MARGARETHE VON TROTTA – A atriz, diretora, roteirista,
realizadora e escritora alemã Margarethe
Von Trotta, na sua
exitosa carreira, atuou em dois filmes que envolviam personagens da mais alta
importância tanto para a história da humanidade, como para a realidade da
mulher contemporânea. O primeiro deles é o premiado filme Rosa Luxemburg (1986), em que ela dirigiu
contando a história da filósofa e economista marxista polaco-germana,
além de ter sido uma importante mulher para a história
alemã e da humanidade. O segundo que ela dirigiu foi o também premiado filme Hannah
Arendt (2013), contando a biografia da filósofa alemã. Veja mais aqui e
aqui.
AS PAIXÕES DA ALMA, DE RENÉ DESCARTES - [...] considero que
não notamos que haja algum sujeito que atue mais imediatamente contra nossa
alma do que o corpo ao qual está unida, e que, por conseguinte, devemos pensar
que aquilo que nela é uma paixão é comumente nele uma ação; de modo que não
existe melhor caminho para chegar ao conhecimento de nossas paixões do que
examinar a diferença que há entre a alma e o corpo, a fim de saber a qual dos
dois se deve atribuir cada uma das funções existentes em nós. [...] que
tudo o que existe em nós, e que não concebemos de modo algum como passível de
pertencer a um corpo, deve ser atribuído à nossa alma.
[...] a morte nunca sobrevêm por culpa da
alma, mas somente porque alguma das principais partes do corpo se corrompe; e
julguemos que o corpo de um homem vivo difere do de um morto como um relógio,
ou outro autômato (isto é, outra máquina que se mova por si mesma), quando está
montado e tem em si o princípio corporal dos movimentos para os quais foi
instituído, com tudo o que se requer para a sua ação, difere do mesmo relógio,
ou outra máquina, quando está quebrado e o princípio de seu movimento pára de
agir. [...] enquanto vive mos, há um
contínuo calor em nosso coração, que é uma espécie de fogo aí mantido pelo
sangue das veias, e que esse fogo é o princípio corporal de todos os movimentos
de nossos membros. [...] todas as
paixões consiste apenas no fato de disporem a alma a querer coisas que a
natureza dita serem úteis a nós, e a persistir nessa vontade, assim como a
mesma agitação dos espíritos que costuma causá-las dispõe o corpo aos
movimentos que servem à execução dessas coisas. [...] E agora que as conhecemos todas, temos muito menos motivo de as temer
do que tínhamos antes; pois verificamos que são todas boas por natureza e que
só devemos evitar o seu mau uso ou os seus excessos, contra os quais os remédios
que expliquei poderiam bastar, se cada um tivesse cuidado bastante para
praticá-los. Mas, como incluí entre esses remédios a premeditação e a indústria
pela qual se podem corrigir os defeitos naturais, exercitando-nos em separar em
nós os movimentos do sangue e dos espíritos dos pensamentos aos quais costumam
estar unidos, confesso que há poucas pessoas que se tenham suficientemente
preparado dessa maneira contra todas as espécies de recontros, e que esses
movimentos excitados no sangue pelos objetos das paixões seguem primeiro tão
prontamente das simples impressões que se fazem no cérebro e da disposição dos
órgãos, ainda que a alma não contribua para tanto, de qualquer maneira, que não
há nenhuma sabedoria humana capaz de resistir-lhes quando não estamos para isso
bem preparados. Assim, muitos não poderiam abster-se de rir, quando lhes fazem
cócegas, embora não colham daí nenhum prazer; pois a impressão da alegria e da
surpresa que outrora os fez rir pelo mesmo motivo, estando desperta em sua
fantasia, faz com que seus pulmões sejam subitamente inflados, contra a
vontade, pelo sangue que o coração lhes envia. Assim, os que têm, por natureza,
forte pendor para as emoções da alegria e da compaixão, ou do medo, ou da
cólera, não podem impedir-se de desmaiar, ou de chorar, ou de tremer, ou de ter
o sangue todo agitado como se tivessem febre, quando a sua fantasia é
fortemente tocada pelo objeto de alguma dessas paixões. Mas o que se pode
