era cristã, tinha partido para o oceano em busca de uma terra sem males. Depois de terrível peregrinação náutica, o religioso enfim chegou a uma ilha movediça, ressonante de sinos sobre o velho mar. Batizou-a de Hy Brazil, a Terra da Bem-Aventurança. Brazil provêm da palavra celta “bress”, origem do inglês “bless” que quer dizer abençoar”. No caso da origem do nome Brasil, diversas pesquisas realizadas redundam na celeuma e diversidade de entendimentos entre dicionaristas, enciclopedistas, linguistas e pesquisadores, encontrando-se o étimo como originário do celta breasail, ou do sânscrito bradshita, ou do grego brázein, também do baixo latim brasile, ou do toscano verzino di brasili e do vêneto berzi, do genovês brazil ou brezill, do germânico bras, do aríaco parasil, da expressão Hy-Brazail – referência a uma ilha do Atlântico povoada pelos índios vermelhos, segundo consta de narrativas recolhidas dos antigos irlandeses - e, ainda, do tupi ibira-ciri por causa da Caesalpina echinata, uma madeira vermelha mais popularmente conhecida como pau-brasil, além do tupi-guarani, paraci. Tais expressões significam, segundo dicionaristas e enciclopedistas, algo em torno de pau eriçado o que adviria do pau-brasil. Entretanto, reitere-se que deste as mais remotas eras o nome Brasil teve significação de paraíso terrestre, éden, eldorado, Canaã, coisas assemelhadas ao paraíso do Velho Testamento.
É conveniente, portanto, a necessidade de colocar verdadeiramente que antes dos portugueses já se conhecia a expressão Brasil, outros povos por aqui passaram e que, acima de tudo, aqui existiam tribos indígenas, como se sabe oficialmente, e que, pela visita, invasão e exploração de outros povos que contribuíram direta e indiretamente para a formação brasileira, reconhecendo, evidentemente, a predominância portuguesa. Veja mais aqui.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Néri. Em busca do paraíso. Brasil. Especial História: colônia, império, república. Edição 2, p. 32/37, abril/2007.
BARBALHO, Nelson. Cronologia Pernambucana - Subsídios para a História do Agreste e do Sertão. Recife: FIAM, 1983.
BUENO, Eduardo. Brasil: terra à vista! Porto Alegre: LP&M, 2003.
FERNANDES, Florestan. Mudanças sociais no Brasil. São Paulo: Difusão do Livro, 1960.
PROUST, André. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.


PENSAMENTO DO DIAA gente deve simplificar as coias, buscar os sons como quem quer compreendê-los e, depois, passá-los adante da forma mais simples possível. Pensamento do poeta, dramaturgo, jornalista, compositor e diplomata brasileiro Vinicius de Moraes (1913-1980). Veja mais aqui, aqui & aqui.

A ERVA DO DIABO - [...] Qualquer caminho é apenas um caminho e não contitui insulto algum – para si mesmo ou para os outros – abandoná-lo quando assim ordena seu coração. [...] Olhe cada caminho com cuidado e atenção.tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o camnho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma. [...]. Trecho extraído da obra A erva do diabo: as experiências indigenas com plantas alucinógenas reveladas por Dom Juan (Record, 1968), do escritor e antropólogo peruano Carlos Castañeda (1925-1998). Veja mais aqui.

MITO DE SÍSIFO – [...] A partir do momento em que ela é reconhecida, a absurdidade é uma paixão, a mais dilacerante de todas. [...] O absurdo nasce da confrontação entre os anseios humanos e o silêncio iníquo do mundo. É isso que não se pode esquecer. É disso que é necessário enganchar-se porque toda a conseqüência de uma vida pode brotar disso. A irracionalidade, a nostalgia humana e o absurdo que surge de seu confronto são portanto as três personagens do drama que deve necessariamente acabar com toda a lógica de onde uma existência é possível. [...] sua grandeza é sua inconseqüência. A prova de sua existência é sua inumanidade. [...]. Viver é fazer viver o absurdo. Fazer viver é antes de tudo olhá-lo. Ao contrário de Eurídice, o absurdo não morre quando a gente olha para trás. Trechos extraídos da obra O mito de Sísifo (Livros do Brasil, 2002), do escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus (1913-1960). Veja mais aqui.

