quarta-feira, fevereiro 01, 2006

THIAGO DE MELLO, HERÓDOTO, FRANCESCA MARCIANO, KENNETH BURKE, ASSASSINOS DO FREVO, TAO DO AMOR DE JOLAN CHANG & A MULHER NA ANTIGUIDADE

DANÇA ELA NUA NO MEU CORAÇÃO – Lá vem ela que chega o prazer as coxas na sainha esvoaçante a me fazer caçador do seu sexo rente ao meu desejo priapico que a quer inteira dançarina deslizando sobre o meu corpo priápico que a envolve rodopiante toda insinuante saliente pro meu prazer mais que esperado e ela rebola ginga de lado a lado ombros aos meneios e eu almejo todo o seu recheio como quem vai dizimá-la canabalizada na minha gula furiosa e ela é toda sestrosa dançando indiferente enquanto eu imprudente me aposso de toda sua candura repleta de luz e suor nossos corpos é um só enquanto ela altiva se faz que nem liga nem sabe o que acontece na minha rede ela tece toda lubricidade ela é minha cidade meu planeta universo e eu sinto o seu sexo molhado ao toque dos medos e sei seus segredos é gozar pra valer ela quer é viver atravessada por minha lança enfiada toda e sem causa removo as alças os seios são meus e a calcinha por mim removida ela agora é nua e toda vertida só pra mim e pra ser meu amor numa noite sem fim. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

QUEM SABERIA PERDER
Desde pequeno eu estou por aqui
Na mesma vida que sempre aprendi bicho de rio e de mato
Peixe criado em lagoa
Voa tristeza, voa vento, voa tempo, voa
O cavaleiro na estrada sem fim
O contador de uma história de mim
Vivo do que faz meu braço
Meu braço faz o que a terra manda
Voa tristeza, voa vento, voa tempo, voa
Mas qual de nós não carrega no peito um segredo
De amor escondido
Diga quem nunca levanta de noite querendo de volta o perdido, ôuô, ôuô
Quem saberia perder? ôuô, ôuô
Quem saberia perder?
Música de Sá & Guarabira, interpretada por Ivan Lins.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Para cada poeta que se tornou poeta após malograr nos negócios, existem pelo menos mil homens de negócios que se tornaram homens de negócios após malograr na poesia [...]. Trechos extraídos da obra Teoria da forma literária (Cultrix, 1979), do filósofo e teórico da literatura estadunidense Kenneth Burke (1897-1993). Veja mais aqui.

A MULHER NA ANTIGUIDADE - [...] cada mulher nativa do país, deve ir ao templo uma vez na vida e lá entregar-se a um homem estranho [...] Ela não tem permissão de voltar para casa, enquanto um homem não lhe atirar uma moeda de prata no regaç e levá-la para fora, a fim de que se deite com ele. [...] À mulher não cabe o provilégio de escolha – tem que acompanhar o primeiro homem que lhe atirar o dinheiro. Após jazer com ele, seu dever para com a deusa foi cumprido e  ela pode ir para casa [...]. Mulheres altas e agradáveis logo conseguem voltar para casa, mas as feias permanecem bastante tempo no templo, antes de preencherem as condições exigidas pela lei. Algumas delas fchegam a ficar lá durante três a quatro anos [...]. Trechos extraídos da obra Histórias (70, 2015), do geógrafo e historiador grego Heródoto de Halicarnasso (485-420aC), reunindo nove livros que compreendem uma tentativa de sistematização do conhecimento e das ações humanos ao longo do tempo. Veja mais aqui, aqui e aqui.

AMOR & SEXO TAOÍSTA NA ANTIGUIDADE - Há dois mil anos atrás, ou talvez bem antes que isso, os médicos taoistas chineses já vinham escrevendo livros honestos, explícitos, sobre amor e sexo. Esses livros não eram libidinosos, nem tampouco auto-reflexivos pois fazer amor era, para os taistas, algo necessário à saúde física e mental, e também ao bem-estar de homens e mulheres. E atendo-se a esta filosofia, muito enfatizavam as habilidades sexuais e tudo faziam para aperfeiçar a maerstria sensual do homem. A produção literária e artística ilustrava técnicas sexuais. Todo marido que conseguisse desfrutar de intercursos sexuais freqüentes e prolongados estaria melhor posicionado que um marido apenas jovem e bonito. Para os médicos taoistas, fazer amor era parte da ordem natural das coisas. O sexo era para ser desfrutado, saboreado e, além disso, era considerado salutar, um protetor da vida. [...] Trecho extraído da obra O Taoismo do amor e sexo (Artenova, 1979), do filósofo e sexólogo chinês Jolan Chang (1917-2002). Veja mais aqui.

