HORA MARCADA - Meu pai, minha mãe, benção. Licença, eu vou
sandálias soltas de carona num triz de raio pra capital. Não sei se é tão cedo
ou se já vou tarde. Sei que vou me esgueirando sem arranhões nem remorsos na
poeira dos porões de dias infindos, sem dores nem repúdio estrada afora. Vou num
vento qualquer, canaviais, ribanceiras, Araruna, Gameleira, Cucaú, Estreliana,
Ribeirão, Escada. No entroncamento do Cabo vou proutro litoral, Pontezinha,
Candeias, Prazeres, logo vou pela Imbiribeira escapando de navalhas, golpes e
cassetetes. Em Afogados eu me refaço em canções entre choros, grunhidos e
labaredas. Pela Via Sul, lá vou eu carne e tutano, quantos dias, sei lá, polegadas
de emoção, o Recife é lindo na plenitude dos olhos, a expectativa de Sol
paratodos. Vou-me embora com o Una no peito e na eterna vigilância dos nós
insones para desatar pelas lajes e mármores, foices e sirenes, ideologias e
esgotos, insultos e desencontros, edifícios e indiferenças. Não vou errar dos
mortos soterrados nas gavetas e molduras, Deus os guarde e vão comigo até mesmo
se eu for para Olinda. É hora de ir da nascente pro mar, sem absolvição nem
covardia, sem perdões nem sombras do que fui ou possa vir a ser, devires e
pisos falsos. Essa é a hora, nunca chorem por mim, vou cantando a balada de
quem vai embora, quem sabe, um dia eu possa voltar, não sei. (Raízes &
Frutos – Bagaço, 1985). © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
DITOS & DESDITOS - O
homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra, e ninguém se conhece enquanto não
sofreu. Pensamento do poeta, novelista e dramaturgo francês Alfred
Musset (1810-1857). Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Ser feliz ou infeliz -
isso é realmente a coisa mais importante? Conhecer a
verdade seria um tipo diferente de felicidade - um tipo mais satisfatório, eu
acho, mesmo que fosse um tipo triste. Pensamento do
escritor, dramaturgo e compositor estadunidense Ira Levin (1929-2007).
A MULHER & O MEDO – [...] A atitude masculina em relação ao ‘segundo
sexo’ sempre foi algo contraditório, oscilando da atração a repulsão, da admiração à
hostilidade [...] na
sexualidade feminina, tudo é obscuro [...] Essa ambiguidade fundamental da mulher que dá a vida e anuncia a morte
foi sentida ao longo dos
séculos e principalmente expressa pelo culto das deusas-mães. A terra é o
ventre nutridor, mas também o
reino dos mortos sob o solo ou na água profunda. É cálice de vida e de morte. [...] o medo da mulher não é uma invenção dos ascetas cristãos [...] a “diabolização da mulher”, aquela que é um “mal magnífico,
prazer funesto, venenosa e enganadora [...] acusada pelo outro sexo
de ter introduzido na terra o pecado, a desgraça e a morte [...] a caverna sexual [...] a fossa viscosa do inferno [...] o pecado por excelência [...] Nessas condições, pode-se legitimamente
presumir, à luz da psicologia das profundezas, que
uma libido mais do que nunca reprimida transformou-se neles (pregadores,
teólogos e inquisitores) em
agressividade. Seres sexualmente frustrados que não podiam deixar de conhecer tentações profetaram em outrem o
que não queriam identificar em si mesmos. Colocaram
diante deles bodes expiatórios que podem desprezar e acusar em seu lugar. [...]. Trechos extraídos da obra História do medo no ocidente: 1300 – 1800 (Companhia das
Letras, 1989), do historiador francês Jean Delumeau.
