quarta-feira, julho 08, 2009

MARSHALL ROSENBERG, HERMILO, DICKINSON, HERRIGEL, RONALD DE CARVALHO, COLERIDGE, BEUYS, SCHOPENHAUER, KAREL APPEL & MUITO MAIS!

Pensar é esculpir. A revolução somos nós. Todo homem é um artista.
Rayo iluminando un venado, arte do artista alemão Joseph Beuys (1921-1986). Veja mais abaixo, aqui e aqui.

OS DIAS PASSAM E A GENTE VAI PASSAGEIRO – Imagem: Das-Paar, 1952-slash-1953, arte do artista alemão Joseph Beuys (1921-1986). UMA: A VIAGEM DOS LIVROS – Sempre fui achegado aos livros, desde menino quando descobri umas imagens de mulheres nuas numas enciclopédias massudas que repousavam enfileiradas nas estantes da biblioteca paterna. Cheguei neles com a curiosidade de saber o segredo que levava o meu pai a folheá-los e ficar ali entretido por horas. Queria saber e, como era proibido de entrar lá por ordens da minha, aproveitei um cochilo na vigilância dela e furtivamente invadi o gabinete. Tinha livro que só, estantes ocupando todos os espaços do ambiente. Peguei o primeiro que me deu na telha: um pesado e grosso volume que me chamou atenção. Comecei a folhear, páginas inteiras de letras e figuras de gente desnuda. Enquanto examinava uma imagem de uma mulher belíssima e despida, fui pego no flagra! Vigilância redobrada, até o dia que meu pai lia e eu invadi o ambiente perguntando o que tinha tanto nos livros, e a resposta foi ele retirar um numa das estantes e me entregar. Já sabia ler, eram as fábulas dos irmãos Grimm. Como era bom ler. Nunca mais larguei os livros por causa da Emily Dickinson: Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes. Aonde quer que eu vá, seja em que lugar for, a primeira coisa que procuro são estantes ou livros. DUAS: DE BARULHADA & DESINTELIGÊNCIA – A leitura nunca exigiu de mim silêncio na redondeza. Em qualquer lugar que estivesse, nos ônibus, na redação do jornal, nas salas de espera, no ambiente de trabalho, lá estava eu com as vistas nos parágrafos, sem me dar conta de nada ao redor. Com o tempo fui perdendo essa habilidade, infelizmente. Hoje esse mundo barulhentíssimo e cheio de gente ofendida com seus amostramentos e pantins dificultam e muito, mas não impedem minhas leituras. O que tem de motor roncando e chatura de palradores tagarelas, não dá pra mensurar o tanto da estupidez desperdiçada a torto e a direito. Já diziam Schopenhauer: A soma de barulho que uma pessoa pode suportar está na razão inversa de sua capacidade mental. Confesso: haja paciência. TRÊS: E O QUE DIZER DO AMOR? - Ah, sempre soube: o amor é cego e cega! Nem havia levado a sério quando li Coleridge: A paixão cega nossos olhos e a luz que a experiência nos dá é de uma lanterna na popa que ilumina apenas as ondas que deixamos para trás. A adolescência deixa escapar cada coisa! É que eu estava cego de paixão por tudo: mulheres, livros, músicas, artes, natureza, vida! Encantado com tudo segui por toda maior parte até da minha maturidade. Não perdi o encanto nem me arrependi de nada que fiz, faria tudo de novo! De forma correta ou não, foi o melhor que pude fazer. Claro que têm coisas absurdas de me escandalizar no que fiz, obviamente! Já me condenei trocentas vezes e mais inexorável que os algozes e desafetos. Sempre achei que a vida foi justa comigo, sobretudo nas penalizações. E até me julgo um sujeito de sorte, apesar dos pesares. Não sou perfeito, contudo foi o que pude, o melhor e a opção que eu tinha quando cometi ou deixei de fazer. Nunca usei dolo, nem quis prejudicar ninguém, consciência tranquila. Se algum prejuízo causei foi a mim mesmo, nunca a outrem; e paguei todos os patos e dívidas, até as que não devia, acredito! E vamos aprumar a conversa e até amanhã! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.


