sexta-feira, março 14, 2014

GRIZEL BAILLIE, STEPHEN KOCH, LAUREN CHILD, LACAN, AAGJE DEKEN & HEBE DE BONAFINI


 


PRECISO – A solidão e as situações aversivas me fizeram ao recolhimento. As conversas, quando ocorrem, são sempre de caráter negativo ou nada estimlantes, vez que se reduzem apenas à necessidade de se expressar – parece mais que todos estão querendo desabafar emitindo suas opiniões que invariavelmente nunca foi ouvida ou se quer meritória de mínima atenção. Carencias potencializadas, insatisfações demais. Parece mais que todo mundo está infeliz com a sua própria vida. Por outro lado, as situações aversivas são recorrentes, nada dá certo. Na dá liga. Nada traz consequencias exitosas ou para algo que desenrole evolutivamente, como se toda iniciativa fosse dar um nó. Sim. Fracassos, decepções. Expectativas demais, satisfação de menos. Deve ser porque estamos sempre querendo mais que o mérito, premios que devem cair do céu como milagres do aqui e agora. Não há planeamento nem boa vontade, ganhar por ganhar sb o signo de que todo mundo é filho de Deus, independentemente do que se faça, deve-se ser automaticamente feliz, sem que se precise fazer nada precedente, assim do nada. Solidão e situações aversivas se conjugam em razão da potencialização do umbigo. Baixar a bola seria uma boa opção. Nariz empinado leva pra onde? E se não sabe o que quer, então, pra onde seguir. O que se sabe é nada perto do que se devia saber. Achar-se esperto não é sinal de realmente seja. Fazer o que deve ser feito e não desenrolar. Se é pra ser fato que se faça sem embromação. O que se sabe é nada; o que não se sabe não se pode ser feito. Ou se aprende na vera, ou melhor partir pra outra. Então, a minha precisão de escrever tem sido imensamente egoista: não é pro outro que devo parecer escritor, mas convencer a mim mesmo e com a mais assertiva e severa persuasão de que quero ser escritor, devo tornar-me verdadeiramente escritor e não um impostor. A necessidade de escrever, por si só, não habilita o escritor, apenas uma pessoa carente de parceria para conversas, então utilize a escuta para soltar seus cachorros, demônios e fraquezas. O que se sente é o mesmo de um ou outro, senão todos, sentimento defuso da mais funda profundidade. Sentimento de um que é de todos. E tem a forma como se dizer e escrever. Sem vocabulário ou repertório apenas se repetirá, o que qualquer um poderá dizer ou escrever. Riqueza de emoções ou mediocridade darão o tamanho do escrito: se digno de difusão por encontrar eco no íntimo e, consequentemente, na admiração dos outros; ou se será visto apenas por educação ou gesto de hipocrisia. Esta a necessidade de escrever, não de poetar. Quando escrever é poetar é ter o que dizer de forma inspiradora e ubíqua, maior que a si próprio. Viver primeiro e muito, bastante além se possível é que devo dizer pra mim mesmo e essa é a conversa que devo ter de forma real: não é pro outro que tenho a dizer, mas a mim mesmo – tomar vergonha na cara e partir pro real! A quem quero enganar? Aos outros, talvez seja fácil. Mas enganar a si mesmo é loucura. A necessidade de escrever até agora, honestamente, foi e tem sido apenas para fuga da solidão. Literatura é outra coisa. Assim: se não há ninguém do lado, converso comigo mesmo, com as paredes, com invasores indesejáveis (insetos, batráquios minúsculos, besouros, lagartixas, baratas, bichos que me dão asco e que convivem comigo contra minha vontade e causando-me maior ojeriza, foi o que sobrou da humanidade, meu... Os móveis empoeirados e objetos inanimados que coisifico no meu desvario solitário). Até então a minha necessidade de escrever tem sido tão apenasmente para que transborde do que está cheio meu coração (tristezas, frustações), quando na vera preciso definir-me se pela literatura propriamente dita, ou se pelo mero ato de carburar minha mitomania de falar mais que o homem da cobra, ou ainda, satisfazer o ego como se fora de fato um escritor – um descarado escritor, cara de pau sujeito a óleo de peroba, que precisa andar, sofrer, estudar, errar e aprender muito para poder ser um escritor. Esse meu desvario, meu pedido de socorro. Ah, sabe do que estou precisando mesmo? De ajuda profissional, fui. Bom dia. Veja mais aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Possivelmente, quando envelhecermos um pouco, isso não será mais o caso. Tudo, diz o sábio, tem seu tempo. E é verdade; Eu mesmo experimento isso... Ouve-se de longe que o inverno é frio; mas quando a lua está cheia ela brilha em todos os lugares... Porque nunca se sabe quando a morte virá nos visitar, por isso é melhor estar sempre pronto...Pensamento da escritora holandesa Aagje Deken (Agatha Pieters – 1741-1804).

