quarta-feira, julho 29, 2020

MARY MCCARTHY, MATILDE KSCHESSINSKA, BACURAU & POETAS PERNAMBUCANOS



DIÁRIO DO GENOCÍDIO NO FECAMEPA – UMA VEZ & É NADA - Entre os que têm muito e que são poucos, e os que quase nada possui e que são muitos, passaram milênios e os equívocos dos Filhos de Caim na mesma ladainha bíblica de Mateus 13,12: Porque àquele que tem, mais se lhe dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Nem disfarçam essa cartilha o desgoverno do Fecamepa coisonário. Fazem ouvidos moucos à gritaria geral, mas escuto bem Roberto DaMatta: O que não se pode mais admitir (de nenhum governo, de nenhum partido) é o espetáculo da eleição em que tudo é prometido e, depois, nada realizado. Com o agravante de sempre: esse do governante que se elege em nome da mudança “com tudo isso que aí está...”, e depois usa os mesmos argumentos de sempre: falta pessoal, falta verba, falta isso, falta aquilo. Quando, de fato, o que está mesmo faltando é a consciência das responsabilidades de quem manda e dirige. Pois quem rege e administra tem o dever de preservar as instituições, o que, necessariamente, implica assumir os erros e as faltas cometidas pelos funcionários sob sua responsabilidade. Como ninguém faz nada, faço a minha parte: socorro!

DUAS MÃOS SEGURANDO A OCASIÃO PELOS CORNOS – A situação favorável é uma vez na vida e olhe lá. Hoje sei que precisa do alinhamento dos planetas e mais uma série de outros fatores convergindo, tudo naquele mesmo instante, para que dê certo. Quando ocorre, tem que segurar mesmo senão ela escapole e era uma vez. Passei batido, eu sei. Ao alertar para mim certa vez Luis Buñuel: As oportunidades não abundam, e raramente as encontramos uma segunda vez. Nossa memória é nossa consciência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela, somos nada. Ouvi atentamente, só que a minha vez já tinha passado muito antes. Ainda hoje estou esperando, ligado, uma segunda chance e faz tempo, décadas. Destá.

TRES VEZES & A EMPATIA - Aquela, à primeira vista. Bateu e pegou de jeito. Assim Pina Baush: Dançar é uma forma de amar. Dance, Dance… Senão estamos perdidos. Você tem que deixar que cada um se expresse por suas motivações internas. Era eu apaixonado aos passos e rodopios, ela mais convidativa: Então você pode vir me buscar, homem que eu amo, seja você quem for. Porque eu estou pronta. Você vai chegar de repente e vai ser grande e forte e ter um cheiro bom ao qual eu não vou resistir. Você vai olhar pra mim e eu vou entender e eu quero lhe tocar em um pequeno sorriso e embora pareça absurdo eu sei que a gente não vai precisar dizer nada um para o outro. E você vai me fazer ser valente e não ter medo de curvas arriscadas e quedas livres. Vai só me fazer desaparecer, ao seu lado. O que sei, todos somos a vida entre nós. Juntos, o coração para todos. Os seus sentimentos são meus; minhas mãos são suas. Vivocê, voceu. Até amanhã. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: São as pessoas da classe média que, por engano, imaginam que uma busca viva das últimas novidades em leitura e pintura promoverá seu status no mundo. Na violência, esquecemos quem somos. A proscrição, a lei marcial, o agasalho das tropas rudes, o cobrador de impostos, o juiz injusto, qualquer coisa, qualquer coisa, é mais doce que a responsabilidade. Nós somos o herói da nossa própria história.  Suponho que todos continuem interessados na busca de si, mas o que você sente quando é mais velho, penso, é que - como expressar isso - você realmente precisa se identificar. Pensamento da premiada escritora, crítica literária e ativista política estadunidense Mary McCarthy (1912-1989), autora de obras como o premiado Dize-me com quem andas (Civilização Brasileira, 1967), novela de estreia da autora, expondo sem reservas o meio social da vida de Nova Iorque no final da década de 1930; e O grupo (Abril Cultural, 1981), que foi transformado em drama para as telas cinematográficas, em 1966, pelo cineasta Sidney Lumet, tratando de temas controversos como amor livre, controle de natalidade, aborto, lesbianismo e alienação mental.

