TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA: COMO SE FOSSE - As
calçadas das ruas do mundo e eu à toa, vida de ninguém. Ela subitamente ali,
olhos nos meus, riso encantador de musa. A surpresa quase impossível, não fosse
cinema tão real. Um abraço afetuoso e uma folia de confetes e serpentinas
dentro de mim. Dançamos a Sede de
décadas sonhadas, o nosso idílio. Deu-me um beijo inesperado e eletrizante, carne
em minhas mãos, a cintura dela inquieta, como se a avenida barulhenta e
alvoroçada nada mais fosse que nossas línguas a se confundirem na escuridão de
um quarto de hotel ao crepúsculo, um quase imperceptível amanhecer. A
intimidade era uma cena repisada na memória tantas vezes revista das que ela já
fora tão distante, agora ali inteira, lado a lado, hálito e respiração, a
entrega de sua alma de menina travessa. Ela deu-me tudo, mais que o meu
merecimento. Quem? Juliette Binoche:
Estou cheia de dúvidas... Cada novo filme é como um
julgamento. Antes de me colocar na frente da câmera, não sei se vou cair ou se
vou voar - e é exatamente assim que quero que fique. DUAS: DE SOLIDÃO & ENTREGA – A
presença dela era sempre algo mais que o indefinível, o que de mim havia se
desfeito. E nos refazíamos a cada encontro, beijos de valsas intermináveis,
entregas que se faziam árias na eternidade. Íamos e não. Na primeira vez ela
tatuou seus lábios na minha alma, jamais esquecera. Na segunda, passou a viver
dentro de mim: era comigo que ela vivia para que eu pudesse ser vivo para
sempre. Na terceira, confundíamos nossas vidas e nunca mais deixei que ela se
fosse de mim. Mas havia de partir e levou tudo, dias e noites, um incontável amanhã.
E ela poetou, frente a frente. Quem? Anna Akhmátova: Bebo ao lar em pedaços, / À
minha vida feroz, / À solidão dos abraços / E a ti, num brinde, ergo a voz… / Ao
lábio que me traiu, / Aos mortos que nada vêem, / Ao mundo, estúpido e vil, / A
Deus, por não salvar ninguém. E nos servimos um do outro para que a vida fosse
além do átimo fugaz de um gozo perene. TRÊS: ELA & UM DESEJO - Era aniversário dela. O que presentear, nem sabia ou podia: só ao
coração, uma canção, nada mais. Eu tinha os seus olhos e nada mais era maior
que a nudez dela no espetáculo da vida. Era minha e cantei Desejo, era apenas o que tinha mesmo para dar. E nos embalamos nos
versos da minha canção e nos refizemos em cada tom, renascemos e amamos além da
conta, impetuosa e completamente. Havia sempre uma revelação a ser feita. E ela
se despiu, corpalma. Quem? Mônica Bellucci: O amor não tem idade. É fundamental aceitar que a beleza desaparece
com o tempo. Aceitei papéis degradantes para denunciar a violência contra a
mulher. Ela sempre, nua & linda, no meu coração. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo & mais aqui e aqui.
DITOS
& DESDITOS: [...] O adulto
está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo
diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história longa
(e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e
reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com
relação à inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa
da vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes
habilidades [...] e, provavelmente,
maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios
processos de aprendizagens. [...]. Trechos extraídos do artigo Jovens e adultos como sujeitos de
conhecimento e aprendizagem, da pedagoga, psicóloga e professora Marta Kohl de Oliveira, extraído da
obra Educação de jovens e adultos (Mercado das Letras, 2001), organizado por
Vera Masagão Ribeiro.
