DUAS: AQUELA OUTRA DOS
DITOS & DESDITOS - A discriminação é altamente nefasta. Parece mais que ninguém se deu conta
das previsões constitucionais vigentes, nem o tanto de marco legal para combate.
A torto e a direito flagrantes inexoráveis, sem falar do disfarçado Efeito Matilda execrável. Lélia Gonzalez
nos dá o tom do descalabro: Estamos cansados de saber que nem na
escola, nem nos livros onde mandam a gente estudar, não se fala da efetiva
contribuição das classes populares, da mulher, do negro do índio na nossa
formação histórica e cultural. Na verdade, o que se faz é folclorizar todos
eles. No momento em que começamos a falar do racismo e suas práticas em termos
de mulher negra, já não houve mais unanimidade. Nossa fala foi acusada de
emocional por umas e até mesmo de revanchista por outras; todavia, as
representantes de regiões mais pobres nos entenderam perfeitamente (eram
mestiças em sua maioria).
É o que nos sobra destes tantos & muitos Brasis arrevirados e de porteiras
escancaradas, gentamiga!
TRÊS: DO CIRCO ITINERANTE - Hoje tem espetáculo? Tem, sim senhor! Todo dia terá! O Circo Itinerante flagra tudo do
Oiapoque ao Chuí, das beiradas do Atlântico até as bandas do Pacífico. Em cena
pode estar o que não é nada agradável aos olhos, o cotidiano das mazelas e o
imprevisível. O que nos salva é o solo do piano com Oblivion de Raul Passos:
Tua dúvida, minha
ciência / - Porque eu me debruço em ti / Pareces não estar ali - / Não fuja! /
És uma ilusão cristalizada / Amargo pensamento de amanhã / - Lamento ou lamúria
vã - / Não fale! / Madrugada imaterial - tesouro ardente / Tua sombra, vago
relance... / Te peço, para que eu descanse, / Não durma! Ou o recado inflamado Barbara Kruger: Ver
não é acreditar. A própria noção de verdade tem sido posta em crise. Em um
mundo inchado com imagens, estamos finalmente aprendendo que as fotografias de
fato são mentiras. Assim, a gente aprende a discernir do que é e não, o que
deve ser feito e o necessário para viver e deixar viver neste tempo e mundo.
O RECIFE
DOS ROMANCISTAS
A publicação O
Recife dos romancistas: paisagens, costumes, rebeliões (FacForm, 2010),
organizado por Abdias Moura, reúne textos Clarice Lispector, Josué de Castro,
Mauro Mota, Ariano Suassuna, Jorge Amado, Gilberto Freyre, Osman Lins, Paulo
Leminski, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Franklin Távora, Aguinaldo Silva,
Amílcar Doria Matos, Raimundo Carrero, Gilvan Lemos, Evaldo Cabral de Melo,
Luzilá Gonçalves Ferreiras, Josefa de Farias, Luis Jardim, Israel Felipe,
Gastão de Holanda, Bernardo Freire, Mário Sette, Luiz Delgado, Jonas Taurino, Bernardo
Guimarães, Lucilo Varejão, Perminio Asfora, José Nivaldo, Theotonio Freire,
Faria Neves Sobrinho, Zeferino Galvão, Carneiro Vilela, Manoel Arão, entre
tantos outros. Veja mais aqui.


