sábado, março 09, 2013

HELEN FIELDING, KOLLONTAI, CHANDRA TALPADE, ANAGNOSTAKIS, ROMAINE BROOKS, MAURRAS, MESMERISMO & PSICANÁLISE

 

A arte da pintora italiana Romaine Brooks (Beatrice Romaine Goddard- 1874-1970). Veja mais abaixo.

 

AH, BEATRICE, ROMAINE - Ah, Beatrice solitária criança e a mãe seca de pedra abandonando-a no ápice da crueldade perseguidora, uma herdeira das minas de carvão levada pelo divórcio tumultuado com o major estadunidense paterno ausente de tão longe. De sua vida conturbada de sempre com o irmão enfermo, entregou-se aos cuidados duma lavadeira que a levou para a tia longínqua. Assim cresceu e tornou-se modelo em Paris, era bela indubitável no canto das operetas, no adoecimento constante, na pintura em Roma diante dos nus masculinos, os abusos dos colegas, o assédio constante, o incômodo de viver em si. Pintou o meu retrato como o de Fothergill no casamento desfeito, a intrusa de sempre vai para o refúgio em Capri e as vestes que a fez outra com cabelos curtos e ao lado de Benson, partindo para Londres para adquirir os tons terrosos e voltar para Paris para a vida com suas amantes e preferidas como epítomes do ideal de beleza. Os seios diminutos e a cintura reta nos quadris pequenos de quem procura em todas as palavras a sua própria expressão deslocada, o impulso nos quebra-cabeças cerebrais e ninharias para leigos, mesmo com a expressão da enfermeira da cruz vermelha francesa na paisagem de Ypres. A carta e a sua persona nada antissemítica na face baudelaireana em plena guerra com os versos de D’Annunzio — ele e Cocteau nas suas graças, enquanto eu admirava a paleta de tons suaves predominantemente cinza das mulheres andróginas anônimas ou aristocráticas, para quem expatriada Romaine fez de tudo para viver no meu coração e era quase nada para ela. Inesquecível desde sempre, fez-se de si o que quis pra sempre. Veja mais abaixo.

 


DITOS & DESDITOS - Fui bem-sucedida em estruturar minha vida de acordo com meus próprios padrões e não faço mais segredo das minhas experiências amorosas do que um homem faz das suas. No entanto, acima de qualquer outra coisa, nunca deixei meus sentimentos, a alegria ou a dor do amor, tomarem o primeiro lugar em minha vida, ao passo que criatividade, ação e luta sempre ocuparam o primeiro plano. Deve-se admitir que, embora possuísse um certo grau de ambição, como qualquer outro ser humano ativo, nunca fui animado pelo desejo de obter "um posto". Para mim, "o que eu sou" sempre teve menos importância do que "o que eu posso", ou seja, o que eu estava em condições de realizar. Desta forma, eu também tinha minha ambição e isso era especialmente perceptível lá onde eu estava com todo o meu coração e alma na luta, onde a questão era a abolição da escravidão das mulheres trabalhadoras. Pensamento da líder revolucionária e teórica russa Alexandra Kollontai (1872-1952). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: A igualdade só poderá ser soberana nivelando as liberdades, desiguais por natureza. Não há uma ideia nascida do espírito humano que não tenha feito correr sangue sob a Terra. Só a instituição durável fez subsistir o que há de melhor em nós... Pensamento do poeta e jornalista francês Charles Maurras (1868-1952).

 

SOLIDARIEDADE ALÉM DA TEORIA - [...] Cada um de nós carrega esses lugares de crescimento, as instituições, uma espécie de pano de fundo, um cenário. Muitas vezes representamos o presente contra o pano de fundo do passado, dentro de um quadro de percepção que é tão familiar, tão seguro que é assustador arriscar mudá-lo mesmo quando sabemos que nossas percepções estão distorcidas, limitadas, restritas por aquela visão antiga. [...] Nossas mentes devem estar tão prontas para se mover quanto o capital, para traçar seus caminhos e imaginar destinos alternativos. [...] A prática da solidariedade coloca em primeiro plano comunidades de pessoas que escolheram trabalhar e lutar juntas. A solidariedade reflexiva é trabalhada por uma interação envolvendo três pessoas: “Peço que você fique ao meu lado contra um terceiro. [...] Trechos extraídos da obra Feminism without Borders: Decolonizing Theory, Practicing Solidarity (Duke University Press, 2003), da professora indiana Chandra Talpade Mohanty.