DITOS & DESDITOS - Nunca questione a beleza do que se diz, quando alguém reage com dor, julgamento ou crítica. Significa apenas que esse alguém não te ouviu. Para praticar o processo de resolução de conflitos, devemos abandonar completamente o objetivo de levar as pessoas a fazerem aquilo que nós queremos. A violência vem da crença de que as outras pessoas causam a nossa dor e, portanto, merecem punição. Toda violência é o resultado das pessoas enganarem a si mesmas, acreditando que a dor delas deriva de outras pessoas e que, consequentemente, essas pessoas merecem ser punidas. Nós nunca ficamos com raiva por causa do que os outros dizem ou fazem. É o nosso pensamento que nos deixa com raiva. Raiva, depressão, culpa e vergonha são o produto do pensamento que está na base da violência no nosso planeta. No cerne de toda a raiva há uma necessidade que não está sendo satisfeita. As análises que fazemos dos outros são, na verdade, expressão das nossas próprias necessidades e dos nossos próprios valores. A paz não pode ser construída com alicerces no medo. A paz requer algo muito mais difícil do que vingança ou simplesmente dar a outra face; requer empatia com os medos e necessidades não satisfeitas que criam o ímpeto para as pessoas se atacarem umas às outras. Estando conscientes desses sentimentos e necessidades, as pessoas perdem o desejo de atacar de volta porque podem ver a ignorância humana que leva a esses ataques. O que eu quero na minha vida é compaixão, um fluxo entre mim e os outros baseado em uma doação mútua do coração. À medida que vamos aprendendo a falar do coração, mudaremos os hábitos de uma vida. Pensamento do psicólogo Ph.D. estadunidense Marshall Rosenberg (1934-2015). Veja mais aqui.

ALGUÉM FALOU: O conhecimento isola fenômenos e coisas a serem observadas ... nada é isolável ou pode ser removido de seu ambiente. Tudo o que se torna isolado deixa de existir. É como a violenta recusa de alguém em jogar um jogo no qual todos trapaceiam. Pensamento do escritor, pintor e escultor neerlandês Karel Appel (1921-2006). Veja mais aqui.

A ARTE CAVALHEIRESCA DO ARQUEIRO ZEN - [...] chamou a atenção para a forma nobre que possui o arco, de quase dois metros de comprimento, quando armado com a corda, e que se manifesta de maneira surpreendente quanto mais é tensionado. “Quando estiramos a corda ao máximo”, disse-nos o mestre, “o arco abarca o universo, e por isso é importante saber curvá-lo adequadamente”. Em seguida, escolheu o melhor e o mais resistente dos seus arcos e, numa atitude solene, fez a corda vibrar repetidas vezes, extraindo um som ao mesmo tempo grave e agudo que, depois de se escutar algumas vezes, jamais se esquece, tão original e irresistível é a maneira como ele chega ao coração. Desde tempos remotos se atribuiu a esse som o misterioso poder de afastar os mais espíritos: eu podia, então, compreender por que tal crença se arraigara no povo japonês. [...] Quando eu liguei a luz sobre o alvo, descobri, para minha surpresa, que a primeira flecha atingiu em cheio o meio do preto, enquanto a segunda flecha tinha estilhaçou a coronha da primeira e entrou pelo eixo. [...]. Trechos extraídos da obra A arte cavalheiresca do arqueiro zen (Pensamento, 1997), do filósofo alemão Eugen Herrigel (1884-1955), introdutor da filosofia Zen em grande parte da Europa.

SABEDORIA - Enquanto disputam os doutores gravemente / sobre a natureza / do bem e do mal, do erro e da verdade, / do consciente e do inconsciente; / enquanto disputam os doutores sutilíssimos, / aproveita o momento! / Faze da tua realidade / uma obra de beleza / Só uma vez amadurece, / efêmero imprudente, / o cacho de uvas que o acaso te oferece… Poema do escritor brasileiro Ronald de Carvalho (1893-1935). Veja mais aqui.


