quinta-feira, maio 23, 2019

HABERMAS, BENJAMIM SANTOS, PETER LACEY, HELENAS & TODA MULHER


HELENAS & TODA MULHER – É dela, a que tem qualquer feição. É para ela, todas, desde a La Loba de muitos nomes, a La Que Sabé à reluzente grega, deusa de Troia, tão bela desde menina que enfeitiçou Teseu e enlouqueceu Páris e Menelau, e o cavalo da guerra, até que as servas Erínias de Polixo enforcassem-na. A emergente de Natalie, a da Tríplice, a tocha que abre caminho e que é raio de Sol. A mãe de Constantino, augusta de Constantinopla, sempre alijada para conversão do filho depois do Édito de Milão. A da Lagoa da Prata, as que foram vítimas do Barba-azul, a sabida com a boneca no bolso. A da Caverna dos Suspiros e a caeté do donatário pernambucano. A celebrada Blavatsky, a madame que me deu os véus de Ísis. A de Machado bastarda afinal reconhecida, a dos contos de fadas, a La Llorona e a da pele de foca. A que é Mãe-da-Lua, Urutau, a que é burrinha de padre, a Meireles do som da viola. A que faz a feira, as que passeiam na praça e andam pelas ruas. A do Reino Encantado da Pedra Bonita, a que reina nos rios e a que reina nos mares. A que cavalga nua e a que tece noitedia. A que é Alamoa, a da cidade fantasma Sincorá. A que foi emparedada, a que morreu na curva e a que assombra a cidade. A que manda na terra e a esqueleto que é salva pelo pescador esquimó. A que corre com lobos, a que embranqueceu a canga negra com a nuvem da águia. A que foi embora e levou o mais caro e era o amor, a que os druidas transformaram em menir por amar, a que se tornou milhares de brilhos no céu escuro. A que bebeu da água de côco e beijou a boca do Príncipe das Enguias, a que cortaram as mãos para salvação dos pais. A que nasceu flor e morreu estrela. A que beijou e foi beijada. A que amou e foi amada. A que sorri e ficou encantada. Quantas mais, todas elas na Crônica de Amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] somente se abre a um sujeito que faça uso de sua competência lingüística e de sua competência de ação. O sujeito somente pode ter acesso a ele participando, ao menos virtualmente, nas comunicações de seus membros e, portanto se convertendo a si mesmo em um membro pelo menos potencialmente [...] o mundo da vida é, por assim dizer, o lugar transcendental em que falante e ouvinte se encontram; em que podem estabelecer reciprocamente a pretensão de que suas emissões concordam com o mundo (com o mundo objetivo, com o mundo subjetivo e com o mundo social); em que podem criticar e exibir os fundamentos dessas pretensões de validade, resolver seus desentendimentos e chegar a um acordo [...] se o indivíduo somente alcança a si mesmo através da comunicação com outros, somente através da elaboração de processos sociais por meio da comunicação significante, então o “si mesmo” (self) não pode anteceder o organismo social. Este tem de existir previamente [...] O conceito de ação comunicativa pressupõe a linguagem como um meio dentro do qual ocorre um tipo de processo de entendimento em cujo transcurso os participantes, ao se relacionarem com um mundo, se apresentam uns frente aos outros com pretensões de validade que podem ser reconhecidos ou questionados [...] O progresso científico pode se converter na racionalização da vida social, se os cientistas assumem a tarefa da educação pública com a finalidade de converter os princípios de seu próprio trabalho em princípios do comércio e trato sociais [...] O conceito de mundo da vida sugere ademais a independência da cultura em respeito de coações externas. A força imperativa da cultura descansa sobre a convicção dos atores que utilizam, submetem a prova e dão continuidade aos esquemas de interpretação, de evolução e de expressão recebidos [...].
Trechos extraídos da obra Teoria do agir comunicativo: racionalidade da ação e racionalização social (WMF Martins Fontes, 2012), do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, na qual estabelece os principais elementos de um modelo organizacional baseado na teoria da ação comunicativa: libertação do mundo da vida dos imperativos sistêmicos, mediante uma desregulamentação e desmonetarização de suas estruturas (cultura, sociedade, pessoa), implicando na luta contra os imperativos financeiros e burocráticos que regem a produção tanto cultural quanto científica; controle público sobre os meios de comunicação de massa com vistas a garantir uma formação democrática da vontade; enxugamento progressivo da tecitura legal que rege as relações entre pessoas enquanto componentes de uma estrutura social normativamente legitimada; preocupar-se mais com o conteúdo das normas do que com sua processualística; promover uma moralização dos temas públicos, via discussão política, aberta a todos; restringir ao máximo a legislação sobre a família e a escola e empreender a sua desburocratização radical, visando assegurar a formação de uma personalidade autônoma; manutenção dos sistemas econômicos e administrativos guiados pelos mecanismos do mercado e da administração burocrática mas submetidos a controle externo; valorização de mecanismos de deliberação coletiva que estimulem o entendimento e não a mera conquista do poder (por exemplo, deliberação por consenso e não por votação). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

CONVERSA DE CAMARIM
[...] um panorama teatral do Recife, naqueles anos, que pode lhes permitir o conhecimento de uma parte da história do palco pernambucano, alguns caminhos percorridos em direção ao teatro de agora. Espero que estas lembranças levem, tanto os artistas e espectadores do passado como os de hoje, a uma compreensão mais vasta do teatro daqueles tempos, mesmo que recusem minhas impressões.
A obra Conversa de camarim: o teatro no Recife na década de 1960 (SC/FCCR, 2007), do dramaturgo, filósofo, jornalista, professor, poeta, diretor, encenador e crítico de teatro, Benjamim Santos, é dividida em duas partes: a primeira, trata das lembrança do Aprendiz de espectador, contando sobre o panorama de Olinda e Recife, o sucesso do Cantochão, Memória do TPN, um cavalheiro que não conheceu a decadência e encenador. A segunda parte, Quatro ano no Commercio, traz relatos sobre Calabar, TPN. Teatro Novo no Nordeste, Ópera em Recife, Teatro Universitário, formação de atores, o autor e a profissão, Brecht, o Santo Inquérito, Clênio e Luiz Marinho, TAP, Martins Pena, Otto Prado, teatro contemporâneo, Ariano, Morte e Vida Severina, Hermilo, entre outros temas. Veja mais aqui.

THE HISTORY OF THE NUDE IN PHOTOGRAPHY
A obra The history of the nude in photography (Bantam, 1964), do escritor Peter Lacey, traz o nu feminino mágico, erótico, estético, que foi modelado e pintado desde a pré-história e que alcançou a fotografia, reunindo o trabalho de Delacroix e Durieu, Muybridge e Eakins, Charles Shenk, o sacionistas, Arnold Genthe, Edward Weston, Harry Callahan, Sougez Emmanual, Ferenc Berko, Lucien Clergue, Ruth Bernhard, René Groebli, Jeanloup Sieff, Charles Swedlund, Marvin Newman, Bill Brandt, Frank Horvat, J. Frederick Smith e Robert Wilson, entre outros. Veja mais aqui.
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A OBRA DE LYA LUFT
Não importa quanto tempo já se passou: eu sou a mesma, o amor é o mesmo, e a esperança.
A obra da escritora e tradutora gaúcha Lya Luft aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.