 

SEM MEMÓRIAS AGRADÁVEIS - [...] Eu era uma artista nata. Née um artista, não née Goddard. […] eu sei que minha mãe cultuava o anjo caído [...] uma criança extremamente infeliz nas mãos de uma mulher instável [...] Talvez o ódio de tal personalidade se provaria mais benéfico que seu amor. Proporcionou a ocasião para mostrar força em oposição; para me agarrar firmemente o que ela não representava; e, finalmente, para exercer julgamento contra as injustiças de sua tirania. Meu irmão, a quem ela amava, era facilmente arrastado pela instabilidade de sua existência. Como suas fraquezas congênitas não eram desencorajadas, elas se desenvolveram, com o passar do tempo, em distúrbios sérios. Em meio à confusão sobre si mesma, minha mãe criou uma atmosfera de continuidade que não fazia distinção entre noite e dia. De fato, ela não tinha consideração pelo tempo e o teria banido completamente. Ela raramente dormia durante a noite e nunca ia para a cama. Suas refeições eram servidas a qualquer hora do dia ou noite, e ocasionalmente, por suas ordens, não eram servidas. Aqueles em seu círculo imediato podiam apenas seguir seu exemplo e aceitar as imposições de suas excentricidades. [...] Ali estavam meus primeiros desenhos. Eu tinha seis anos de idade na época. Um dia, depois que eu os havia organizado no chão, contra a parede, minha mãe passou por perto. Ela se abaixou e, olhando para a coleção, os juntou e levou para seu quarto. Eu nunca mais os vi e daquele momento em diante fui proibida de desenhar. Minha reação a isso foi muito curiosa. Mesmo aterrorizada, eu comecei a desenhar indiscriminadamente em todos os tipos de objeto — nas caixas brancas de minha mãe, em parapeitos brancos, e até mesmo com um alfinete na madeira polida do piano. Em todos esses empenhos eu orgulhosamente assinava. [...] Capri ainda era única em caráter. Embora apenas duas horas de barco de Nápoles, poderia muito bem ter sido uma ilha no arquipélago da distante Grécia, tão intocada era. Artistas que amavam a cor procuravam sua beleza; intelectuais cansados, um retiro ideal. Para aqueles que sentiam correntes estranhas sob o solo agitando-os em febre, Capri era uma ilha pagã, e Vesúvio seu Deus ardente. Os camponeses eram crianças belas e simples que gostavam do estrangeiro pois sua febre trazia a eles o ouro. [...]. Trechos extraídos da obra No Pleasant Memories: Romaine Brooks 1910-1973 (Archives of American Art, Smithsonian Institution, 1930), da pintora italiana Romaine Brooks (Beatrice Romaine Goddard- 1874-1970).

 

DIÁRIO DE JONES’S BRIDGET –[...] É uma verdade universalmente reconhecida que, quando uma parte da sua vida começa a correr bem, outra se despedaça espetacularmente. [...] Posso confirmar oficialmente que o caminho para o coração de um homem hoje em dia não é através da beleza, comida, sexo ou sedução de caráter, mas apenas a capacidade de parecer não muito interessado nele. [...] Não vou me apaixonar por nenhum dos seguintes: alcoólatras, workaholics, fóbicos de compromisso, pessoas com namoradas ou esposas, misóginos, megalomaníacos, chauvistas, idiotas emocionais ou aproveitadores, pervertidos. [...] Quando alguém te abandona, além da saudade, do fato de que todo o mundinho que vocês criaram juntos desmorona, e que tudo que você vê ou faz lembra essa pessoa, o pior é pensar que ela te testou e, no final, toda a soma das partes resulta em você foi carimbado como REJEITADO por quem você ama. Como você pode não ficar com a confiança pessoal de um sanduíche British Rail preterido [...]. Trechos extraídos da obra Bridget Jones's Diary (Penguin, 1999), da escritora e roteirista britânica Helen Fielding.

