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terça-feira, novembro 20, 2018

TATJANA VASSILJEVA, MARIA ISAURA QUEIRÓZ, BRYCE CAMERON, CARNEY GRIFFITHS, CONSCIÊNCIA NEGRA & CANTO PÁ QUENTÁ


TIRANDO DE LETRA – Art by Carney Griffiths - Tenho dormido bem, sonhado muito, inclusive, de olhos abertos, mantido uma dieta saudável, acho, pois, não abuso de açúcar ou sal; tomo umas poucas cervejas vez em quando e isso nos finais de semana quando muito, não faço uso de droga nenhuma, nem lícita nem ilícita – às vezes me rendo ao tabagismo e a um chazinho caseiro desses de raízes compradas na feira e só, também me acho filho de Deus, mesmo cônscio de que não sou santo nem pretendo ser perfeito, valha-me. Todavia, quando acordo e boto a cara na rua, desconfio que o dia está mais parecido ao de ontem ou mesmo anteontem e disfarçados de amanhã. Tanto é que agora sempre corro o dedo pelo calendário e mesmo que ele siga adiante por dias, semanas, meses, anos, não me convence ser coisa do crástino: como se o futuro fosse passado ou o tempo estivesse parado mesmo que o dia passe pra tarde, entre pela noite madrugada adentro e tudo seja a mesma coisa. Pode uma coisa dessas? Peraí, ou estou ficando doido – o que não seria nenhuma novidade para mim, juro que não tenho sanidade mental -, ou esse filme eu já vi mais de uma vez, reprises intermináveis. Será possível? Não, não estou assistindo muita televisão, sei que tem quem se deixe influenciar por essa caixa idiota, que ensina a todo mundo a ser pelo menos tagarela, só diga asneiras e veja o mundo quadrado de cabeça pra baixo com tudo às avessas. Já desliguei faz tempo. Da mesma forma, já estou ciente que tem cérebro subutilizado apenas para tirar proveito em tudo e em qualquer ocasião, dando sempre a impressão de que há sempre um tolo de plantão – e esse, com certeza, sou eu, ninguém mais. A desconfiança é tanta que quase sempre constato, por exemplo, que quando um médico resolve um problema, cria outros tantos da gente sucumbir feito uma boceta de Pandora ambulante, sobrecarregados de cachetes e variando pra cima e pra baixo, à procura de um advogado que nos deixará no fim da picada e tratando-nos como um minotauro aprisionado aos labirintos da ilegalidade, uma vez que este só arruma mais bronca e não resolve absolutamente nada. Por isso me sinto quase frito e sem saída, cheio de nó pelas costas, mergulhado numa onda em que o que se aprende não vale nada e que cada um – pelo menos eu mesmo – é apenas um inútil que está na vida só pra dar trabalho à humanidade. Estou quase certo que Deus fez o mundo em seis dias e isso todo mundo sabe; o que não se sabia é que a partir do sétimo dia começou a aparecer pitaqueiro até de um olho só e com um rei na barriga para dar um retoque ali, um consertinho aqui e outros tantos pra botar tudo abaixo segundo seu próprio juízo, fazendo gambiarras sem fim, até dar um nó cego tão grande de deixar todo mundo nessa zona insolvente. Até os dez mandamentos que eram vinte, hoje estão todos quebrados. E já dizia Mark Twain: se Jesus vivesse hoje não seria cristão. Ôpa! Ou eu não estou entendendo nada ou a coisa disparatou de vez e a gente roda e não sai do lugar. Entramos naquela de jurar que nunca faremos de novo e que seremos mais cuidadosos da próxima vez, isso se não se aventurar de jogar com toda força a primeira pedra no ventilador do teto só pra ver o circo pegar fogo. Que tem gente que não se manca, a gente está careca de saber, todos autores das boas ideias que não funcionam e que fazem do inferno uma tolerante convivência recheada de boas intenções com ressentimentos prontos para golpear pelas costas. O que ocorre é que por mais seguro que se ache, há sempre alguém olhando e pronto pra dedar e se achegar na chantagem. Estou quase com a certidão de que não existe mais boa vontade porque todos estão ocupados em se esconder das garras da Receita e Polícia Federais e da Justiça Eleitoral – claro, qualquer coisa que fizer pode ser enquadrado numa dessas fabricações legais extraordinárias que se formam pelas jurisprudências das decisões mais casuísticas. É o que deixa claro a política no Brasil: quando não é conversa pra boi dormir, é conto do vigário - alguém sempre sai lesado, e não é outro senão o próprio eleitor iludido e mal-pago que se vinga contra o primeiro otário que aparecer, e passa a ocupar cargos em qualquer instituição das três esferas e em quaisquer níveis do Poder, só para atrapalhar a vida dos outros, quando deveriam estar atendendo numa pizzaria ou similar, ou mesmo atrás das grades, pelo menos. Com esses, só vale o que se exije por escrito na disfuncionalidade burocrática, em papel assinado com duas testemunhas e passado em cartório, registrado e carimbado para que vire um litígio de séculos. Ainda bem que não sou Shaw, mas bem que podia. Como tenho relevado muito desaforo que não respeita a minha cidadã morenice ameríndia afrodescendente, tiro por menos e sorrio compreensivo para dizer que a minha indignação está pelo gogó e que não sou palito de fósforo para sair por aí tocando fogo em tudo que é monturo. Para aliviar minhas neuras, aprecio sem moderação a Natureza, a imensidão dos céus, as belas mulheres que passeiam, o colorido das coisas, tudo para fazer valer que vivo e vale a pena. Quer saber? Se a vida está um bocado indigesta e cheia de catabís, faço por onde só me alimentar daquilo que não me cause queimores no bucho e mal-estares na caixa dos peitos, pois aprendi que se a gente se levar muito a sério, acaba tendo um troço e acabou-se o que era doce. Amém & amem. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] A análise da evolução da posição socioeconômica dos negros na sociedade global, formada pela cidade de São Paulo, mostra que a consciência étnica, representada pelo aparecimento das associações voluntárias, é sutil e móvel em estreita relação com o desenvolvimento sócioeconômico, ameniza-se ou expande-se segundo haja facilidade ou não para os negros ascenderem [...] Agem, pois, os preconceitos como racíonalizâo da abertura ou do fechamento do mercado de trabalho da sociedade global, em cada uma de suas camadas, mas as causas da abertura e do fechamento não se encontram na existência ou não de preconceitos, e sim no interior da própria sociedade global como tal que, historicamente formada de brancos e negros, estes ocupando historicamente um nível inferior, caracterizada economicamente como uma sociedade capitalista,desenvolve para ambos as possibilidades de ascensão sócioeconômica, conforme as necessidades internas do seu mercado de trabalho [...].
Trechos extraídos da obra Cultura, sociedade rural, sociedade urbana no Brasil (EdUSP, 1978), da sociológa e premiada escritora centenária Maria Isaura Pereira de Queiróz Veja mais abaixo.

