sexta-feira, julho 31, 2020

UPILE CHISALA, CRISTINA LEIFER, COURTNEY BROOKE, JULIA ROBINSON & HERMÍNIA MENNA DA COSTA



DIÁRIO DO GENOCÍDIO NO FECAMEPA – UMA: QUANTOS MORTOS & UMA CÉDULA DE 200 - Amigamigos que se vão, outros tantos que nem sei insepultos na memória. Há quem siga indiferente, não sei fingir, Quintanaecoa nos meus passos: A amizade é um amor que nunca morre. Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante! Todos seguem comigo da vigília ao sono, como se Emile Brontë contasse solícita: Tenho tido sonhos que ficam comigo o resto da vida e alteram minhas ideias. Vão mergulhando dentro de mim, como o vinho mergulha na água e mudam a cor do que penso. É tudo vivo demais para esquecer, como se golpes em duzentas efígies dos que são meus ao menoscabo duma cédula espúria e oportunista, como se o disfarce de um sorriso apócrifo escondesse a catástrofe.

DUAS: NÃO É UM FILME, COMO SE FOSSE! - O desencanto vem acompanhado de vozes, muitas vozes, palavras que atravessam a carne, enfiam-se coração adentro alma afora. Bergman sorri com uma advertência: Tuas palavras servem à tua realidade; as minhas, servem para a minha. Se trocarmos as palavras, elas passam a não valer nada. São muitas e diferentes, não há como não ouvi-las, reverberam no que sou.

TRÊS: O QUE FAÇO & TODOS NÓS – As mãos nas ideias, o que tenho e mais nada. Enquanto brotam aos borbotões, as colho com afeto, trato-as, cuido e as deixo viver mais que o átimo do seu estalo e ela cresce menina-moça para ser uma sedutora mulher exuberante a me embriagar de paixão. Ela que me trouxe em uníssono a fala de Michelangelo Antonioni no instante quase perdido: Você não deve me pedir para explicar tudo o que faço. Não posso. É isso. Você deve ser um pintor que tira uma tela e faz o que gosta com ela. Faço o que gosto, mãos à obra. Até. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: É quando não acreditamos que somos suficientes para nós mesmos que começamos a procurar pessoas nas quais nos afogarmos. Poema da socióloga, poeta e contadora de histórias do Malawi, Upile Chisala, que também é ativista dos direitos humanos e autora da obra Eu destilo melanina e mel (Leya, 2020), na qual está mais este poema: Estou pingando melanina e mel. Eu sou negra sem pedir desculpas. Veja mais aqui.

DESTAQUE: O que eu realmente sou é uma matemática. Em vez de ser lembrada como a primeira mulher nisso ou naquilo, prefiro ser lembrada pelos teoremas que provei e pelos problemas que resolvi. Pensamento da matemática e ativista estadunidense Julia Robinson (1919-1985), que foi a primeira mulher a pertencer à Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, atuando como conselheira da nação em medicina, ciência e engenharia. Também foi presidente da Sociedade Americana de Matemática (AMS), a primeira mulher no cargo, e suas realizações renderam inúmeros prêmios e homenagens. Ainda hoje é realizado o festival de Julia Robinson, organizado pelo Instituto Americano de Matemática, que tenta incentivar crianças e adolescentes a descobrir o mundo interessante e surpreendente da matemática através da formação de clubes e associações e do desenvolvimento de museus interativos.

O TEATRO DE CRISTINA LEIFER
De vida quero me inebriar. Ela vem abraçada com a morte. É uma dança. E eu... apenas uma mulher comum. Dancemos! É dia! Se me restam poucos dias, não posso passá-los com medo. Todo mundo brinca perguntando: “O que você faria se lhe restassem poucos dias”? Por que a morte não pode ser leve? Por que temos medo de olhá-la de frente, sem pudor?
CRISTINA LEIFER - A arte da atriz e diretora Cristina Leifer, que tem realizado a oficina Falasser – Construindo uma Dramaturgia do Eu e tem apresentando o espetáculo Ensaios Sobre o Fim, texto adaptado por ela a partir do livro homônimo do psicanalista Wilker França, uma peça intimista com teatro, música, performance e poesia, por meio dos contrastes morte e vida; ficção e realidade; luz e sombra; clássico e contemporâneo; realista e barroco; coloquial e teatral. Veja mais aqui.

A ARTE DE COURTNEY BROOKE
Sempre fui atraída pelo conceito de espírito humano como energia, luz e que nossa forma atual é apenas nosso vaso. Estou interessada em explorar a maneira como a luz se move à nossa volta e dentro de nós. Essa luz linear que criamos através da história, que como indivíduos e coletivamente somos o passado e o futuro em uma explosão de luz caótica. Cada imagem é um pontinho, um marcador de um momento e de possibilidade. Estou constantemente tentando encontrar aquele lugar onde o que é, o que poderia ter sido e o que poderia ser convergem. O mundo dos "sonhos" não tem, em minha opinião, nenhuma razão para ser diferente do mundo que está acordado. É deste lugar que meu estilo toma forma.
COURTNEY BROOKE – A arte conceitual da fotógrafa estadunidense Courtney Brooke. Veja mais aqui e aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
A arte da fotógrafa Herminia de Carvalho Menna da Costa, pioneira da fotografia feminina pernambucana no início do século XX. (Fonte: Acervo Fundaj).
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A obra do escritor, dramaturgo e advogado Hermilo Borba Filho (1917-1976) aqui, aqui, aqui & aqui .
Das musas de ontem e hoje, do poeta, professor e pesquisador Amaro Matias Silva (1922-2002) aqui.
A arte de Celso Madeira (Acervo do Barro Igarapeba) & de Wilmison da Silva Calado (Wil de Igarapeba) aqui.
A rua das viúvas aqui.
A Estação do Bem – Catende aqui.
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O município de Palmares aqui, aqui & aqui.