 

HÁ-DE VIR UM DIA - Há-de vir um dia em que não teremos mais nada a dizer,\ Havemos de sentar-nos face a face e olhar-nos nos olhos.\ O meu silêncio há-de dizer: Como és bela, mas não tenho como\ dizer-to \ Havemos de ir não sei onde, assim, por desfastio, e para podermos \ dizer que também viajámos. \ A gente passa a vida toda a procurar o amor, pelo menos — mas \ não encontra nada. \ Muitas vezes penso que a vida é tão pequena que nem vale a \ pena começá-la. \ De Atenas vou para Montevideu, ou talvez até para Xangai; isto já \ é qualquer coisa, e nem penses duvidar. \ Fumámos — lembra-te — cigarros sem fim uma noite, discutindo \ — já não sei de quê — e é pena, porque era muito mas muito \ Interessante. \ Um dia, ai viesse ele!, hei-de fugir para longe de ti mas mesmo aí \ hás-de vir procurar-me. \ Ninguém, meu Deus, consegue nunca fugir sozinho. Poema do escritor grego Manolis Anagnostakis (1925-2005).

 

MESMER & O MESMERISMO
- INTRODUÇÃO - A construção da Psicanálise por seu criador Sigmund Freud (1856-1939) foi um processo lento e laborioso, compreendendo uma pesquisa profunda e determinada para sua plenitude. Evidencia-se que essa construção recebeu inúmeras contribuições, entra elas os trabalhos e concepções do médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815) e de sua técnica denominada Mesmerismo, o qual o tornou precursor da hipnose, psicoterapia e do tratamento de doenças psicossomáticas, à época e até então taxado de charlatão, por causa do uso do magnetismo para curar. Justifica-se a realização do presente estudo em razão de se encontrar as bases teóricas que sedimentaram o processo de construção da Psicanálise e, por consequência, da necessidade de maior observância acerca das ideias de Mesmer e do Mesmerismo na contemporaneidade. Objetiva, portanto, tratar acerca das técnicas e métodos utilizados pelo médico austríaco Mesmer e o seu mesmerismo, observando-se a compreensão do trabalho e das suas ideias. A metodologia empregada no presente trabalho compreende uma pesquisa de natureza exploratória de natureza bibliográfica, resultado de uma revisão da literatura disposta em livros, artigos acadêmicos e publicações especializadas da Internet. MESMER: BREVE BIOGRAFIA E ASPECTOS HISTÓRICOS - Franz Anton Mesmer nasceu na vila de Iznang, na Áustria, no dia 23 de maio de 1734, de uma família católica cujo pai era intendente e guarda de campo do bispo de Constança. Na idade escolar estudou em escola pública, sendo, posteriormente, transferido para um convento franciscano, para fazer o colégio entre os jesuítas. Em 1750, ingressa na Universidade de Dillingen, na Baviera, pertencente a Companhia de Jesus, onde estuda Filosofia e Direito por quatro anos, tendo acesso as obras de Galileu, Descartes, Leibniz, Kepler, Newton e outros, chegando ao Doutorado em Teologia. Em seguida, segundo Medeiros (2000), estudou medicina na Universidade de Viena, tendo recebido seu doutorado em 1766 com uma tese que já prenunciava a tônica dos seus trabalhos posteriores: “Sobre a Influência dos Planetas no Corpo Humano”, uma vez que nesta época já havia estudos oriundos das ideias cartesianas e dos questionamentos de Newton acerca dos fluidos invisíveis relativos ao mais sutil espírito que jaz escondido em todos os corpos. Nesses estudos ele defendia a teoria de que o homem está sujeito às influencias originadas no universo, entendendo que um fluido magnético e misterioso emana das estrelas, influenciando a vida das pessoas. Com isso, entendia que a doença era causada pela má distribuição desse fluido. Em 1768, ele casou-se com uma rica viúva mais velha dez anos que ele, Marie Ane von Posch, passando a morar nos arredores de Viena, onde instalou seu consultório médico. Apreciador de música e participante de saraus, incentivava a cultura, o que proporcionou o início de sua amizade com o ainda promissor adolescente Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) que, inclusive, fez sua estreia na mansão dele aos 12 anos de idade, com a ópera Bastien et Bastienne, encomendada pelo próprio Mesmer, então professor da Universidade de Viena. Há que se registrar que esta encomenda foi uma ajuda a Mozart, que havia sido expulso de Salzburgo, sua terra natal. Foi daí que, conforme Darnton (1988), surgiu a