segunda-feira, outubro 28, 2024

CHRISTINA VASSILEVA, KATHERINE JOHNSON, MARTÍN-BARÓ, JOÃO CABRAL & MATA SUL INDÍGENA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Mistérios do Rio Lento (The Voice of Lyrics, 1998), Santiago de Murcia: a portrait (Frame, 2007) e Dreams (GSP, 2011), da violonista, compositora, professora e pesquisadora musical Cristina Azuma. Veja mais aqui & aqui.

 

A foto do bode pelo voo do que não era Foolyk... - Naquela hora Bodinho passava aos esculachos de bronca! Pela rua apertada arengava com a invisível matrona Branca, chamando na grande os Cabeças de Touro, desafetos que azedavam o seu angu. Quase todo dia ouvia os passos trôpegos dele elucubrando as galhadas carburantes das ideias tresloucadas, as quais viviam imersas com galos cantando no juízo, calombos na testa, pescoço troncho pelo peso da tonta cachola insegurável, um quengo pra lá de injuriado com pilhérias e pulhas na ponta da língua. Era ele, todo santo dia. Sim, é que ele vivia às voltas com a marvada Teibei e, nessa noite, parece, assim soube, ele inventou de misturar com a cachaça Maria Joyce. Aí deu o créu! Testemunhou-se que ele se dizia ali na hora podre de rico, sacando dos bolsos para quem quisesse ver um punhado de pó de kyawthuite. Vôte! Ninguém levou a sério, nunca levava. E não demorou muito e lá se viu ele pelos ares, aos berros segurando no rabo duma nuvem para nunca mais. Foi ser prefeito lá no céu, dizem. A cena levou-me à biblioteca – local em que se juntava todo tipo de personagem saído das páginas dos livros, afora todo tipo de biruta que resolvia dar as caras assim do nada. Sim e foi lá mesmo que pude numa manhã para lá de festiva reviver os Retalhos em Detalhes, do memorável amigo Mendes Givanilton – sujeito da mais profunda estima e doutras tantas dos pileques na mangação pelo malogro do teatro de Fenelon, das tardes domingueiras no Clube dos Ferroviários com a Escolinha do Professor Língua de Trapo, dos tropicões nos anseios inglórios, das viradas de noite por altos papos sem bater pestana nem piscar o olho, das muitas e tantas até o dia depois da maior viagem dum show de Hermeto Pascoal, com a notícia de que ele tinha ido sem um mínimo aceno de adeus. Quarentanos se passaram e tudo isso só pra vê-lo ressurreto no ensolarado meio dia de sábado do Pintando na Praça. Era como se estivesse numa das viagens de Gulliver – muitas hestórias pra contar, mas aqui nunca foi Foolyk do Desfontaines, nem nunca será. Essas coisas mexem com o coração nesses tempos loucos: o que de sonho se fez real, o que de chão no voo da vida. Até mais ver.

 

Sylvia Plath: Comigo, o presente é para sempre, e o para sempre está sempre mudando, fluindo, derretendo. Este segundo é a vida. E quando ele se vai, ele morre. Mas você não pode recomeçar a cada novo segundo. Você tem que julgar pelo que está morto... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Denise Levertov: O que ouvi foi todo o meu ser dizendo e cantando o que sabia: eu posso... Veja mais aqui.

Delmira Agustini: Às vezes eu tremia com o horror do meu abismo... Veja mais aqui & aqui.

 

DESPEDIDA

Imagem: Acervo ArtLAM.

O tempo estava agradável \ O dia estava ensolarado \ As esquadras passavam \ Homens e mulheres com mochilas e \ roupas camufladas \ Primeiro meu marido saiu com um grupo \ Depois deixei a menina com a esquadra seguinte \ Uma jovem virou-se e disse-me para não me preocupar, que eu iria cuidar dela \ Então fui em direção à coluna do meu grupo \ Pensei em como avisar meu marido para não voltar \ Bom já tínhamos todos ido embora \ Alguns amigos ficaram \ Atrás na calçada esperando seus esquadrões \ Era hora de paz \ Não houve guerra \ Os pássaros cantavam nas copas das árvores \ O dia ensolarado.

Poema da poeta, tradutora e cantora de câmara búlgara Christina Vassileva.

