quarta-feira, novembro 21, 2018

CANTO MAPUCHE, WASHINGTON IRVING, ALMA CAETÉ, SÁ&RODRIX&GUARABYRA & LETRA DE MULHER


CANTO MAPUCHE - Meu coração viajante segue em paz pelas distâncias mais remotas nos escalavros do tempo e se faz solidário ao povo Mapuche nas lágrimas de Sudipa Tita Parra que escoam pelo Biobio e Toltén na morte de Camilo Catrillanca. Nossas vozes se unem para resistirem desde a Guerra do Arauco por mais de trezentos anos e sou ela e todos dali. Meu coração andejo sequioso de impenetráveis caminhos não se abate com a ruindade por milhas de extensão no confinamento deste povo em reduções e reservas no processo de despojo, porque dele eu sou como a Terra e o Ar. Meu coração se faz trezentos batimentos indignados em coro com Tita: “No màs violencia y asesinatos en nuestras Vida!!!!” e clama por vida enquanto os maus tratos são assíduos infortúnios e os meus trezentos cantos ecoam Danko Ulloa: “Hay que hacer em cada momento lo que em cada momento es necessário”. Meu coração persegue em cantar trezentas vezes mais diante da intolerável opressão na luta pela recuperação do território ancestral por tantos conflitos e me doem a alma caeté a exploração e discriminação aos massacrados pelo extermínio no enfrentamento com a brutalidade e as invasões ilegais nos tribunais fiadores dos abusos e da impunidade. Meu coração se transforma em trezentas toadas para os mapuches presos condenados pela política genocida, enquanto o fogo consome a escola rural de Chequenco e a capela de Trañi-Trañi. E mais trezentas vezes mais sou em Santiago, onde milhares lamentam a morte rondando esse povo indígena e fazem com que meu coração txai siga a canção sagrada do vento trazentas vezes trezentas e persiga o sopro da ventania entre as pedras e as águas, a se manifestar com todos os sons do cultrún, da trutruca, da pifilca, Ñorquin, quinquer-cahue em zis canções que falam por si porque tudo é sagrado na alma e na dança do amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] As coisas foram indo de pior em pior à medida que os anos matrimoniais passavam; um temperamento azedo não se edulcora com a idade, e lingua afiada é o único instrumento de corte que não fica embotado com o uso. Por longo tempo Rip consolou-se, quando posto fora de casa, com uma espécie de clube de sábios, filósofos e outros vadios da cidade [...] O pobre Rip já estava quase deduzido ao desespero; seu único recurso para escapar ao trabalho da horta e às celeumas da esposa reduziu-se a passar a mão na espingarda e afundar na floresta. [...] Num desses passeios pela floresta, por um belo dia outono, Rip distraidamente alcançou um dos pontos mais altos da Kaatskill. [...] Começou a descer, súbito, uma voz, longe: “Rip van Winkle! Rip van Winkle!”. Ele olhou em torno e nada viu além dum corvo solitário a riscar o céu. [...] surpreendeu-se de dar com um ser humano ali naquele deserto; mas imaginando que alguém morador das vizinhanças necessitado de assistência, foi-lhe depressa ao encontro. [...] Trazia ao ombro um pesado barrilete [...] Rip assentiu, com a sua habitual bonomia; e revezando-se, os dois se foram de barrilete às costas. [...] Ao verem chegar o companheiro com aquele desconhecido, largaram do jogo e puseram-se a olhar para Rip com tanta fixidez de estátua e tais caras que o coração deste conturbou-se e seus joelhos flectiram. O homem do barrilete despejou o conteudo em várias pichorras e fez-lhe sinal para que servisse aos homens. Rip, a temer, obedeceu em silêncio; e no maior silêncio os jogadores emborcaram as pichorras, voltando em seguida ao jogo. Aos poucos for amortecendo em Rip o medo. Chegou até a provar da bebida [...] E tantos goles repetiu que a tonteira veio, os olhos turvaram-se-lhe, a cabeça foi descaindo – e afinal desabou por terra, tomado de profundo sono. Quando acordou, viu-se no ponto de onde pela primeira vez vira o homem do barrilete [...] a pichorra... “Oh, aquela pichorra, aquela maldita pichorra!”, pensou Rip. “Que desculpa irei dar a Dame van Winkle?” [...] O nome da criança e mais o tom da voz e o ar da mãe buliram com as memórias de van Winkle. – Como é o seu nome, moça bonita? Perguntou ele. – Judith Gardenter. – E quem era seu pai? – Ah, coitado! Chamava-se Rip van Winkle, mas há vinte anos que saiu de casa com a caçadeira e nunca mais voltou; o cachorro reapareceu sozinho; mas se ele suicidou-se no mato ou foi levado pelos indios, ninguém sabe. Eu era tão pequenitota. [...] Um orvalho de alivio caiu afinal na alma de van Winkle, e o pobre homem não pôde conter-se mais tempo. Abriu os braços para a filha e o netinho choramingão, exclamando: - Sou teu pai, minha filha! [...] Trechos do conto Rip van Winkle (Ridel, 2007), do escritor, biografo, ensaista, historiador e diplomata estadunidense Washington Irving (1783-1859). Veja mais aqui.

A ARTE MAPUCHE
 

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RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio Tataritaritatá a música do trio de compositores Luiz Carlos Sá, Zé Rodrix & Gutemberg Guarabyra: Outra vez na estrada, Cadernos de Viagem, Terra, Passado, Presente & Futuro & muito mais nos mais de 2 milhões & 800 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais  aqui.