amizade com o compositor e com o alquimista e maçom Conde Alessandro Cagliostro, resultando na introdução tanto de Mozart como de Mesmer na Maçonaria e numa fraternidade de ocultismo. Acrescenta, ainda, Zweig (1930), Neubern (2008) e Santos (2015), que esse trio atuava em numerosos problemas de saúde e que juntos aperfeiçoaram um instrumento idealizado por Benjamim Franklin. Eles trabalharam em grupo que reuniam atividades médicas e musicais na criação para fins curativos da glass harmónica, inclusive, existindo até hoje Viena um grupo conhecido com o nome de Duo Glassharmonica Vienner. Mesmer a partir disso buscou reconhecimento científico para as suas ideias do magnetismo animal, inspirado na obra do astrônomo jesuíta Maximillian Hell (1720-1792), na teoria da gravitação animal do médico inglês Richard Mead (1673-1754) e da Física do cientista inglês Isaac Newton (1643-1727), sugerindo a influência do corpo pelo magnetismo. Assim sendo, entre os anos de 1768 e 1778, procurou Mesmer esforçar-se por fazer propaganda dos seus sucessos curativos. Em 1773, segundo Figueiredo (2005) e Santos (2015), realizou-se o primeiro tratamento por meio do magnetismo animal, descobrindo que as mãos das pessoas seriam canais para uma espécie de magnetismo presente em todos os seres vivos, inclusive nos animais. A mesma capacidade que o magnetismo mineral possuía, o magnetismo animal detinha efeitos similares. Daí derivou-se o termo magnetismo animal. Esse tratamento foi desenvolvido na paciente, Franziska Esterlina, uma senhorita de vinte e nove anos, bastante debilitada, era uma parenta da esposa de Mesmer e amiga da família Mozart. A partir de então, ele passou a ser conhecido por aplicar o que hoje em dia se chama de “passes magnéticos” em pessoas enfermas, passando a receber duras críticas e intensa oposição de médicos ortodoxos, chegando mesmo a ser banido da medicina. Tem-se registrado na literatura que ele realizou tratamento na famosa pianista Maria Teresa Paradis, que, após as sessões se viu curada de sua cegueira, o que gerou muitas críticas, resultando no fato de que, em 1777, Mesmer foi envolvido numa polêmica que levou a retirada da paciente com estardalhaço, pelos pais dela, dos seus cuidados. Medeiros (2000) observa que seus métodos e, sobretudo o sensacionalismo da publicidade com que cercava seus procedimentos curativos encontraram crescente hostilidade em Viena por parte da classe médica tradicional, que sentia-se incomodada, terminando Mesmer por ser expulso da cidade pela polícia. Ele teve que se mudar para Paris em 1778, onde veio a causar grande sensação popular com as suas práticas e com o sensacionalismo com que as revestia, ganhou o apoio da imperatriz Maria Antonieta. Foi com isso que iniciou uma verdadeira campanha para ganhar o reconhecimento de suas práticas pela comunidade acadêmica francesa. Em fevereiro de 1778, divulga sua teoria do magnetismo animal, em Paris, apresentando as suas descobertas para os sábios e médicos. Requisita, então, aos comissários da Sociedade Real de Medicina de Paris para fiscalizarem as curas, o que foi recusado. Publica, então, em Paris um relato analítico da nova ciência: “Memória sobre a descoberta do magnetismo animal”, após tentar, sem sucesso, em todas as Universidades, um exame de seu sistema. Expõe a tese defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudo o qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Insistindo, publicou em 1779 a sua obra “A Descoberta do Magnetismo Animal”, na qual acreditava que as curas poderiam ser promovidas por meio do poder dos imãs. Com a evolução do magnetismo animal, Mesmer insistiu em experimentos e tratamentos com imãs (magnetos), mas concluiu que o próprio corpo humano emanava forças mais poderosas que as do imã, o qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Teve boa aceitação, mas depois caiu em descrédito Em busca de reconhecimento científico para a sua descoberta, propõe à Faculdade de Medicina de Paris, um teste comparativo de seu método com a medicina tradicional. Esses estudos acerca dos fluídos magnéticos encontrados na natureza, a seu ver, possuíam propósitos terapêuticos e possibilitaria a cura das pessoas. Numa Assembleia Geral, realizada em 18 de setembro de 1780 e, após uma leitura