NA ALCOVA DE MARYNA - Os meus lábios requerentes e apaixonados se encaminham para os seus, minha Ishtar nua e descoberta, enquanto meu coração se descabela a quatro mil rpm numa rajada barulhenta da bateria das nossas escolas de samba juntas em plena terça-feira de carnaval do nosso lúbrico amor que incendeia nossas almas e vicia nosso querer constante e obsessivo. E quando os meus e os seus lábios se encontram faíscam relâmpagos violentos de festa em zis fogos de artifícios, acompanhando a tremedeira energizada de todo meu corpo que se apronta para ser eletrocutado pelo prazer da sua obsessão lasciva até nos entregarmos dependentes um do outro na explosão do nosso coito para serenar nossas vidas. E minhas mãos segurarão seu rosto para que os beijos estalem certeiros e, com isso, elas possam explorar sua vitalidade contornando carinhosamente sua beleza anatômica sensual e inquieta, alisando seus braços, seios, quadris, ventre. E podendo sentir seu corpo abrasado no meu com a nudez de nossas almas incendiárias de hipererosia. E você enlouquecendo a se esfregar no meu corpo, saracoteando, dando voltas em si para que eu possa tomar ciência de toda proporção da sua maravilha, para que eu possa morder sua carne e encare suas costas enquanto seu glúteo saboroso rebola no meu membro em riste e eu possa lambuzar com a minha excitação máxima toda a pele sedosa de suas ancas, de sua púbis e do seu prazer. Ah! deusa única e exclusiva do meu panteão, minha nau do prazer, deixa que eu me atire na façanha de tê-la égua da melhor montaria, que eu seja rendido como Enkidu pelo feitiço de seus encantos luxuriosos, que eu me realize no nosso intercurso e me derrame em profusão como um príapo enlouquecido e nessa loucura eu seja o sorvete de morango no seu paladar, e você a calda de ameixa saborosíssima no meu gozar. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

O GOZO DE ÍSISÉ madrugada, meu amor... depois de um sono estranho, muito cansaço e febre, acordo com a garganta mal podendo engolir, dor nas costas, o silêncio, no peito uma dor chamada ciúme por coisinhas pequenas sim, mas detalhezinhos que alimentam a alma feminina, o ego, quando eu estou tão carente de vc, quando pra mim nem um recado no meio da tarde, quando  eu jamais respondi ou enviei twitteres diretamente pras pessoas, apenas jogo pra todo mundo, enquanto vc responde pessoalmente o que jamais respondeu pra mim por lá, enquanto DESEJO é tudo o que vc gosta de colocar porque essa é a canção da sua vida e, com certeza, faz com que a alma feminina sonhe que o que diz na letra, seja pra si própria... acordei no meio da madrugada, com a dor do ciúme de quem ama, de quem deseja ( o dia que eu não sentir  mais isso, de duas uma: deixei de amar ou morri)... acordei no meio da noite entre a dor e a febre, mas o que mais me adoece é esse desejo por vc (desejo que nunca conheci na vida, talvez por amar tanto dessa forma, eu tenha me soltado, eu tenha me libertado de minhas próprias amarras como mulher, e isso é seu, exclusivamente seu. Nunca houve esses sentimentos e atitudes com nem por ninguém e jamais será por outro alguém na mminha vida porque eu vou morrer sendo sua)... acordei no meio da madrugada sentindo meu sexo latejar, o útero dar lances de um dolorimento que clinicamente é chamado "desejo reprimido" e os reflexos dos mesmos, a vontade de estar junto de vc, me leva a sentir isso, o que nenhum remédio poderá resolver, nem nada a não ser vc e o amor que eu puder ter de vc... acordei no meio da noite, com vontade gritante de rebolar na sua cara, pra que veja mesmo, pra que sinta, a loucura da mulher que o ama se soltar e querer ser tudo pra vc, ser a puta mais puta pro seu prazer, pro seu querer, pro seu amar (não sei separar tesão de amor, meu carinho)... acordei com aquela loucura na cabeça de abrir as pernas como jamais eu fiz na vida, convidando-o a tomar posse do que é seu, a cuidar de todas as formas safadas, libidinosas e sem pudor que houver entre nós dois. Acordei sem querer me controlar e sem poder evitar que as mãos, os dedos, me esfregassem todo o sexo, de forma sofrida, de forma sujigante, me esfregando mesmo com o desespero quem ama e sente arder essa coisa que vc deixou dentro de mim por vc, que me fez sentir selvagem, fêmea animal no cio entregando pra vc o rabo e todos as minhas fendas, pra que vc, macho que vibra e deseja se esporrar todo com seu prazer nessa fêmea (são os desejos de macho que afloram no momento da gula insana e possessiva - depois desse momento o homem se afasta, se esfria todo, fica indiferente e distante até o próximo momento)... Acordei no meio da noite, ardendo em febre no organismo debilitado pela mudança repentina do tempo, ardendo em febre de saudade, de ciúme, ardendo em febre de desejos incontidos, extremos, que me fazem sem qualquer juízo, pudor e controle sobre mim mesma.... no meio dessa noite fria, agonizante, eu faço das minhas mãos vc em mim, gemendo, vou me remexendo em vc, como se me chupasse, como se me comesse, me degustasse, me lambesse, como se usurpasse todos os meus sentidos e ainda me dissesse que sou sua puta, sua fêmea faminta e vadia no meu jeito de ser e em entregar a vc, que eu sou tudo o que vc sempre quis ter em matéria de uma mulher totalmente, podremente, despudoradamente rasgada e estirada aos seus prazeres e gozos jamais imagináveis, arrancando de vc o que vc mesmo me disse, esse lado primitivo, selvagem que o faz um príapo canibal de mim (de repente nem sente amor, mas sente em desejos o que jamais pôde ou teve espaço pra sentir e viver) e como eu quero ser isso sempre pra vc, só lamentarei se a ausência do sentimento amor não for parceira desses desejos e quereres, mas estou cá, no meio da noite, me remexendo embaixo do endredon, escrevendo devagar com uma mão só, me masturbando desesperadamente, recordando e sentindo seu cacete no meu cu, entrando e saindo, me socando até no fundo do meu ser sem fim de tanto amar e querer vc, até no fundo infinito dessa minha vontade de que estivsse agora me socando, metendo, fodendo essa mulher que só sabe viver por vc, ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh ssssssssssssssssssssssss seu pau em mim, sssssssssssssssssssssssssssssssssssssestou gemendo, chorando, gozandooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooopra vccccccccccccccccccc um gozooooooooooooooooooooooooo que seria perfeito se aqui vc estivesse, um gozooooooooooooooooooooooooooo de paixao, de dor, de saudade, de abandono, no meio da noite...........................................................................ooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! o que eu sou? seu amor? sua mulher? sua amada? musa? ou apenas sua puta? puta que eu adoro ser pra vc pq essa puta só nasceu parida por vc , essa puta só é sua, só vive e quer vc aqui, no meu gozoooooooooooooooo até morrerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr (estou derramando suor, derramando tudo o que eu sinto por vc, nesse gozoooooooooooooo solitário, doloroso, seu, seu,seuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Texto pornoerótico de Ísis Nefelibata. Veja mais aqui, aqui & aqui.


