domingo, dezembro 17, 2017

RUBEM FONSECA, FAYGA OSTROWER, HUIZINGA, ELIAS JOSÉ, LIEBLING, MARLENE DUMAS, LITERÓTICA, QUADRINHOS, SKETCBOOKS, LIVROS BRINCARTE & CANTARAUATÁ!

A arte da artista sul-africana Marlene Dumas. Veja mais aqui.

LITERÓTICA: CHEGADA - Ela vem nua e linda com os olhos que roubam a minha vida. Nua e linda ela vem e veio como quem havia de alcançar a última esperança perdida. E eu a tomei tão contida como quem chega de um fiapo de luz e se faz de bem acolhido com a querência de terra revolta no ventre pegando fogo, lábios tremendo de rogo, o sexo de fora e o olhar de desmaio, os desejos todos num balaio com relevos da carne de peitinhos empinados e nenhuma rédea no juízo. E nua e linda chegou com gosto de saudade. De lembrança de coisas guardadas e sentidas. Chegou pronta para ser servida, nua e linda, querente, requerente, quente de pegar fogo, boca aberta, língua de fora, ah, felação, engolia a minha vida e o que restava de mim, ávido guerreiro, espada luminosa e pulsante nas estrelas do céu da sua boca, garganta gulosa, lambidas e sugadas, ah, era ela, tudo dela, louca lambuzada, fruta boa para ela pronta para a montaria, amazona nua, trotando aos raios dos cabelos soltos, fera abatida, irrequieta, vingativa, aos pulos e trepadas, ah, tudo dela, inteiro dentro, gozo afora. Até arriar mansa, vencida. Chegou e ficou resolvida a morar pro resto da vida dentro de mim. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui. 


DITOS & DESDITOSAs pessoas não param de confundir com noticias o que lêem nos jornais. Pensamento do jornalista estadunidense Abbott Joseph Liebling (1904-1963).

ALGUÉM FALOU: Nunca terminamos uma obra, simplesmente somos obrigados a abandoná-la. Pensamento do escritor e roteirista de cinema Rubem Fonseca. Veja mais aqui.

CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL – [...] Esta herança secular chamada civilização ocidental foi-nos confiada para a transmissão às futuras gerações, preservada, protegida, se for possivel, enriquecida e melhorada; empobrecida se assim tivber de ser; em qualquer dos casos, tão pura quanto nos é possivel conservá-la. A fé no trabalho, a crença na possibilidade de salvação e a coragem para a conseguirmos, ninguém nos poderá privar de tudo isso. Pouco importa quem irá colher os frutos dos nossos suores. [...] A obra continua [...]. Trechos extraídos da obra Nas sombras do amanhã: diagnóstico da enfermidade espiritual do nosso tempo (Armênio Amado, 1944), do professor e historiador neerlandês Johan Huizinga (1872-1945). Veja mais aqui e aqui.

CRIATIVIDADE & PROCESSO DE CRIAÇÃO - [...] a criação é um perene desdobramento e uma perene reestruturação. É uma intensificação da vida. Não haveria como compreender de outro modo o curso de crescimento nos grandes artistas. Sua capacidade de se tornar mais amplos e de uma simplicidade no sentido de uma redução ou eliminação. Trata-se de um adensamento, onde nada fica perdido e tudo é reelaborado com mais coerencia e maior multiplicidade. [...] Trecho extraído da obra Criatividade e processos de criação (Vozes, 2002), da pintora, gravadora, desenhista, ilustradora, professor e teórica de arte brasileira nascida na Polônia, Fayga Ostrower (1920-2001), trazendo um referencial da arte com temática interdisciplinar e encarando a criatividade como um potencial próprio de todos os humanos, notadamente quanto aos processos criativos que em geral importam, tais como percepção, formas, intuição e imaginação, assim como o crescimento e a maturidade das pessoas. Veja mais aqui e aqui.

