domingo, outubro 12, 2025

ELIZABETH LOFTUS, CATHERINE JOHNSON, IONE SKYE, POEMA & AGENTE SECRETO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Viva a vida ao máximo e nunca hesite em perseguir seus sonhos. Realmente vale a pena... Cada dia é um presente, não se esqueça! Agora vamos desligar nossos celulares e aproveitar... Façam coisas incríveis como sempre fizeram. Aproveitem ao máximo. A dor é um poder incrível, não deixe que ela te derrube, use-a...

Pensamento ao som de A song of death, a song of pain (2022), Through Your Eyes (2018) e Unprecedented (2016), da violinista, vocalista e soprano mexicana Marcela Bovio (Marcela Alejandra Bovio García), integrante das bandas Stream of Passion e Elfonia. Veja mais aqui.

 

Banquete suntuoso de gororoba xucra inaugurando Fecamepa... – Toctoc! Quem é? Não ouvi ô de casa, nem disse ô de fora! Quem será que era? Fui ver e de cara: era peró como a praga, alvoroçados com estardalhaço de gansos do Capitólio romano. Pra eles era uma festa portuguesa, com certeza: o Vira vira-homem, vira-bicho e arrebita! Pois, pois! Pois, não! Aí entrou o Galo de Barcelos no Fado, com o Bacalhau à Brás e Pastel de Nata, um fandango trazendo caldo verde, a chula na sardinha assada, o corridinho com o cozido e a Francesinha no Cante alentejano. Tudo só pra eles. E engrossou a presepada, no meio da festança: eu te benzo! Eu te curo! E amanhã estaríamos todos duros aos pés da cruz no altar católico, pagando o pato de infratores de todos os pecados. Como diziam: aqui disso não havia e a Cascais, uma vez e nunca mais! Oxe! Toctoc! De novo? Oh, viva terra de Espanha! E a galegada da União Ibérica invadiu com Flamenco e castanholas; touradas de Madri com Jota a sair de tapas, gaspachos e Pasodoble, churros e Muiñeira galega, Jámon Serrano e Fabada asturiana, catalãos e bascos, tudo se arranchando no maior espalhafato. Só deles. Maior irrupção esborrando o pandemônio nas alicantinas da gandaia. Toctoc! Outra vez? E era: Viva a França! Era a catinga perfumada com a expansão manufatureira calvinista arrombando Tordesilhas, todos à La Page, o barrete frígio e muitos presentes de Paris e dos huguenotes! E os salves à Antártica na Baía de Guanabara, à Equinocial no Maranhão! E gritavam: Liberté! Égalité! Fraternité! E lá foi Cancã e Boeuf Bourguignon com La Marseillaise, carneiros de Panúrgio, Le Coq & Marianne, Bransle e Ratatouille com Manouche, Quadrilha e Cassoulet com Chanson Française, Escargots de Bourgogne, croissant & baguete, Crème Brûlée e Macaron. E se deram por convivas e nem foram convidados. Sobrou balbúrdia e o malho na bigorna! Tudo pra eles. Toctoc! Agora danou-se tudo! Quem será dessa vez! E era: Ó linda Nova Holanda! E o que foi de batavo nassoviano com presentes luteranos de Armsterdã e o boi voando, ah, passou da conta! Aí entornou o caldo e logo apareceu um Leão com tulipas, moinhos de ventos andantes, todos com os dentes de fora e à tripa forra no Hakken com Levenslied e gado Holstein, Boeren Ploeg com o Stamppot, Almelose Kermis nos tamancos com Stroopwafel, Horlepiep e Rozenwals com Kibbeling e Haring, tudo no maior fuzuê! Quanta coisa estranha, Deus meu! Teve até quem emplacasse: Sou Flamengo e a nega Tereza, no maior embalo! E se fartaram do açúcar adoçando o sangue escravo e arrastaram pau-brasil pra desancar nossos nativos, E foram do ovo às maçãs porque um abismo chamava outro, um absurdo respondia a outro. Fizeram a maior farra e nem eram meus comensais. Transbordou escarcéu! Tô entendendo nada, que negócio é esse? Quem era o anfitrião? Lá estava eu no meio de quatro fogos e queriam que entregasse o pescoço à canga, enquanto se tratavam entre apertos de mãos, tapinha nas costas e o meu destino ao Deus dará. Dançaram minha dança, tomaram meu roçado e me deram lã de aço, espelhinhos & brebotes. Pra quê? Das zis utilidades nenhuma era a necessidade minha. Do lado de fora gente estranha escura acorrentada! Não era enfeite nem plateia, era claque mais chué! A casa era minha, hoje não mais. Até o nome que eu tinha, não sobrou nem o de pai. O que eu falava se apagou, me puseram outra língua porque queriam: sim, senhor! Essa é boa! Sai-te! Desde então escorreguei à mingua, de nem mesmo sequer saber mais quem sou. Tanta água desmanchou meu pirão, meu leirão e tudo ao meu redor. E agora, o que a gente faz? Botamos tudo pra correr e a doença ficou: quem era daqui viu nascer outrem e entre eles preferiam os das bandas dos enxotados. Como é que pode? E teve até quem empunhasse bandeira estrangeira por golpes para nos exilar, muitas e tantas vezes! O que é que há? Era o Fecamepa com um monstrengo carnaval só folia e pacutia demais para aprumar! Até mais ver.