CASA ROSSA – [...] Era 1977, o auge do movimento estudantil na Itália, mas eu não estava mais interessada na Revolução. Por essa época, meus amigos do colegial tinham se transformado em sérios ativistas políticas, e em grande parte partilhávamos um único credo. Tínhamos assumido para nós a dor do planeta inteiro e estávamos comprometidos com sua cura. [...]. Trecho extraído da obra Casa Rossa (Record, 2005), da escritora, roteirista e atriz italiana Francesca Marciano. Veja mais aqui.

DIÁRIO DE UM BRASILERO - O brasileiro convive bem com o escândalo moral. / Os ladrões infestam os salões de luxo, / os Bancos estouram, os banqueiros / são cumprimentados com reverência, / o Presidente do Congresso chama o senador / de bandido, sim senhor, vossa excelência. / O Presidente diz pela televisão /que "é preciso acabar com a roubalheira / nos dinheiros públicos". / As pessoas das cidades grandes / vivem amedrontadas, qualquer / transeunte pode ser um assaltante. / As meninas cheiram cola. Depois / vão dar o que têm de mais precioso / ao preço de um soco na cara desde ntada. / O brasileiro convive com o escândalo / como se fosse o seu pão de cada dia, / com uma indiferença letal. / Como se dormir na casa com um rinoceronte, / mas rinoceronte mesmo, / fosse a coisa mais natural do mundo, / chegando a cheirar a camélias. / O povo, um dia. / Do povo vai depender / a vida que vai viver, / quando um dia merecer. / Vai doer, vai aprender. Poema extraído da obra De uma vez por todas: verso e prosa (Bertrand Brasil, 1996), do premiadíssimo poeta amazonense Thiago de Mello. Veja mais aqui.

