segunda-feira, abril 29, 2019

KAVÁFIS, JOSÉ J. VEIGA, ONDINA POZOCO, AS FULÔ DO SERTÃO & ERÓTICA UNIVERSALIS



EROTICA UNIVERSALIS – Já tratei aqui sobre a temática do Erotismo & Pornografia, bem como da arte erótica e a respeito da educação sexual, por se tratar de tema de suma importância para compreensão das manifestações humanas. Exemplo disse foram as mais diversas publicações que fiz aqui no blog, acerca de obra como Thérèse Philosophe, bem como de autores como Marquês de Sade, Bataille, Henry Miller, Anais Nin, entre tantos outros das mais diferentes épocas do inventário humano. Trata-se de um tema que não é apenas deste tempo, vem desde a mais remota era, como comprova a obra Erótica universalis (Benedidikt Taschen, 1994), do historiador e editor de arte francês Giles Néret, volume este reunindo a Erotica antiqua, clássica, revolutionnaria, romântica, artis novae e moderna. A primeira parte da publicação compreende uma introdução trazendo As alegrias de Eros (The joys of Eros), destacando a luxúria a partir das expressões da antiguidade, passando pela arte egípcia e da Grécia Antiga. Na parte que compreende a Erotica Antiqua, a arte grega, Pompeia, o amor cortês e, como destaque, a arte do desenhista e gravurista francês Jacques Callot (1592-1635). Na abordagem acerca da Erotica Clássica, O amor dos deuses, reunindo obras de Hans Balding, Dürer, Rembrandt, Carracci, Boucher, Fragonard, Binet, Monnet, entre outros. Já a Erotica Revolutionnaria, trata sobre a arte à época da Revolução Francesa, sobretudo sobre a depravação com a arte e a propaganda sexual que destruiu Marie Antoinette, com gravuras e panfletos pornográficos da época. Na Erotica Romantica, denominada Puxando o diabo pela cauda, a arte de Achile Devaria, Eugénne Le Potevin e Peter Fendi, entre outros. A Artis Novae representando os dândis com a arte de Aubrey Beardsley, Franz Von Bayros e Felicien Ropes, entre outros. Por fim, a Erotica Moderna com a Origem do Mundo de Coubert, a colheita erótica de Gauguin, Tolouse, Degas, Ingres, Maele, Viset, Rodin, Klimt, Schiele, Grosz, Picasso, Dali, Dubuffet, Pascin, Bellmer, Honore Daumier, Bernard Montorgueil, aquarelas judias, ilustrações de fetiche vintage do Carlo, Foujita, John Willie e Eneg. Essas representam o tratamento de questões que envolvem a sexualidade humana e a expressão da mais diversa manifestação do prazer, do amor e da paixão, merecendo, por isso, estudos e reflexões acerca do comportamento humano. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] Ai as coisas começam a se complicar; e na falta de informações seguras abre-se um vale-tudo em que as opiniões mais absurdas são lançadas como verdades comprovadas, o que só serve para desacreditar aqueles poucos estudiosos que se dedicam seriamente ao assunto, num trabalho paciente e penoso, como cegos tateando cominho em nevoeiro fechado. No meio dessa confusão que às vezes toma aspectos até grotescos há quem indague se vale a pena perder tempo com elucubrações que não levam a nada, a não ser talvez à loucura, quando o grande problema do momento é o de viver nesta Terra chata que jamais voltará a ser redonda, se é que algum dia foi. [...] Não será de melhor proveito nos preocuparmos com a vida nesta imensa planura que ainda continuará plana quando não houver mais ninguém para pisá-la, maltratá-la e muito menos fazer planos mirabolantes para devolver-lhe a forma arredondada que ela teria tido em épocas remotas? [...] É fascinante, por exemplo, imaginar que da redondeza da Terra devia decorrer a redondeza de quase tudo o que havia nela. Só de pensar que os homens (como também os animais, as plantas, os minerais), não seriam chatos como os de hoje, pelo menos não tão chatos, já dá vontade de ter vivido naquele tempo. [...] Por que achataram a Terra? [...] Enquanto o povo plainava, equipes de cientistas de várias especialidades iam cuidando de apagar os vestígios da redondeza, num tratamento meticuloso que incluía a coleta, destruição ou ocultamento de objetos, utensílios e obras de arte. [...] Também o sentido de muitas palavras que significavam ou sugeriam redondeza foi alterado nos dicionários, e com o tempo o povo foi aceitando as alterações. [...] a Terra continua redonda como sempre foi. O que aconteceu foi que as pessoas, geração após geração, foram condicionadas desde pequenas a aceitar o dogma de que vivem numa Terra chata; e como só viam formas chatas por toda parte, acabaram se convencendo. [...] o fato de a vermos chata não é mais do que uma monumental ilusão de ótica, reforçada pelo condicionamento da visão interior, ilusão e condicionamento incutidos nas pessoas desde o momento do nascimento. [...].
Conto Quando a Terra era redonda, extraída da obra De jogos e festas (Civilização Brasileira, 1980), do escritor do realismo fantástico brasileiro José J. Veiga (1915-1999). Veja mais aqui e aqui.

A ARTE DE ONDINA POZOCO
A arte da artista plástica Ondina Pozoco na expressão das mais diversas formas, como aquarelas, desenhos, litografias, pasteis e pintura acrílica, explorando a riqueza dos detalhes e das cores intensas. Ela participou  da criação do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul e de Bienais em Porto Rico, Coréia do Sul, Espanha e Florença. Veja mais aqui.

A MÚSICA D’AS FULÔ DO SERTÃO
A música da banda de forró de Teresina (PI), As Fulô do Sertão, formado pelo trio de instrumentistas Adnayane Marins no triângulo e percussão, Écore Nascimento na voz, violão e sanfona, e Tauana Queiroz na zabumba, criado em 2014, com o objetivo de cantar canções que falam e valorizam a cultura nordestina. O grupo lançou em 2018 o álbum Balanço do novo amor. Veja mais aqui.
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A OBRA DE KONSTANTÍNOS KAVÁFIS
Peça que a estrada seja longa. Pode haver muitas manhãs de verão quando você chegar, com prazer e alegria, a portos nunca antes vistos.
A obra do poeta grego Konstantínos Kaváfis (1863-1933) aqui e aqui.