BALADA
DO CONCURSO DE BLOIS - Morro de
sede quase ao pé da fonte, / Quente
qual fogo, mas batendo os dentes; / Em meu
país vivo além do Horizonte; / Junto a
um braseiro tremo e fico ardente; / Nu como
um verme. O traje: um presidente; / Rio no
pranto e espero sem esperança; / Conforto
acho na desesperança, / E
alegro-me sem ter prazer algum; / tenho o
poder sem força ou segurança; / E sou
bem vindo a todos e a nenhum. / Só me é
certo algo com que eu não conte; / nada é
obscuro, exceto o que é evidente; / E sem
dúvidas, fora as que defronte, / Tomo a
ciência por mero acidente; / Conquisto
tudo e fico dependente / Digo
"Boa noite" se a aurora avança; / Deito-me
sem controle em confiança; / Tenho
alguns bens, mas sem vintém algum; / Sou um
herdeiro mas sem ter herança, / E sou
bem-vindo a todos e a nenhum / Descuido-me
de tudo e suo a fronte / Para ter
bens, sem ter um pretendente; / Com quem
mais me afague, me confronte, / Quem
mais me é veraz é quem mais mente; / É meu
amigo que diz procedente / De um
cisne alvo e um corvo a semelhança; / Em quem
me nega enxergo uma aliança; / A
patranha e a verdade acho comum; / recordo
tudo sem a menor lembrança / E sou
bem-vindo a todos e a nenhum. / Príncipe
brando: se isso não vos cansa, / De tudo
eu sei, e a mente não alcança; / Sou
faccioso e sigo a lei comum. / Que
faço? o Quê? dos meus bens a cobrança, / E sou
bem-vindo a todos e a nenhum. Poema do poeta maldito do romantismo francês, François Villon (1431-1463), pseudônimo de François de Montcorbier ou des Loges, que
além de poeta medieval, era ladrão, boêmio e ébrio.
HUMANISMO E A EDUCAÇÃO HUMANISTA - O
humanismo caracterizou-se como um movimento filosófico ocorrido no século XIV e
XV, representando um aspecto revolucionário meritório de registro na história,
pelas influências exercidas até o presente momento. Por esta razão, o presente
estudo procura investigar as questões que marcaram as antecedências e
conseqüências do humanismo na modernidade, procurando encontrar as suas bases
teóricas para entendimento de sua influencia, inclusive, ainda, na atualidade. Indaga,
portanto, de que forma se processou o humanismo no contexto educacional,
observando-lhe as tônicas filosóficas, políticas, culturais e econômicas. O
humanismo, tendo por base as idéias expressas por Nunes (1980), Muzukami (1986)
e Paviani e Dal Ri Junior (2000), é a doutrina ou conjunto de tendências de caráter
filosófico que, durante o Renascimento italiano dos sécs. XIV e XV, se orientou
no sentido de reviver os modelos artísticos, literários e científicos da
Antiguidade greco-latina, considerada como exemplo de afirmação da
independência do espírito humano. Do ponto de vista histórico, conforme
Muzikami (1986), o humanismo está intimamente ligado ao Renascimento, sendo
então mais amplo e complexo por ser a descoberta do homem enquanto o homem com
reafirmação de todas as categorias do humano, em todas as preocupações
artísticas, filosóficas e morais. Neste sentido, salienta Paviani e Dal Ri
Junior (2000), que o humanismo foi uma reação do espírito renascentista contra
a filosofia medieval e o cristianismo, tornando-se um processo histórico
europeu de retorno à cultura e às letras clássicas a partir da Itália,
alcançando a Alemanha, a Inglaterra, os Paises Baixos, a França e, depois,
Espanha e Portugal. O humanismo europeu, conforme Nunes (1980), entrou em
conflito com a ortodoxia cristã e, mesmo com sua redução e transformação,
influenciou o pensamento posterior, adquirindo uma forma humanitarista. Os antecedentes
do humanismo estão localizados com a crise do feudalismo e florescimento do
mercantilismo no sec. XVI, o poderio católico do pensamento clássico do
teocentrismo, o surgimento da imprensa de Gutemberg que tirou o jugo dos livros
da igreja, possibilitando a publicação e a difusão de obras; o
descobrimento de novos mundos na busca do desconhecido; um cenário de guerra e fome que levou a mudanças intensificadas pelos
apelos ao sobrenatural e sentimentos religiosos, resultando em choque com as
idéias dominantes. Com isso, o humanismo construiu uma nova verdade não mais
baseada na fé, mas na razão e no pensamento antropocentrista. E, por esta
razão, o humanismo é considerado a raiz do pensamento moderno, trazendo uma concepção
de que Deus e o mundo são a mesma coisa, trazendo à tona a ciência não
teorética, nem especulativa, nem matafísica, mas técnica e empírica. Daí ocorre
a Renascença com uma concepção afirmada e vivida do imanentismo naturalista ou
humanista, sistematicamente consciente e se equivale à reforma religiosa
protestante, destruindo, assim, o grande edifício religioso, teológico e
filosófico da unidade cristã e o Absolutismo. Em razão disso, o humanismo é
considerado uma época de transição, por essas razão foi nele que começaram a
surgir novas idéias, novas maneiras de se enxergar o mundo, preparando-o para o
Renascimento e logo depois o Classicismo, tendo por conseqüência a expansão dos
valores burgueses e a formação do capitalismo. Tem-se, pois, seu inicio no sec.