 

MINHA JORNADA NOTÁVEL - […] Fiquei perplexo que tantos alunos não gostassem de matemática e tivessem dificuldades com ela. Imaginei que eles tinham um pai que não gostava de matemática e dizia que era difícil ou um professor que não tinha paixão ou paciência para tornar a matemática relevante para suas vidas. Em casa, nunca deixei minhas meninas me dizerem que matemática ou qualquer outra matéria era difícil. Desde que eram bem pequenas, sempre tentei incorporar o aprendizado, fosse matemática, ortografia ou atividades criativas, como costurar e montar quebra-cabeças, em suas vidas. Tentei mostrar a elas como o que estavam aprendendo na escola se conectava às nossas vidas fora da escola. Claro, eu as fazia contar tudo — as estrelas no céu, os degraus do fundo ao topo da mansão Carson ou as pessoas na igreja em qualquer domingo. Em viagens de carro, eu as fazia somar os números nas placas dos carros que passavam na nossa frente. Ou eu as fazia cobrir os olhos e soletrar o estado. Se eles estivessem ajudando na cozinha, eu poderia escrever uma receita, entregá-la a eles e pedir que calculassem quanta quantidade de cada ingrediente precisaríamos se eu quisesse fazer metade daquele lote de biscoitos ou bolachas. [...]. Trechos extraídos da obra My Remarkable Journey: A Memoir (Amistad Press, 2021), da matemática, física e cientista espacial estadunidense Katherine Johnson (Katherine Coleman Goble Johnson 1918-2020), uma das primeiras afro-americanas a trabalhar como cientista na NASA, expressando-se: Eu ficava animada com algo novo, sempre gostei de coisas novas, mas dou crédito a todos que ajudaram. As meninas são capazes de fazer tudo o que os homens são capazes de fazer. Às vezes, elas têm mais imaginação do que os homens. Precisávamos ser assertivas como mulheres naqueles dias – assertivas e agressivas – e o grau em que tínhamos que ser assim dependia de onde você estava. Eu tinha que ser. Você perde a curiosidade quando para de aprender. Goste do que faz e então fará o seu melhor.

 

LIBERTAÇÃO PELA PSICOLOGIA – [...] não é uma questão de intencionalidade: colocar uma ciência fundamentada em termos individualistas e viciados a serviço da comunidade, só resultaria na reintrodução ou manutenção das necessidades e vivências do homem "capitalista". A questão é transformar os próprios esquemas de compreensão e de trabalho a partir da perspectiva do povo salvadorenho. Dito de outra maneira, devemos redefinir os próprios fundamentos da ciência psicológica. [...]. Quem deve, então, determinar as necessidades "verdadeiras" e "falsas"? A quem cabe diferenciar o que há de autêntico e o que há de alienante no interior da consciência popular? Por acaso, deverá o psicólogo social se converter em "intérprete" das necessidades populares? Problema que não é de fácil solução, nem mesmo para aqueles que, surgidos do próprio povo, se convertem em sua vanguarda política, mas que, ao chegarem nesse lugar, frequentemente, perdem o contato existencial com suas bases e tendem a assumir como voz do povo o que não é mais do que a sua própria voz. [...]. Trechos do estudo O psicólogo no processo revolucionário (Vozes, 1980), do psicólogo e filósofo Ignacio Martín-Baró (1942-1989). Veja mais aqui.

 

JOÃO CABRAL DE MELO NETO

O sertanejo fala pouco: as palavras de pedra ulceram a boca e no idioma pedra se fala doloroso; o natural desse idioma fala à força... Escrever é estar no extremo de si mesmo...

A obra do poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

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O II Seminário A Presença Indígena na Zona da Mata de Pernambuco ocorrerá na Biblioteca Pública Municipal Felenon Barreto, em Palmares-PE, no dia 09 de novembro. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, outubro 21, 2024

YŌKO TAWADA, NATALIE DIAZ, KAKA WERÁ, PAULO BRUSCKY & INDÍGENAS PELA PAZ

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Choreography (2004), Subject to Change (2001), Storm (1997), The Classical (1996) e The Original Four Seasons and the Devil's Trill Sonata: The Classical (1999), da violinista e esquiadora singapurense Vanessa-Mae (Vanessa-Mae Vanakorn Nicholson). Veja mais aqui.

 

