quinta-feira, fevereiro 14, 2019

AUGUSTO DE CAMPOS, STANISLAVSKI, MARIA TERESA NIDELCOFF, FERNANDA PRETO & COISAS SÓ PRA DIZER NADA


COISAS SÓ PRA DIZER NADA – De agora é que desde não sei quando as aspirações comandam sobre as coisas, enquanto o aroma da incompletude perpassa por tudo e todo momento e vem não se sabe de onde. Prevalece a retomada persistente ao alvo, mira em dia, o coração no bolso, a alma nas vitrines, a incessante urgência do trânsito insólito e turvado dos interesses e quereres insones e a qualquer custo. Que seja já, logo, ou senão perde a graça e fica tarde demais. Pouco importa a consequência, vale acertar na veia, a medida exata da sorte, possivelmente nenhuma dessintonia com os rumores das águas, a aragem das tardes, as pedras revolvidas, o parque de diversões, o teto da noite, as paredes nuas, o quadrado da hipotenusa, a cereja do bolo, o golpe de mestre, a hélice da turbina, o dente do garfo, a mordida do tubarão, a tabela periódica, o vagão do trem, o xeque mate, a grampola da tatarineta, a muxiba no moquém, nada. À hora feita, ou tudo ou nada. Em cada um, dentro de si, caixas privadas e lacradas, empedrecidas e a vida e o mundo e tudo ao redor do umbigo e seja sempre. Não há por que me queixar das incompreensões, que se danem. A compreensão tem que ser minha, não de ninguém. Ninguém tem que entender nada do que se passa comigo nem do que sou, eu que tenho que entender que podem não entender aquilo que quero dizer ou fazer, ora bolas! Não é preciso saber do Verbo da Torá, desde muito antes de quarks, léptons ou bádrons, nem que um outro vocabulário seja possível vigorar, outra matriz, só porque tudo muda, a ação não estaciona e se desloca por percursos de outras direções, senão todas, dentro ou fora de nenhuma fronteira fixa. O que vejo pode não ser visto, o meu olhar apenas; o que sei pode não ser sabido, aprendi demais do inútil ou relevante; o que calo pode não ser falado, e se digo, profano ou se desvanesce; o que ouço pode não ser ouvido, o privilégio do silêncio. Se acho que o tempo é nunca, pode ser ouro pros que só sabem escavar a terra e revirá-la a seu bel prazer. Se sei que cada coisa tem seu momento, pode ser a vontade que dita a razão pra quem só sabe a necessidade. Se tomo o talho na minha pele, as rachaduras e as nódoas diáfanas por lições experienciadas, pode ser pra muitos golpes do destino ou punição pelo que fiz ou deixei de fazer. A escolha entre seguir ou ficar sentado à espera é minha ou sua, se quiser. Só sei que se eu for, terei de ir por caminhos possivelmente inimagináveis, sujeito às descobertas e intempéries; se a escolha é pela espera, o mundo gira e tudo passa. Prefiro ir e voo, sigo alguém me aceita e venha quem quiser seguir juntos. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS
[...] A compreensão do mundo que nos rodeia e suas características, a procura de uma resposta às perguntas que a época atual nos apresenta, leva-nos sempre ao passado, à origem do processo que estamos procurando e vivendo [...] Desta forma, se a escola assume a missão de procurar situar as crianças na realidade com um senso crítico, sentido-se parte comprometida na mesma, a escola tem necessariamente que apelar para a dimensão passado para dar elementos necessários para a compreensão do presente. Por isso, conhecer e compreender como vivem os homens de nossa época, em nosso meio ou em outros lugares, implica também no conhecimento da vida dos homens em outros tempos. [...] Uma vez reconhecido o papel formativo do conhecimento do passado no ser que cresce e descobre o mundo, deve-se refletir sobre a História como ciência e em suas possibilidades e objetivos na escola. [...].
Trechos extraídos da obra A escola e a compreensão da realidade (Brasiliense, 1982), da educadora argentina Maria Teresa Nidelcoff. Veja mais aqui.

O TEATRO DE STANISLAVSKI
No livro A criação de um papel (Civilização Brasileira, 1984), encontra-se: [...] Não pode haver arte verdadeira sem vida. Ela começa onde o sentimento assume os seus direitos. A atuação mecânica começa onde a arte criadora acaba. Na atuação mecânica não há lugar para um processo vivo e quando este ocorre é só por acaso. [...] Para reproduzir os sentimentos há que saber reconhecê-los pela experiência própria [...]. Já no livro A preparação do ator (Civilização Brasileira, 1989), está registrado que: [...] exprimir uma vida delicadíssima e em grande parte subconsciente, é preciso ter controle sobre uma aparelhagem física e vocal extraordinariamente sensível, otimamente preparada [...]. As obras em apreço é do escritor, diretor, pedagogo e ator russo Constantin Stanislavski (1863-1938). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

A FOTOGRAFIA DE FERNANDA PRETO
Imagens do DVD Ensaio sensual de mulheres comuns, com a arte da fotógrafa Fernanda Preto. Veja mais aqui.
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A obra do poeta, tradutor e ensaísta brasileiro Augusto de Campos aqui, aqui e aqui.
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