e um discurso, d'Eslon, seu discípulo, foi excluído do quadro dos médicos e as proposições de Mesmer foram rejeitadas com desdém e animosidade. É então que publica o que viria a ser a mais importante descrição histórica da ciência do magnetismo animal, intitulada “Resumo histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal”. Em seguida ele abandona definitivamente o uso direto dos imãs e passa a utilizar vários outros objetos nas suas sessões, principalmente um tubo de vidro que se tornaria famoso – a tina mesmérica -, mas que não passava de uma forma modificada de uma garrafa de Leyden, espécie de capacitor primitivo inventado por Peter van Mussenbroek na primeira metade do século XVIII. As garrafas de Leyden eram capazes de concentrar uma grande quantidade de cargas elétricas, podendo dispensar, desta forma, choques violentos. Segundo as teorias de fluidos elétricos vigentes à época a garrafa era vista como um condensador deste fluido. E Mesmer soube utilizar os efeitos produzidos por um tal instrumento com grande destreza sensacionalista, vinculando a crença científica no fluido elétrico ao seu construto de um fluido vital de natureza magnética. Ressalte-se que a crença na existência de fluidos vitais era algo bem antiga e que persistia desde eras remotas, mas que encontrava grande receptividade à época. A crença de Mesmer, portanto, na existência desse fluido elétrico ou magnético animal, não era um fato isolado, mas estava ligada a um conjunto de crenças vigentes àquela época. Esse pensamento exerceria grande influência sobre alguns cientistas dos séculos XVIII e XIX, notadamente sobre Galvani e Aldini. Dentro deste quadro de mútuas influências, Mesmer passou então a defender, com vigor crescente, a ideia de que seu próprio corpo atuava como um tipo de imã animal, reforçando o fluido vital ou magnético nos corpos dos seus pacientes. Por esse prisma, a doença, dentro do paradigma do mesmerismo era vista assim como um obstáculo ao fluxo dos fluidos vitais. Ele rompia esse obstáculo produzindo uma crise, frequentemente assinalada por convulsões, restaurando assim a harmonia perdida. Nesse contexto, as ideias de Mesmer eram vistas como uma espécie de medicina natural dentre outras desenvolvidas à época. Mesmer, segundo Medeiros (2000) e Neubern (2008) não fornecia, porém, nenhuma peça de evidência convincente, em termos que pudessem ser aceitos por uma comunidade científica que rejeitava, por motivos variados, a sua teoria. Não fornecia, igualmente, nem mesmo quaisquer descrições mais rigorosas dos seus experimentos que os tornassem reprodutíveis por outros pesquisadores. Muito pelo contrário, suas práticas eram crescentemente relacionadas com um certo ocultismo de tradição hermética, com as formas de procedimento sendo transmitidas apenas aos seus seguidores tidos como iniciados. A grande polêmica que se estabeleceu sobre as suas práticas, com claras acusações de charlatanismo, não impediu, porém, que o estado de transe induzido, abrisse um debate sobre a possível existência de um campo da atividade mental que não parecia estar disponível conscientemente, mas que poderia afetar os pensamentos e as ações dos indivíduos. Estava iniciada a prática que posteriormente seria chamada de hipnotismo. Em 1781, publicou o “Sumário Histórico dos Fatos Relativos ao Magnetismo Animal”. Em seguida, em 1784, assinala Santos (2015) que Mesmer envia uma carta a Benjamin Franklin denunciando os equívocos da comissão nomeada para examinar seu discípulo d'Eslon, desautorizado para agir em seu nome, e a impropriedade do método adotado. Por causa disso, o rei da França nomeia uma comissão de sábios da Academia de Ciências de Paris - Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790), Antoine-Laurent Lavoiser (1743-1794) -, que em quatro meses conclui que as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e autossugestão dos pacientes, redigindo também um relatório secreto enviado à polícia que alertava para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas. Outra comissão formada por médicos da Sociedade Real de Medicina também rejeita a existência do magnetismo animal. Porém, um de seus membros, Jussieu, divergiu dos colegas e admitiu curas. Mesmo assim, as vinte e sete proposições de Mesmer foram