Pantomima dos simulacros... – Ontem morri, hoje sou outro. Uma coisa ficou certa: o passado é uma ilusão, como tudo que deixou de ser verdade, então só lembrança incorrigível. Agora encarei o que possa ser o real e não era nada do que já vi ou senti - só sei porque fechei as pálpebras e reduzi-me à minha própria escuridão. Era quase um sonho de múltiplos espelhos borgeanos e, em cada um deles, uma fisionomia antiga – uma das minhas muitas faces. Parei diante da efígie mais próxima e não era eu sobrevivendo enlutado à voz de uma locutora que reiterava a minha descrição indubitável. E me falava de quantos Golias e o último homem do profético bigodudo que piscava um olho escondido. Havia rumores e era preciso mitigar as expectativas, enquanto sentia-me provocado pela indiferença nas ruas das noites despovoadas, todas elas quase apagadas pela neblina e declives de sombras disfarçando reviravoltas, hedonismos e ressentimentos, heroísmos e paliativos, devoções cegas e facas amoladas. Surpreendi-me com a sua persuasão iminente de que deveria procurar por meu próprio deserto. Aqui não seria jamais o meu lugar, como e onde o mundo da condenação compungido pelo insuperável: a cena milenar se repetia de norte a sul, lestoeste, a cada dia, razão pela qual sugeriu-me não mais fizesse a barba, nem cortasse as unhas ou cabelos. Afinal, o inferno era aqui mesmo e sequer sabia onde ficava - havia quem sugerisse nos matasse a todos para conferir-se bem de perto, oh sabidos. Corri o risco e até o dia de hoje não sei sonhei ou o que sucedera dessa insólita viagem, simplesmente não lembro: a vida é morte e vice-versa, parece – fiquei com essa impressão. Até mais ver.


Elif Shafak: Os livros nos mudam. Os livros nos salvam. Eu sei disso porque aconteceu comigo... Veja mais aqui.

Trudi Canavan: É melhor conhecer a dor rápida da verdade do que a dor contínua de uma falsa esperança arraigada... Sempre há um pouco de verdade em cada boato, o problema é descobrir qual parte... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Catherine Deneuve: Amor não é sobre posse, mas sobre estimar e permitir que a outra pessoa seja livre. O amor deve ser celebrado todos os dias, não apenas em ocasiões especiais... Veja mais aqui.

 

OS FATOS DA ARTE

Imagem: Acervo ArtLAM.

A estrada do Arizona navegou pelo deserto – \ um navio de guerra cinza desenhando um velório preto, \ parando ao pé da mesa laranja, \ não querer andar por aí. \ Homens e mulheres Hopi – castanho, pequeno e argiloso \ —peered para baixo a partir de suas mesas em tratores amarelos, caminhões de água, \ e homens brancos com bolhas de sol – vermelhos como formigas de fogo – rebocando \ Esperam protetores solares em reboques de Airstream reboques \ em caravanas atrás deles. \ Os anciãos sabiam que essas estradas da bia eram remédios ruins – sabia também \ que os jovens ouvem cada vez menos, e esses jovens Hopi \ necessário trabalho, portanto, reserve suas ferramentas, blocos de raiz de algodão de madeira \ e meio acabado Koshari o palhaço katsinas, então \ assinado com o Departamento de Transportes, \ foram contratados para esfaquear exercícios profundamente na grossa carne vermelha da terra \ em First Mesa, dirija lâminas de faísca gigante nos rostos das mesas, \ executar as brocas tão profundas que fumam, barbundo todos os homens Hopi \ em branco – maus espíritos, disseram os Anciãos – \ As lâminas pegaram fogo, queimadas – Ma’saw está com raiva, disseram os Anciãos. \ Novas lâminas foram levadas de helicóptero. Enquanto os anciãos sonhavam \ seus braços e pernas tinham sido clivados e seus torsos foram arremessados \ ao longo da borda de uma mesa de jantar, os jovens Hopi foram \ de volta ao trabalho cortando a terra em grandes pedaços de ferrugem. \ Ninguém notou no início – não os trabalhadores brancos, \ não os trabalhadores indianos, mas nos montes de mesa desmantelada, \ entre os tortos e pilhas de areia, \ coloque as pequenas tigelas cinzentas de crânios de bebês. \ Não até que eles subiram até o fundo eles viram \ os ossos prateados brilhando da parede de terra e rocha recém-difundada - \ um mosaico de mausoléum, uma tapeçaria doente: os minúsculos restos \ despertado do berço empoeirado da morte, cortado pela metade, rachado, \ envolto em pedaços de cobertores com o tempo. \ Vamos chamá-lo de um dia, disse o capataz branco. \ Naquela noite, todos os trabalhadores indianos ficaram bêbados – ficaram doentes \ — enquanto os anciãos afundaram em suas kivas em oração. Na manhã seguinte, \ enquanto a amanhece no horizonte, os trabalhadores do estado escalavam as mesas, \ bateu às portas de pueblos que os tinha, gritou \ para aqueles que não têm eles, \ exigindo que os homens Hopi voltem ao trabalho – então implorando-lhes – \ em seguida, comprá-los uísque – implorando novamente – finalmente enviando seu branco \ esposas até a trilha perigosa gravada nos lados íngremes \ para comprar cestas de mulheres Hopi e avós \ como sinal de tratado. \ Quando isso não funcionou, os trabalhadores do Estado chamavam os índios de preguiçosos, \ enviou suas esposas que usavam o chapéu de sol para comprar mais cestas \ katsinas também – então chamado de Hopis good-for-nothings, \ Antes de implorar-lhes de volta mais uma vez. \ Vamos tentar novamente de manhã, disse o capataz. \ Mas os trabalhadores indianos nunca mais voltaram – \ As chamadas de bia e dot para o trabalho ficaram sem resposta, \ como a febre Hopis ficou amontoada dentro. \ Os pequenos ossos meio enterrados nas fendas da mesa \ na escuridão uma vez santa da terra silenciosa e sempre-noite – \ Sorrissou ou suspirou sob o luar, enquanto as mulheres brancas \ em Airstream trailers escreveu cartas para casa \ elogiando a paciência de seus maridos, descrevendo os selvagens preguiçosos: \ tal miséria em suas casas de pedra e gesso – cobs de milho empilhado \ chão a teto contra paredes em ruínas - suas cerimônias diabólicas \ e a maneira bárbara enterraram seus bebês, \ Oh, e aqueles lindos e belos cestos.