OS ASSASSINOS DO FREVO – Doro não tem mesmo o que fazer. Mesmo que eu escreva duas massarocas raçudas de volume, daquelas ruins até de apalpar ou carregar no sovaco, não dá vencimento para suas presepadas. Razão porque ele é chamado de bacharel das chapuletadas, um perfeito aprontador de situações vexatórias,chega dele mesmo, de vez em quando, ficar ruminando: - O qui mermo qui fiz na vida? -, perigosa dúvida, porque se ele alinhar as idéias, enquadrá-las no senso, virgem, vai ser estrondo maior que a zoada da explosão do Colúmbia. Se dá, ôxe, vira feriado nacional. Bote fé.
Outra coisa: existe nesse mundo de coisas, uma coisa mais estranha que nome de bandas e de conjuntos musicais? Pior os das tradicionais! Lembram? E as de frevo? Ôxe, é cada nome estrambólico rebuscado no barroquismo ou da religiosidade, ou da milicagem, ou das dores de cornagem que dá cada uma risadagem, ora.
Eu mesmo já vi todo tipo desses nomes, alguns tão impronunciáveis como de gostos duvidosos, fazendo confusão até para dizê-los, senão apelidá-los da forma mais intuitiva que se possa imaginar, vez que, normalmente, servem para ser ditos de trás pra frente ou da forma como aprouver que dar na mesma.
Pois bem, dia desse, próximo dos festejos carnavalescos, vem de ocorrer a pulha. E, como se sabe, nas províncias das brenhas nordestinas, o carnaval é uma das quatro festas do ano que não se pode passar em branco, senão, que será da quaresma? E sai cada geringonça de batucada, como o bloco dos cornos, dos viados, dos metidos a besta, dos ofendidos, disso e daquilo.
Viva o carnaval! E, para os gaiatos, é hora da mangação, porque tem gente que tira a máscara, vestindo a fantasia que, na vida real, sempre quis se camuflar. Isso sem contar com as prefeituras que armam o maior escarcéu, proporcionando o circo da maior enrolança.
Foi numa hora dessas que Doro, naquelas das suas periclitantes fases, sempre inventa de socorrer algum desavisado. E foi. Resolveu em cima da bucha:
- Contrata o Mané Preto!
- Tá doido, rapaiz. Quero lá matá meu povo!
Doro nem se apertava, tinha uma saída na hora, sempre.
- Espie, entonse eu tenho uns mininos, inducadíssimos, qui tocam de uvido, de beiço, de chute, de carcanhar, de cabeça prá baixo, de quairquer jeito. Arrisolve o probrema em dois tempo!
- Ah! esses é do bom. Quero assim, qui sejam versátis.
- Sem bronca, conte na conta do arresolvido.
O contratante foi na onda, viajou na maionese. E Doro tome providência. Chamou junto o Nego Beba, maior capitaneador de fascínoras e enrolões, e convocou o maior pega-na-rua.
- Arrisolvido, vô trazê os maió dos meió dos tocadores: Os Assassino do Frevo!
- Vumo cuntratá-los todos, hospedá tudo num hoté dos bom e arrumá os cara prá fazê um carnavá nunca visto! O que s´a precisa?
- 50% adiantados dos cachê.
- E quanto qui é?
- Cents réis.
- Quanto?
- Me dá aí o qui tivé no bolso, qui tá arresolvido.
Ôxe, Doro embolsou a grana e saiu para providenciar os músicos da orquestra. Saiu de casa em casa, ninguém aceitava tocar por migalhas. Foi um aperreio. Até que Nego Beba resolveu entrar em ação de mesmo e convocou uma trupe da pesada para tirar o amigo do aperto. E assim, conseguiram reunir depois de muito suadeiro, uma orquestra de verdade - quer dizer, no dizer deles.
O instrumento que não tinha, foi afanado naquela horinha e já fechava o negócio como feito. Ensaiaram dias seguidos, isso sem contar com as reclamações dos vizinhos e intervenções da polícia, que transferiam, à força, o local dos ensaios. Sem contar com o flagrante e prisões de foragidos que se encontravam nas buscas com mandado de prisão e tudo para trancafiar o cercado no xadrez.