 

ALGUÉM FALOU - As pessoas mobilizadas têm muita força... Eles são tão assassinos quanto os soldados... Pensamento da ativista argentina Hebe de Bonafini (1928-2022), uma das fundadoras da associação Mães da Praça de Mayo.

 

A ARTE DA FICÇÃO - [...] Incrivelmente, há pessoas – pessoas inteligentes – que pensam que um desdém afetado pelo drama é de alguma forma um sinal de “bom gosto”. Na maioria das vezes acontece o contrário: uma lamentável insensibilidade à essência da arte, um fracasso em “compreendê-la” no nível mais essencial. Na maioria das vezes, não é um sinal de bom gosto, mas de insegurança artística. Sem saber até onde ir, o escritor não vai a lugar nenhum. A falta de vida não é uma forma de elegância que você deva buscar [...] A maneira – a única maneira – de “encontrar” sua história é contá-la. Ninguém no mundo inteiro jamais contou a história que você está prestes a contar. Você mesmo nunca contou isso a ninguém, nem mesmo a si mesmo. Você pode ter muitas intuições sobre como será a história e pode até ter uma espécie de visão geral resumida dela. Estas são coisas boas e úteis para se ter; eles são ótimos lugares para começar. Eles não são suficientes. Até que você realmente conte a história, toda a história, não será nada além de fumaça. Além disso, você provavelmente não contará a história exatamente da maneira certa na primeira vez que tentar. Você fará curvas erradas, usará a chave errada ou usará a chave certa na porta errada. Afinal, você não tem ninguém para guiá-lo. Se você for como a maioria das pessoas, terá que contar essa história mais de uma vez – talvez até várias vezes – antes de realmente entendê-la. [...] Quando eu ensinava redação criativa, dizia aos alunos para fazerem seus personagens quererem alguma coisa imediatamente - mesmo que fosse apenas um copo d'água. Personagens paralisados pela falta de sentido da vida moderna ainda precisam beber água de vez em quando. [...] Use todos os erros. As partes inarticuladas apontam para onde você deve fazer com que as palavras digam exatamente o que você quer dizer. As partes irregulares indicam o que você deve polir. Os buracos dizem o que precisa ser preenchido. As partes cegas dizem infalivelmente o que deve ser cortado. Os espaços em branco mostram exatamente o que você deve sair e encontrar. Esses são guias infalíveis e, embora falem duramente, são seus amigos. [...] o que realmente contribui para a legibilidade não é a clareza, mas a atitude: a atitude de sua prosa em relação ao nosso esquivo amigo, o Leitor, e o papel que você inventa para esse ser inventado em seu mundo inventado. [...] O cinema e a televisão convenceram muitos escritores de que muitos diálogos tornam os romances mais parecidos com filmes e, portanto, bons. Esta é uma fantasia de amador e induziu alguns escritores a abrir mão das poucas vantagens que têm sobre a narrativa cinematográfica. O cineasta está preso ao que a câmera pode ver e o microfone pode ouvir. Você tem mais liberdade. Você pode resumir situações. Você pode nos contar diretamente as histórias das pessoas. Você pode concentrar dez anos em dez palavras. Você pode se mover para qualquer lugar que desejar, fora do tempo real. Você pode nos dizer – apenas nos dizer – o que as pessoas estão pensando e sentindo. Sim, um diálogo abundante pode iluminar uma história, torná-la mais legível e brilhar com maravilhas. Mas é lamentavelmente inadequado diante daquilo que não é adequado para fazer. [...] É precisamente nessa relação com o Leitor que você encontrará a maioria das falhas clássicas de estilo: pretensão, condescendência, servilismo, obscurantismo, grandiosidade, vulgaridade e coisas do gênero – até mesmo academicismo. É por isso que a maioria dos defeitos de estilo pode ser descrita em linguagem relevante para as relações humanas. O seu estilo é franco e aberto... tem alguma agenda discreta... pretende provar