Poema da premiada poeta, professora & ativista mojave extadunidense Natalie Diaz.

 

MEMÓRIAS DE UM URSO POLAR – [...] Eu sempre me sinto sendo empurrado de volta para a solidão quando alguém me diz que está frio em um dia quente. Não é bom falar tanto sobre o clima — o clima é um assunto altamente pessoal, e a comunicação sobre o assunto inevitavelmente falha. [...] Começou a crescer mofo nos meus ouvidos porque ninguém nunca falava comigo [...] Eu abomino a estupidez e a vaidade humanas que se orgulham de forçar tigres, leões e leopardos a se sentarem confortavelmente lado a lado. Isso me lembra da coreografia do governo que exibe minorias vestidas com cores vivas em um desfile, minorias às quais foi concedida uma migalha de autonomia política em troca de fornecer uma simulação óptica da diversidade cultural em seu país de residência. Mas os animais selvagens (ao contrário dos humanos) formam grupos de acordo com as espécies para desfrutar de benefícios específicos [...]. Trechos extraídos da obra Memoirs of a Polar Bear (New Directions, 2016), da escritora japonesa Yōko Tawada, que na sua obra akzentfrei - Literarische Essays (Konkursbuch Verlag, 2016), expressa que: [...] O muro que tenho na memória ainda consiste em homens armados que estavam prontos para atirar nas pessoas após serem instruídos a fazê-lo. Novos muros estão constantemente sendo construídos em nosso planeta aquoso e azul. Onde há um muro, a vida está ameaçada de ambos os lados. [...]. Já no seu livro The Emissary (New Directions, 2018), ela expressa que: [...] Ser capaz de ver o fim de qualquer coisa lhe dava uma tremenda sensação de alívio. Quando criança, ele presumia que o objetivo da medicina era manter os corpos vivos para sempre; ele nunca havia considerado a dor de não poder morrer. [...]. Por fim, no seu livro Scattered All Over the Earth (New Directions, 2018), ela expressa que: […] As pessoas estão sempre dizendo que as humanidades estão mortas, então é estranho quantas conferências existem. [...] para qualquer funcionário, o trabalho é, até certo ponto, um lugar onde estranhos puxam você da direita, da esquerda, de cima e de baixo, beliscando, esfregando e geralmente bagunçando você de manhã à noite. [...].

 

DIVERSIDADE - Sem diversidade não há vida... Pensamento do escritor, educador e ambientalista tapuia Kaka Werá Jecupé, que no seu livro O Trovão e o Vento: um caminho de evolução pelo xamanismo Tupi-Guarani. (Polar\Instituto Arapoty, 2016), expressa que: [...] o risco de perdermos nossa identidade é bem grande. Realmente: integrar o antigo ao novo e o novo ao antigo é um paradoxo. Como a harmonia do mundo vem do jogo dos contrários, ela requer uma integração desses opostos [...]. [...] a matriz tupi está na base de dialetos que [...] se desdobram [...] marcando as etnias com matizes próprios [...] A tradição revela que a natureza repete até hoje a dança da criação macrocósmica para que possamos guiar-nos de acordo com seu ritmo e sua harmonia. [...]. O seu pensamento está embasado nas expressões de que: Muito massacre, dor, sofrimento: é isso o que marca a história. É o nascimento do Brasil, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Salvador. Cada cidade grande deste país tem em seu bojo, no seu centro, uma memória escondida de muito sangue derramado... Muitos aqui sabem que nós lutamos pela demarcação de nossos territórios, mas é importante saberem que os territórios mais degradados não foram os materiais, mas sim os territórios das culturas e das almas. No meu entendimento, essa geração precisa, cada vez mais, saber da importância que é o respeito e a manutenção de uma cultura, de uma alma, da diversidade, de todos aqueles diferentes de si... Veja mais aqui.