sempre fazer em tal ocasião, e que eu julgo poder apresentar aqui como o
remédio mais geral e o mais fácil de praticar contra todos os excessos das
paixões, é, sempre que se sinta o sangue assim agitado, ficar advertido e
lembrar-se de que tudo quanto se apresenta à imaginação tende a enganar a alma
e a fazer com que as razões empregadas em persuadir o objeto de sua paixão lhe
pareçam muito mais fortes do que são, e as que servem para dissuadir muito mais
fracas. E quando a paixão persuade apenas de coisas cuja execução sofre alguma
delonga, cumpre abster-se de pronunciar na hora qualquer julgamento e
distrair-se com outros pensamentos até que o tempo e o repouso tenham
apaziguado inteiramente a emoção que se acha no sangue. E, enfim, quando ela
incita a ações no tocante às quais é necessário tomar uma resolução imediata, é
mister que a vontade se aplique principalmente a considerar e a seguir as
razões contrárias àquelas que a paixão representa, ainda que pareçam menos
fortes: como quando se é inopinadamente atacado por algum inimigo e a ocasião
não permite que se empregue algum tempo em deliberar. Mas o que me parece que
os que estão acostumados a refletir sobre as suas ações podem sempre fazer é,
quando se sentirem tomados de medo, esforçarem-se por desviar o pensamento da
consideração do perigo, representando-se as razões pelas quais há muito mais
segurança e mais honra na resistência do que na fuga; e, ao contrário, quando
sentirem que o desejo de vingança e a cólera os incitam a correr
inconsideradamente para aqueles que os atacam, lembrar-se-ão de pensar que é
uma imprudência o perder-se, quando é possível sem desonra salvar-se, e que, se
a partida é muito desigual, vale mais efetuar uma honesta retirada ou tomar
quartel do que expor-se brutalmente a uma morte certa. AS PAIXÕES
DA ALMA – O livro As
paixões da alma, filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650),
trata de temas como das paixões em relação a um sujeito como ação a qualquer
respeito, o corpo e a alma, o calor e o movimento, o princípio de todas as
funções, o movimento do coração, as causas da diversidade, as funções da alma,
a vontade, a percepção, imaginação, a definição das paixões da alma, a sede das
paixões, do número e da ordem das paixões e a explicação das leis primitivas, a
admiração, a estima ou o desprezo, a generosidade e orgulho, a humildade e a
baixeza, a veneração e o desdém, o amor e o ódio, o desejo, a esperança e o
temor, o ciúme, a segurança e o desespero, a irresolução e a coragem, a
ousadia, a emulação, a covardia e o pavor, o remorso, a alegria e a tristeza, a
zombaria, a inveja e a piedade, a satisfação de si mesmo e o arrependimento, o
favor e o reconhecimento, a indignação e a cólera, a gloria e a vergonha, o
fastio, o pesar e a alegria, as seis paixões primitivas, o espanto, para que
servem todas as paixões, afeição, amizade e devoção, do agrado e do horror,
prazer físico e dor, o movimento do sangue e os espíritos, das ações dos olhos
e do rosto, das mudanças de cor, dos tremores e da languidez, desmaio, riso,
indignação, o choro, os gemidos e as lágrimas, suspiros, das emoções interiores
da alma, das paixões particulares, da estima e do desprezo, humildade virtuosa
e viciosa, o desdém, do uso da troça, o justo e injusto, compaixão, compulsão,
arrependimento, do favor e da ingratidão, da cólera, da impudência, do fastio e
do pesar, do júbilo e o remédio geral contra as paixões. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
DESCARTES, René. As paixões da alma. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
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Da semente ao caos, Lasciva na Ginofagia & a arte de
Vanice Zimerman aqui.
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a poesia de Ione Perez aqui.
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Bergman & Bibi Anderson aqui.
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Musical Tataritaritatá - Fanpage.