Por causa disso, deram de ensaiar no meio dos matos, senão, não sobrava um sequer. Até Doro que possuía a folha limpinha, já andava como suspeito nas desconfianças das diligências judiciais.
Repertório definido, tudo nos pontos, segundo eles próprios, fizeram um ensaio geral que não teve mais fim.
Aí, na véspera do rebuceteio, chegaram as figuras distintas. Quando o contratante olhou, num acreditou.
- Isso s´apareci mai um bando de marginá!
- Calma, doutô. Os mininos são fino, tudo inducado na Suíça. Tudo sangue bom. Ninhum nunca caiu nas fraqueza. Tudo decente. Pode crê.
De soslaio, duvidou daquilo. Nem cego passaria batido, vendo que aquilo tinha o forte teor de golpe. Mas, destá, já que tá dentro, deixa; para quem está no prejuízo, era a hora do mandar ver prá crer.
- Ói, doutô, num pricisa nem hoté, eles queri é drumir por aí mermo.
Claro, para comerciante, quanto menos gastar melhor. Ele gostou da idéia e ficou só com a responsabilidade do cachê. Mais nada. Já que havia adiantado os 50% apalavrados em espécie, o restante ficaria só para depois do rebuliço. Pronto.
- Beleza.
Pois foi. No outro dia de manhã. Estavam os músicos - se é que se pode chamar aqueles trastes de músico -, tudo a postos, hora marcada pontualmente, tudo uns malabanhados cada qual com o seu instrumento na mão, prontos para descer a ladeira e arrancar a mundiça da cama, logo cedo.
Quando Doro deu o sinal, o frevo pipocou solto. O povo se acordou com o zoadeiro, minha nossa, o negócio entronchou de vez. Era a orquestra descendo e o povo avolumando atrás, no maior pulado. Até a polícia seguia a frevância. E tome Vassourinhas prá cima e prá baixo.
Doro, coitado, até pensou:
- Eita, inté a puliça tá guardando nossos artista!
A afinação não era aquela coisa que se dissesse assim das mais condizentes, mas a barulhada que fazia era ensurdecedor. E frevo quando toca, num tem quem num bote para pular na maior pipocada, até defunto levanta.
Assim, foi. Desceram a ladeira, arrodearam o mercado, quebraram no cemitério, seguiram pela prefeitura, voltaram pela beira do rio, pararam na igreja da matriz e... e... e... sumiram. O povo pulava, mas cadê os músicos? Nem sinal deles! O que foi que houve? Doro se perguntava, o povo tudo doido pronto prá pular uns dez dias encarreados, a polícia correndo tudo, meio mundo de querelante com o delegado para apurar o desaparecimento de móveis e utensílios das residências, casas arrombadas, veículos furtados, nego sem carteira, mulheres sem roupa, maior varredura nas posses locais causando um pandemônio sem precedentes!
Nossa, será? Pois é.
Quando Doro deu por si, o mais inocente da orquestra, possuía uma ficha corrida na penitenciária com quilômetros de delitos.
No desconto, o mais santo havia roubado a própria mãe. Os demais, roubo, furto, latrocínio, assalto, sequestro, homicídios vários.
Quando Doro instou Nego Beba, ele berrou:
- Rapaiz, ocê me botô numa inrascada das braba! Quage qui sô preso por suspeita e conivença!
- Ora, os minino chamam delegacia de hoté e sordado de garçom. Cê quiria o quê?
- Tocadores dos bons.
- Minchou.
- E agora? O hômi vai m´imprensar!
- Joga um lero no toitiço dele. O povo pulou ou num pulou?
- É...
Depois de meio mundo de depoimentos, explicações, esclarecimentos, Doro e Nego Beba foram liberados pelas autoridades policiais. E o melhor: com os 50% acertados no bolso.
- É si pinotaru, tão feito! Num vieru nem buscá os outro 50% do cachê. Assim, também, seria demais também. Esse eu embolso.
E foi. Ainda hoje Doro num pode ver mal encarado que o sangue some e ele escapole.
- Ora, eles fizeru a feira na casa do povo, pra quê queri mai dinhêro? Ôxe, defendi o meu que tumbém sô f´i di Deus. ©Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

