sábado, julho 23, 2022

EMMA LAZARUS, ARHUR DANTO, DARCY RIBEIRO, DUDA DO RECIFE & POETA PICAPAU

 

 

TRÍPTICO DQP: Assim como a noite, também vai o dia... - Ao som da Suíte Nordestina, com o maestro Duda do Recife e a Orquestra Experimental de Repertório, no lançamento do álbum Arranjadores (Memória Brasileira, 1997), no Theatro Municipal de São Paulo, em 11 de agosto de 2012. - Alguns anos atrás a situação estava clara e era improvável que um fato adverso ocorresse. Até fiz coro com os que também tinham a segurança que não aconteceria nada que pudesse atrapalhar a desenvoltura pálida tanto quanto teimosa da nossa incipiente e mal-amada democracia. Só que o improvável aconteceu: um duro golpe parlamentar bem tramado com a acoloiada geral da imprensa, Judiciário e outras nefastas forças até então ocultas. Quase perdi a crença em tudo, um fiapinho de esperança trazia deveras algum alento. Os anos se passaram, veio a desgraceira dupla: a pandemia e o Fecamepa do Coisonário. Uma desgraça nunca vem sozinha, sabia desde pirralho. Por isso mesmo agora a proximidade me faz mais que descrente, orelha em pé: o iminente e à espreita. Era eu menino quando ocorreu o Golpe de 1964. Todo dia minha casa era invadida por um batalhão que marchava pelos corredores, revirando quartos, salas e quintal. Foi muito jovem aprendi o que dissera Anthony D’Angelo: As coisas mais importantes na vida não são coisas. Toda minha juventude se esvaíra com a dedicação à luta por um país melhor. Quantos sonhos, tantos desenganos. E eu insistia recitando trechos dos versos de Emma Lazarus: Dai-me os seus fatigados, os seus pobres, / As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade / O miserável refugo das suas costas apinhadas. / Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades, / Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado... Entoei noitedia a minha Nênia de Abril, sabia: Sou um poeta obscuro. Os meus companheiros são poetas obscuros, nosso país é o amor subterrâneo em sagração de interiores catedrais... Toda minha vida aos sobressaltos, sabia: se cochilasse cairia não só o cachimbo como toda a dignidade. Não tenho a mínima ideia do que será daqui para diante, nem o que está por vir, sei da indagação de Arhur Danto: Ou toda a distinção entre arte e realidade caiu por terra?... Deve-se creditar à teoria antiga o mérito de ter compreendido corretamente a relação entre arte e realidade... Com a vista aguçada neste tempo impenetravelmente espesso de insegurança, apesar de diáfano na minha ideia, não concilio o sono nem posso negligenciar o perigo: assim como a noite, também vai o dia...

 


O papagaio do Azor de Aunnilon... – Imagem da artista estadunidense Sarah Sze. - A jovem Sileta era muda como os demais habitantes daquela ilha. Era a irmã mais jovem do príncipe Azor de Aunnilon. Um belo dia deparou-se com um pássaro para ela desconhecido. Quem era? Um papagaio que era dos sobreviventes de um naufrágio ali perto e que dormiam na praia: Zelindor e sua irmã Zelinda. Ambos foram bem recepcionados juntamente com o seu animal de estimação tagarela. Pois, o papagaio falava e muito, e ela, nada entendia. A ave então, paciente e dedicadamente amável, ensinou-a o dom da palavra. O aprendizado durou muito tempo e ao se expressar, ela pediu àquela adorável criaturinha que ensinasse aos demais ilhéus. Assim procedeu de forma admirável e cativante na alfabetização de cada um dos moradores dali: um ensino cheio de amor. Concluída a incansável tarefa, ela reuniu a todos e manifestou publicamente sua paixão recolhida, formalizando ali mesmo e naquele momento, o desejo de contrair matrimônio com a querida ave. Diante de todos, ela tomou o amado entre as mãos e o beijou. Deu-se, então, o inesperado: o papagaio desencantou tornando-se o príncipe humano que sempre fora. A ovação foi geral! Decidiu-se, então, como prêmio pela dádiva, a construção de uma pirâmide encimada por enorme estátua do papagaio. (Releitura de trecho da obra Azor ou o Príncipe Encantado: uma nova história para servir de crônica para a da Terra dos Papagaios (Valente , 1750), do escritor francês Pierre-Charles-Fabiot Aunillon (1685-1760).