algo que não admite ou não pode admitir... está tentando impressionar... exibir... está bajulando ... rastejando... talvez apenas um pouco passivo-agressivo, com uma voz murmurante e meio audível que não está disposta a explicar... está tentando convencer... oprimir... ajudar... seduzir... dar prazer... infligir dor... Não há área do trabalho do escritor que seja mais sensível à psicologia da conexão humana do que o estilo [...] Como você não tem escolha a não ser começar na incerteza, você deve aprender a tolerar a incerteza e, se possível, transformá-la em excitação. [...] A produtividade é o único caminho para a confiança. [...] E como você percorre o seu caminho do começo ao fim? Você pode ser guiado a cada passo por apenas uma intuição: seu próprio senso de justiça. Mas a sensação de que está certo só pode surgir depois de você ter sido guiado para longe de dez mil caminhos errados pelo seu senso do que está errado. O sentido do que está certo e o sentido do que está errado não têm existência independente: cada um é o reverso do outro. A maioria das boas histórias morre antes de nascer simplesmente porque seus autores não conseguem compreender isso. Aquela pequena voz interior lhes diz: “Isso está errado, totalmente errado”, e eles entram em pânico, pensam que falharam e desistem. Eles acham que aquela voz interior está errada; isso está errado – é um motivo para parar. Na verdade, é o melhor amigo da sua arte, a outra voz da justiça. Você deve ouvir ambos, confiando que seu intelecto é capaz de responder às suas sugestões e discernir pelo menos muitos dos seus significados mudos. Eles estarão em jogo a cada hora que você passar em sua mesa e somente eles poderão guiá-lo em seu caminho da perplexidade, complexidade e conflito até o inevitável. Esse movimento do improvável ao inevitável é o curso mais verdadeiro de uma história e define o seu caminho. [...] A correção das coisas geralmente é revelada em retrospecto, e é improvável que você saiba de antemão o que é certo e o que é errado em uma história que ainda não foi escrita. [...] O choque do reconhecimento é um momento de excitação que abala a alma. Pode ser difícil de descrever, mas como outras formas de amor, você saberá quando sentir. [...] Inspiração, confiança, convicção, habilidade e conhecimento não são o que tornam a escrita possível. É exatamente o contrário. Escrever os torna possíveis [...] Mas” – você pode dizer – “eu ainda nem conheço minha história”. Minha resposta é: “Claro que você ainda não conhece sua história”. Você é a primeira pessoa a contar essa história, em qualquer lugar do mundo, e não pode conhecer uma história até que ela seja contada. Primeiro você conta; então você sabe disso. Não é o contrário. Isso pode parecer ilógico, mas para a mente narradora é a própria lógica. As histórias se tornam conhecidas, elas se revelam – até mesmo para quem as conta – apenas quando são contadas. Você pode perguntar como é possível contar uma história antes de percebê-la. Você faz isso deixando a história emergente contar-se através de você. Ao contar, você deixa a história lhe dar dicas sobre o próximo passo. No início, você deve sentir o seu caminho, deixando-o ser o seu guia. [...] Cultive tudo o que for útil à sua persistência. [...] A única maneira de começar é começar, e começar agora mesmo. Se quiser, comece assim que terminar de ler este parágrafo. Com certeza, comece antes de terminar de ler este livro. Não tenho dúvidas de que chegará o dia em que você será mais sábio, mais bem informado ou mais qualificado do que é agora, mas nunca estará mais pronto para começar a escrever do que neste minuto. A hora chegou. [...]. Trechos extraídos da obra The Modern Library Writer's Workshop: A Guide to the Craft of Fiction (Pbk, 2003), do escritor, historiador e professor estadunidense Stephen Koch. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