XV, prossegue com os estudos do homem como agente político, moral e
técnico-artistico dominando a natureza e a sociedade nos séc. XVI e XVII, e
chega com a idéia de civilização no sec. XVIII, influenciando até o tempo
presente. O pensamento moderno surgido com o humanismo surge com as idéias do
pensamento de Descartes e de Galileu, sendo que este último dedicou seus
estudos aos fenômenos naturais, experimentalmente provados e matemáticamente
conexos. Por isso, influencia o empirismo e racionalismo dos séculos seguintes.
Também os pensamentos de Montaigne com seu empirismo pode ser categorizado como
integrante da segunda geração de humanistas, ao lado da defesa de Copérnico com
sua teoria heliocentrista que deu inicio à revolução cientifica moderna e
rompendo com o sistema geocêntrico formulado por Ptolomeu. E, com isso,
considera-se como transformações importantes da época a demonstração da
validade do modelo heliocêntrico, a formulação da noção de um universo
infinito, a concepção do movimento dos corpos celestes, a valorização da
observação e do método experimental e a utilização da matemática como linguagem
da física. Com a ascensão do racionalismo humanista estão fundamentadas as
noções modernas de valorização do novo, do indivíduo, do progresso, que
formaram uma revolução cientifica na redescoberta do ceticismo antigo baseado
na temática sofista de que o homem é a medida de todas as coisas, e a Reforma
Protestante, rompendo com a tradição escolástica e aristotélica, e rejeitando a
autoridade institucional. O rompimento proporcionado pelo ideário humanista foi
incisivo na rejeição à tradicional escolástica, onde predominava o saber
adquirido e a autoridade imposta pela hierarquia e pelos costumes, favorecendo,
com isso, o espontâneo e virtuoso na natureza humana. A partir de então, tudo
passou a se explicar pela ciência e pela razão, tendo por base o neoplatonismo
que exalta os valores humanos numa nova dimensão. Mediante o exposto,
entende-se que o humanismo trouxe à tona a critica, a pesquisa e a observação,
baseada na abordagem da importância do ser humano sobre todas as coisas e
revolucionando, inclusive a educação, pois foi nessa época
que surgiu grandes e significativas mudanças de conceitos e pelas novas
perspectivas que possibilitaram a estruturação do pensamento humano moderno. Na
esfera educacional, segundo Nunes (1980), o humanismo processou
uma série de mudanças significativas que começaram com os tempos modernos, com
novos valores burgueses, como o otimismo, o individualismo, o naturalismo e o
antropocentrismo. No período renascentista, conforme Aranha (2006) e Moser
(2008), a educação escolar passou por modificações em seu modelo tradicional,
que estava embasada na Escolástica e na concepção cristã. Aparecem os primeiros
colégios, associados a uma nova concepção de infância e família. A sociedade
toma consciência da necessidade de proporcionar o acesso à educação e da
criação de universidades para difundir e aprimorar as novas descobertas de modo
científico e racional, seguindo sempre a concepção humanista para afastar o
misticismo do período medieval. Para Nunes (1980), com o humanismo diversas modificações
profundas ocorreram tanto na sua concepção, como nos meios usados para a
consecução dos seus objetivos. Deu-se, então, com o inicio de se buscar um modo
claro e definido à formação integral do homem, o seu desenvolvimento
intelectual, moral e físico, em contraste com a educação medieval que se
esmerava na formação religiosa e intelectual e dava às escolas superiores um
alcance prático, um objetivo profissionalizante, uma vez que as faculdades de
teologia preparavam mestres, assessores de papas e bispos. Os objetivos da
educação renascentistas, conforme Nunes (1980), era o de atingir homens livres
e dignos., referindo-se à formação do homem, do ser humano abstrato, contudo, na prática, era essencialmente aristocrática e
só aceitável aos ricos. A reforma protestante proposta por Lutero, conforme
Freitag (1994), promoveu um projeto de criação de escolas públicas que foi
implantado na Alemanha, revelando-se uma proposta inovadora de ensino que
defendia o acesso de todos ao conhecimento e a proposta curricular embasada nas
Ciências Humanas e no estudo da História para a formação ser qualitativa. A
Contra-Reforma realizada pela Igreja Católica diante do surgimento da reforma
protestante, resultou na Companhia de Jesus, criada por Ignacio de Loyola, em
1540, com a proposta jesuítica de ampliar o catolicismo mundialmente por meio
da catequização dos povos americanos e asiáticos, possuindo uma metodologia
fundamentada num sistema de rotinas e celebrações religiosas freqüentes, promovendo,
assim, o desenvolvimento da educação católica. Conforme Freitag (1994), as
escolas jesuíticas eram rígidas, enfocando a memorização, enfatizando a
escrita, leitura e práticas profissionais, como a marcenaria, a ferraria e a
agricultura. Com suas características confessional e catequizadora, tiveram
papel importantíssimo na instrução da população e também na fundação de
diversas cidades. A educação no ideário humanista, conforme Bruniera
(2007), assumiu o caráter de formação, caracterizada
por acesso à cultura humana e interpretação dessa cultura por outras gerações.