Veja mais Samira, a ruivinha sardenta, August Macke, Cristina Braga, Ciberarte, Ditados Populares, Yann Martel, Philippe Blasband, Tom Tykwer, Franka Potente, He Jiaying, Ana Bailune & Susie Cysneiros aqui.


E veja mais também Gaia, Caetano Veloso, Isaak Azimov, Tereza Filósofa & Marquês d´Argens aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
REFREGA

Nua, esgalga, à espera
Do que sou nas leiras dela,
verga inteira na trela e ela galga fera,
Às sacudidelas da nossa ferga.

(LAM)
Veja aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
LAM na TV Gazeta de Alagoas
Recital Musical Tataritaritatá
Veja aqui.
 

quinta-feira, janeiro 12, 2006

GONZAGUINHA, ISHIGURO, GIANNETTI, TAINE, TCHEKHOV, PAPO DE ANTEMÃO, KOSSUTH, TOPSY-TURVY, FECAMEPA & O GOZO DELA

DE ANTEMÃO: NÃO SE ENGANE, É SÓ CRONIQUETA DE AMOSTRAMENTO MESMO! - Olá chegou foi? Então, receba meu beijabração recepcionando você. A partir de agora, o problema é só e exclusivamente seu.
O tataritaritatá é apenas tataritaritatá: uma reunião de croniquetas delatoras, gaiatas e passadas a limpo por quem não tem nada pra fazer.
Por justificativa, um argumento muito forte: meu coração cresce todo dia. Está tomando uma dimensão maior do que posso caber. Por esta razão, nada além de tentar no meio da mediocridade e seboseira algo útil quando estou cônscio que não valho nada. Não tenho a menor idéia onde tudo isso vai dar. Eu não dou nada, digo logo. Por isso, a primeira coisa que você tem a fazer é ter paciência comigo.
Se tivesse algum objetivo não seria outro senão amostramentos. Então, não leve lá muito a sério, não há razão para isso.
Tudo que está aqui foi feito apenas pelo conjunto de caraminholas inúteis que rondam minha cachola e meu coração, resultantes de vexames e emoções vividas, curtidas e apagadas com o devido rigor.
Pois bem, continuando: esta obra – vale o sentido depreciativo mesmo, ligue não – é composta por alguns ingredientes que vão desde o desmiolamento mesmo, isso com a cara mais lisa, saiba. Não encontrará aqui você nenhuma obra-prima, nem lascando. Talvez alguns coprólitos intelectuais que valham verdadeiro cocô-de-lôro. Então, se desengravate logo, afrouxe o senso e deixe a tanga voar. Isso, claro, com moderação, evidentemente. Nada de extravagâncias porque o povo tem a língua solta e não economiza na pecha. Feito isso, vamos para a composição da droga. Cuidado! O Ministério da Saúde adverte: o uso indiscriminado de ciências desconhecidas pode levar você à loucura, no mínimo. Ou, no bom sentido, pode aliviar os encarcamentos que andam tirando você do sério, afrouxando, assim, a tripa gaiteira o que será um santo remédio, certo?
Com esta prévia advertência, digo outra: não vale jogar pedra em mim, afinal também sou ser humano. Agora, se você quiser me mandar pra casa-da-porra, vá você primeiro e depois me diga como é que por lá.
Partindo para a posologia que a coisa aqui não é tão séria assim, mas nem tanto, infelizmente a dosagem aqui é feita por principiante: pode ser além da conta. Ou não. Cuidado, depois não vá dizer que SantAntonho enganou. Nada disso, tô avisando de véspera. Também pode acontecer que a química aqui usada, mesmo que seja merda nenhuma que chegue feder ou cheirar, vá por água abaixo. Você sabe, né? Nos dias de hoje todo mundo arruma uma lavagem de roupa para sobreviver. Esta é a minha.
Pode dizer que tudo é enrolança, contudo uma coisa eu garanto: pode ser, mas não devidamente. Duvida? Bote a mão onde quiser, menos pra minha banda.
Para melhor administrar essa lenga-lenga, você pode usar estas patranhas em conta-gotas ou quantas vezes quiser ao dia, por hora, por minutos, ou segundos, apenas.
É bem provável que na primeira parte dessa molecagem você encontre algumas reminiscências, lavagem de pano, bobagens, fuleragem ou nada que possa ser mencionável para se aproveitar. Podia ser a mea culpa, mas não é. Podia ser depoimentos se tivesse valia alguma. Muito menos deduragem, antes fosse – não tenho jeito para alcaguete. Nem saudosismo, no máximo, como já dissera antes, amostramento.
Em tudo aqui, só espremendo para ver no que pode dar: pode ser uma ínfima seleta do mau-gosto com pitacos, piruagens, farofada e engulhos muitos. Nada mais. Acredito mesmo que se juntar tudo e botar no crivo do sensato não vai sobrar nada que se diga por aproveitável.
Pode encontrar lorotas, petas e patranhas, essas sim são as mais importantes de tudo aqui e que são resultados de experiências, maloqueragens, experimentos, despropósitos e adiantamentos que se poderia dizer, assim, no mais ou menos, uns aconselhamentos, dicas e recomendações de uma alma sebosa que se acha no direito de sacar o que quiser, pura perda de tempo. Pelo menos é uma tentativa de fazer um bem à humanidade, ou não.
Assevero que você pode considerar tudo aqui como de alta, baixa, de lado, acima, embaixo, de banda ou de qualquer ajuda, tudo na escolha do freguês: ele que escolha, ora. É de alta-ajuda porque se serve de narcísicas pretensões de um sem-vergonha que ora tasca essas desajeitadas linhas, folgando os neurônios para coisa de maior valia; de autoajuda, nem me atrevo, mas, de repentemente, até pode ser: pode ajudar o cara a fundir a cuca, a se lascar de rir ou chorar, quem sabe? Talvez possa ser de meia-ajuda, hem? Melhor. É, pode ser uma meia-boca só pra enrolar os bestas mais alesados que eu. Ou, também, uma meia-sola no humor, que tal? Ou, ainda, uma quase-ajuda, afinal, não valendo nada que preste, pelo menos, pode servir para afolosar a sisudez levando para perder tempo numa brincadeira de somar, dividir, multiplicar ou subtrair o tanto de palavra, ou de palavrões, mangações, leseiras ou desaprumações, né, não? Afinal, tudo que está aqui pode servir para alguma coisa, só não me pergunte pra que droga de nove que serve porque nem eu mesmo sei. E se tiver mais o que fazer, vá-se embora. Feche essa tranqueira e boa sorte. Mas se você está a fim de se aventurar na baboseira, desaperte os cintos que aqui o piloto não sabe a menor direção das ventas. Considere que eu não estou fazendo nada, você também, que tal bater um papo assim treloso com alguém.  Vamos nessa? Vamolá. Obrigado, de antemão. Aprumando a conversa e tataritaritatá. Assinado: Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