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ENQUETE TATARITARITATA - Genteamiga, o seu Tataritaritatá está realizando uma enquete das mais importantes para a vida do brasileiro!!!! (Não ria não, é coisa séria mesmo!!!!!)
Pois bem, você sabe qual o esporte mais praticado no Brasil?????
Assinale a alternativa correta:
1. Futebol - nesse a gente está careca de saber que somos pentacampeão do mundo, quase hexa num fosse a moleza, salto alto e desentrosamento dos jogadores e a bosteira do Parreira!
2. Voleibol - esse está trazendo muitas medalhas tanto no masculino como no feminino!
3. Basquetebol - que a gente ainda fica babando com a lembrança da dupla Hortência/Paula!!!
4. Futsal - que ganha de goleadas e manda ver!
5. Futebol de praia - ah, memoráveis tempos do Zico, Júnior e dos de hoje!
6. Jogo de cartas - esse eu tenho certeza que tá todo mundo ainda sapecando frouxo!
7. Porrinha (aquela dos palitinhos adivinhando tudo na mão dos outros, sabe?)
8. Xadrez - eita, nem sei se vai longe, ainda me lembro do Mequinho, lembram?
9. Sinuca - ah, num fosse o Rui Chapéu a gente nem sabia que havia campeonato!
10. Pedras - ah, aquela de jogar pedras na vidraça dos outros!
11. Pulhas - ah, todo mundo joga das suas todos os dias, todo dia o dia todo, né? Tem até os enfurecidos que jogam a mãe dos outros!
12. Cuspe - esse eu acho uma descortesia da peste! Melhor cuspir pra cima, se não sair de baixo ele cai na cara mesmo.
13. Espórtula - essa prática que é mais conhecida como: molha-mão, propina, gordura-no-pé-do-cipa, gorjeta, vaselina-pra-funcionário-público, azeite-no-governo, esculhambação de tudo, jeitinho brasileiro, ajeita-aí, facilita-vai!, derrocada-do-PT, alegria-de-autoridade, dízimo, comissão, vantagens, e-na-moringa-não-vai-água?, protocolo, abre-cu da burocracia, moleza, amansa-corno, salivada e por ai vai!!!
Deixe sua manifestação e acompanhe as estatísticas!!!
Participe desse momento histórico da vida brasileira!!!
Vamos nessa? Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!!!
Beijabrações


CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Carol Nude, de Tom Wesselmann.
 Veja aqui e aqui.



CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA


Recital Musical Tataritaritatá

Veja aqui.



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