O BACURAU: AMANHÃ EU VOU
Quero dar a despedida / como deu o bacurau; / uma perna no caminho, / outra no galho de pau.
Já se aproximava o dia da festa no céu e o Bacurau não tinha roupa para ir. Pediu emprestado para diversos pássaros. Atendido, ficou todo engalanado. Ficou tão envaidecido que, no dia seguinte ao da festa, não devolveu nenhum dos pertences arrumados. Por conta disso, foi castigado: tornou-se uma ave de hábitos noturnos que solta gritos: amanhã eu vou!
BACURAU – Em conformidade com o Dicionário do folclore brasileiro (Global, 2001), de Luís da Câmara Cascudo, o bacurau-mede-léguas (Nyctidromos albicollis) é uma ave noturna que possui estórias na tradição oral. Ao anoitecer e às primeiras horas da noite, passeia pelas estradas, caçando insetor, refletindo a luz nos imensos olhos redondos. As penas de sua asa curam dor dentes, esfregadas neles. Dispostas entre a manta e a sela, aprumam o cavaleiro de tal maneira que não há salto de cavalo capaz de desmontá-lo. Já o premiado drama/faroeste/terror gore/fantasia e ficção científica, Bacurau (2019), escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é o apelido do último ônibus da madrugada do Recife, contando a história de uma pequena cidade brasileira no oeste pernambucano, que lamenta a perda de sua matriarca que viveu até os 94 anos de idade e que, dias depois, seus habitantes percebem aos poucos algo estranho acontecer na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam pela primeira vez na cidade com planos de exterminar toda população ali residente, registrando o aparecimento de cadáveres e automóveis que são atingidos por tiros, caracterizando um verdadeiro ataque. Veja mais aqui.

A ARTE DE MATILDE KSCHESSINSKA
O sentimento preencheu minha alma por completo, eu só conseguia pensar nele.
MATILDE KSCHESSINSKA - A arte da bailarina russa Matilde Kschessinska (1872-1971), que foi a primeira bailarina daquele país e que se tornou conhecida por seu envolvimento romântico com um czar, tendo-se casado com um Grão-duque que assumiu a paternidade de seu filho. Sua vida foi transforma no filme Mathilda (2017), dirigido por Alexey Uchitel, tornando-se objeto de controvérsia feroz, inclusive tentativas de proibição, ameaças aos distribuidores e incêndio criminoso. Conta a história da relação entre o herdeiro do trono russo e a bailarina, fato que levou autoridades russas a acusar a obra de blasfêmia e que deveria ser condenado por inflar escândalo. Veja mais aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
A antologia didática de poetas pernambucanos – do pós-guerra à década de 80 (Governo do Estado/SEC-DPC, 1988), organizado por Cremilda Aquino de Matos, Ésio Rafael e Izabel Maria Martins da Silva, reúne trabalhos poéticos de João Cabral de Melo Neto, Ivanildo Vilanova, Alberto da Cunha Melo, Lourival Batista, Mauro Mota, Paulo Bruscky, Almir Castro Barros, Angelo Monteiro, Arnaldo Tobias, Audálio Alves, Carlos Moreira, Carlos Pena Filho, Celina de Holanda, César Leal, Déborah Brennand, Domingo Alexandre, Francisco Bandeira de Melo, Geraldo Brasil, Jaci Bezerra, Janice Japiassu, Jó Patriota, José Mario Rodrigues, Lucila Nogueira, Maria de Lourdes Horta, Severino Filgueira, Tereza Tenório, Vernaide Wanderley e Waldemar Lopes. Veja mais aqui.
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A obra do médico, professor catedrático, pensador, ativista político e embaixador do Brasil na ONU, Josué de Castro (1908-1973) aqui, aqui & aqui.
Circo Itinerante aqui.
Amigos da Biblioteca aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Bacuna – Bacia Artística & Criativa do Una & Vale do Una aqui e aqui.
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O município de Joaquim Nabuco aqui & aqui.