Quando eu soltar a minha voz por favor, entenda
Que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca, peito aberto, vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando
Quando eu abrir a minha garganta, essa força tanta
Tudo aquilo que você ouvir, esteja certa que eu estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos e o tremor das minhas mãos
E o meu corpo tão suado, transbordando toda raça e emoção
E se eu chorar e o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante que o teu canto é minha força pra cantar
Quando eu soltar a minha voz por favor entenda
Que é apenas o meu jeito de viver
O que é amar...
Sangrando, música do álbum De Volta ao Começo (EMI, 1980), do cantor e compositor Gonzaguinha. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA: Pra quem vai ou vem, o caminho é o mesmo, diferentes vivências. (LAM)

DIREITO À SAÚDE: [...] A paz, a educação, a habitação, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, a conservação dos recursos, a justiça social e a equidade são requisitos fundamentais para a saúde. Trecho extraído da 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em 1986, no Canadá. Veja mais aqui e aqui.

A escultura de Wolfgang Alexander Kossuth

QUANDRO ÉRAMOS ÓRFÃOS – [...] O coronel assentiu com a cabeça. “Nossa infância parece agora tão distante. Tudo isto” – ele gesticulou para fora do veículo – “tato sofrimento. Uma das nossas poetisas japonesas, uma dama da corte de muitos anos atrás, escreveu como isso era triste. Escreveu como a nossa infância torna-se como um país estrangeiro, uma vez que crescemos”[...]. Trecho extraído da obra Quando éramos órfãos (Companhia das Letras, 2000), do escritor japonês Kazuo Ishiguro, contando a história de um detetive que retorna à sua terra natal, Xangai, pelo desaparecimento misterioso de seus pais há mais de vinte anos, sendo a cidade palco da guerra entre o Japão e a China, buscando a ordem pelo mundo órfão vitimado pela sombra.

FELICIDADE – A obra Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização, do economista brasileiro Eduardo Giannetti, aborda temas como a bifurcação pós-iluminista, os indicadores objetivos e subjetivos de bem-estar, a domesticação do animal humano, a pílula da felicidade instantânea, procurando identificar o erro do projeto iluminista de felicidade que pressupunha uma relação direta entre progresso da civilização e o aumento da felicidade, tendo por base a liberdade e a razão, visualizando-se que o projeto não obteve êxito, traduzindo para a atualidade que a busca desenfreada e a qualquer custo da felicidade traz mais insatisfações que prazeres. Traz, ainda, questionamentos acerca da falta de sintonia entre a democracia e a liberdade, qualidade de vida, o comodismo, entre outras importantes reflexões. REFERÊNCIAS: GIANNETTI, Eduardo. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Veja mais aqui e aqui.

FILOSOFIA DA ARTE – A obra Filosofia da Arte, do crítico e historiador francês Hippolyte Taine (1828-1893), trata de assuntos como a natureza da obra de arte, o objeto da arte, a imitação, valor da arte na vida humana, lei geral da produção da obra de arte, a civilização grega, a Idade Média, a civilização contemporânea, lei da produção das obras de arte, a pintura na Renascença, a condição primária, as condições secundárias, a pintura nos Países Baixos, a música, a arquitetura, a fotografia, prosa e verso, Goethe, entre outros assuntos. REFERÊNCIAS: TAINE, Hippolyte. Filosofia da arte. São Paulo: Formar, 1992.

JARDIM DAS CEREJEIRAS – A comédia em quatro atos Jardim das Cerejeiras (1904), do médico, dramaturgo e escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), conta a ruína de uma família na Rússia do Império, considerado magnífico retrato de uma classe social destinada a desaparecer com as mudanças que se aproxima, nem todas para melhor, liquidando o ócio sentimental simbolizado pelas cerejeiras improdutivas. Veja mais aqui e aqui.

TOPSY-TURVY – O premiado drama musical Topsy-Turvy (O espetáculo, 1999), dirigido e escrito por Mike Leigh, conta a história de criação da dupla musical William Schwenck Gilbert e Arthur Sullivan, sinônimo de originalidade e sucesso nos palcos de ópera inglesa que, em 1884, tem o seu trabalho criticado friamente o que leva a parceria à crise.