 

A ARTE DE PAULO BRUSCKY

Tão antiga quanto a história da humanidade, é na carnavalizAÇÃO que a performance assume, de uma forma prática/contínua… Num palco chamado Pernambuco, cada folião é um performático, inventando gestos, quebrando conceitos, criando estéticas, mesclando linguagens, assumindo/teatralizando o seu personagem... Na troca de informações entre artista e cientista, um aprende com o outro. Considero essa troca de informações essencial. Cada um em sua área, sem ser absorvido. É mais fácil subverter o cientista do que o contrário. Somos cientistas também... A subversão só faz sentido se a obra não é entendida como uma ordem autoritária, se ela permite a recreação/recriação...

Pensamento do poeta e artista multimídia Paulo Bruscky. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

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11.645 INDÍGENAS E DIVERSIDADE PARA A PAZ

O Movimento de Retomada Mata Sul Indígena & ONG Thydêwá lançaram o livro 11.645 Indígenas e Diversidade para a Paz, com objetivo de revitalizar a língua materna, salvaguardar saberes/práticas ancestrais e lutar pelo direito à terra/território, pela soberania alimentar e recuperação da vegetação nativa (Mata Atlântica), compartilhando suas cosmovisões para a Educação Escolar. A obra está disponível em português para download gratuito. Para baixar clique aqui.


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segunda-feira, outubro 14, 2024

HAN KANG, SOUMAYA MESTIRI, AURITHA TABAJARA & MARIANNE PERETTI

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Francis Hime: Concerto para Violão e Orquestra (2011), Mi Alma Mexicana (2010), Travieso Carmesí (2011), Mythology Symphony (2015) e Olé México (2023), da regente mexicana Alondra de la Parra, diretora da Filarmónica de las Américas.

 

Canção para outroutros tantos & todos... - A vida abriu-me o livro & era uma Carta de Amor. E nela os ventos trouxeram outras vozes da Constelação do Homem Velho na plenitude estival de quem semeou, plantou e colheu. E o rio dizia: tudo passa, apesar de parecer o mesmo, só parece... E sorria caudaloso pelas nascentes aos mares que há milênios continuavam os mesmos mundafora. E me ensinava o ouvido ao chão de quantas estradas para Guaxu – a Constelação do Veado no nublado outonal e as árvores milenares continuavam o que são no calor da escrita pela viagem sinuosa, quando precipitava a noite e parava no meio do caminho ao fogo com quantas danças de mudanças, a sintonia e a intuição, o sentimento primevo. Já amanhecia e vinha da Constelação da Ema a invernada com o entusiasmo das ventanias que mil vezes voltavam para conhecer de longe os segredos do silêncio espalhado. E a pedra era ouro no coração... E o Sol anunciava ali um novo todos os dias, a Cosmovisão do amor de muitos nomes, a incondicional alegria alquímica do mistério sagrado pelo florido primaveril da Constelação da Anta do Norte. Mundividências múltiplas e mais do que sou aos tantos. E eu que me sentia órfão, língua & coração, não mais... Porque tive que reaprender com a Mãe-Terra o amor dela a mim devotado desde os primórdios. Quão equivocado estava, agora eu sei: O que sou de todas as coisas... E passei a dormir com a essência de gratidão aos antepassados, o afeto dedicado dos guardiões. E sonhei com as hestórias agitadas dos maracás no toré e as minhas mãos com a de todos, o Grande Espírito em festa. O meu olhar além de mim e o plural madurava presente na jornada, a reconhecer-me entre parelhos e diferentes, a ancoragem na ancestralidade anímica e a paz ansiada de longa data. Estava atento e percebia dela a mais profunda ensinança: o amor é o grande trunfo da existência... Somos um só... Até mais ver.

 

Ngũgĩ wa Thiong'o: Nossas vidas são um campo de batalha no qual é travada uma guerra contínua entre as forças que estão comprometidas em confirmar nossa humanidade e aquelas determinadas a desmantelá-la; aquelas que se esforçam para construir um muro protetor ao redor dela e aquelas que desejam derrubá-la; aquelas que buscam moldá-la e aquelas comprometidas em destruí-la; aquelas que visam abrir nossos olhos, para nos fazer ver a luz e olhar para o amanhã... e aquelas que desejam nos embalar para fechar nossos olhos... Veja mais aqui e aqui.

Elfriede Jelinek: Procure e você encontrará as coisas repulsivas que secretamente espera encontrar... Eu não luto contra os homens, mas contra o sistema que é machista... Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

Olalla Cociña: acaricie meu sonho nascido do ponto cego, solar.. Veja mais aqui e aqui.