DEVERES
DA ARTE – [...] Tenho a
obrigação de rever as obras anteriores. E cada uma vem plena, com toda razão de
ser que teve no momento de sua criação. Isso já é bastante. Então, ainda não
comecei a olhar para trás. [...] minha
obra não está feita, está se fazendo. Sobrou pouco tempo para que se faça. Há
mais tempo para trás do que para frente, a menos que ocorra algum milagre da
ciência. Então, o fato de ter pouco tempo me mantém em uma busca permanente
para completar. [...] O que eu faço é
uma espécie de relato. O relato do vivido, o relato do percebido, o relato
daquilo que me atinge. Eu tento conviver com o que está acontecendo e traduzir
essa convivência em termos visuais. [...] Eu ilustro essa experiência de vida. Há um caminho. Mas, como diz o
provérbio, o caminho se faz ao caminhar. Ele é recorrente apenas como
experiência. O que eu aprendi ontem estou usando hoje. E estou aprendendo hoje
aquilo que usarei amanhã. [...]. Trechos da entrevista concedida ao Relatório 2014 com exposição dedicada a
Maria Bonomi (Revista Pesquisa FAPESP, 2015), pela gravadora, escultora,
pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora Maria
Bonomi. Veja mais aqui e aqui.
O CINEMA DE MARCELA SAID
Não tenha medo, em uma primeira escrita, se as coisas
parecerem muito explícitas, porque elas podem ser tecidas por trás.
MARCELA SAID - A arte da cineasta chilena Marcela Said,
que dirigiu o drama Los Perros
(2018), contando a história de uma mulher que é membro de uma importante
família chilena que, apesar dos privilégios, encontra-se inteiramente infeliz
em sua própria casa, por se sentir desprezada pelo pai e pelo marido. Assim, ela
encontra refúgio nos braços do seu professor de equitação, acusado de diversos
crimes durante a ditadura. A partir deste caso amoroso, ela contempla o passado
de sua família. Também dirigiu o drama/comédia El Verano de los Peces Voladores (2013), que conta a história das férias
de uma adolescente chilena na casa da família, durante um período em que a
ameaça de guerrilha está cada vez mais presente. Além destes, o documentário The Young Butler (El mocito, 2011),
contando a história de um trabalhador agrícola no sul do Chile, que por muitos
anos trabalhou como agente das máquinas repressivas do regime de Pinochet. Foi
ele o jovem mordomo que trouxe as xícaras de café no meio das sessões de
tortura, quem alimentou os prisioneiros e jogou fora seus corpos. Vinte anos
depois, ele está sendo levado a tribunal e forçado a se lembrar, um retrato
psicológico de um ser humano destruído por seu passado, por ter participado dos
horrores e crimes da ditadura de Pinochet, mas que hoje enfrenta sua
consciência e procura redenção. Por fim, I Love Pinochet (2001), documentário que mostra os "pinochetistas'' e os seus diferentes aspectos de
suas vidas, exibindo sua paixão e agradecimentos ao homem que, segundo eles,
salvou o Chile do comunismo internacional, com o sangrento golpe de Estado no
dia 11 de setembro de 1973. Veja mais aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Quem vê essas esculturas lindas pode identificar que era um homem
dedicado à beleza, à contemplação. As pessoas estão sempre passando com pressa,
independentemente do público, a obra existe, está lá, existe, vai sempre
embelezar o lugar. O reconhecimento na arte é algo extremamente complexo, é
muito difícil. O grande valor independe do reconhecimento. Isso vale nada.
Depois que o tempo passa, é a obra que fica, a obra vai permanecer.
CORBINIANO – A arte do escultor José Corbiniano Lins
(1924-2018), que fez parte do movimento de Arte Moderna do Recife, na década de
1950, participando de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e
no exterior. Veja mais aqui, aqui e aqui. E muito mais aqui.
TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
A arte
da socióloga, cineasta e roteirista Isa Grinspum Ferraz, que foi coordenadora
e criadora de projetos para editoriais e televisão na Fundação Roberto Marinho
e exibidos pela Rede Globo, atuou com Darcy Ribeiro para o programa Escola pela
TV, coordenou o Projeto Especial Núcleo da TVE; concebeu e dirigiu a série de
documentário O Povo Brasileiro, baseada em obra de Darcy Ribeiro e
exibida no canal TV Cultura e canal GNT; diretora dos documentários Marighella (2012) e A cidade do Brasil (2018), entre outros projetos e realizações.
A literatura
do premiado escritor, crítico, editor e
jornalista pernambucano Raimundo
Carrero aqui, aqui, aqui & aqui.
Frevo de Várzea, do poeta Wilson
Araújo aqui.
A arte de Joacir aqui.
A xilogravura de Perron Ramos
aqui.
UNA: Roteiro documentário curta-metragem aqui.
&
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