quinta-feira, fevereiro 11, 2016

CANTADOR, MANUEL BANDEIRA, FOURIER, HERMETO & HEPTAMERON DE PIETRO D'ABANO



 

CANTADOR - Cantador viver por este chão. Cantando o mundo que escorre aos seus pés. Cantando a vida a força que lhe deu a lida, outra sorte ser sentida dentro do seu coração. Haja ventura ao seu filho ver nascer, brotando a luz do seu trabalho, outra força pra viver, por outro novo amanhecer. Cantador as nuvens lá no céu são outros sonhos que carregam por vingar, são outras vidas, outros cantos, outras falas, e carregam suas malas proutro novo amanhecer. Carregam ventres cheios de paixão e fé pra quando o dia amanhecer ter outra força no seu pé, outro carinho pra mulher. Vem, começa tudo por aqui, deixa o passado ficar lá para traz, que a vida seja assim daqui pra frente, que o teu filho vem valente pra mudar este lugar. Esqueça tudo o que foi não vai ser mais, veja que o dia vem contente para cantar esta canção. E bate forte o coração. E cante forte esta canção. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Canção de terra. Bagaço, 1985. Para ser cantada sobre A música das nuvens e do chão, de Hermeto Pascoal. Veja mais Canção de Terra aqui & aqui. E veja mais Hermeto aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 


DITOS & DESDITOS - A unidade do homem e da natureza é o princípio fundamental de uma sociedade saudável... O caráter de uma sociedade pode ser medido pela maneira como ela trata seus membros mais vulneráveis... A civilização é construída sobre a infelicidade dos outros... Os povos da civilização vêem sua miséria aumentar em proporção direta ao avanço da indústria... Na civilização, a pobreza nasce da própria superabundância... A família é um grupo que precisa escapar de si mesmo... Os civilizados… assassinam seus filhos ao produzirem muitos deles sem conseguirem prover seu bem-estar. A moralidade ou teorias de falsa virtude os estimulam a fabricar bucha de canhão, formigueiros de recrutas que são forçados a se vender para sair da pobreza. Essa paternidade imprevidente é uma falsa virtude, o egoísmo do prazer... Os filósofos dizem que as paixões são muito vivas, muito ardentes; na verdade, são fracas e lânguidas. Ao redor, vê-se a massa de homens suportar a perseguição de alguns senhores e o despotismo dos preconceitos sem oferecer a menor resistência... suas paixões são fracas demais para lhes permitir extrair audácia do desespero... Déspotas preferem a amizade do cão, que, injustamente maltratado e humilhado, ainda ama e serve o homem que o injustiçou. Pensamento do socialista francês Charles Fourier (François Marie Charles Fourier – 1772-1837), considerado um dos criadores do cooperativismo.

 

BALADA DE SANTA MARIA EGIPCÍACA - Santa Maria Egipcíaca seguia \ Em peregrinação à terra do Senhor. \ Caía o crepúsculo, e era um triste sorriso de mártir. \ Santa Maria Egipcíaca chegou \ A beira de um grande rio. \ Era tão longe a outra margem! \ E estava junto à ribanceira,\ Num barco, \ Um homem de olhar duro. \ Santa Maria Egipcíaca rogou: \ – Leva-me ao outro lado. Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe. \ O homem duro fitou-a sem dó. \ Caía o crepúsculo, e era como um triste sorriso de mártir. \ – Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe. \ Leva-me o outro lado. \ O homem duro escarnece: – Não tem dinheiro, \ Mulher, mas tens teu corpo. Dá-me o teu corpo, e vou \ levar-te. \ E fez um gesto. E a santa sorriu, \ Na graça divina, ao gesto que ele fez. \ Santa Maria Egipcíaca despiu \ O manto, e entregou ao barqueiro \ A santidade da sua nudez. Poema do poeta Manuel Bandeira (Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho – 1886-1968). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