 

A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ô grande espírito sadio, \ Desperte sabedoria,\ Para que, com autoria,\ Possa versar e aprender,\ E uma luz acender\ No seio da humanidade,\ Com muita simplicidade,\ Sem ego no coração,\ Somente a inspiração,\ Com espiritualidade.\ O Universo tem vida,\ Tem vida no Universo.\ Quando com ele converso,\ Sinto me fortalecida\ Com a mãe agradecida,\ Floresce a diversidade,\ Nos traga felicidade,\ Em todos os movimentos.\ Sejamos conhecimentos\ Com espiritualidade.\ A arte que foi criada,\ Chamado planeta Terra,\ Com alto, baixos e serra,\ Entregue nas nossas mãos,\ Da criança aos anciãos,\ É pra continuidade;\ Desmatar e fazer cidade,\ Furando e queimando a terra,\ Por dinheiro vira guerra,\ Sem espiritualidade.\ Quem ama a mãe natureza\ Não joga lixo no chão,\ Vive com a gratidão,\ Respeita tudo ao redor,\ E da criança ao maior,\ Sabe fazer caridade,\ Escuta a ancestralidade,\ E espalha onde estiver,\ Não define homem, mulher\ A espiritualidade.\ Somos povos diferentes,\ Diferentes rituais,\ Que respeitam os ancestrais,\ Pra luta fortalecer\ E frutos poder nascer\ Em meio à diversidade,\ Ser cultura e liberdade\ Da raiz até a semente\ E ser visto como gente\ Nossa espiritualidade.\ Pai Tupã nos fortaleça\ No caminho e na missão,\ Nos dê sempre inspiração\ Nos momentos de cantar,\ Com ervas poder curar\ Com amor, simplicidade,\ Para que a humanidade,\ Saiba contar sua história,\ Herança seja a memória\ Da espiritualidade.

Poema da escritora, cordelista e contadora de histórias indígenas, Auritha Tabajara, autora de obras como Magistério indígena em verso e prosa (2007), Toda luta e história do povo Tabajara (2008), Coração na aldeia, pés no mundo (2018), A grandeza Tabajara (2019) e A lenda de Jurerê (2020), entre outras obras.

 

O LIVRO BRANCO - [...] De pé nesta fronteira onde a terra e a água se encontram, observando a recorrência aparentemente interminável das ondas (embora esta eternidade seja de fato uma ilusão: a terra um dia desaparecerá, tudo um dia desaparecerá), o fato de que nossas vidas não são mais do que breves instantes é sentido com clareza inequívoca. [...]. Trecho extraído da obra The White Book (Granta Books, 2018), da escritora sul-coreana Han Kang, Prêmio Nobel de Literatura de 2024, que ainda se expressa: Nós faremos vocês perceberem o quão ridículo foi, todos vocês acenando a bandeira nacional e cantando o hino nacional. Nós provaremos a vocês que vocês não são nada além de corpos imundos e fedorentos. Que vocês não são melhores do que as carcaças de animais famintos. Veja mais aqui.

 

ELUCIDANDO A INTERSECCIONALIDADE & AS RAZÕES DO FEMINISMO NEGRO - [...] reconexão da epistemologia e da produção de conhecimento com a localização étnica, sexual e racial daqueles que pensam e que falam [...] Não é simplesmente que a interseccionalidade participa de uma visão colonial do gênero e da raça que postula sua separação e assim impede uma compreensão mais completa da dominação e da discriminação; é também, tão fundamentalmente, que a interseccionalidade, como corolário, nos priva de uma compreensão do significado, alcance e modalidades de resistência contra a opressão experimentada, incluindo o processo de fraturar o locus na dinâmica da luta. [...] O cosmopolitismo que estamos pedindo é antes o de um cosmopolitismo itinerante dotado daquela ‘atitude alegre’ da qual Lugones fala. Propor um feminismo cosmopolita decolonial é, antes de tudo, pensar nas subjetividades como viajantes, não porque tal pensamento tematize a possibilidade de ser um cidadão do mundo, mas porque nos permite conceber a figura do cidadão dos mundos, aqueles que atravessamos e habitamos através das fronteiras. [...]. Trechos extraídos da obra Élucider l’intersectionnalité. Les raisons du féminisme noir (Vrin, 2020), da filósofa tunisiana Soumaya Mestiri, autora de estudos como De l'individu au citoyen: Rawls et le problème de la personne (Éditions de la Maison des sciences de l'homme. 2007), Rawls: justiça e equité (Presses universitárias de France. 2009) e Décoloniser le féminisme: une approche transculturelle (Vrin. 2016).