Tal processo seria possível se o ensino acolhesse a re-significação do legado e
não se resumisse a seguir um receituário. Este esforço humanista consistiu em
conceber a educação tendo como ponto de partida uma aproximação das verdadeiras
proposições dos autores clássicos. A intenção era que, como leitores, pudessem
se apropriar do pensamento da Antiguidade e também criar seus próprios textos,
deixar seu próprio legado. Sendo assim, o homem crê ter a capacidade também de
criar e dessa forma começam a investigar e a estudar a natureza, para tentar
desvendar os mistérios do universo. O humanismo
influenciou Jean-Jacques Rousseau, importante teórico da educação que, segundo
Cabral (1978), criadas pelo confronto das antinomias do individuo versus
sociedade, natureza versus cultura e sociedade versus educação positiva,
rompendo com a sociedade em favor de si mesmo, considerando a sociedade como
uma coisa sacralizada, traduzindo que os problemas da sociedade foram criados
pelos homens e que devem ser resolvidos por eles. Defendia com isso a necessidade
de re-educação do homem, optando pela educação negativa. O humanismo ainda influenciou Dewey que, conforme Aranha (2006),
defendia que educar deve ser mais que reproduzir conhecimento, incentivando a
preparação das pessoas para a transformação com o desejo do desenvolvimento
continuo. Neste sentido, para Dewey (1979), a educação é vista como uma
constante reconstrução da experiência, um processo de formar
atitudes fundamentais de natureza intelectual e sentimental, perante a natureza
e os outros homens. O humanismo também
influenciou Freinet que, conforme Morais (1997), entendeu o humanismo como
ética humana que, na educação, é operada como a
capacidade que todo educador tem de desenvolver plenamente todas as capacidades
do estudante, aprimorando todas as atividades na concepção do bem-estar e da
dignidade do ser humano. Nesta proposta, o aluno é entendido como um ser
autônomo e racional capacitado para opinar, criticar e escolher sobre a
orientação das atividades segundo seu interesse. A educação humanista
de Freinet, conforme Morais (1997), tem por objetivo a democratização, a
pluralidade, a abertura, o criticismo e o alcance da vida humana dignamente
plena por meio da apropriação da cidadania e da cultura. E, conforme o autor, a
educação humanista é formadora de pessoas livres,
construtores de um juízo sólido e de nobre caráter em seus alunos, praticando as
virtudes e a sabedoria humana, exercitando as faculdades naturais, a
espontaneidade e o interesse pelas coisas naturais. A escola, conforme Moser (2008),
na abordagem humanista deve respeitar os alunos e oferecer condições para que
ela se desenvolva possibilitando sua autonomia, utilizando a metodologia de que
o educador deve desenvolver seu estilo próprio. A abordagem humanista, conforme
Moser (2008), traz a idéia de ensino centrado no aluno, ênfase nas relações
interpessoais e ao crescimento que desta resulta, no desenvolvimento da
personalidade do indivíduo, dos seus processos e organização pessoal da
realidade em sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada. Nesta
abordagem, a educação assume significado amplo, pois trata-se da educação do
homem não apenas da pessoa em situação escolar em uma instituição de ensino,
criando condições para que os alunos possam se tornar pessoas de iniciativa, de
responsabilidade, de autodeterminação, de discernimento na solução de seus
problemas e que tais conhecimentos os capacitassem a se adaptar as situações
com mais flexibilidade. A importância do humanismo é refletida na
atualidade onde se encontram diversas formas de humanismo, como o
renascentista, o marxista, o positivista, seculares, religiosos, logosófico, entre
outros. O humanismo renascentista é aquele, conforme visto, que propõe o
antropocentrismo ocorrido durante a Renascença, confiando na capacidade renovadora