 


Proseando com a cultura - Na boca da noitinha dum sábado desse passado recentemente, lá estava eu atendendo convite de Admmauro Gommes que chegava de Xexéu, acompanhado do seu filho, o editor Ademac, para um evento surpresa, era o que me parecia. A chuva começou a despencar do céu e logo fui me aboletando no banco traseiro do automóvel, puxando conversa com os dois parceiros disso e daquilo. Entra aqui e sai ali, pegamos a BR 101 e, depois de umas voltas e subidas íngremes e deslizantes – fosse eu ao volante já estava atolado e perdido no meio daquela lonjura -, nos deparamos com um recanto para lá de acolhedor. Nossa! Lugar muito bom e bonito. Fiquei admirando o ambiente, enquanto o cicerone não dava as caras. Qual não foi a minha surpresa de que o sujeito que eu pensava ser o anfitrião como um daqueles todo farofudo, qual nada, era a cara mais lisa do meu pariceiramigo das infâncias, o Poeta Picapau. Arreliamos logo umas pinoias, enquanto eu tomava pé da aconchegante paragem. Logo uma tuia de caixa foi aparecendo e se amontoando sobre a mesa. Que droga é nove? Rasguei uma delas e saquei: Proseando com a cultura! Esse era o título de uma simpática publicação que eu mesmo havia prefaciado e sequer me lembrava. A comemoração começou com o destampado dum uísque, muito gelo, tira-gosto e a poetada solta no meio de umas conversadas jogadas fora. Algumas confidências rolaram: Admmauro trouxe à tona a lembrança do seu avô que o havia ensinado as regras da poesia popular, sacando do celular um galope à beira-mar de sua autoria. Daqui a pouco Ademac surpreendeu ao violão, sapecando umas daquelas canções do repertório popular, arrancando da memória músicas do tempo do ronca e das paradas de sucesso dos últimos 50 anos. E isso do chué ao que se parece chique. O receptor da festança não se fez de rogado e largou uma tuia de chapoletadas poéticas que foram arremedadas pelos demais em tons e versos. Só eu que ficava calado ou soltando pilherias, nada mais além da virada de copo. Lá pras tantas eu já balançava a cabeça zonza, o Picapau sacudiu no meu pau da venta: nunca arrematei um mote / pra não ver a bagaceira / também não faço heresia / faço o que a mente cria / pois ela é de primeira / e sem insistir na natura / vou a mesma admirando / e a vida vou levando / proseando com a cultura. Isso me deu coragem de tomar a viola e dei umas trastejadas me esgoelando das tripas coração, e foi só uma mesmo, devolvi a viola pro Ademac que reassumiu o posto, porque eu mesmo já estava com o raciocínio apagando de tanta beiçada no álcool. Bem, para encurtar a hestória, só sei que cheguei em casa não sei como, bêbado que só de trocar as pernas e o solado, as calças arriando, o mundo rodando, a porta estreita e com uma caixa enorme e pesada atrapalhando a passagem nos braços (nela os exemplares da obra Ascese é uma mulher – CriaArte, 2022 -, do poeta Vital Corrêa de Araújo, volume este que é o quinto da série de publicações do autor que eu organizei, prefaciei e ilustrei). A comemoração era dupla e eu não sabia. Enganchado na entrada de casa, fui socorrido e despachei tudo caindo na cama que rodava mais que carrossel em noite de festa. Gostei, outra dessa não sei não, pelamordedeus, gente! Agora mais não, só na outra. Tirante as aumentadas propositais, a anedota está igualzinha ao que se sucedeu. Até mais ver.

