segunda-feira, dezembro 02, 2024

KARIMA ZIALI, ANA JAKA, AMIN MAALOUF & JOÃO PERNAMBUCO

 

Poemagem – Acervo ArtLAM. Veja mais abaixo & aqui.

Ao som de Sonho de magia (1930), do compositor João Pernambuco (1883-1947), na interpretação da violonista, educadora e autora britânica Rosie Bennet. Veja mais abaixo.

 

Um dia noutro qualquer... - A vida vinha pela janela e apenas. Não fossem os pássaros eu morreria em silêncio. O mundo girava e sequer saía do lugar de espera, tudo havia feito e o recorrente choque aversivo nas recepções. Vôte! A esperança titânica servia como risada à morte e continuo sorrindo sob o fogo, o que sei: daqui os melhores se foram e não voltaram, nunca voltarão! Vejo-me uma arvore e me autoconheço, desdobro a reaprender o mundo e a vida, vulnerável às surpresas e pelo desconto hiperbólico, o cotidiano às reviravoltas, o paradoxo do enforcamento inesperado, incógnitas frívolas, lógicas refutáveis, vieses e impulsividade. E por que deu errado? Estamos em guerra desde sempre, sem mitigação. O feitiço funcionava como um veneno, o interdito no semáforo: a religião será sempre um engodo, que não ouçam os decaídos e sonolentos. Esquecia a armadura indestrutível, vulnerável com a ciência de que sou o meu próprio monstro, a criatura repulsiva, um reles sujeito comum, a face irreconhecível. Poderia até saber algo de alguma coisa, nada valeria. Acredito que um dia as coisas ainda saiam bem, mesmo que seja apenas uma fumaça escapando pelas sinistras chaminés. Sentia-me Prometeu aprisionado a um rochedo no Cáucaso repassando amargas lembranças e a odienta ave, com sua língua de gárgula bovina, devorava meu fígado. Ah, meu martírio. Ela até me fez uma declaração de amor e vi que era cega. Diante da ilusão do indulto dei a cara à tapa na pantera! Sobre a cidade o pássaro abriu as asas... Com o passar dos dias estendi a mão e a memória se fez parte de mim... E era tudo que tinha de meu: os olhos incertos, o coração na mão, a vontade esfarrapada. Até mais ver.

 

Zlata Filipović: Infelizmente, percebi que não podemos apagar completamente todo o mal do mundo, mas podemos mudar a maneira como lidamos com ele, podemos superá-lo e permanecer fortes e fiéis a nós mesmos... Veja mais aqui.

Alyson Noël: A única coisa que uma pessoa pode realmente fazer é seguir em frente. Dê esse grande salto para a frente sem hesitação, sem olhar para trás. Simplesmente esqueça o passado e fuja em direção ao futuro... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Morgan Llywelyn: A poesia flui através de mim, mas se origina na fonte da criação que é a fonte de todos nós... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

TRÊS POEMAS

Poemagem – Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

I - Dizem que há vida atrás da estação \ mas este expresso esqueceu seu coração \ Eu continuo perseguindo as batidas da sua voz \ porque a última coisa que ouvi foi seu adeus \ os castanheiros se perguntam quando ele voltará \ Eles estão ansiosos para ver você dançar \ e eu digo a eles que talvez \ Claudia e Costello encontraram sua liberdade.

DEIXE O VERÃO - Saia do último ou penúltimo banheiro \ com o sol atrás das árvores \ piscando e as ondulações da água \ nas costas e vencer uma corrida \ contra o frio com a pele tudo colorido.

BORBOLETA DA NOITE - Adoro a carícia de suas asas. \ Você mede, galho resignado, e o segundo, muito louco \ Você queima quando derrete em meus braços. \ Delicado milagre de bronze e veludo, \ Não há nada mais doloroso do que se queimar.

Poemas da escrtitora basca Ana Jaka García, autora de obras Mero amor / Línea discontinua (Everest, 2009), Ez zen diruagatik (Elkar, 2014), Marimutila naiz eta zer? (Elkar, 2016), Loaren inbasio isila (Elkar, 2016), Ixon (Elkar, 2017) e Mujeres y niñas (Balas trazadoras, 2017).