analisadas por essa comissão designada pelo governo francês para averiguação da validade de suas curas, sendo assinaladas como releituras do alquimista Paracelso e de outros autores ligados ao Ocultismo. Vários ataques surgiram contra Mesmer, tendo a comissão classificado que as curas obtidas pelo magnetismo animal seriam apenas efeito de sugestão. Todavia, conforma anotado por Darnton (1988), seus biógrafos afirmam que ele já praticava a arte da cura em sua terra natal, na fronteira entre Prússia, Áustria e Suíça, pois na época em que chegara à capital já trazia a fama de ser bom curador dos “males da alma”. Também registra Santos (2015) que suas ideias foram incompreendidas, resultando ser expulso das cidades de Viena e Paris. Todavia, em 1785, seus alunos publicaram os seus Aforismos. Logo depois, em 1787, Mesmer é homenageado por Mozart, em sua ópera Così fan tutte, na qual, no final do primeiro ato, a personagem Despina, fantasiada de médico, imita Mesmer e seu tratamento. Neste mesmo ano, a esposa de Mesmer falece de câncer no seio. Em seguida, ele é preso pela polícia, ao retornar a Viena, pois estava sendo investigado por questões políticas, suspeito de ser favorável aos jacobinos. Liberado, fica sob custódia até 5 de dezembro. Continuaria, porém, sendo observado pelas autoridades e retorna a Paris, depois se mudando para Versalhes. Em 1799 lançou sua principal obra “Memória de F. A. Mesmer, Doutor em Medicina, Sobre suas Descobertas”. Por mais que persistisse os seus propósitos não encontraram repercussões significativas entre as instituições de pesquisas científicas e mesmo rechaçado pelas avaliações do químico francês Antoine Laurent de Lavoisier (1843-1794) e o cientista, inventor e diplomata estadunidense Benjamin Franklin (1706-1790), deu-se que outra comissão de cientistas formada anos depois veio demonstrar alguns dos erros da comissão de Franklin e Lavoisier, assumindo a veracidade das curas magnéticas. Mesmo assim, conforme Santos (2015), Mesmer foi desqualificado pelos herdeiros da episteme clássica, não se reabilitando ao pensamento oitocentista nascente, a episteme moderna, no dizer de Foucault (2007). Apesar do esforço de Mesmer para ter o reconhecimento de seus pares e receber as honras das academias de ciência, sua teoria não passou pelo teste de Lavoisier e Franklin, a existência do magnetismo animal não pode ser comprovada. Por essa razão, Mesmer fica extremamente contrariado e se retira da vida pública, desaparecendo por alguns anos, só voltando à sua terra natal, em silêncio, para dar continuidade às suas práticas magnéticas. Em 1815, com quase oitenta anos, Mesmer morreu. MESMERISMO: A TERAPÊUTICA DO MAGNETISMO ANIMAL E DA HIPNOSE - O mesmerismo foi a denominação dada ao tratamento desenvolvido por Mesmer, reconhecido predecessor do hipnotismo e, de acordo com essa teoria, é possível irradiar o magnetismo animal não apenas para pessoas, mas também magnetizar objetos, como camas, água e pratos. Para Santos (2015), trata-se das técnicas de cura magnética que se utilizam das mãos do operador para tratar casos de doenças físicas. Assim, o princípio básico do Mesmerismo diz que tanto os animais quanto os seres humanos seriam também possuidores de uma forma de magnetismo, tal como o magnetismo de um ímã. O MAGNETISMO ANIMAL E SEUS PRINCÍPIOS - Mesmer iniciou suas pesquisas com o imã e com a magnetização de objetos. Depois descobriu que não apenas os minerais, mas também os animais e o homem eram possuidores de uma forma especial de magnetismo, a qual chamou de magnetismo animal. Todo o modelo teórico desse magnetismo contido na sua obra pode ser entendido pelo excelente resumo dos vinte e sete pontos de suas proposições, que em resumo propunha: 1º Existe uma influência mútua entre os corpos celestes, a terra e os corpos animados. 2º Um fluido universalmente propagado e contínuo, de modo a não sofrer qualquer vazio, cuja sutileza não permite comparações, e que, por sua natureza é suscetível de receber, propagar e comunicar todas as impressões do movimento, é o meio desta influencia. 3º Essa ação recíproca está submetida a leis mecânicas desconhecidas até o presente. 4º Resultam dessa ação efeitos alternativos que podem ser considerados como um fluxo e refluxo. 