 

A ARTE DE MARIANNE PERETTI

Eu era muito pequena, devia ter uns oito anos, e olhando ele desenhar minha mãe para um quadro pintado a óleo, logo me interessei. Não fiz belas artes, fiz artes decorativas... Eu quis morar no Brasil porque sou muito pernambucana. Então, realmente tenho laços com Recife. Uma parte pernambucana, uma parte francesa, não sei bem como mistura as duas coisas, mas são as duas coisas... Eu tenho uma mágoa como mulher. Acho que as mulheres são não bem reconhecidas. Ou são reconhecidas, mas não na medida que deveriam ser.

Pensamento da vitralista e artista plástica Marianne Peretti (Marie Anne Antoinette Hélène Peretti – 1927-2022), a mais importante vitralista do Brasil e única mulher a integrar a equipe de artistas da construção de Brasília. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, outubro 07, 2024

EWA LIPSKA, SAMANTHA HARVEY, LENA HADES & PERNAMBUCO DO PANDEIRO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Gema (2013), Live from Aurora (2016), Phenomena (2019) e Devaneio (2023), da banda instrumental feminina Ema Stoned, formada por Alessandra Duarte (guitarra e vídeo-projeção), Elke Lamers (baixo) e Jéssica Fulganio (bateria e vocais).

 

A segunda da semana sou... - Um galo anônimo madrugou alhures o canto do porvir no limiar do dia. Assim despertei com os ossos da memória revolvidos pelos pássaros palreando à minha janela. Respirava a solidão do quarto pelas lembranças esvaídas. Aos quatro ventos a teia das pulsações e foi ali onde a pedra tataravó me mostrou o barulho das coisas vivas: era eu quem transpirava e um passado saltava aos olhos, com todo o incomensurável e interdependente, a descendência e a herança fecundada. Quem duvidou possa o sorriso largo, saibam quantos toda luz brilhava para que todas as águas corressem rio afora e todo mar movia e era mais que a plena sensação viva, porque o chão germinava a todo instante as raízes que me prolongavam por onde o sangue escoou e nada mais extinguiu as faces ancestrais, que emergiam do meu peito ao que via e me fez mais que a mim próprio no espelho mútuo das vibrações ecosóficas mais divinas. E houve um dia e fui irmão para conhecer o dia e a noite: a paz encontrada no que buscava e havia quem supusesse contar meus pecados ao mundo árido, só porque ouvi os que partiram, quando madurou o amor como o que já era muito mais que amar. Todos estavam mortos há tempos e comigo conviviam muitos mais vivos e conversavam até os instantes mais próximos dagora, a me dizerem mais do que sou Abya Yala. E aquele madrugador canto era meu Pindorama ensolarando a cidade estiolada em meus braços, como se soubesse que não haveria mais ninguém e restavam apenas meus fantasmas. Aliás, era este o derradeiro alento, porque o amanhecer trazia a verdadeira vida todo santo dia. Até mais ver.

 

Anne Perry: Os homens que não conseguem rir de si mesmos me assustam ainda mais do que aqueles que riem de tudo... Veja mais aqui e aqui.

Nora Roberts: Se você não for atrás do que quer, nunca terá. Se você não pedir, a resposta é sempre não... Veja mais aqui e aqui.

Eleanor Catton: Nunca subestime o quão extraordinariamente difícil é entender uma situação do ponto de vista de outra pessoa... Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

UM POEMA

Imagem: Acervo ArtLAM.

Na palma da minha mão tenho esta paisagem \ que percorro de eléctrico. Linha número um. \ Sinto o ferro das rodas. Tiras submissas de trilho. \ Como um brinquedo educativo. \ Uma garota cede seu lugar para mim. \ À medida que contornamos a curva, a linguagem muda. \ As sílabas caem da boca. \ Um grito bruto. \ "Aproveite enquanto dura, criança, \ aproveite este momento. Este bonde. Este mais adiante." \ Mas não o mais longe. Isso eu sei. \ Seus cabelos grisalhos já estão esperando \ no fim da fila. \ Ainda estou sentado \ enquanto sua bengala branca sai \ apoiando minha profecia. \ “Estou falando com você, criança” \ A menina ri. Que piada, \ dizem os passageiros: a vida ama a morte. \ E quando o bonde chega à parada, \ seus freios ainda estão rindo.

Poema da poeta polonesa Ewa Lipska, integrante da geração da "Nova Onda". Veja mais aqui.