HEPTAMERON - […] A forma dos Círculos não é sempre a mesma; mas costuma ser alterada de acordo com a ordem dos Espíritos que serão chamados, seus lugares, tempos, dias e horas. Pois, ao fazer um Círculo, deve-se considerar em que época do ano, em que dia e em que hora você o faz; quais Espíritos você chamaria, a que Estrela e Região eles pertencem e quais funções eles têm. Portanto, sejam feitos três Círculos de latitude de nove pés, e que estejam distantes um do outro a uma largura de uma mão; e no meio do Círculo, primeiro, escreva o nome da hora em que você faz o trabalho. Em segundo lugar, escreva o nome do Anjo da hora. Em terceiro lugar, o Sigilo do Anjo da hora. Em quarto lugar, o nome do Anjo que governa o dia em que você faz o trabalho e os nomes de seus ministros. Em quinto lugar, o nome do tempo presente. Em sexto lugar, o nome dos Espíritos que governam naquela parte do tempo e seus Presidentes. Em sétimo lugar, o nome da cabeça do Signo que governa naquela parte do tempo em que você trabalha. Em oitavo lugar, o nome da Terra, de acordo com aquela parte do tempo em que você trabalha. Em nono lugar, e para completar o Círculo do meio, escreva o nome do Sol e da Lua, de acordo com a referida regra de tempo; pois, à medida que o tempo muda, os nomes devem ser alterados. E no Círculo mais externo, que sejam desenhados nos quatro Ângulos, os nomes dos Anjos presidenciais do Ar, naquele dia em que você faria este trabalho; a saber, o nome do Rei e seus três Ministros. Fora do Círculo, em quatro Ângulos, que sejam feitos Pentágonos . No Círculo interno, que sejam escritos quatro nomes divinos com cruzes interpostas no meio do Círculo; a saber, para o Leste, que seja escrito Alfa , e para o Oeste, que seja escrito Ômega ; e que uma cruz divida o meio do Círculo. Quando o Círculo estiver concluído, de acordo com a regra escrita anteriormente, você deverá prosseguir. [...]. Trechos extraídos da obra Heptameron or Magical Elements: Of Peter de Abano (CreateSpace Independent, 2015), do filósofo, astrologo e professor de medicina em Pádua, Pietro d'Abano (Petrus de Apono, Petrus Aponensis or Peter of Abano - c.1257–1316). Ele ganhou fama escrevendo Conciliator Differentiarum, quae inter Philosophos et Medicos Versantur e acabou sendo acusado de heresia e ateísmo, antes da inquisição. Ele morreu na prisão em 1315 (algumas fontes dizem 1316) antes do final de seu julgamento. O Heptameron (do grego ηπτα "sete" e ημερα — "dia") é um guia conciso sobre magia angelical, com raízes que remontam pelo menos à época medieval. Teve grande influência na prática moderna, embora pouca atenção tenha sido dada às fontes originais até recentemente. Teve prestígio suficiente para ser incluído no Índice de Livros Proibidos já em 1581. Ele detalha as ferramentas e os ritos para conjurar anjos durante os sete dias da semana. Os instrumentos rituais incluem: sigilos dos 7 anjos primários, incensos, água benta, um novo vaso de barro com carvão e fogo, vestimenta, pentagrama, o livro, uma espada e um apito.

 


TODO DIA É DIA DA MULHER: LAURA AMÉLIA DAMOUS – Entre os poemas reunidos na antologia Traje de Luzes – Poesia Reunida (Sioge, 1993), da poeta maranhense Laura Amélia Damous, destaco Ânfora: Nem percebeste a leve brisa. / Eu / que sou tormenta / fúria e vento. / Só tu / cabes em mim. E também o poema Quiromancia: A mão do poema / é a que me cabe / inteira. / A outra, / eu a carrego, / pesada e alheia. Veja mais dela aqui e aqui.

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SATYRICON DE PETRÔNIO – Obra satírica do prosador romano e seguidor da ética hedonista Petrônio, um dos mais antigos romances e marco da literatura latina escrita aproximadamente nos tempos de Nero, por volta do ano 60 d.C., descrevendo aventuras e desventuras do narrador errante Encólpio, do seu amante Ascilto e do jovem servo Gitão. Embarcam numa aventura recehada de ciúmes e discussões com o poeta Eumolpo, naufragando numa sacerdotis do deus Príapo, a Circe. É uma crítica aos costumes e política da Roma antiga, ridicularizando o mundo cristão com passagens cômicas e trágicas, malíciosas e sedutoras, hipócritas, libertinas e homossexuais devotadas ao culto dionisíaco e destacadas no suntuoso e afamado Banquete de Trimalquião.

BOCCACCIO – O Decamerão, numa tradução de Torrieri Guimarães, foi escrito em 1350 pelo escritor italiano que nasceu em Paris, Giovani Boccaccio (1313-1375), uma obra em prosa que relata em dez histórias curtas, contadas por sete moças e três rapazes que se refugiam no campo para escapar da peste negra, os conflitos entre os valores cristãos e o espírito libertino da época, questões ligada à transição para o Renascimento. O “Decameron” é composto por cem histórias que abrangem as mais peculiares paixões e comportamentos humanos, e mantêm em viva presença, os clamores da carne, a infidelidade e as trapaças sexuais A obra tem a propriedade de revelar em cada conto que o proibido e o pecaminoso vigiados pelas autoridades no final da Idade Média, concretizavam-se em práticas habituais no dia-a-dia das pessoas comuns, do clero e da nobreza. Na obra, conforme dito anteriormente, há dez personagens principais que, para fugir da peste, refugiaram-se em um castelo, onde nada havia a fazer. Teriam que passar ali muito tempo, até que o ambiente externo voltasse à salubridade. Para ocupar-se, cada um dos personagens contou uma história em cada um dos dez dias. Essa obra, apesar der ter sido escrita há mais de seiscentos anos, ainda pode ser lida como enorme prazer. Por isso, tornou-se um clássico da prosa ocidental e um dos maiores livros eróticos de todos os tempos. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.


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