DIÁRIO DO GENOCÍDIO NO FECAMEPA – UMA: SABE
AQUELA... O REINO DE DUAS CARAS - O Fecamepa vai firme e forte, mesmo com a
censura do Nassif & outra aqui e acolá, o reino do imbrochável Coisonário
segue mitômano e peçonhento, a comandar a patetada ministerial desqualificada:
uma Doidamares endemoninhada (gente, sei que ela é infeliz, mas alguém tem que
dá uma picada aprumada para derreter o queijo dela; sei que quem for precisará estar
munido de uma bravura indômita, vez que ela não é tão feia, mas é do mal,
carece de antídoto e muita coragem, periga virar depois uma besta fera do
estopô calango, destá); um MalthusGuedes que para se manter bailando desvairada
para os ricos, precisa matar os pobres; o suspeitíssimo boiadeiro dendroclasta SavoRiconarola
abrindo a porteira da destruição dos ecossistemas; e outros tantos desclassificados
alienígenas que afundam a patriamada na desgraça cloroquínica & outros
quetais inventados nos costados endoidecidos deles, enquanto chafurdam na punheta
coletiva dos seus mandos, mudando a geografia e até o alinhamento dos planetas na
sua sanha estupidológica, para fabricar a sua pseudologia absolutista. Sabia, a
história se repete, já advertira Balzac
que, como sempre, para cada caso: Há duas
histórias: a história oficial mentirosa, que se ensina, a história ad usum
Delphini; depois, a história secreta, onde estão as verdadeiras causas dos
acontecimentos e que é uma história vergonhosa. No caso
do aldrabão dos coisominions, como diria Macbeth de Shakespeare: uma história contada por um idiota, cheia
de ruído e de furor e que nada significa. Agora, Brasil, durma com um
barulho deste!!! Vambora, gente!
DUAS CRATERAS E NÃO É NA LUA - Aqui a coisa está empenada demais,
verdadeira Cittabella: se a gente
escapa da abissal pandemia, despenca no desgoverno. Não dá outra, ou lá ou loa
e muitos. Revivemos aquela remota e ignota Cidade dos Buracos, antes tida como
de localização desconhecida, agora comprovadamente aqui, tenho certeza e bato
no peito: Brasilzilzilzilzil. A respeito alerta a escritora e tradutora
italiana Lia Wainstein (1919-2001),
no Viaggio in Drimonia (Milão, 1965),
que precisamos, a exemplo dos habitantes de Cittabella, nos familiarizar com as diferentes espécies de buracos. Os mais
comuns e menos preocupantes são do tamanho de uma caçarola. Os redondos, com
bordas denteadas, resultado de um súbito colapso da camada superior – cor de
berinjela – que repousa sobre uma camada mais mole, marro-terrosa. Observa
ela que Quando chove, os buracos se
transformam em pequenas poças lodosas, onde não é raro encontrar uma pobre
borboleta com as asas presa na lama. Os habitantes de Cittabella caminham
enfiando os pés nos buracos, de maneira desajeitada, ou dando passos largos e
cuidadosos para não quebrar as bordas. Adverte, porem, que, por ordem de perigo, vêm certos buracos
enormes e profundos que podem facilmente engolir duas casas. Ensina a
escritora que O povo de Cittabella é
conhecido por seu modo de andar peculiar: caminham sempre como se estivessem
procurando alguma coisa. Fazem isto por vários motivos: porque estão num bairro
cujos buracos não lhes são familiares; ou porque estão procurando (sobretudo
para satisfazer suas famílias ansiosas) por algum primo do interior
recém-chegado e que parece ter desaparecido; ou porque o cocheiro perdeu mais
uma junta de cavalos. Neste último caso, é melhor desistir logo da busca, pois
essa tarefa é raramente coroada de sucesso. Lições estas inestimáveis para
quem vive driblando constrangedoras situações aversivas como estas que
mergulhamos já faz uns cinco anos e, desde março, em dose dupla. Vamos nessa,
ora se.
TRÊS PINOTES & UMA ATITUDE ESTOICA - Outrora quisera mais
tempo para viver, hoje não mais, idade indefinível, dúvidas além da conta. Não tenho
mais jeito, a experiência do silêncio me livra hoje de bons bocados e mais nada
para fazer, nem um minuto a mais nem a menos. Recolho as raízes do meu chão,
estão em mim no meio dos detritos que sobraram de espécies que se podiam chamar
de humanas, ramagem por meus ossos, músculos e o que aperta e dói aqui, o que
se ausenta e sinto falta. Este memento
mori, não apenas jogos de palavras, coisas que nem se sabe e feitas assim
do nada, e disso tento tirar todo proveito para redimir as omissões de antes, desavergonhado
compasso escancarado às grandes ventanias do destino. Sigo pálpebras atentas
para a descoberta no que encontro e no que perdi, ouvido no ar e nenhum
comedimento. Sei que o que é primário não será nunca secundário, embora deixe
tanto para depois, a posteriori, sensatez indefesa para judiciosa reflexão. Tenho
o temperamento generoso em alta densidade geográfica, sempre procuro algum
olhar perdido na minha notoriedade precária senão prejudicada, criada no dedo e
sempre assim solícito, pudera, reputação carente na minha militância ginocrata,
porque sei que ao encontrá-la ela bailará linda Frances Charlotte Greenwood nua e eclipsada no meu corpo para alcançar
minha alma e me fazer recitar Lamas
do saudoso Aldir Blanc: Ter coragem de olhar / pela última vez / e
mentir calmamente: / quem sabe?... Talvez... / como se a última vez / ficasse
pra outra vez... e me salvará como se não houvesse mais jeito de morrer, a
saber que sou juiz que não me interrogo lá muito bem, apesar de rigoroso e um
tanto polido, perdoará a rir comigo da minha própria careta. Até mais ver
COISAS DO RECIFE
[...] A cidade acordava com os pregões dos
vendedores ambulantes, os chamados balaieiros, que ofereciam de tudo; frutas,
verduras, peixes, guloseimas, quinquilharias e serviços, desde o conserto em
panelas e bacias até amolação de facas e tesouras. Muito pregões eram familiares
a vários bairros da cidade, alguns alegres e zombeteiros, outros pungentes e
nostálgicos: “Eu tenho a lã de barriguda para travesseiro”, gritava com voz
arrastada o mulato já avançado em anos. O outro, mais moço, anunciava em tom
festivo para assanhar a meninada: “Chora menino pra chupar pitomba!” [...].
Vozes tipos da cidade: o ambulante do desaforo,
extraído da obra Coisas do Recife
(Bagaço, 2004), do jornalista Fernando
Menezes, contando sobre as equinas, assombrações, escola de cinema,
referência cultural, artes plásticas, usos e costumes, música, vozes e tipos,
brinquedos populares e a cozinha pernambucana. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui
& aqui.