segunda-feira, dezembro 24, 2012

ANNE SEXTON, KAMA KAMANDA, ANNA GREEN, MARY WIGMAN, LITERÓTICA & CRÔNICAS NATALINAS


CRÔNICAS NATALINAS – Reunião de crônicas bem humoradas para você curtir durante o seu Natal, veja abaixo. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: Cuidado para não se engasgar ou se embolar de rir até morrer enquanto estiver curtindo essas crônicas impagáveis na hora do jantar de Natal. Quem avisa amigo é. Depois não diga que não alertei, viu? Veja tudo aqui e aqui.
 


A VIDA VENTRALMA DELA – A cútis dela refulge pela ternura de seus olhos lânguidos, as mãos atrevidas me chamam para que eu deslize sua pele sedosa, toda exposta estonteante doçura escondendo inquietante deprecação. Logo se exalta inquieta e clama porque sou o seu meu amor e ela mais requer o conforto da entrega, arriada ao meu ombro, quase desolada com o alisado da língua a lamber meu pescoço e omoplata, a beijar meu tórax e a vibrar comovida a boca insaciável aquecendo meu sexo raivoso para que transborde brasa viva todo seu indomável apetite ventral de possuída que retém o gozo para se apoderar do que sou mais que estabanado. Aliso seus cabelos em desalinho e é dela o púbis e o deleite inesperado, úmida de desejos ousados na oferenda da paixão, para mais se agitar desvairada dorso servido, arqueada pro decúbito e mais me farto nela, torso alado, ancas reboladeiras, pelve dilatada e o ventre inchado dela é a vida no concúbito, aconchego de paz. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Sei que já morri antes... uma vez em novembro. Eu sou uma coleção de quase desmontados. Às vezes a alma tira fotos de coisas que desejou, mas nunca viu. Deus tem uma voz morena, suave e cheia como cerveja. Pensamento da escritora estadunidense Anne Sexton (1928-1974). Veja mais aquiaqui.

 

ALGUÉM FALOU: A arte é comunicação falada pelo homem para a humanidade em uma língua levantada acima do que todos os dias vem acontecendo. Se eu pudesse dizer com palavras o que minha dança expressa, eu não teria motivo algum para dançar. Pensamento da bailarina, coreógrafa e professora de dança alemã Mary Wigman (1886-1973). Veja mais aqui e aqui.

 

AQUELE CASO AO LADO - [...] Embora não tenha tido aventuras, sinto-me capaz delas.[...] Nunca seria bom para mim perder o juízo na presença de um homem que não tinha muitos. [...] Sou um tipo de pessoa confortável quando estou sozinho e não encontrei dificuldade em passar esse tempo de maneira proveitosa. Sendo muito ordeiro, como você deve ter notado, tenho tudo à mão para fazer uma xícara de chá a qualquer hora do dia ou da noite [...] Uma donzela, tão independente quanto eu, não precisa invejar a nenhuma moça a duvidosa bênção de um marido. Escolhi ser independente, e sou, e o que mais há a dizer sobre isso? [...]. Trechos extraídos da obra That Affair Next Door (Putnam's, 1897), da escritora estadunidense Anna Katharine Green (1846-1935), autora da frase: Existem dois tipos de artistas neste mundo; aqueles que trabalham porque o espírito está neles, e eles não podem se calar se quisessem, e aqueles que falam por um desejo consciente de mostrar aos outros a beleza que despertou sua própria admiração. Veja mais aqui.

 

CONGOEu venho de longe, tendo atravessado o país, / raças, continentes e culturas./ Derramei a minha alma, lágrimas, suor,/ e o sofrimento das gerações. / Eu amei, odiei, mas nunca trai. / Do príncipe ao rei, o profeta do mago./ Eu conheci guerras, / experimentei o nascimento de desertos / e os reinos dos faraós. / Meu sangue é feito de mares do mundo. / Eu vi lagos, rios de nascimento e nações. / Sou um viajante do infinito, / o mensageiro do invisível / e o poeta de fontes interiores. Poema do escritor congolês Kama Sywor Kamanda. Veja mais aqui.