 


Urge preveni-los do muito que se poderia fazer, com apoio no saber científico, e do descalabro e pequenez do que se está fazendo... Mestrado é só para mostrar que o sujeito é alfabetizado, pois a metade dos que estão na universidade não sabem ler. Viva aceso, olhando e conhecendo o mundo que o rodeia, aprendendo como um índio... A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto...

Pensamento do antropólogo, educador e escritor Darcy Ribeiro (1922-1997). Veja mais Educação & Livroterapia aqui e aqui.

 



segunda-feira, julho 11, 2022

LÍDIA JORGE, NANCY FARMER, ÉLE SEMOG, CECÍLIA MEIRELES & MANET

 

 

TRÍPTICO DQP: Eclosão do canto, memória viva!... - Ao som de Uirapuru, da pianista, compositora e musicoterapeuta Gisele Mallon, na interpretação da instrumentista Talita Passoni e pássaros do Espaço Musicoterapia, Salto –SP. - Um piado e o espanto; depois do som, um tom: silvos e assovios, trinados e gorjeios, quantos estalidos & Néstogas: o verbo canta. Tudo pulsa - fusas, mínimas e colcheias nas águas da correnteza, no vento das folhas, chuva na relva, poeira da brisa nas pedras, no desabrochar colorido das flores, nas ondas dos mares e marés, tudo respira buliçoso, seres e coisas dançam. São pisadas e passos de todas as feras e mansas nos quintais de todas as frutas e infâncias, nos braços de todas as raças e crenças, várzeas e campos, naus dos brejos, lagos e lagoas. Tudo é céu no meu solfejo para Tupã dormir. Tudo o mais é o espetáculo do amor, o sumo da existência. Não há como olvidar de nada, porque ali é como se ouvisse a escritora estadunidense Nancy Farmer segredar: As almas das pessoas são como jardins. Você não pode virar as costas para alguém porque seu jardim está cheio de ervas daninhas. Você tem que dar a ele água e muita luz do sol. É como se ouvisse tudo isso na canora expressão do Xexéu à minha janela. Toda manhazinha e ele lá como se me dissesse Sem amor estamos amputados de nossa melhor parte. A vida pode até ser mais tranquila e livre de dores quando não amamos. Mas trata-se de uma paz de cinzas. O amor não é fácil, a gente sabe disso. Para conseguir, para manter, para conservar, para renovar, é pedido da gente que exista um trabalho psíquico, que exista um trabalho mental. A pergunta é saber como a gente começou a imaginar que o amor ia ser essa coisa fácil, ao alcance de todo mundo e ao alcance de um sujeito muito tempo na vida ou várias vezes na vida. Convém lembrar: a vida nos olhos de todas as manhãs, o direito de viver e deixar viver.

 


O que é de céu senão da Terra... – Imagem: A arte do artista espanhol multimídia pós-conceitual Antoni Muntadas. - Aqui dentro eu posso tudo até o céu. Lá fora irrespirável inferno dantesco, porque do átrio da civilização saíram todos direto pra caquistocracia da esgotosfera coisonária! É vigente o poetar d’O íntimo dado (A senha) do Éle Semog: Cada vez que gritam: pobre! / me assusto. Recuo ao canto / mais perto do rés do chão. / Negro, fico sem cor. / Fúria, fico sem fala. / Pois sei que as balas dos patrões, / que as balas dos políticos, da polícia / correm atrás de mim sem-terra, / correm atrás de mim sem-teto, / correm atrás das minhas razões / por esses labirintos finitos / enredados de justiça e democracia, / só para eu sair nos jornais, / morto na foto, / sangue vazando pelos ouvidos. / Toda vez que eles gritam: pobre! / é a tortura, é o estampido, é a vala. / É a nossa dor que tranquiliza os ricos. / Alô rapaziada... tem de antenar o dia: / o vento que venta lá, venta cá. Lá fora tudo se parece andar para trás e eu teimo seguir adiante com a dor de Lídia Jorge: Os olhos frios da história precisam das lágrimas ardentes da literatura... Se não sei mais o que fazer, opto pela vida, reitero teimar seguir em frente, sempre adiante.