 

Chiquinha Gonzaga: Ó abre alas que eu quero passar! Eu sou da Lira, não posso negar!... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Fernanda Montenegro: A palavra não é apenas um conjunto de sinais gráficos. Nela há sangue, suor e lágrimas... Tenho um otimismo realista, porque a condição humana é falha. Todos nós somos atores nesse palco que é o mundo... O teatro e a educação devem caminhar juntos; educar não é só ensinar a ler e escrever, é ensinar a pensar e sentir mundo de outras formas... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Elfriede Jelinek: Enquanto os homens forem capazes de aumentar seu valor sexual por meio do trabalho, da fama ou da riqueza, enquanto as mulheres só forem poderosas por meio do corpo, da beleza e da juventude, nada mudará... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

A GRANDE CONJUNÇÃO

Imagem: Acervo ArtLAM.

Você ainda não consegue vê-lo – tão pequeno \ poderia ser um quimioton – \ mas afirma ter esperança, afirma \ para saber coisas que você não sabe, \ se você pudesse encontrá-lo apenas \ talvez esta viagem de acampamento valeu a pena depois de tudo \ mesmo a tenda não bem ancorada — \ uma estaca desaparecida \ depois de tantos anos no porão — \ até o seu telescópio desatualizado \ mais pesado do que precisa ser – \ mas você aponta para as estrelas esperando \ para ver a primeira conjunção \ de Saturno e Júpiter em oitocentos \ anos como se para fingir \ você ainda não está em quarentena \ se você puder ver alguma coisa \ que não depende de nada \ você pode fazer mas simplesmente \ é em si, maravilhoso e constante, \ se estás aqui ou não. Por fim, \ aparece – e você acha que pode até \ Veja as quatro luas ao redor de Júpiter \ anéis. Você se parabeniza – \ você é Galileu! E mais tarde, quando você encontrar \ a estaca desonesta alojada por baixo \ uma caixa de discos de vinil que você se pergunta \ se se imagina como uma agulha \ sobre uma terra plana \ jogando tudo de uma vez.

Poema da escritora, roteirista e dramaturga britânica Catherine Johnson.

 

NUNCA CONTENTAR... - Nunca se contente com nada menos que extraordinário, senão a vida será uma droga. ... Pode ser uma droga de qualquer jeito, mas é melhor ser uma droga com integridade, certo?... Pensamento da atriz, escritora e pintora britânica Ione Skye, autora de obras como Say Everything: A Memoir (Gallery, 2025) e My Yiddish Vacation (Henry Holt and Co, 2014). Veja mais aqui.

 

MUNDO DA MEMÓRIA - Muitas pessoas acreditam que a memória funciona como um dispositivo de gravação. Você apenas grava as informações, depois as acessa e as reproduz quando quiser responder a perguntas ou identificar imagens. Mas décadas de trabalho em psicologia mostraram que isso simplesmente não é verdade. Nossas memórias são construtivas. Elas são reconstrutivas. A memória funciona um pouco mais como uma página da Wikipédia: você pode entrar lá e alterá-la, mas outras pessoas também podem... Pensamento da psicóloga estadunidense Elizabeth Loftus, autora de obras como The Myth of Repressed Memory: False Memories and Allegations of Sexual Abuse (1994), Witness for the Defense: The Accused, the Eyewitness, and the Expert Who Puts Memory on Trial (1991) e Human Memory: The Processing of Information (1976). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

O AGENTE SECRETO

O filme O agente secreto (2025), dirigido pelo diretor, produtor, roteirista e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho, conta a história de um professor de tecnologia que decide fugir de seu passado violento e misterioso, se mudando de São Paulo para Recife com a intenção de recomeçar sua vida. Ele chega na capital pernambucana em plena semana do Carnaval e percebe que atraiu para si todo o caos do qual ele sempre quis fugir. Para piorar a situação, ele começa a ser espionado pelos vizinhos e, inesperadamente, a cidade que ele acreditou que o acolheria ficou longe de ser o seu refúgio. O cineasta é também autor de filmes como Vinil Verde (2004), Eletrodoméstica (2005), Noite de sexta, manhã de sábado (2006), Recife Frio (2009) e Bacurau (2019). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

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OS SEGREDOS DO POEMA

O livro Os segredos do poema: uma maneira prática de entender a construção do texto poético (CriaArt, 2025), do poeta, professor e revisor Admmauro Gommes, trata sobre a distinção entre poesia e poema, a imaginação e a técnica, as figuras de linguagem, silabas poéticas e gramaticais, o tradicional e o contemporâneo, entre outros temas. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

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