A ARTE DE BRYCE CAMERON
A arte do artista estadunidense Bryce Cameron.

AGENDA:
Canto pá Quentá – Mundaré, Tambor de Crioula, Guriatã, Samba de Roda & Samba de Murixaba & muito mais na Agenda aqui.
&
Consciência Negra aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
&
A professora & a festa do espalhafato, Nitolino, Antonio Skarmeta, Iberê Camargo. Jules Michelet, Alda Lara, Isonomia & Walbert de Moura Agra, Panelas, Elis Regina, Al Di Meola, Claudia Telles & Felipe Coelho aqui.
&
Conversa de sinal, Hermilo Borba Filho, Marcel Proust, Giorgio de Chirico, A mundialização de François Chesnais, Educação & Capitalismo de Ladislau Dowbor, Xexéu, Culto à Mawu, Gal Costa, Chico Buarque, Geraldo Azevedo, Caetano Veloso, Lenine, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Alceu Valença, Ivan Lins, Adriana Calcanhoto, Elza Soares & Maria Bethania aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio Tataritaritatá a música da premiada violoncelista russa Tatjana Vassiljeva interpretando Rococó Variations Tchaikovsky, Double Concert Brahms, Sonatas de Schubert & Schostakowitsch & muito mais nos mais de 2 milhões & 800 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui e aqui.