FECAMEPA: TÁ TODO MUNDO NU, ÔBA!*-O FECAMEPA – Festival de Cagada Melando o País -, é um afilhado bastardo e xexéu descarado, além de rejeitado do legendário FEBEAPÁ (tomara que o Stanislaw Sérgio Ponte Preta Porto não se incomode, oxalá). Ainda hoje, quer porque quer fazer um exame de DNA no Ratinho, só para provar esse parentesco com o famoso, usando deste expediente – e na maior cara-de-pau, nem esconde isso –, só para ganhar notoriedade entre os cento e tantos milhões de brasileiros que nem o IBGE sabe na verdade até agora em quanto vai terminar essa corda de guaiamum da gente. Eu, hem?
Pois bem, o FECAMEPA nasceu com vontade de repassar (o que? maior presunção: quer passar a limpo mesmo, gente!) a História do Brasil.
E se justifica: tudo no Brasil é uma verdadeira cagada! Pois tudo começa quando o país entrou na história da humanidade: exatamente como uma cagada.
Verdade, senão, vejamos: os portugas saíram de casa para ir para as Índias buscar brebotes. Ajeitaram tudo, arrumaram os mijados, festejaram, fizeram isso e aquilo e se danaram pelo Atlântico.
Acontece, porém, que todo mundo sabe que erraram o caminho (será que num foi de propósito mesmo? Ainda hoje questionam se a tolotada toda não foi ao acaso ou houve de mesmo a intencionalidade de desobstruir a tripa gaiteira dos lusos, tomando posse de vez da merdaria toda. Uns pendem prum lado; outros, pro outro. Eu, hem?).
Pois é, à deriva por quaraquaquá dias, veio o primeiro sinal: um rabo-de-asno. Depois, o segundo: o vôo do fura-bucho. Enfim, terra. Aí o alívio foi tão mas tão de tão que deu no que deu.
Prá encurtar: os perós chegaram mesmo foi na indiada de Pindorama. Aí, ficaram logo todos de queixo caído: pois era tudo nu, pintado da cabeça aos pés e virado na breca. E o pior: maior timbungada dentro dos rios (coisa escandalosa para eles, nunca foram achegado a banho, né?).
E foi desse fuá todo que nasceu aquela idéia de que não existe pecado ao sul do Equador. Verdade, o refrão escandalizava na umbigada: tá todo mundo nu, oba! Tá todo mundo nu, oba!
Como eles entraram na roda, evidentemente que gostaram: ó que suruba boa, pá! .
Aí começou todo fuzuê. Êta Brasilzim véio, aberto e sem porteira!
Ah, veja todo desenrolar dessa história toda aqui.  E vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!!!  © Luiz Alberto Machado. Direitos 

* Uma outra coisa: o episódio FECAMEPA: por que Brasil, hem?, foi publicado na antologia Guardados e Contextos, organizada pela Clarisse Maria Guedes para a Guarajás

O GOZO DELA, U-HU! – Imagem art by Ísis Nefelibata – Ela me viu, eu a vi. Ela sorriu, eu sorri. Quem é você? Sou o que tenho pra dar. É possível ser feliz? Se é pra entender, prefiro sentir. E me beijou, enroscou-se e desfaleceu, tanto rosnou, gozou e em mim se fodeu. No outro dia ligou: muita saudade, você me faz bem. Você também, virei seu refém. Como você está? Pronto pra dançar. Ah, quero trepar! Posso ser Columbina e você Pierrot? Claro. E assim ela veio, minha boca, meu sexo beijou, engoliu todo e chupou e tornou mais a chupar. Em mim se aninhou, deitou e rolou. Até rebolou e gritou: vai brucutu! E cavalgou qual rainha, depois de quatro, putinha, pediu pau no cu. E mais rebolou de gemer, gozou de tremer, sapequei no bigu. Égua no cio como quem trota e engatinha, com os dedos na vagina, ela festejou: u-hu!. Veja mais aqui.


Veja mais sobre:
Ganhar o mundo no rumo das ventas, O mito e a política de Jean-Pierre Vermant, a literatura de Cesare Pavese, a pintura de Eugène Delacroix & Caroline Vos, a música de Wagner & Hélène Grimaud aqui.