do ser humano do discernimento. O humanismo marxista se baseia no entendimento
de que o marxismo é a ciência da história e da economia, criticando o idealismo
hegeliano que pregava o homem como ser espiritual, e opondo-se ao materialismo
dialético de Engels. Os humanistas seculares são entendidos como empiristas e
racionalistas, ateis e agnósticos que se preocupam com a ética e na dignidade
do ser humano. O humanismo positivista proposto por Auguste Comte propõe a
religião da humanidade a partir do ser humano, substituindo a moral, a
política, a filosofia e epistemologia das entidades supranaturais, valorizando
o pensamento cientifico, afirmando a historicidade do ser humano e rejeitando a
metafísica e a teologia. O humanismo religioso é constituído por cristãos
liberais e deístas, originário da cultura da ética, do universalismo e do
unitarismo, defendendo que a maior parte dos humanos possui necessidades
sociais e pessoas que são satisfeitas apenas pela religião. O humanismo
logosófico ou novo humanismo proposto por Pecotche, parte do princípio de que a
Logosofia dá a conhecer este humanismo em seu conteúdo essencial, exaltando a
parte humana de Deus no ser humano e se baseia na superação humana e no ser
pensante e sensível na consumação do processo evolutivo seguida por toda
humanidade.
CONCLUSÃO - O humanismo foi um acontecimento
histórico que se revelou como movimento filosófico que ocorreu no séc. XV,
promovendo mudanças educacionais, sociais, políticas, culturais, econômicas e
religiosas que desencadearam no Renascimento. Opôs-se às previsões medievais,
instaurando o antropocentrismo, a racionalidade moderna e o capitalismo. Com o
antropocentrismo desenvolveu a dignidade humana, com a racionalidade moderna
deu inicio à cientificidade e com o capitalismo substituiu o escambo pelo
dinheiro, criando o mercantilismo. Contribuiu, assim, para a reforma luterana
que criou uma proposta de escola pública para todos, inclusive mulheres, e para
a criação da Companhia de Jesus que era bastante rígida e fundamentava-se na
concepção católica. De uma forma ou outra, todas essas transformações serviram
para enriquecer e aprimorar a sociedade moderna nos mais variados segmentos
sociais. Assimilando o ideário platônico, o humanismo rompeu com o
aristotelismo, a escolástica e o tomismo predominante na época pelo poderio
católico, formulando uma revolução educativa que influenciou Rousseau, Freinet
e Dewey. Com base na revisão da literatura realizada, conclui-se que o
humanismo foi um marco nas transformações das concepções da sociedade
contemporânea. O papel fundamental do humanismo para a valorização do homem,
possibilitou a liberdade de descobrir e investigar a natureza sem o misticismo
religioso. Como surgiram pensadores e artistas com obras fantásticas, as grandes
invenções que trouxeram progresso a toda a sociedade.
REFERÊNCIAS
Aranha, M. L. A. (2006). História da educação
e da pedagogia. São Paulo: Moderna.
Bruniera, C. F. G. (2007) Retorno é proposto num tempo de declínio das
tradições. Pedagogia & Comunicação, p. 3.
Cabral, M. I. C. (1978). De Rousseau a
Freinet ou de teoria à prática: uma nova pedagogia. São Paulo: Hemus.
Dewey, J. (1979). Experiência e educação. São
Paulo: Nacional.
Freitag, B. (1994). O indivíduo em formação: diálogos interdisciplinares
sobre educação. São Paulo: Cortez.
Mizukami, M. G. (1986). Ensino: as abordagens
do processo – abordagem humanista. São Paulo: EPU.
Morais, M. F. (1997). Freinet e a escola do
futuro. Recife: Bagaço
Moser,
G. (2008). História da educação. São Paulo: ASSELVI.
Nunes,
R. A. (1980). Historia da educação no Renascimento. São Paulo: EDUSP.
Paviani,
H.; Dal Ri Junior, A. (2000). Globalização e humanismo latino. Porto Alegre:
EDIPUCRS.
Rousseau, J. J. (1992) Emilio ou da educação.
Rio de |Janeiro: Bertrand Brasil. Veja mais aqui, aqui e aqui.
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