quarta-feira, outubro 25, 2023

DELMIRA AGUSTINI, ELIF SHAFAK, MASUD KHAN, GINÁSIO MUNICIPAL & PINTANDO NA PRAÇA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Tudo é inspiração, tudo tem som, cor e ritmo.

Ao som dos álbuns Attraction (1995), Night Train (Munich, 2002), Come Escape with Me (Munich, 2005), September Suite (Munich, 2005), Sketches (Munich, 2010), Twelve (In+Out, 2012), Blue Whisper (In+Out, 2015), Road to the Sun (AmFi, 2018) e Persistence (AmFi, 2020), da pianista Azerbaijani, Amina Figarova.

 

TANTO MELHOR SERÁ QUANTO MAIS OU MENOS – Para quem pelas lonjuras e latitudes abissais, tanto faz se perto ou não na direção das ventas, cipoadas de todo jeito: quem da carne à pedra bruta cant&verso noitedia luz&ar fosse a vez da voz. Reviravoltas, ah, é da vida, o que vai volta e depois se não entorta sobram as carpideiras com seus olhares indigentes sobre o sangue derramado: o imortal partiu desta para não sei qual. Quantas vezes minha cabeça rolando pelas escadarias, escondia o medo mesmo que tivesse tomado de pânico do mundo no maior pavor! Talvez hesitações, talvez: quem não cometeu um grave erro por não ter escolha, nem era possível predizer. Fiz o melhor que pude, sabia, ainda era pouco, carga pesada demais por castigo. Eis o desejo entrando pela porta com Clarice Lispector: As coisas obedecem ao sopro vital. Nasce-se para fruir. E fruir já é nascer... de repente as coisas não precisam fazer sentido. Satisfaço-me em ser... E sou como se o pudor fugisse pela janela, como quem livrasse o raio num seixo abrigo, outro seria triz e vento: como quem morresse para ressuscitar outro no mesmo instante, nem queria que me vissem assim, porque já Denise Levertov ao ouvido: Gosto de encontrar o que não se encontra imediatamente, mas está dentro de algo de outra natureza, em repouso, distinto...Quem diria não ao ódio e o amor fizesse festa das entranhas e estrelas sorrissem o prêmio da vida. Quem não Sylvia Plath: Ninguém no caminho, e nada, nada a não ser amoras... Talvez quando nos encontramos querendo tudo, é porque estamos perigosamente perto de não querer nada... Tanto melhor se bem soubesse o que de mais fosse ao menos real: o filho vale impressão de pai ou não. E era Nêmesis nua e com derrisão na janela da insônia... Suas mãos cheiravam a saudade e inventavam fragrâncias agradáveis. Sabia da excentricidade da paixão, ladra de corações e o seu revide escarlate: quem da mão promove aceno pra de si compartilhar caminhos. Também tinha a minha história de sobrevivência, segui o curso e transbordei, coração saindo pela boca cheia de palavras sem ter onde despejar e sucumbindo ao inexorável - apenas tentei trilhar meu próprio destino e me reconciliar comigo mesmo. Talvez o mundo não seja o inferno que se vê e vive, talvez. Até mais ver.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

O NÓ: O idílio deles era um longo sorriso de quatro lábios... \ No colo quente da loira primaveril \ Eles se amavam tanto que entre seus dedos sábios \ A forma divina da Quimera pulsou. \ Nos palácios luminosos das tardes calmas \ Eles falavam uma língua que parecia chorar, \ E beijaram-se profundamente até morderem a alma!... \ As horas caíram como flores douradas, \ E o Destino interpôs suas duas mãos geladas... \ Ah! Os corpos cederam, mas as almas trançaram \ Eles são o nó mais intricado que já existiu... \ Em luta com suas loucas complicações sobre-humanas \ As Fúrias da vida quebraram suas mãos \ E Ananké cansou seus dedos supremos...