RUBÃO CONTA POESIA MATUTA – Há anos atrás, quando eu ainda trabalhava na emissora Quilombo FM, de Palmares, certa manhã acordei ouvindo o programa Forró Povão, do radialista Toínho Du Rego, quando me apareceu Rubão contando causos. Oxente! Eu conhecia Rubão desde menino, mas não sabia dessa sua versatilidade. Incrédulo, dei uma carreira no estúdio da emissora e lá vi in loco Rubão metendo bronca nos causos e poesias matutas. Aí, não deu outra, acertei com o locutor do horário a presença do Rubão por lá porque era original e uma das boas coisas que aparecera para melhorar a nossa programação. Anos se passaram. Domingo passado, no Encontro dos Palmarenses de Maceió, dou uma barruada com o Rubão que esfrega na minha venta o “Rubão conta poesia matuta”, um cd com histórias, causos e poemas de Daniel Cavalcanti, aquele mesmo do “Ini riba do grande hoté Boa Viagem a coisa é mermo que quejo”, também dos não menos famosos Zé da Luz, Jessier Quirino, Zé Laurentino, Zé Brejeito, do poeta palmarense Zé Maria Sales Pica Pau e muito mais. Simplesmente arretado!!!!O cd foi gravado em 2009, com produção de Zé Linaldo, capa de Wilson Fotografias e com um excelente bom gosto. Contatos para show de Rubão: 81.9986.0247, 8761.2076 e 9123.5008.




A DONZELA ARREVESADA – Esta é a foto do grupo teatral que encenou a peça A donzela Arrevesada, representações do grotesco e dos afetos num conto de Hermilo Borba Filho. Veja mais aqui.



PAPO DO DORO – Vixe! O Doro sai com cada uma! Agora foi mais essa que ele aprendeu com não sei quem. Ele destabocou que a mulher de casa é feito galinha de granja: cheirosa, perfumada, limpinha, mas insossa e só dá pra encarar na base do Viagra. Mulher da rua é feito galinha de capoeira: come merda, rasga dinheiro, só traz desgraça, fede que só, mas a carne é de primeira, chega dá gosto de comer! Hehehehehehehe. Veja mais aqui.

PAPO DO DORO 2: CASAMENTO – Casamento é o caminho da peste, só basta 1 besta e 1 sabida, pronto. Se juntou, tai o começo da desgraça. E se botar papel com assinatura no meio, fudeu tudo na vida do coitado.

ELUCUBRAÇÕES DO DR. ZÉ GULU – Contradições do Brasil: a elite mameluca e bandeirante vive revoltada porque nasceu aqui quando só queria ter nascido na Suiça e morar em Miami. A classe média misturada vive revoltada porque queria ter nascido aristocrata e só vive abaixo da cagada, indômita de medo de empobrecer ou ser roubada pela patuléia. Já as classes de C a Z vivem revoltada porque não têm nada, vive de sonhos e da TV, se matando e se fodendo, se avolumando e morrendo na torcida do circo pegar fogo para que um dia a casa caia e, aí, quem sabe, Jesus, no fim, salve todos dessa melecada toda. Eita, povinho besta esse, hem? Veja mais aqui.



HUMORECO – JERONIMO NETTO – um blog arretado é editado pelo pernambucano Jeronimo Neto. Ele é um profissional que um curriculum daqueles, pois já colaborou por alguns anos na Edições Bagaço e no Papa-Figo, e finalmente plantando raízes em Maceió – AL onde trabalhou em O JORNAL, TRIBUNA DE ALAGOAS, ALAGOAS EM TEMPO, A NOTÍCIA e é colaborador do jornal TRIBUNA DO SERTÃO (Palmeira dos Índios). Já publicou um livro de poesias em pequeníssima edição, projeto que ainda espera momento para retomar. Agora por simples falta do que fazer resolveu criar o blog Humoreco, projeto antigo que já foi posto em prática (impresso) por 29 semanas em 2002. Confira: http://humoreco-al.blogspot.com/



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Tem horas que até o amor fala grego, Lev Vygotsky, Rachel de Queiroz, Ledo Ivo, Chick Corea & Friedrich Gulda, William Shakespeare, Jean-Luc Godard, Auguste Rodin, Agnolo Bronzino & Marina Vlady aqui.

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Villa Caeté aqui.
A poesia do cordel de Chico Pedrosa, Bob Motta & Jorge Filó aqui.
A poesia viva de Raymundo Alves de Souza aqui.
Cordel Ais coisa qui tu me diz..., de  Bob Motta aqui.
Literatura de cordel: Mulher cariri, cariri mulher, de Salete Maria – Cordelirando aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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