terça-feira, junho 04, 2019

LORCA, ZAIDAN FILHO, MARTHA GRAHAM, PAUL LANDOWSKI, MATA ATLÂNTICA, MAIDENTRIP & HORROR VACUI


HORROR VACUI – A vida é uma viagem para longe ou perto, quantos passageiros e eu lá perante o brasileto arrancado da mata, exterminado. Já não sei nada, tudo virou de ponta cabeça, porque o Sol sorriu na floração do lótus que brotou das águas turvas e paradas, enquanto fazem da manhã seguinte uma eterna noite de ontem. A casa cheia, o auditório lotado, espaços preenchidos, lacunas, hiatos, nenhum silêncio, ninguém morreu, ora, nenhum obirapiranga para remédio, porquanto achacados com a dor de muitos e nem sabem ou sentem. O caos salta aos olhos com os remorsos do vazio: a solidão. Todos me parecem como se usassem um ornamento facial da mulher Maori, do ramo sinuoso às espirais, e me avisavam: não se deve calar, é preciso dizer. A mim, a inquietação me faz falar sozinho com as paredes, coisas e invisíveis. Acho que enlouqueci no meu horror vacui, como se tivesse apenas uma Caesalpinia echinata para fazer um país. Estou só e me tomam por um louco: esquecer quem sou a deslizar na pele do outro, mas não há ninguém. Sonho sonhos que o criador esqueceu de sonhar e os mistérios nunca revelados, só tinha o pé de ibirapitanga, uma efígie de barba numa jarra belarmina, uma cerâmina shibui e bricabraques aos montes. Cá entre nós: as coisas já passaram do ponto e ninguém se deu conta, muito menos fazem o que precisa ser feito: só o olhar da morte, mãos e pés da morte, tudo para matar, a extinção do orabutã. Nesse pesadelo escatológico, ouço O Corvo de Poe, a loucura de Lovercraft, os delírios de Stephen King, as fantasias de Clive Baker, tudo é o Inferno de Dante. Não são demônios nem bruxas, vampiros ou lobisomens, nenhum desses seres horripilantes: são gentes como eu, de carne e osso, fanatismo e desencantos. Nada tão amedrontador: o pânico do terror diante da destruição. Ah, o meu horror não, não apenas, de todos: fabricar mortes, vender mortes, excretar mortes. Nenhum ibirapita para sombra no ermo e eu vivo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] O desafio que o terceiro milênio reserva para o nordeste é convencer as elites econômicas e dirigentes do país de que é possível se integrar na economia mundial sem abandonar seus pobres e miseráveis. E que o principal ativo de uma nação é seu povo e suas tradições culturais. Países sem política de desenvolvimento regional e social e sem identidade estão destinados a ser meras plataformas de exportação para o mundo, sem cidadãos, direitos e identidade cultural [...] Vislumbram-se o nascimento de uma civilização planetária, bem como o de um novo setor público supranacional. Com o revivescimento da “comunidade”, em um registro planetário, animado por outros atores, outras solidariedades e outras políticas. É a reconstrução da ética em outros termos: não mais fabril, nem estatal; nem pública, nem privada. Local e global ao mesmo tempo. Ligada à comunidade, ao mundo da vida ou à cotidianidade. Um mundo de interação simbolicamente mediada, em que a linguagem e a significação passam a ter importância fundamental.
Trechos extraídos da obra O fim do nordeste e outros mitos (Cortez, 2001), do professor e filósofo Michel Zaidan Filho. Veja mais aqui e aqui

COMO É QUE ALGUÉM VAI DEFENDER O QUE NÃO CONHECE?
[...] Pela sua riqueza e por toda a diversidade que contém, a Mata Atlântica foi também considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
[...] Condomínios de luxo se instalam nas matas de restinga (que é como é chamada a Mata Atlântica na região das planícies, perto do mar); famílias de migrantes pobres erguem barracos e cortam árvores em áreas de preservação permanente e/ou de risco. E, assim, a nossa Mata Atlântica vai desaparecendo. Devemos desanimar? Nunca! Conhecer o problema é meio caminho andado. Repetimos: a gente só ama e preserva aquilo que conhece. Só se exerce a cidadania quando se tem conhecimento dos temas que devem ser objeto de luta. [...].
Trechos extraídos da obra Mata Atlântica: vinte razões para amá-la (Musa, 2005), da jornalista e fotógrafa Regina Helena de Paiva Ramos. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

MAIDENTRIP
O meu sonho é ser a pessoa mais jovem do mundo a navegar sozinha.
O documentário Maidentrip (2013), dirigido por Jillian Schlesinger, conta a história da adolescente holandesa nascida na Nova Zelândia, Laura Decker que, com apenas 14 anos de idade, se tornou a mais jovem a velejar ao redor do mundo sozinha por 518 dias, depois de um ruidoso processo que tramitou no tribunal holandês. Veja mais aqui.

A ESCULTURA DE PAUL LANDOWSKI
A arte do escultor francês Paul Landowski (1875-1961). Veja mais aqui.

A DANÇA DE MARTHA GRAHAM
A dança é a linguagem escondida da alma. Ninguém se importa se você não sabe dançar bem. Apenas se levante e dance. Bons dançarinos são bons por causa de sua paixão.
A arte da dançarina e coreógrafa estadunidense Martha Graham (1894-1991). Veja mais aqui, aqui e aqui.

A OBRA DE FEDERICO GARCIA LORCA
A Terra é o provável paraíso perdido.
A obra do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936) aqui, aqui e aqui.