O RECIFE DO GALO DA MADRUGADA
Luiz Alberto Machado
O Recife é magia no Galo da Madrugada de
braços abertos pra minha volta enfeitiçada de Vassourinhas. Eu voltei Dioniso na Santa Folia dos braços dela, e ela
Alvorada da Folia Caeté se faz Ariadne ensolarada pra de tarde me fazer de seu
Baco sereno na alegria do Amor Imortal. E quando vier noite adentro eu sou seu
Pã todo estrelado, lavado nos sonhos da sua Lagoa Manguaba, reamanhecendo pra
felicidade de todo nosso amanhã. É nela que todo dia é pra ela e eu sou folia,
mais que seu folião.
E veja mais:
AIJUNA, O MURAL DOS DESEJOS FLORESCIDOS FREVO BRINCARTE
CRÔNICAS
PALMARENSES
DITOS & DESDITOS – Uma: sinal
verde, pode passar tranquilo. Amarelo, êpa! Não seja metido à besta, melhor
precaução, cuidado. Vermelho! Ei, não vá dá uma de cavalo do cão! Vixe! E num é
que foi? Teibei. Num disse! Oxe, parece mais que esse povinho é daltônico
mesmo! Outra: Se nessa não deu, que é que tem? Não adianta amarrar o bode todo
jururu! O pencó vai só apertar de quase torar tudo na emenda; mas, destá,
depois vem outra, aí, quem sabe, né? (LAM)
HOMENS & MULHERES – [...] No
caso das pequenas diferenças entre homens e mulheres, parecem ser os homens os
mais afetados pela recente interpenetração de territórios – e não só porque
isso implica possíveis perdas de poder, como argumentaria um feminismo mais
belicoso, e sim porque coloca a própria identidade masculina em questão.
Sabemos que a mulher encara a conquista de atributos “masculinos” como direito
seu, reapropriação de algo que de fato lhe pertence e há muito lhe foi tomado.
Por outro lado, a uma mulher é impossível se roubar a feminilidade: se a
feminilidade é máscara sobre um vazio, todo atributo fálico virá sempre
incrementar essa função. Já para o homem toda feminização é sentida como perda
– ou como antiga ameaça que afinal se cumpre. Ao homem, interessa manter a
mulher à distância, tentando garantir que este “a mais” inscrito em seu corpo
lhe confira de fato alguma imunidade. A aproximação entre as aparências, as
ações, os atributos masculinos e femininos são para o homem mais do que
angustiantes. É de terror e de fascínio que se trata, quando um homem se vê
diante da pretensão feminina de ser também homem, sem deixar de ser mulher.
Bruxas, feiticeiras, possuídas do demônio, assim se designavam na antiguidade
essas aberrações do mundo feminino que levavam a mascarada da sua feminilidade
até um limite intolerável. Só a morte, a fogueira ou a guilhotina seriam
capazes de põr fim à onipotência dessas que já nasceram “sem nada a perder”.
[...]. Trechos extraídos da obra A mínima
diferença: masculino e feminino na cultura (Imago, 1996), da poeta,
psicanalista, jornalista, ensaísta e crítica literária Maria Rita Kehl. Veja mais aqui.
LIBERDADE - [...] a liberdade nem sempre está na evidencia de
uma muralha a ser derrubada, de um direito a ser conquistado. Não está
necessariamente na violência de um enfrentamento e na exaltação que ele
suscita. Ela está também, numa exigência interior, no ideal de uma invenção da
própria vida, numa atenção ativa, aguda, participante em todos os seus
episódios, numa vigilância que nos leva a recursar os compromissos, os papeis
de figuração em imagens de felicidade pre-construidas. [...] A liberdade continua sendo no entanto um
desafio essencial, a mercer todos os nossos cuidados. Se o esquecemos ou o
desdenhamos, ainda nos arriscamos a morrer, de outro modo, não nos transes de
uma impossível façanha, mas sem brilho, amordaçados pelo conformismo e o tédio,
embrutecidos pelas preocupações, sobrecarregados de tarefas, entropecidos por
falatórios telefônicos, alucinados por um mundo que nos escapa, dia após dia.
Anestesiados. [...].
Trechos da obra Somos dignos de ser livres? (Zahar,
1999), da escritora francesa Chantal
Thomas.
BEM-VINDO DE VOLTA - Sei como eles passam o portão à noitinha. / As
mãos ainda côncavas de acariciarem / as cabeças dos filhos, as costas dobradas.
/ Trazem na roupa o exterior e cheiros a comida, / pêlos de cão, cerveja, o
cheiro a mulher quente e / últimos cigarros juntos, lençóis enxovalhados. / Olho
para os homens a lavarem-se / deixando para trás sabão, pó e saudades. / Sei
que as mulheres ficam junto aos portões. / Os casacos abotoados até ao pescoço,
/ As mãos nos bolsos, cabeças curvadas. / Como os homens avançam em silêncio. Poema da
premiada poeta holandesa Ester Naomi
Perquin. Veja mais aqui e aqui.
A arte da
artista visual estadunidense Linda
Mammana
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