O BILHETE DE AMOR - Logo que colocou os objetos embaixo da carteira Pitu encontrou o bilhete. Leu, ficou vermelho, colocou no bolso, não mostrou pra ninguém. De vez em quando, mordia-lhe uma curiosidade grande, uma vontade de reler pra ter certeza. Era uma revelação que ele não estava esperando. Não podia dizer que estivesse achando ruim, pelo contrário... ele estava com vontade de olhar pra trás, para procurar uma resposta com o olhar. Era um tímido e não encorajava. A professora explicava num mapa as regiões do Brasil e ele viajava num rumo diferente. Ainda bem que ela não estava olhando para ele, nem fazendo perguntas, só estava expondo a matéria. Na hora da verificação, acabaria saindo-se mal. Não gostava de ignorar as coisas perguntadas. Estava meio perdido nos pensamentos confusos. O bilhete queimando no bolso. Interessante, não era um bilhete bem escrito, tinha até erro de Português – porque a curiosidade? Só ele sabia dele, não foi como no dia do correio-elegante, pai, mãe e seu Francisco do armazém querendo saber, dando palpites, agora, tinha um bilhete que trazia uma declaração de amor e uma assinatura. Trazia mais: um convite para um bate-papo na praça, às duas horas, se ele quisesse namorar de verdade. Marina era bonitinha, ele queria. Faltava-lhe jeito de dizer, tinha que escrever um bilhete respondendo, era mais fácil. No intervalo, escreveu o bilhete, fechado no banheiro. Quando ela chegou, a resposta esperava na carteira. Quase no fim da aula, ele criou força e olhou para trás. Marina sorria, confirmando. Ele sorria também. Os dois estavam vivendo uma ternura primeira e não sabiam escondê-la mais. Tanto assim que a professora pediu que ele virasse para frente, observasse o que ela estava pedindo pra pesquisa do fim de semana. Naquele fim de semana, ele iria pesquisar alguma coisa nova que não tinha experimentado, como alguns outros da sua idade e turma. Conto extraído da obra As curtições de Pitu (Melhoramentos, 1976), do escritor Elias José (1936-2008).



SKETCHBOOKS - A obra Sketcbooks: as páginas desconhecidas do processo criativo (Ipsis. 2010), de Cesar Almeida & Roger Barreto, reúne o trabalho desenvolvido por Alarcão, Alex Hornest, Amanda Grazini, Angeli, Artur D’Araujo, Bruno Kurru, Carla Caffé, Claudio Gil, Eduardo Berliner, Eduardo Recife, Elisa Sassi, Fernanda Guedes, Guto Lacaz, Hiro Kawahara, Kako D'Angelo, Kiko Farkas, Leo Gibran, Lollo, Lourenço Mutarelli, Montalvo Machado, Mulheres Barbadas (Henrique Lima e Julio Zukerman), Orlando, Rafael Grampá, Roger Cruz, Titi Freak e Yomar Augusto.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS – A obra Dominio público: literatura em quadrinhos (Organizadores, 2006), organizada por Christiano Mascaro, João Lin e Mário Hélio, reúne em quadrinhos as histórias de Bram Stoker, Richard Middleton, Isaac Babel, Guy de Maupassant, Esopo e Henrich von Kleist, por quadrinistas como Gabriel Goes, Samuel Casal, Mascaro, João Lin, Fernando Lopes e Guazzelli. Veja mais aqui. Veja mais aqui e aqui.

A IDENTIDADE COMO INTERPRETAÇÃO
Mesmo quando pinto um ser vivo, crio sempre apenas uma imagem, uma coisa, não um ser humano.
A arte da artista sul-africana Marlene Dumas. Veja mais aqui.


LIVROS PRAS CRIANÇAS

Todo dia é dia de presentear livros pras crianças!
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TODO DIA É DIA DA MULHER
Leitora Tataritaritatá!!!
&
CANTARAU TATARITARITATÁ
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