NÃO ESTOU COM SONO, NÃO VOU PRA CAMA – [...] Aí eu digo: “Vamos escovar os dentes”. Então Lola disse: “Mas Charlie, não posso escovar os dentes porque alguém está usando meu dente”. "Mas quem usaria sua escova de dente?" Eu pergunto. Lola diz: "Acho aquele leão. Vi um leão com minha escova de dente e agora ele está escovando os dentes com ela." "Mas esta não é a sua escova de dente, Lola?" “Oh”, diz Lola, “ele deve estar usando o seu. [...]. Trecho da obra I Am Not Sleepy and I Will Not Go to Bed (Candlewick, 2005), da escritora britânica Lauren Child, que também se expressa: Recebemos: Duas mãos para segurar. Duas pernas para andar. Dois olhos para ver. Dois ouvidos para ouvir. Mas por que apenas um coração? Porque o outro foi dado a outra pessoa. Para nós encontrarmos... Veja mais aqui e aqui.

 

BRINCAR COM PAIXÕESI - Diga, eu te peço. \ E deixe-me ficar de pé e ser meu toque \ O gelo do vale: há prazer nisso. \ Sim, quando o sangue frio corre por todas as veias; \ Quando cada poro da minha pele encolhida \ Uma colina nodosa se torna, e aos meus ouvidos \ Sons internos estranhos despertam, e aos meus olhos \ Apresse as lágrimas de estranhos, há alegria no medo. II - Este encanto é desperdiçado na terra e no céu, \ Diga-lhes, querido, que se os olhos fossem feitos para ver, \ Então a beleza é a sua própria desculpa para o Ser; \ Por que você estava lá, ó rival da rosa! Poemas da compositora e poeta escocesa Grizel Baillie (1665- 1746), que na obra Plays on the Passions (Broadview, 2001), expressou: [...] Entre as muitas provações a que a mente humana está sujeita, a de manter relações, reais ou imaginárias, com o mundo dos espíritos: de se encontrar a sós com um ser terrível e terrível, cuja natureza e poder são desconhecidos, foi justamente considerada a mais grave. [...]. Veja mais aqui.

 