 

ORBITAL – [...] A Terra, daqui, é como o céu. Ela flui com cor. Uma explosão de cor esperançosa. Quando estamos naquele planeta, olhamos para cima e pensamos que o céu é em outro lugar, mas aqui está o que os astronautas e cosmonautas às vezes pensam: talvez todos nós que nascemos nele já tenhamos morrido e estejamos em uma vida após a morte. Se tivermos que ir para um lugar improvável e difícil de acreditar quando morrermos, aquele orbe vítreo e distante com seus lindos shows de luz solitários pode muito bem ser ele. [...] Nós importamos muito e não importamos nada. Alcançar algum pináculo de realização humana apenas para descobrir que suas realizações são quase nada e que entender isso é a maior realização de qualquer vida, que em si não é nada, e também muito mais do que tudo. Algum metal nos separa do vazio; a morte está tão perto. A vida está em todo lugar, em todo lugar. [...]. Trechos extraídos da obra Orbital (Atlantic Monthly Press, 2023), da escritora inglesa Samantha Harvey, que no livro The Shapeless Unease: A Year of Not Sleepin (Grove Press, 2020), expressou que: […] Para escrever ficção, você tem que se envolver em fraude organizada, na lavagem de experiência no paraíso fiscal das palavras. [...] Se a mente é uma cacofonia, o subconsciente é um teatro silencioso. [...]. Também no seu livro No The Western Wind (Grove Press, 2018), expressou que: […] Por que o tempo não pode ir para trás e para frente também? Se o tempo não é um rio, mas um círculo, e se você pode viajar em volta de um círculo de uma forma ou de outra e terminar onde começou, por que ele não pode ir para este lado e para aquele? [...] Só alguém com uma mente de pedra poderia continuar com a ideia de que nós, em nossa pequena ilha, somos separados daqueles outros lugares — aquele grande mundo são fios de arco-íris entrelaçados em nossos cinzas e verdes. De onde veio esse cinto de couro? ele me perguntou, de um cinto que eu não conseguia ver. Não de cabras inglesas, mas norueguesas. E a farinha para assar pão que alimenta nossas grandes cidades? De grãos do Báltico, bem alto no norte. E a ferragem em nosso novo cata-vento? Ferro espanhol. Nossa pequena terra é salpicada de estranheza, o Senhor quer nossa mistura colorida. [...]. Veja mais aqui.

 

FILOSOFIA OUTRA PINTURA - As pessoas não sabem como incorporar uma palavra, elas não veem a palavra... Pensamento da pintora e escritora russa Lena Hades (Lena Jeydiz), que é autora do artigo Thus Spoke Lena Hades: Nietzsche's Texts Live In Me (HuffPost, 2017), no qual expressa que: [...] Estou triste pelo fato de estar sozinho neste campo e que outros artistas não estejam envolvidos na personificação artística dos textos de Nietzsche. Talvez seja porque os artistas em massa não são filósofos o suficiente, ou como Marina Bessonova me disse - "eles são, em sua maioria, pessoas sem educação" (embora, eu acho, não se trate apenas de educação). Essas pessoas não sabem como incorporar uma palavra, elas não veem a palavra. Muitas vezes, os artistas estão envolvidos em substituições baratas - eles fazem do assunto da arte seu mundo interior e seus problemas. E como o mundo interior é frequentemente pequeno e feio, então essa arte também é desinteressante e chata. Nietzsche considerava a história humana dos últimos dois ou três milênios como uma história pessoal. O mundo interior desse tipo tem direito a uma longa vida na cultura, na arte! Essa criatividade vai além dos complexos psicológicos individuais e do lixo, dos quais ninguém precisa e dos quais é necessário se libertar. [...] Para se aproximar de Nietzsche, é preciso ser "chamado por seu espírito". Essas são palavras muito precisas - ser chamado. Se formos chamados por Nietzsche, podemos fazer algo interessante. [...].

 

CENTENÁRIO DE PERNAMBUCO DO PANDEIRO

[...] Ter aquele cavaquinho em minhas mãos foi um marco na minha vida, ele ali, à minha disposição. Não sei e nem quero comparar, mas emoção de tirar o som do seu primeiro instrumento, com ele assim, coladinho no peito, é como ver o primeiro sorriso dos filhos, são coisas que a gente cala nos recônditos da alma, e com o passar do tempo, as lembranças dessas emoções retiram lágrimas dos olhos da gente com maior facilidade [...].

Trecho extraído da obra A velha guarda do choro no planalto central (FCS/UFG\FUNAPE, 2012), organizado por Ana Lion e Sebastião Dias, tratando sobre o instrumentista e compositor Pernambuco do Pandeiro (Inácio Pinheiro Sobrinho - 1924-2011), o pandeirista que é um dos fundadores do Clube do Choro de Brasília, que integrou os conjuntos de Radamés Gnattali e Severino Araújo, acompanhou diversos artistas da música nacional. Veja mais aqui.

 

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