terça-feira, julho 23, 2019

HENRY MILLER, REBECCA HORN, MARIA DO CARMO GUEDES, HIPER MULHERES & GATUNÁRIO DO FECAMEPA


GATUNÁRIO DO FECAMEPA – Gentamiga! Ninguém está nem aí para o gatunário do Fecamepa! Não estou me referindo a casos como o de Absalão de Davi, nem de Barrabás de Yafo, ou do bom ladrão católico Dimas e do ortodoxo Rakh. Também não me refiro à arte de roubar do Padre António Vieira, se bem que se trata de uma das práticas mais antigas da humanidade. Tampouco me refiro ao romântico Robin Hood ou Barba Azul das mulheres. De forma alguma faço referência ao Flambeau de Chesterton, ou a república dos nobres vigaristas de Scott Lynch, da cleptomaníaca do bom de Fernando Sabino, dos duzentos de Dalton Trevisan, dos das bicicletas de De Sica, ou dos da cova da princesa Rosinha. Muito menos em relação com aos barões de Ayn Rand, nem com o Lupin de Leblanc, o açogueiro da caçada de Cussller, o Tom da Highsmith, dos da noite de Koestler, do Pietr de Simenon ou do Scipio de Cornelia Funke; sequer dos do destino de Nanuka, dos nazistas do livro de Rydell, dos três de Ungerer, do professor Chicuta, do rei Vicente; ou de facínoras como Al Capone, Madame Satã, Attila Ambrus – o Viszkis que bebia uísque -, Spaggiari, Valerio Viccei, Dick Turpin; ou dos glamourosos Jesse James & Frank James, Billy the Kid, Butch Cassidy, Sundance Kid, John Dillinger, Bonnie & e Clyde, Carl Gugasian, Derek “Bertie” Smalls, ou, ainda, dos famosos da gangue francesa do aspirador de pó, dos assaltantes do Crédit Lyonnais, dos do MAM de Paris, dos do Museu Gardner, dos diamantes da “Escola de Torino”, dos da Baker Street, nem do Dragan Mikić & Panteras cor-de-rosa; quanto mais dos que roubam o tempo, segundo cognitivistas, como as redes sociais, as mensagens e notificações de celulares, da internet, das interrupções – gente chata medonha – e de não saber o quê estudar! Nada disso. Olhando bem, já é bandido como a praga! Não obstante, nenhum desses. Apenas, assinalar a respeito da tropelia dos celerados que vieram depois da leva do Paraíso tratado pela Ottoni, está sabendo? Esses sim. Falando sério: virou impunidade da cara mais lisa. O que tem de gente desafiando o vetusto e discriminador Código Penal vigente não é pouco; só tem uso para mim ou alguns outros tantos desamparados da Justiça. Pudera, se a Constituição Federal já foi emendada mais de 100 vezes em 31 anos, afora ser desconhecida, ao que parece, pela quase totalidade da população e inaplicável na maioria das vezes pelas autoridades constituídas, não poderia fazer jamais lá muita diferença. Daí deixar a coisa correr frouxo entre favorecidos de escusos compadrios é que são elas. A sensação que fica é de completa injustiça! Tanta gente se dando bem, outros tantos se lascando meio a meio. Aos que parece, tem gente que andou queimando as pestanas na elaboração de projetos enroladores, coisa assim, aprendida às avessas da Arte de Furtar do Padre Manuel da Costa ou levado ao pé da letra o Príncipe de Maquiavel e de outros ardis estratégicos para engalobar os bestas, com manobras de duplipensar, chega deixar a gente de queixo caído no final das contas. O que tem de espetacularização no engenhoso espaço encobertado dos gatunildos e ladronácios das três esferas de todo Poder Legislativo, dos quadrilhaldos de todo Poder Executivo, dos laurápios sisudos e embecados de todo Poder Judiciário, além dos que brincam de roubonildos e dos furtaldos nas disfarçadas apropriações indébitas dadas por transações lícitas; dos bandos de escrunchantes nas verbas públicas, das maltas de falperristas que brincam de lesar a pátria, da pandilha de gaudérios que manipulam as licitações, da corja de enche-cabresto que desvia o erário público, da cambada de afanadores e cortabolas que se aboletam nos birôs para manipular verbas públicas, da choldra de escorchas e gateadores que sucateiam os serviços sociais, da horda de milhafes e sacomardos das gestões públicas; dos capiangos, abiges e pitubas que precarizam a saúde; dos bordinaus, quatreiros, tudo doutores quatreiros do 5 deitado, 1 em pé e quatro rodando nas coisas da educação; dos guabirus da leseira alheia, argamandeis capoeiros e bilontras da segurança geral; dos manatas, flibusteiros vigaristas e receptânios ventanistas das sonegações por debaixo dos panos; dos estelionatininhos da trapaça, extornaldos ímprobos e abusaldos punguistas das defesas nacionais; dos trapaceiros, pilhas, rapinas e paudilheiros dos transportes; dos maganos, bandoleiros e burladores do tráfico de influência; dos caloteiros, escamoteadores, lapins e mãos-leves dos acessos ministeriais; dos rapaces, salteadores, escroques e gomeleiros das relações internas e exteriores, vixe, tudo zanzando aí a torto e a direito pelas esquinas a céu aberto de pleno meio dia! Ora, ora. Aqui o Ali Babá das Mil e Uma Noites é calunga de primeira viagem: os daqui levam para mais de milhões pro saco, formando todas as bandalheiras deste país pro Fecamepa de Mãe-Joana, um estrupício do maior vitupério. É ou não é? Parece mais que todo mundo rouba todo mundo; e eu que faço parte do mundo, liso sem ter aonde cair morto, contudo pago mesmo sem participar dessa ladroagem toda! Arre! E eles, os Fabos do colarinho-branco ainda acham que estão se defendendo nas tetas da MãeNação, oh, patriamada, pode um negócio desse? Vou ficar sozinho nessa parada é? Ué, ninguém faz nada! Destá. Está na hora da gente aprumar a conversa! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] a História é sempre embate entre posições. E se uma vence, não significa necessariamente que é a melhor, mas apenas que, no jogo de forças presentes na situação em que o embate se deu, uma delas pôde sobressair-se. Não significa também que ficará sempre assim, pois aos perdedores basta reorganizarem-se e recomeçar. [...].
Trecho de Enzo Azzi (1921-1985), um médico italiano na psicologia brasileira, da psicóloga Maria do Carmo Guedes, extraído da obra Escritos sobre a profissão de psicólogo no Brasil (EDUFRN, 2010), organizado por Oswaldo H. Yamamoto e Ana Ludmila F. Costa.