MEU ENSINO, DE JACQUES LACAN - [...] o trabalho dos filósofos nos deixara supor que o pensamento é um ato transparente a si mesmo, que um pensamento que sabe pensar-se é o critério derradeiro, a essência de todo pensamento. Tudo que julgamos dever nos purificar, nos depurar, para isolar o processo do pensamento, isto é, nossas paixões, nossos desejos, nossas angústias, até mesmo nossas cólicas, nossos medos, nossas loucuras, tudo isso parecia ser testemunha exclusiva em nós da intrusão do que Descartes chama de corpo, pois, na ponta dessa depuração do pensamento, há o seguinte, nunca podemos perceber por nenhuma ponta que o pensamento seja divisível. Tudo viria do distúrbio introduzido por paixões no funcionamento dos órgãos. Este é o ponto aonde chegamos ao termo de uma tradição filosófica. Muito ao contrário, Freud, ao nos fazer retroceder, nos diz que é no nível de nossas relações com o pensamento que convém buscar o móbil de toda uma parte, singularmente expandida, parece, em nosso contexto de civilização, de governar pela prevalência, pela expansão do pensamento de certa forma encarnada nos braintrusts, como se diz. O pensamento é desde sempre encarnado, e isso também é perceptível para nós, no que nos parece o mais caduco, o mais dejeto, o mais inassimilável, no nível de certas falhas, que, aparentemente, parecem dever à função do déficit. Em outros termos, isso pensa em um nível em que isso não se entende absolutamente como pensamento. [...] Qualquer um que se dê ao trabalho de tentar chegar ao nível que essa mensagem alcança certamente despertará o interesse - a prova está dada, nem que seja pela coletânea de escórias que são meus próprios Escritos -, despertará singularmente o interesse das pessoas mais diversas, mais dispersas, mais estranhamente situadas, e, para resumir, de qualquer um. [...] O esforço do meu ensino até aqui não consiste em valorizar Freud no nível da grande imprensa. Não haveria motivo para isso, e na verdade não vejo por que eu próprio me teria imposto essa preocupação e esse esforço caso ele não se dirigisse aos psicanalistas. O que lhes forneço é isto, em sua formulação mais vasta. Preciso efetivamente considerar que o pensamento existe no nível mais radical e já condiciona pelo menos uma parte imensa do que conhecemos como animal humano. O que é o pensamento? A resposta não jaz no nível em que se considera que sua essência é ser transparente a si mesmo e se saber pensado. Está no nível do fato de que todo ser humano ao nascer banha-se em alguma coisa que chamamos de pensamento' mas da qual um exame mais profundo demonstra com evidência, e isto desde os primeiros trabalhos de Freud, que é completamente impossível apreender aquilo de que se trata a não ser se apoiando sobre seu material, constituído pela linguagem em todo seu mistério. [...] O psicanalista deve ser capaz, no nível de sua prática, de se presentificar a todo instante como aquele que sabe qual é sua dependência própria de um certo número de coisas que, a princípio, ele deve observar claramente em sua experiência inaugural, por exemplo sua dependência em relação a determinada fantasia. Isto, a princípio, está perfeitamente ao seu alcance. Ele não deve considerar que sabe, sob o pretexto de que é a título do que chamei de sujeito suposto saber que se vai descobri-lo. Ele não é consultado sobre o que está à margem de um saber qualquer, seja aquele do sujeito ou o saber comum [...] Por que ele não quer saber - a não ser porque isto é alguma coisa que o põe em questão como sujeito do saber? Isso vale no nível da criatura mais simples, e, digamos, menos informada. Que o psicanalista não julgue poder introduzir-se em uma questão dessas ao simplesmente aceitar o que lhe foi deferido como papel na forma do sujeito suposto saber. Ele sabe muito bem que não sabe, e que tudo que poderá forjar como saber próprio arrisca-se a se constituir como se ele fizesse uma defesa contra sua própria verdade. Tudo o que ele construirá como psicologia do obsessivo, tudo o que ele encarnará em tal tendência dita primitiva, não impedirá que, à medida que a relação chamada transferência for levada mais longe, ele seja questionado sobre o modo fundamental que é o da neurose, enquanto este comporta o jogo escorregadio da demanda e do desejo. [...] Como é ridícula a voracidade com que alguns que escutam o que ensino há tantos anos já se precipitam sobre minhas formulações para delas fazer artiguetes, ninguém pensa em outra coisa a não ser nisso, em se enfeitar com minhas plumas, e tudo isso para se atribuir o mérito de ter feito um artigo que se sustenta de pé. Nada é mais contrário ao que se trataria de obter deles, ou seja, que conquistassem a justa situação de desejosa de "desmuniciamento" eu diria, que é a do analista enquanto um homem entre outros, que deve saber 1ue não é nem saber nem consciência, mas dependente tanto do desejo do Outro quanto de sua fala. Enquanto não houver analista que me tenha escutado o suficiente para chegar a esse ponto, tampouco haverá o que isso logo engendraria, a saber, esses passos essenciais que ainda esperamos na análise, e que, redobrando os passos de Freud, fariam-na avançar novamente. MEU ENSINO – A obra Meu ensino, de Jacques Lacan, traz na primeira parte Lugar, origem e fim do meu ensino temas abordados como no meio não é a origem: é meu lugar, psicanálise e sexualidade, automatismo mental, Heidegger: o homem habita a linguagem, Freud e a psicopatologia da vida cotidiana, as leis da superestrutura de Saussure, é porque há linguagem que há verdade, Piaget e Vigotski, a função do sujeito na linguagem, a lógica do desejo, o neurótico e o religioso, o complexo de castração e a teoria da psicanálise didática. Na segunda parte, Meu ensino, sua natureza e seu fim, aborda a respeito dos Escritos, a evacuação da merda, Aldous Huxley e Adônis e o analfabeto, o sistema de esgoto e a cultura, o estruturalismo, a experiência psicanalítica, Aristóteles e os sofistas, a lógica e o sujeito. Na terceira parte, Então, vocês terão escutado Lacan, trata sobre Descartes, Freud, Psicanálise, o pensamento e a descoberta do inconsciente. Veja mais aqui.