 


FECAMEPA – Num é que depois da minha participação na mesa de debates Temáticas e Linguagens na Prosa Lusófona Contemporânea no III Encontro Luso-Brasileiro de Escritores, ocorrido em 2008 na cidade de Blumenau, Santa Catarina, promovido pelo PortalCEN e Sociedade de Escritores de Blumenau, ocasião que tracei uma linha acerca do desenvolvimento do processo civilizatório no Brasil, desde da chegada dos portugueses até os tempos atuais, sob a ótica literária das obras A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro e o Romance da Besta Fubana, de Luiz Berto, que o negócio do Fecamepa pegou e, agora, virou até análise acadêmica, quando a mestranda da Universidade Autónoma de Lisboa, Maristher Moura Vasconcelos teceu comentários a respeito. Confira mais aqui.


FAUSTO, VAIDADE E VINGANÇA DO POVO ESCANDINAVO – Junto com o orgulho caminha a inclinação pelo fausto, espadas de ouro niqueladas, selas luxuosas, calções de linho, cinturões de prata, casados de pele, gorros de pelo de cordeiro, capas de peliças, rendas e pesados anéis, moveis esculpidos, tapeçarias e baixelas de prata. O orgulho também é acompanhado do horror à sátira e à qualquer critica. E como diz o Havamal, “ponto fraco desses homens fortes, a quem, no entanto, não falta o senso de humor. Matam por causa de um dito espirituoso: não existe pior desgraça para o homem inteligente, do que não estar satisfeito consigo mesmo. [...] A fama não morrerá jamais e a que se fez for boa”. Fazer com que falem dele é crucial para o nórdico, cuja honra é realização e reputação. A censura e a vergonha destroem o sentido da vida; e as ocasiões de desonra são muitas: jurar em falso, fugir, e mesmo suportar um insulto ou ainda não matar um adversário. No cerne da moral viking encontra-se a vingança, porque o homem não tem direito de perder o prestigio. A vingança é um dever imediato. “Não se vingar é passar para a classe do homem de segunda categoria”. (Fonte: PATRICK, Louth. A civilização dos germanos e dos vikings. Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1979). Enquanto isso, veja a mulher escandinava aqui e mais aqui


PALMARES CITY – Já cantavam os amigos Marko Ripe & Juhareiz Correya: “Preciso urgentemente voltar pra Palmares City, dundarunderadedê, preciso dessa urgência como de uma meningite! Ruas, gentes coisas, retratos ilusões, doces vidas bestas se dispõem, põe, põe, põe!”. E enquanto o Marko solfejava a melodia ao violão, o Juareiz ufanava: “Melhor do que Palmares, só Paris e de noite, porque de dia, a gente mata a pau!”. Veja mais Crônicas Palmarenses e Poetas de Palmares.


ELEGIA, DE CASSIANO RICARDO – “[...] (Ah, enquanto houver uma criatura humana que mereça ser levada ao patíbulo e outra, que lhe dê um nó à garganta, não poderemos nos tratar por irmãos) [...] Que haverá de mais doloroso que este estado de graça criado em nós por aqueles que foram os escolhidos do destino, pra perseguir, matar; pra que não fôssemos nós os escolhidos? Por aqueles que só conseguem ser felizes desde que os outros não o sejam? Por aqueles que expulsaram os seus próprios irmãos para além da fronteira – feridos a caminhar sobre suas feridas – por aqueles que lá se foram, rútilos, triunfantes, arrastando o rumor das máquinas de guerra por um campo de luto? Ah, por todos, sem exceção, que contribuíram para faer crescer a árvore da injustiça e das lágrimas e arrancaram os filhos pequenos às mães, e as flores aos altares? [...]”. (do livro A flauta que me roubaram, coletânea poética de Cassiano Ricardo, por Julio Ottoboni, 2001). Veja mais aquiaqui


FREDERICO SPENCER & ABRIL SITIADO – O poeta, sociólogo e psicopedagogo Frederico Spencer, é autor do livro Abril Sitiado, obra que me trouxe a satisfação de reviver memórias do meu Recife. Confira mais aqui.



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Renascendo das cinzas na véspera de natal, Goethe, Federico Fellini, Zygmunt Bauman, Harvey Spencer Lewis, Ana Maria Machado, Olivia Byington, Yuri Krotov, Nikolaj Wilhelm Marstrand, Da Priapeia, Clara Redig & Maria Eduarda Rodrigues aqui.
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