5º Este fluxo e refluxo é mais ou menos geral, mais ou menos particular, mais ou menos composto, segundo a natureza das causas que o determinam. 6º É por essa operação, a mais universal que a natureza nos oferece, que as relações de atividade se exercem entre os corpos celestes, a Terra e suas partes constitutivas. 7º As propriedades da matéria e dos corpos organizados dependem desta operação. 8º O corpo animal prova os efeitos alternativos deste agente, que ao se insinuar na estrutura dos nervos, afeta-os imediatamente. 9º Ele manifesta, especialmente no corpo humano, propriedades análogas ao ímã. Distinguem-se polos igualmente diferentes e opostos, que podem ser comunicados, trocados, destruídos e reforçados; o próprio fenômeno da inclinação é também ai observado. 10º A propriedade do corpo animal que o torna suscetível à influência dos corpos celestes e a ação recíproca daqueles que o cercam, manifesta pela sua analogia com o ímã, determinou a chama-lo: “Magnetismo Animal. 11º A ação e a virtude do Magnetismo Animal, assim caracterizados, podem ser comunicados a outros corpos animados e inanimados. Uns e outros, entretanto, são mais ou menos suscetíveis. 12º Essa ação e essa virtude do Magnetismo Animal podem ser reforçadas e prolongadas por esses mesmos corpos. 13º Observa-se, em experiências, o escoamento de uma matéria, cuja sutileza penetra todos os corpos, sem perder praticamente sua atividade. 14º Sua ação realiza-se a distância afastada, sem a intervenção de qualquer corpo, intermediário. 15º Ela é aumentada e refletida pelos espelhos, tal como a luz. 16º Ela é comunicada propagada e aumentada pelo som. 17º Essa virtude magnética pode ser acumulada, concentrada, transformada. 18º Disse que os corpos animados não são igualmente suscetíveis; acontece mesmo, ainda que muito raramente, que têm uma propriedade tão oposta que sua simples presença destrói todos os efeitos desse magnetismo em outros corpos. 19º Essa virtude oposta também penetra todos os corpos; ela pode ser comunicada, propagada, acumulada e transformada, refletida por espelhos e propagada pelo som; o que constitui não apenas uma privação, mas uma virtude oposta: positiva. 20º O ímã, natural ou artificial, é suscetível ao magnetismo animal e à virtude oposta, sem que sua ação sobre a agulha seja alternada; o princípio do magnetismo animal difere, portanto, do mineral. 21º Este sistema fornecerá esclarecimentos sobre a natureza do fogo e da luz, bem como pela teoria da atração, sobre o fluxo e o refluxo do ímã e da eletricidade. 22º Ele permitirá saber que o ímã e a eletricidade artificial tem, em relação as doenças, apenas propriedades comuns a um grande número de outros agentes e que, se resultam alguns afeitos úteis da administração daqueles, isso se deve ao magnetismo animal. 23º Reconhecer-se-á, por esses fatos, segundo as regras práticas que estabelecerei, que o princípio pode curar diretamente as doenças dos nervos e indiretamente as demais. 24º Com sua ajuda, o médico é esclarecido sobre a utilização dos medicamentos; aperfeiçoa sua ação, provoca e dirige as crises salutares, de modo a se tornar o senhor da situação. 25º Ao comunicar meu método, demonstrarei por uma nova teoria das doenças, a unidade universal do princípio que lhe aponho. 26º Com este conhecimento, o médico julgará seguramente a natureza e o progresso das doenças, mesmo das mais complicadas; ele impedirá seu desenvolvimento e alcançará sua cura, sem jamais expor o doente a efeitos perigosos ou a resultados inoportunos, seja qual for a idade, o temperamento ou o sexo. As mulheres grávidas e por ocasião dos partos gozarão das mesmas vantagens. 27º Esta doutrina, enfim colocará o médico em condições de julgar corretamente o grau de saúde de cada indivíduo e de preserva-lo das doenças às quais ele possa estar exposto. A arte de curar chegará à sua maior perfeição. No dizer de Medeiros (2000), essas concepções foram desenvolvidas livremente sob a influência da Física newtoniana e de Mead. De Newton provinha a ideia de que corpos como a Lua e o Sol podiam influenciar fenômenos terrestres como as marés parece ter exercido sobre ele um enorme fascínio; e de Mead a ideia da gravitação animal. Essas ideias ele associou à medicina na defesa de que a saúde era uma resultante harmônica entre