quarta-feira, setembro 27, 2017

RILKE, KRISHNAMURTI, ALBERTO DA CUNHA MELO, LADISLAU DOWBOR, BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS & ANSELM KIEFER

LÁ VAI TOMÉ ESCAPANDO DAS SUAS – Havia sido deflagrada em Alagoinhanduba uma campanha de doação de órgãos, quando uma distinta moça abordou Tomé que ia avexado do trabalho pra casa. Como se tratava de uma bela jovem, ele deu um freio nas quatro de quase afundar os pés no chão, parou, ajeitou-se todo, olhou-a dos pés à cabeça e ficou prestando atenção à abordagem da moça a respeito do assunto. Ouvia ele atentamente sem entender nada porque estava de butuca no decote suntuoso dela, conferindo a geografia assimétrica de beldade daquela que seria, pra ele, o tipo ideal de mulher pra casar, fazendo de conta que acompanhava as maiores explicações sobre qualidade de vida daqueles que recebiam órgãos transplantados, com ênfase no ato de cidadania e solidariedade humana doar seus órgãos ainda em vida para salvar os que precisavam arriados na cama ou quarando numa fila de espera por anos. Conversa bonita, pensou ele, mas vale a pena, vai que cola e eu lavo a jega. E quanto mais ela falava, mais ele apertava os olhos sobrecarregado de interrogações, até que franziu o cenho mesmo ao tomar ciência que ele só seria doador de órgãos e tecidos, se tivesse morte encefálica diagnosticada, ter boas condições hemodinâmicas, não apresentar sorologia positiva e ter a doação autorizada pela família. Ele afastou-se um pouco, tomou ar e interrompeu o falatório: - Moça, com licença da má palavra, mas pra mim a senhora está falando grego, pode explicar melhor? A simpática senhorita abriu-lhe um sorriso encantador e, pacientemente, explicou tudo novamente nos mínimos detalhes, acrescentando que ele poderia doar o coração e os pulmões, os rins, o fígado, o pâncreas e as valvas cardíacas, tendo de ser maior de idade o que era comprovado pela sua idade, estar em condições de doar o que ele era inequivocamente compatível, ter um receptor que fosse da família ou para estranhos com autorização judicial, excetuando-se nos casos de doação da medula óssea. Hem? Ele apertou os olhos de novo e inquiriu em tom meio sarcástico: - Ô dona moça, como posso ser doador se ainda estou vivo? Lá vai ela mais uma vez respirando fundo e explicando tintim por tintim, ao final, ele ainda sapecou: - Ué, quer dizer que depois de morto eu vou pro céu vazio de tudo é? Ah, minha filha, mas isso não vai poder de jeito nenhum, pois a patroa lá de casa não vai deixar tirar minhas coisas pra dar pros outros, vai nada, hum, ciumenta como a praga feito aquela, ela vai é armar o maior barraco! Pode contar com isso. A senhora não conhece a brabeza da patroa, não, e por falar nisso, se eu demorar mais um pouquinho ela vai me matar e a senhora nem vai poder aproveitar nada porque vou morrer de cacete brabo, de não sobrar nem o retrato, quanto mais meus órgãos inteiros. Dá licença, ou eu escapo de morrer aqui de susto, ou morro lascado em casa. Inté mais ver. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com o cantor e compositor inglês Peter Gabriel em Concerto, com Milton Nascimento & Gênesis; a violoncelista russa Tatjana Vassiljeva interpretando Tchaikovsky, Kodaly Sonata & HK Sinfonietta Cello Concerto; o compositor e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Edson Zampronha apresentando Sonora, Invierno & Modelagem XII; e a cantora e compositora Karyme Hass interpretando Simplesmente, Sonho Azul, Céu e Mar, Agora quero amor, Estrada de flores & Saindo do inferno. Para conferir é só ligar o som e curtir.