 

O que é da vida senão amor... - Imagem: a arte da fotógrafa e artista conceitual holandesa Laura Zalenga. - Não tenho asas e nem sei onde estou. Ela me abre os braços Boadicea por alento para que eu não me sinta recusado Manet no Le Havre et Guadaloupe, pelos mares tenebrosos de Conrad: Não há linhas na natureza, apenas áreas de cor, uma contra outra. Seu abraço Susanne Leenhof - a amante de meu pai -, é o apoio que eu não tive quando precisei e como prêmio se fez a Ninfa surpresa que junta meus pedaços como cacos de vidro às mãos: Não há simetria na natureza. Um olho nunca é exatamente o mesmo que o outro. Há sempre uma diferença. Todos nós temos um nariz mais ou menos torto e uma boca irregular. Ela me chama à câmara fotográfica e é lá que a sua nudez me ilumina ao toque do piano de suas mãos divinas. E se faz mais que amante Victorine Maurent para escândalo do Almoço na Relva na pele da controversa Olímpia: Em uma face, procure a luz principal e a sombra principal; O resto virá naturalmente - muitas vezes não é importante. E então você deve cultivar sua memória, porque a natureza lhe fornecerá referências. A natureza é como um diretor em um asilo lunático. Ele impede que você se torne banal. Não fossem a infecção na perna e a insuficiência circulatória eu teria mais para que ela feita Berthe Morisot, elegante e refinada entre as violetas com seus olhos escuros, feições marcantes, seu leque e suas cartas: Toda vez que pinto, me lembro na água para aprender a nadar. Era ela a pujança da jovem estudante Eva Gonzales, o que me fez saber qual o meu lugar. E mesmo que eu não tenha para onde ir nem o que fazer é nela que eu sei que a vida vale o amor, isso é o que me basta. Até mais ver.


 

A educação é uma das coisas deste mundo em que acredito de maneira inabalável. Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem e que amanhã recomeçarei a aprender...

Pensamento da escritora, pintora, professora e jornalista Cecília Meireles (1901-1964). Veja mais Educação & Livroterapia aqui e aqui.

 


Conrad

domingo, julho 03, 2022

ANNE-MARIE DE BACKER, EUGENIO MONTEJO, JASON STANLEY & ROALD DAHL

 

 

TRÍPTICO DQP: A certidão da sobrevivência... Ao som do concerto Delicate Sound of Thunder - Live in New York (1988), da banda britânica Pink Floyd. - Sobrevivo ao negrume da chuvarada torrencial, impossível quase é se poupar do afogamento. Alguma esperança insiste amanhecer lá longe, quase nada. E isso para quem não sabe da Política do amigo e do inimigo do filósofo estadunidense Jason Stanley: A peculiar antipatia do fascismo pela verdade não é um recurso adicional da ideologia... a centralidade da distinção amigo/inimigo implica que a única forma possível de disputa política é a guerra. Numa disputa amigo/ inimigo não há concessão, nem acordo, nem valores comuns. A verdade é a primeira vítima de uma ideologia que coloca em seu centro a guerra entre amigo e inimigo. Este o cenário hostil à recepção, imprópria desavença para quem não leu Número zero de Umberto Eco: Não há sucesso maior que o encontro agradável entre dois fracassos. A questão é que os jornais não são feitos para divulgar, mas para encobrir as notícias. Vivemos na mentira e, se você sabe que lhes estão mentindo, precisa viver desconfiado... A vida é suportável, basta contentar-se. Ah, como sou descontente, cada vez mais ouço bem mais altos os acordes com os sussurros da bela no The Great Gig In The Sky - epílogo da parte 1 do The Dark Side of the Moon de Pink Floyd. Queria ruas hospitaleiras como o riso da criança que brinca no meu peito. Contudo, o solfejo dela é maior no diário de sobrevivente, só sendo, arrepio da pele.