AS HIPER MULHERES
O documentário As Hiper Mulheres (2011), registra  o Jamunikumalu, maior ritual de canto das mulheres kuikuro, no Alto Xingu, no Mato Grosso. O tema central é a festa promovida para que uma índia velha cante pela última vez, antes da morte, nesse ritual. Mas a detentora do saber das canções adoece e precisa ser cuidada pelo pajé e por médicos da cidade mais próxima. Trata-se de uma produção da Vídeo nas Aldeias (VNA), um projeto precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil, criado em 1986. O objetivo do projeto é apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada com os povos indígenas. O documentário foi premiado no Festival de Gramado: 2011 –Kikito Especial do Júri e Kikito Melhor Montagem; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: 2011 – Melhor som; Festival de Curitiba: Melhor Filme, Prêmio Olhar, Prêmio da Crítica (Abraccine), Prêmio do Público, Olhar de Cinema Hollywood Brazilian Film Festival: Melhor Documentário; Latin American Film Festival: Prêmio Al Jazeera de Melhor. Veja mais aqui.

A ESCULTURA DE REBECCA HORN
O que me interessa é a essência do objeto, não o seu aspecto. Uma viagem ao interior do corpo. Se alguém decidir viver nesse espaço, seus próprios devaneios começam a se condensar, assumindo vida própria como novas histórias.
A arte da artista visual alemã Rebecca Horn. Veja mais aqui e aqui.

A OBRA DE HENRY MILLER
Um gênio a procura de emprego: eis aí uma das visões mais tristes deste mundo. Não se encaixa em lugar nenhum, ninguém o quer. É desajustado, diz o mundo. Nenhum escritor é bom a não ser que tenha sofrido.
A obra do escritor estadunidense Henry Miller (1891-1980) aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.