TUA BOCA: Eu estava fazendo um trabalho divino, na rocha \ Crescente do Orgulho. \ Da vida distante, \ Alguma pétala vívida voou para mim pela manhã, \ Alguns beijos durante a noite. \ Tenaz como um louco, \ Minha obra divina na rocha secou. \ Quando sua voz derrete como um sino sagrado \ Na nota celestial a vibração humana, \ Ele estendeu seu laço dourado até a borda da sua boca; \ — Maravilhoso ninho de vertigens, sua boca! \ Duas pétalas de rosa fechando um abismo…\ — Trabalho, trabalho de glória, doloroso e leve; \ Tecido onde meu espírito se tramava! \Você permanece na orgulhosa cabeça da rocha, \ E eu caio, sem fim, no abismo sangrento!

Poemas da poeta uruguaia Delmira Agustini (1886-1914), Veja mais aqui.

 

AS QUARENTAS REGRAS DO AMOR – [...] Tente não resistir às mudanças que surgem em seu caminho. Em vez disso, deixe a vida viver através de você. E não se preocupe, pois sua vida está virando de cabeça para baixo. Como você sabe que o lado que você está acostumado é melhor do que o que está por vir? [...] O passado é um redemoinho. Se você permitir que ele domine o seu momento presente, ele o absorverá. O tempo é apenas uma ilusão. O que você precisa é viver este exato momento. Isso é tudo que importa. [...] Coisas que podem parecer maliciosas ou infelizes são muitas vezes uma bênção disfarçada, enquanto coisas que podem parecer desagradáveis podem ser prejudiciais a longo prazo. [...]. Trechos extraídos da obra The Forty Rules of Love (Penguin, 2015), da escritora turca Elif Shafak.

 

A EXPERIÊNCIA DOS SONHOS – [...] Sei o que é o domingo para um homem pobre que trabalha. Sei, principalmente, o que é a noite do domingo e se pudesse dar um sentido e uma figura àquilo que sei, poderia fazer de um domingo pobre uma obra de humanidade. [...]. Trecho extraído da obra De l’Expérience du Rêve à la Réalité Psychique - Le Soi Cachê (Gallimard, 1976), do psicanalista paquistanês Masud Khan (1924–1989).

 

GINÁSIO MUNICIPAL

[...] Aos 75 anos da História do Ginásio Municipal, recheada de eventos, a marca que criou para a educação palmarense o torna maior do que é pela capacidade de sempre abrir suas portas e janelas a quem sempre desejou aprender [...].

Trecho extraído da obra História do Ginásio Municipal de Palmares (Rascunhos, 2023), do professor e escritor Marcondes Calazans. Veja mais aqui, aqui e aqui.

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Pintando na Praça

No próximo dia 28 de outubro, a partir das 9h, acontecerá na Praça Paulo Paranhos, centro de Palmares, mais uma edição do projeto Pintando na Praça, uma realização Instituto de Belas Artes Vale do Una (IbaValeUna), que é uma associação de caráter social, educacional, artístico e cultural, presidido pelo poeta e artista plástico Paulo Profeta, e é realizada anualmente desde 2010, tendo por objetivos principais o de formação e capacitação de artistas e arte-educadoras nas áreas de artes visuais, animação e empreendedorismo cultural; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, entre outros. O projeto além de Palmares também já contemplou diversos municípios pernambucanos, não só contando com atividades e exposições de artistas pernambucanos de renome nacional, como revelando artistas locais e da região Mata Sul de Pernambuco, entre outras regiões do estado. A instituição ainda desenvolve atividades na Escola de Belas Artes Vale do Una, dispondo de cursos e oficinas de Pintura Artística I, Desenho Artístico I, Modelagem Tridimensional em Argila, Técnica de Modelagem, Encadernação Artesanal, Serigrafia Artística através de Técnicas Artesanais, Técnica de Marcheteria com Folheado e Produtos de Resina em Poliéster, como também exposições oriundas do BarroFino, com peças artesanais em barro, entre outras atividades. SERVIÇO: Evento: Pintando na Praça em Palmares. Data & horário: 28/10, a partir das 9h. Onde: Praça Paulo Paranhos – Palmares – PE Contato: (81) 98853-0231. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

POESIA VITAL ABSOLUTA

Lançado recentemente durante a segunda da edição da Feira de Livros & Artes dos Palmares (FLIARP), o livro Poesia Vital Absoluta (CriaArt, 2023) já está disponível para os interessados. Veja mais aqui, aqui e aqui.