 

ORAÇÃO SEM DEUS - […] Fechou os olhos por um segundo, esboçou uma careta estática que deformou seu rosto. Deixou-se levar no tempo, respirou fundo com um suspiro suave escapou por sua boca. A festa de ontem, a eterna repetição de todas as festas. Como era habitual neste tipo de comemoração, rações até o vazio. O álcool deixou-o tonto, conversas aqui e ali, como se cada rosto foi o verdadeiro destino de seus discursos diletantes […] o mundo vinha até ele com seus paradoxos absurdos. [...]. Trechos extraídos da obra Una oracion sin dios (Esdrujula, 2023), da escritora e filósofa marroquina Karima Ziali, que assim se expressa sobre a atualidade: A Europa aceita diversidade desde que não cause problemas... Quando o medo entra, não somos capazes de enfrentar tudo isso que nos é dado como um bloqueio: tradição, religião, identidade, e você fica sem saber o que fazer. A liberdade é o que permite que você o decomponha, destrua e reconstrua; é o que permite que você entre nesses assuntos sem sentir que está transgredindo algo, mas que é sua obrigação moral como indivíduo...

 

O NAUFRÁGIO DA CIVILIZAÇÃO - [...] Quando já não podemos exercer as nossas prerrogativas como cidadãos sem nos referirmos às nossas filiações étnicas ou religiosas, é porque toda a nação embarcou no caminho da barbárie. [...] O pior para um perdedor não é a derrota em si, é a ideia da síndrome do eterno perdedor. Acabamos odiando toda a humanidade e nos destruindo. [...] Muitas vezes, quando um país trai os seus valores, também trai os seus interesses.[...] Preservamos piedosamente a lenda segundo a qual a transmissão ocorre “verticalmente”, de uma geração para outra, dentro de famílias, clãs, nações e comunidades de crentes; enquanto a transmissão real é cada vez mais “horizontal”, entre contemporâneos, quer se conheçam ou não, quer se amem ou se odeiem. [...] A tragédia, para os europeus, é que, no mundo cruel que é o nosso, se desistirmos de nos tornarmos uma potência muscular, acabaremos sendo empurrados, maltratados e mantidos como reféns. Você não se torna um árbitro respeitado, você se torna uma vítima em potencial e um futuro refém. [...]. Trechos extraídos da obra Le naufrage des civilisations (Hachette, 2020), do escritor libanês Amin Maalouf. Veja mais aqui.

 

A ARTE MUSICAL DE JOÃO PERNAMBUCO

[...] Ele fazia pequenos serviços na feira da Torre, junto da fábrica, para ganhar alguns trocados que usou para comprar um violão usado. Ele ia de bonde até o pátio de São Pedro e o mercado de São José para ver os violeiros, foi dessa maneira inusitada que João aprendeu tudo com seus mestres nas ruas, sem saber ler partitura ou cifras. E foi assim que estabeleceu e definiu a linguagem do violão brasileiro, sendo o primeiro brasileiro a compor música para exclusivamente para violão. [...].

Trecho extraído da obra Raízes e Frutos da Arte de João Pernambuco: Uma infinita viagem (IAPJP, 2023), do pesquisador carioca José Leal (José de Souza Leal - 1946-2023), também autor do livro João Pernambuco, arte de um povo (Funarte, 1983), tratando sobre a vida e obra do compositor, músico e violonista João Pernambuco (João Teixeira Guimarães – 1993-1947). Veja mais aqui & aqui.

&

FLIARP

 

OFERECIMENTO: MJ PRODUÇÕES ARTÍSTICAS & AMIGOS DA BIBLIOTECA

Apresentam:

Dareladas – Centenário de Darel Valença Lins na Fliarp, dia 05/12, às 19h, na Biblioteca Fenelon Barreto. Veja mais aqui.

Tem mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.