 


Pelos vales... - A arte do artista visual japonês Katsumi Komagata: tudo na vida é frágil – inclusive as relações humanas. - Sou um edifício quão estranha tarde mormaçada de arco-íris do outro lado na margem amena, longe dos rebocos da clausura e pronta gaiola escancarada. Desse no meio da solidão seria outro dia e estou naquela do poeta Alberto da Cunha Melo: O mundo anda tão falto de assuntos, todo dia é a mesma coisa: violência urbana, milhares de mortos, milhões de assaltos e as guerras de sempre, essa rotina que dá tédio. E muita indignação. Porque sou de nada e tenho em mim aquilo que disse o escritor britânico Roald Dahl (1916-1990): Escrever é percorrer vales e montanhas... E o meu país tornou-se um interdito nas encruzilhadas, a ponto de quase nem se saber o que há depois, o que sobrará e o que travou na garganta. Há quem espere Um teto todo seu de Virgínia Woolf: Pois as mulheres permaneceram dentro de casa por milhões de anos, então a essa altura até as paredes estão impregnadas com sua força criativa. Está nelas a última esperança, já que nublaram os semblantes, as pálpebras cobriram os olhos equivocados, não me veem e talvez não vejam nada além do umbigo.

 


Nela o trâmite... - A arte da fotógrafa, socióloga e artista visual russa Valeri Haravets. - Desse no meio da solidão seria outro dia. O que houve e não sei quão tardia a minha impressão na assimetria das horas. Quem disse que era ou deixou de ser. A sorte é ter ela surgido com a Melodia da poeta francesa Anne-Marie de Backer (1908-1987): Toda a felicidade que seu rosto havia dado para mim / Eu a cantei, eu a chorei, como um mártir. / Nosso futuro não passa de um parque deserto, / Mas a sombra é azul e, dentro da noite, flores respiram. / Há dias e estações em que é preciso sonhar. / Tu, que vais embora deslizando nas torrenciais cabeleiras das águas, sobreviverás? / Pássaros negros giram ao redor de teu castelo / E a Sereia fechou os olhos sobre tuas margens arenosas. / Há dias e estações em que é preciso viver. / Alguém me atou e eu segui as fendas desenhadas no mar. / Tu, que vais embora, pálido e cativo, sobreviverás / Quando o vento te agarrar em seus turbilhões?/ Toda a felicidade que teu rosto havia dado para mim / Eu a expiei como uma culpa sem perdão / Há dias e estações que nos conduzem / Em direção a nossos remorsos, a nossos jardins abandonados... A salvação é que ela chega do inopinado, sempre cheia de luz, fogos de artifícios nas minhas veias, trovões no meu coração. E se ela vai e volta é porque nossos caminhos se confundem paralelas e convergem aleatórias perpendiculares. Parece oblíqua às vezes, mesmo com sua contumaz transparência, seu olhar indômito, sua boca de véspera, e eu mais que assíduo no seu jeito entreaberto. Há quem foi e quase não voltou e nem é tão triste a solidão, solitude. Dela fica o melhor. Restam aqueles versos dum poema do Adeus, do poeta venezuelano Eugenio Montejo (1938-2008): Prossigo entre as pedras dos velhos subúrbios / por um trago, por um pouco de jazz, / contemplando os deuses que dormem dissolvidos / na serradura dos bares, / enquanto decifro seus nomes a cada passo / e sigo meu caminho. Mais que um dia, outra não seria a data diferente talvez com os ademanes de asnos que insistem emporcalhar tudo com seu reino de morte. O meu lucro é não ter nada para gastar no mundo. Até mais ver.

 


O ser humano é aquilo que a educação faz dele. É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.

Pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Veja mais Educação & Livroterapia aqui e aqui.