A VERDADEIRA LIBERDADE – [...] Liberdade é algo completamente diferente. Ela nasce, não podemos buscá-la. Ela nasce quando não há medo, quando há amor no coração. [...] Cabe ao educador criar um novo ser humano, um ser humano diferente, sem medo, autoconfiante, que possa fundar uma própria sociedade – uma sociedade totalmente diversa da nossa que está baseada no medo, na inveja, na ambição, na corrupção. A verdadeira liberdade só pode vir à luz quando surgir a inteligência, ou seja, a compreensão do todo, do total processo da existência. [...]. Trechos extraídos da obra Sobre a liberdade (Cultrix, 1991), do filósofo, escritor e educador indiano Jiddu Krishnamurti (1895-1986). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

GLOBALIZAÇÃO: ENTENDENDO DO RISCADO - [...] Ao contrário que o termo globalização superficialmente conota, estamos perante processos de mudança altamente contraditórios e desiguais, variáveis na sua intensidade e até na sua direção [...] Uma das características salientes da globalização que designamos por hegemônica é o fato de os custos e as oportunidades que produz serem muitos desigualmente distribuídos no interior do sistema mundial, residindo aí a razão do aumento exponencial das desigualdades sociais entre os países ricos e países pobres e entre ricos e pobres do mesmo país nas últimas décadas [...]. Trechos extraídos da obra A globalização e as ciências sociais (Cortez, 2002), organizado pelo jurista e professor Boaventura de Sousa Santos. Veja mais aqui e aqui.

NOSSO FUTURO COMUM - [...] Somos condenados a inovar, e o tempo de que a humanidade dispõe, nessa época caracterizada por gigantescos recursos tecnológicos e poucos recursos de organização política civilizada, é limitado. Resumir o problema à dimensão frequentemente estreita que assume o embate entre esquerda e direita já não é suficiente. Trata-se, como bem o caracterizou Gro Brundtland, do nosso futuro comum. Trecho extraído da obra A reprodução social (Vozes, 1999), do economista e professor Ladislau Dowbor.

CARTA A UM JOVEM POETA – [...] A arte também é apenas uma maneira de viver. A gente pode preparar-se para ela sem o saber, vivendo de qualquer forma. Em tudo o que é verdadeiro, está-se mais perto dela do que nas falsas profissões meio-artistas. Estas, dando a ilusão de uma proximidade da arte, praticamente negam e atacam a existência de qualquer arte. Assim o faz, mais ou menos, todo o jornalismo, quase toda a crítica e três quartos daquilo que se chama e se quer chamar literatura. [...]. Trecho da obra Carta a um jovem poeta (Globo, 1986), do poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926). Veja mais aqui e aqui.

MEU AMOR & OS OUTROSToda vez que subo / nessas minhas / altitudes máximas / (além do nível do bar) / e mergulho de cabeça, / tripa e tudo / nessa minhas / profundidades (também) máximas / (além do nível do lar) / o rosto de Clau / está lá em cima / e lá embaixo /me deslumbrando, sozinho! / - Quem é Clau? / (pergunta um burríssimo / PHD em Estética) / e ninguém pode salvar / seus pobres alunos. Poema extraído da obra Somas dos sumos (José Olympio, 1983), do escritor, jornalista e sociólogo Alberto da Cunha Melo (1942-2007). Veja mais aqui.

BIBLIOTECA FENELON BARRETO
Acompanhando o diretor da Biblioteca Fenelon Barreto, João Paulo Araújo, na recepção do poeta e artista plástico Paulo Profeta, a bibliotecária do IF-PE, Mariana e o professor e pesquisador do IF-PE, Derlano.

Veja mais:
A música de Peter Gabriel aqui.
A arte musical de Tatjana Vassiljeva aqui.
A arte de Edson Zampronha aqui.
A arte musical de Karyme Hass aqui e aqui.
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Livros Infantis do Nitolino aqui.
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Agenda de Eventos aqui.

A ARTE DE ANSELM KIEFER
A arte do pintor e escultor alemão Anselm Kiefer.
 

NOÉMIA DE SOUSA, PAMELA DES BARRES, URSULA KARVEN, SETÍGONO & MARCONDES BATISTA

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Sempre Libera (Deutsche Grammophon , 2004), Violetta - Arias and Duets from Verdi's La Tra...