quarta-feira, abril 17, 2019

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ, BEM COMUM & MARIA DA GLÓRIA GARCIA, JACQUELINE GIMENES, OS QUATRO RABINOS & O QUE SOU DE TODAS AS COISAS


O QUE SOU DE TODAS AS COISAS – Convivo com a indiferença pelo mundo das muitas paisagens e o Sol faz o espetáculo cada vez mais lindo e maravilhoso a cada dia. É a vida e se ninguém se dá conta com seus afazeres e compromissos cotidianos, nada demais. E se a Natureza e o Universo com seus extraordinários esplendores não são o foco nem chamam atenção à sensibilidade dos tantos que seguem apressados com seus umbigos pra cima e pra baixo, não tenho nada que lamentar, sou apenas feliz ao meu modo, saudando a todos que dormem enquanto tantas maravilhas, muitas paragens, me extasiam e me ensinam viver: a correnteza pras quedas dos rios, as ondas dos mares, as flores dos jardins, as folhas dos quintais, o canto dos pássaros, o voo das borboletas, a brisa nas varandas, os montes do crepúsculo, o horizonte das manhãs, tudo em mim, paratodos. Eu sigo e se ninguém me vê eu abraço a alma de todos a todo instante: é quem passa que me faz existir, mesmo que nem queira sequer saber quem sou, nem o que sinto, sou ninguém na multidão e alegre por ser-me. Se acaso acordarem, estarei junto na viagem. E mesmo que nem despertem ou mantenham a sonolência dos seus sonhos nos mais altos níveis de seus prazeres e satisfações individuais, estarei insone a mostrar do visinvisível que aprendi e me delicia viver: é a vida. Enquanto reduzem sua existência à cata do ouro da Terra pra viver, eu persigo o ouro do coração das gentes e que é muito maior e mais valioso, porque sou e todas as coisas. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] se com a fragmentação da sociedade, de um lado, e a globalização, de outro, o bem comum adormece como força propulsora da sociedade, um dos pilares do Estado deixa de preencher a sua função e o Estado como um todo e, em especial, o Estado de Direito, ressente-se. Esta a situação que hoje se vive. Despertar para o bem comum é, por isso, indispensável, se se quiser recuperar a continuidade histórica do nosso viver em sociedade jurídico-política, com os contributos civilizacionais que o tempo longo lhe foi acrescentando e sabendo que a proximidade do cidadão à solução, a sua participação nela, é razão da força com que essa solução será concretizada. Para este despertar torna-se necessário reatar o momento anterior ao adormecimento, sem que tal signifique um retorno nostálgico a um qualquer tempo perdido. Acompanhado da mundividência entretanto adquirida, este reatar reflete uma busca do tempo futuro, uma procura feita de inventiva, porque em causa está descobrir a melhor forma de assegurar a dignidade da pessoa na sua projeção futura, numa sociedade que aprendeu culturalmente a identificar-se e a autonomizar-se e na qual os cidadãos, na sua liberdade/responsabilidade, se sentem participantes na resolução dos problemas que lhes dizem respeito. [...] E é o dever de incorporar a incerteza do futuro na ação presente e garantir a sustentabilidade do desenvolvimento com dignidade que se torna no desafio à participação fundamental dos cidadãos na coisa pública, na construção renovada do bem comum. É, pois, necessário despertar para o bem comum ou, usando a metáforado relógio, é necessário pôr em marcha o relógio que parou. Porque, parado, o relógio tem certa a hora duas vezes ao dia, mas ninguém sabe, ao certo, em que momento tal acontece.
Trechos extraídos de Despertar para o bem comum!, da jurista e professora portuguesa Maria da Glória Garcia, extraído da obra Bem comum público e/ou privado? (ICS, 2013),organizado por João Pato, Luísa Schmidt eMaria Eduarda Gonçalves. Veja mais aqui e aqui.

A ARTE DE JACQUELINE GIMENES
A arte da bailarina, coreógrafa e professora Jacqueline Gimenes. Veja mais aqui.

OS QUATRO RABINOS
Uma noite quatro rabinos receberam a visita de um anjo que os acordou e os levou para a Sétima Abóbada do Sétimo Céu. Ali eles contemplaram a sagrada Roda de Ezequiel. Em algum ponto da descida do Pardes, Paraiso, para a Terra, um rabino, depois de ver tanto esplendor, enlouqueceu e passou a perambular espumando de raiva até o final dos seus dias. O segundo rabino teve uma atividade extremamente cínica. “Ah, eu só sonhei com a Roda de Ezequiel, só isso. Nada aconteceu de verdade!. O terceiro rabino falava incessantemente no que havia visto, demonstrando sua total obsessão. Ele pregava e não parava de falar no projeto da Roda e no que tudo aquilo significava... e dessa forma ele se perdeu e traiu sua fé. O quarto rabino, que era poeta, pegou um papel e uma flauta, sentou-se junto à janela e começou a compor uma canção atrás da outra elogiando a pomba do anoitecer, sua filha no berço e todas as estrelas do céu. E daí em diante ele passou a viver melhor.
Extraído da obra Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Rocco, 1994), da escritora e psicóloga Clarissa Pinkola Estés. Veja mais aqui.
&
A OBRA DE GABRIEL GARCIA MARQUEZ
Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza.
A obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.