E mais:
Brincarte do Nitolino, o Tratado Lógico-Filosófico de Ludwig Wittgenstein, o Teatro Futurista de Filippo Marinetti, a literatura de Azar Nafisi, a pintura de Eugène Delacroix, a música de Nelson Freire, a fotografia de John De Mirjian, Augustine de Charcot, a arte de Stéphanie Sokolinski, a cangaceira Dadá & Maria Iraci Leal aqui.
Do espírito das leis, de Montesquieu aqui.
Caxangá, a literatura de Cervantes & Lima Barreto, o Abstracionismo & Vassili Kandinsky, a música de Sainkho Namtchylak, o cinema de Anthony Minghella & Gwyneth Kate Paltrow, a pintura de Guido Cagnacci, a arte de Adelaide Ristori & Clara Sampaio aqui.
A poesia de Gabriela Mistral & William Wordsworth, a literatura de Gregório de Matos Guerra & Ana Miranda, o cinema de Krzysztof Kieslowski & Irène Jacob, a música de Ravi Shankar & a pintura de Almada-Negreiros aqui.
Brincarte do Nitolino & Lendas do Nordeste, Buda, O caso Anna O de Freud & Bertha Pappenheim, A fenomenologia de Edmund Husserl, a poesia de Basílio da Gama, o teatro de Edmond Rostand, a pintura de Sergei Semenovich Egornov, a música de Steve Howe & a arte de Anne Brochet aqui.
O que deu, deu; o que não deu, paciência, fica pra outra, A teoria das emoções de Jean- Paul Sartre, a literatura de Dyonélio Machado, O fim da modernidade de Gianni Vattimo, a pensamento de Friedrich Nietzsche, Neurofilosofia & Neurociência, a música de Laurence Revey, a pintura de Fernando Rosa & Jonas Paim, a fotografia de Faisal Iskandar & O sisifismo na segunda de outra semana aqui.
Para quem vai & para quem vem, A filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin, a Fenomenologia & o fenômeno de Armando Asti Vera, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a música de Djavan, a fotografia de Gal Oppido, a pintura de João Evangelista Souza, A pancada insólita se alastra na culatra: viver, a arte de Luciah Lopez & Elciana Goedert aqui.
Se o sonho pra se realizar está custoso demais, paciência..., As origens da vida de Jules Carles, Elementos da dialética de Alexander Soljenítsi, a poesia de Gilka Machado, a música de Álbaro Henrique, a fotografia de Camila Vedoveto, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, As torturas prazerosas de Quiba, Aos futuros poetas de J. Martines Carrasco, a arte de Fernando de La Rocque & Fernando Nolasco aqui.
Quando a poluição torna o ar irrespirável, a vida vai pro beleleu, O mundo de Albert Einstein, a literatura de Imre Kertész, a Educação de Dermeval Saviani, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a música de Mafalda Veiga, A pluralidade cultural de Manuel Diégues Júnior, a fotografia de Eustáquio Neves, a pintura de Evelyn Hamilton, a fotografia de Cida Demarchi & Os erradios catimbós de Afredo aqui.
Quem, nunca aprendeu a discernir entre o que é e o que não é, jamais aprenderá a votar, a literatura de Marguerite Duras & Stanislaw Ponte Preta, o pensamento de Friedrich Nietzsche, O combate à corrupção, a música de Miriam Ramos, o Conhecimento de Cipriano Carlos Luckesi, a arte de Lenora de Barros, a fotografia de Ed Freeman, Luciah Lopez & O amor é tudo no clarão dos dias e na escuridão das noites aqui.

Albert Einstein, Gersoca, Henri Matisse, Gilberto Gil, Viktor Frankl, Mark Twain, Alfredo Rossetti, Rita Guedes, Milos Forman, Naoki Urasawa & Kátia Velo aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 CACHILRAS 
(POEMIUDERÓTICO)
Olhos sonsos, pomas flagram
Corpo nu me toma pro regaço
E me refaço esconso voo nave
Para que me salve e nela sou. 
(LAM)
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ANNE CARSON, MEL ROBBINS, COLLEEN HOUCK & LEITURA NA ESCOLA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som do álbum Territórios (Rocinante, 2024), da premiada violonista Gabriele Leite , que possui mestrado em...