UMA: QUEM NASCE PRONTO? - Nascer é o primeiro processo. Depois, tudo assim
continuará: em processo. Vamos transformando-nos em cada etapa: infância,
adolescência, fase adulta e velhice. Ninguém está pronto para nenhuma delas, sempre
marinheiro de primeira viagem em qualquer tempo ou lugar. E, à medida que os
anos passam, novos reposicionamentos e ressignificações ocorrem, enquanto
decodificamos o que se passa em nosso interior e ao derredor. Bem diz Berthe Morisot: Na vida, chegamos despreparados a qualquer idade, e apesar dos anos não
temos experiência. Vamos aprendendo. DUAS:
KEEP CALM AND CARRY ON - Ora, de que adianta pular nas funduras das águas
para salvar quem está morrendo afogado, se não se sabe nadar? O mais apropriado
é ficar onde estar, tomar pé da situação rapidamente, procurar ajuda especializada
ou uma boia ou o que possa fazer para ajudar, mas racionalmente. É certo que a
rápida iniciativa ajuda, salva. Agora mesmo, em tempos de insegurança e imprevisões,
o melhor a fazer é o que diz Nina Hagen:
O mundo vai entrar em colapso, mas
ninguém deve ter medo. Fique em casa ou como dizia aquele anônimo cartaz motivacional
britânico, distribuído durante a Segunda Guerra Mundial e redescoberto em 2000:
Mantenha a calma e siga em frente. TRÊS: SE EMBRONCAR, AFROUXE & RELAXE
- Para quem já nasceu sob a insígnia do pecado e da culpa, o medo é pura consequência.
A liberação dá trabalho, nada fácil romper castrações e interditos, dá muita
confusão no juízo. O certo é que não adianta entrar em pânico, desespero só dá
na paranoia. É preciso afrouxar e liberar, como escreve Jack Kerouac: Eu só confio
nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas
para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem
uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas
amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas. Taí, ora. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS
& DESDITOS: [...] Um
anacronismo é também se inspirar na pura técnica como valor expressivo; a
técnica não possui valores expressivos em si mesma, mas apenas na eficiência do
seu emprego. Quando a única virtude da técnica é o seu aspecto, a sua
aparência, cai-se na decoração; (...) a novidade pela novidade, o estranho pelo
estranho podem preencher os olhos mas não a inteligência e o coração. [...]
A liberdade do artista foi
sempre “individual”, mas a verdadeira liberdade só pode ser coletiva. Uma
liberdade ciente da realidade social, que derrube as fronteiras da estética,
campo de concentração da civilização ocidental; uma liberdade ligada às
limitações e às grandes conquistas da prática científica (prática científica,
não tecnologia decaída em tecnocracia). Ao suicídio romântico, é urgente
contrapor a grande tarefa do planejamento ambiental, desde o urbanismo e a
arquitetura até o desenho industrial e outras manifestações culturais. Uma
reintegração, uma unificação simplificada dos fatores componentes da cultura. [...]
Um dos mais desoladores resultados desses tempos cheios de amarguras e
desilusões é a indiferença com a qual governantes, homens políticos,
jornalistas, numa palavra, todos aqueles que formam o elemento condutor do
país, consideram os problemas técnicos e científicos. Destinam-se verbas
enormes a obras públicas, esgotando as finanças nacionais, sem se perguntar se
a obra e o fim corresponderão ao sacrifício feito pelo país, e se essas obras
merecem realmente esse sacrifício. [...]
É preciso se libertar das “amarras”, não jogar fora simplesmente o passado e
toda a sua história; o que é preciso, é considerar o passado como presente
histórico. O passado, visto como presente histórico é ainda vivo, é um presente
que ajuda a evitar as várias arapucas. Diante do presente histórico, nossa
tarefa é forjar um outro presente, “verdadeiro”, e para isso é necessário não
um conhecimento profundo de especialista, mas uma capacidade de entender
historicamente o passado, saber distinguir o que irá servir para as novas
situações de hoje que se apresentam a vocês, e tudo isto não se aprende somente
nos livros [...]. Trechos extraídos da obra Lina por escrito: textos escolhidos de Lina Bo Bardi 1943-1991 (Cosac
Naify, 2009), da arquiteta modernista Lina
Bo Bardi (1914-1992), organizado por Silvana Rubino e Marina Grinover, que revela
a capacidade de transformar seu universo criativo em palavras, reunindo 3
artigos que repassam e propõem conceitos para temas como habitação, mobiliário,
arte popular, museologia, restauro, educação e políticas culturais. Dela a
irrepreensível expressão: O passado não
volta. Importantes são a continuidade e o perfeito conhecimento de sua história.
OUSADAS MULHERES – Interessantíssima publicação a Ousadas – Mulheres que fazem o que querem (Nemo,
2018), da ilustradora e quadrinista francesa Pénélope Bagieu, tratando com humor e sagacidade a história de
quinze mulheres excepcionais que enfrentaram a pressão social de seu tempo e se
tornaram donas de seus próprios destinos, a exemplo da grega Agnodice que se disfarçou
de homem para exercer a ginecologia na Grécia Antiga; Nzinga, a rainha de
Ndongo e Matamba; a atriz aterrorizante Margareth Hamilton; a guerreira apache
e xamã Lozen, entre outras. A autora estudou cinema de animação na Ensad e
passou pela Central Saint Martin de Londres, também publicou a graphic novel
Uma morte horrível (Nemo, 2016), desenvolve a série Ousadas e edita o blog Ma vie est tout à fait fascinante (Minha vida é realmente fascinante) onde
conta, com ilustrações e bom-humor, histórias do seu cotidiano. Veja mais aqui.
PAPA-VENTO
Foi o calango em casa
De seu tio Papa-Vento
Tomar a benção e disse
Antes de tomar assento:
- Venho lhe pedir a mão
De sua filha em casamento.
PAPA-VENTO Versos recolhidos na obra Ao som da viola (Imprensa Oficial, 1949),
do advogado, professor, museólogo, folclorista e escritor cearense Gustavo Barroso (1888-1955), identificando-se
como o nome dado no sertão para o camaleão, Iguana
tuberculata, muito vulgar nas estórias antigas, versos populares, havendo
mesmo uma roda infantil denominada Camaleão. Veja mais aqui e aqui.
A ARTE DE ROBERTA MARQUEZ
Isso mostra que no Brasil podemos formar bons profissionais. Hoje, não preciso me preocupar com nada, só com a dança. No Brasil, eu
tinha que comprar sapatilha com o meu salário, porque, às vezes, faltava.
ROBERTA MARQUEZ – A arte da premiada
bailarina Roberta Marquez, que foi a
primeira-bailarina do Royal-Ballet de Londres, depois de casar-se em pleno
palco do Municipal do Rio de Janeiro, em 2002, e quase desistiu da carreira.
Veja mais aqui.
PERNAMBUCO ART&CULTURAS
A ARTE DE DELANO
A arte
do pintor, desenhista e gravador Delano
(Flanklin Delano de França e Silva).
A poesia
de Anchieta Dali aqui.
A música
de Manoel Carvalho Mancini & Brasília
Popular Orquestra (BRAPO) aqui.
A arte de Cristiane Campos aqui
Kid Malvadeza aqui.
&
OFICINAS ABI – 2º SEMESTRE 2020