REFERÊNCIA
LACAN, Jacques. Meu ensino. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.


PROGRAMA DISCO FRIENDS


As redes sociais tornaram-se algo de grande importância na vida das pessoas. Sem sair de casa, pessoas conhecem pessoas, amigos se reencontram, parentes distantes retomam os laços. Coisa boa esse avanço tecnológico, é uma pena que tantos fazem uso inadequado dessa importante ferramenta de informação e comunicação. Na verdade, além dos múltiplos caminhos que nos abrem as redes, nós a utilizamos para divulgar o nosso trabalho e outros que são dignos de destaque.

Conhecemos Daniel Santanna e José Ayres,  por meio do amigo Ricardo Loureiro, do fantástico programa Estrada 55, todos integrantes da Webradio Radioatividade 860. Estreitamos a amizade e passamos a curtir as programações da referida webradio. Um trabalho de todos por lá da gente aplaudir de pé.

Daniel Santanna e José Ayres comandam os programas Love Memories e Disco Friends. Este último completou dia 7 de março, cinco anos no ar e a festança anda animada. E para registrar o evento, estará acontecendo no Casarão Ameno Resedá, no Rio de Janeiro, dia 15 próximo, o Sorvete Dançante, que é uma festa tradicional da cidade e, desta vez, com as comemorações dos 5 anos do programa Disco Friends. O programa é considerado o melhor programa de Disco e Dance Music dos anos 70, 80 e 90 da internet. E quem nos conta a história do programa, é o próprio José Ayres:

Pessoal, exatamente há 5 anos atrás, mais precisamente no sábado dia 07 de março de 2009, estava indo ao ar o primeiro Programa Disco Friends pela web-rádio ARWTV!!! Tudo começou como uma brincadeira de amigos que gostam da boa música dançante das décadas de 70 e 80, e que se juntaram para prestar uma homenagem quando do aniversário de 1 ano do programa de rádio Paradiso Disco Club dos amigos DjAndré Werneck e Marcelo Maia, programa este que não existe mais. Aliando a possibilidade de colocar um programa no mesmo estilo em uma rádio web que começava a "engatinhar", que na ocasião era composta por uma ótima equipe de queridos amigos Mario Azevedo, Daniel Sant Anna, Waldyr Tavares, Eliomar Aroucha, Vitor Loureiro Durão e Rosângela Imenes, os quais tive o prazer de me aliar, com o máximo respeito e humildade, tivemos a ideia de formar o "nosso programa". E assim, mesmo após algumas mudanças na direção e na estrutura da ARWTV, conseguimos nos manter no ar durante este tempo e tendo o privilégio de fazer grandes e queridos amigos ao longo do tempo, expandindo a cada ano as nossas transmissões com parcerias de outras web rádios, e até mesmo em rádios FM, como é o caso da Rádio Everson Paladini em 95.1 FM de Santa Catarina. A parceria do DJ's Daniel Sant'Anna e José Ayres na produção, criação, mixagens e apresentação do programa continua da mesma maneira em que foi idealizada, trazendo um programa diferente, com muita informação, descontração, alegria, homenagens, bate papo e, claro, muita música boa. A presença e participação de cada um dos nossos ouvintes, parceiros e amigos sempre foi e será a principal razão que nos faz dar continuidade ao programa nos moldes em que ele é hoje. Por isso venho aqui para agradecer a cada um de vocês, ouvintes, parceiros, parentes, amigos, colegas, e principalmente a Deus, pela oportunidade de ter passado esses 5 anos fazendo o que gostamos e acima de tudo ao lado de pessoas especiais como vocês. Obrigado família Disco Friends!!! PARABÉNS PROGRAMA DISCO FRIENDS!!!

Aos amigos Djs, os nossos cumprimentos pelo trabalho e sucesso do programa e vamos juntos sempre. Nosso abraço!



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