os órgãos do corpo e os planetas, acreditando, assim, haver uma conexão entre a gravitação universal newtoniana e o poder do corpo e da mente humana. Daí, portanto, ele começou a defender a sua ideia de magnetismo animal, utilizando-se de imãs para efeitos medicinais. Por consequência, advogava a ideia de que o corpo era análogo ao imã e que um fluido vital ou magnético escoava de acordo com as leis da atração magnética, aplicando essas ideias ao tratamento médico na cura da histeria, bem como de vômitos, convulsões e paralisias. A TERAPIA DO MESMERISMO - Mediante o exposto, assinala Santos (2015) que a terapia de Mesmer consistia, dessa maneira, em fazer fluir novamente o magnetismo animal. Não havia a ingestão de remédios, a aplicação de sangrias ou banhos frios, tampouco a aplicação de choques. O médico sentava-se em frente ao paciente e ia tocando em seus joelhos, mãos e hipocôndrio, olhando fixamente dentro de seus olhos. Em conformidade com o recolhido por Darnton (1988), Zweig (1930), Figueiredo (2005), Medeiros (2000) e Roudinesco e Plon (1998), as ideias e estudos de Mesmer levaram-no à crença sobre a existência de um fluído magnético que se encontrava na natureza e que o seu conhecimento possibilitaria a transmissão desse potencial para as pessoas sobre os propósitos terapêuticos. O fluído magnético de Mesmer seria, dessa maneira, análogo a um fluído elétrico. O magnetismo, no entanto, tinha uma característica interessante: como já sinalizado anteriormente, ele estava especialmente relacionado com o que Mesmer chamou de “sistema nervoso”. Além da denominação, o austríaco chamava a atenção para as dificuldades que os médicos contemporâneos a ele encontravam para restabelecer a saúde das pessoas adoecidas, especialmente daquelas que sofriam de males nervosos. Ele acreditava, ainda, que era necessário reconhecer a insuficiência médica no trato com tais doenças, pois somente assim poderia ocorrer uma melhoria na arte de curar os nervos. E mais: que apesar de todos os avanços realizados até aquele momento, os médicos continuavam ignorando o funcionamento do sistema nervoso, sua “ordem natural”. O BAQUET, A TINA MESMÉRICA OU CUBA MAGNÉTICA - Como o número de seus clientes cresceu bastante durante sua morada em Paris, Mesmer idealizou uma forma de tratamento em grupo. Para tanto criou a chamada ‘tina mesmérica’ – o Barquet: uma espécie de reservatório de água que continha no fundo, limalha de ferro e cacos de vidro, além de garrafas concentricamente dispostas. O fundo da tina é composto de garrafas arranjadas entre si de maneira particular. Acima dessas garrafas, coloca-se água até uma certa altura; varas de ferro, cujas extremidades tocam a água, saem dessa tina; e a outra extremidade, terminada em ponta, se aplica sobre os doentes. Uma corda, em comunicação com o reservatório magnético e o reservatório comum, liga todos os doentes uns aos outros; de modo que existe uma circulação de fluido ou de movimento que serve para estabelecer o equilíbrio entre eles. Tal reservatório fora criado para atender a população carente. E para tanto ele magnetizava árvores e pendurava cordas em seus galhos. Os que seguravam as cordas recebiam o fluido vital que precisavam. Essa tina e árvores mesmerisadas eram tidas por Mesmer como acessórios muitas vezes dispensáveis utilizados apenas para que ele pudesse atender mais pessoas em menos tempo. Assim sendo, o Baquet consistia em uma espécie de tina ou barril de madeira onde eram colocados água magnetizada e, eventualmente, outros elementos. Dele saiam pequenos cordões, seguros na extremidade pelos pacientes, que serviriam de condutores para o fluido. Expressa Santos (2015) que nas sessões coletivas realizadas em Paris, ele utilizava essa “cuba magnética”, aparato inspirado na recém descoberta garrafa de Leyden, que consistia em uma espécie de banheira redonda onde ficava contida a água magnetizada. Nas bordas desse tanque havia uma porção de hastes de ferro, utilizadas pelos pacientes para tocar a região do corpo onde o magnetismo animal estava concentrado, ou seja, a parte que doía. Depois os pacientes davam as mãos, fechava-se o círculo e, com isso, o magnetismo circulava entre todos os presentes. O próprio Mesmer, ao final de cada sessão, tocava um instrumento chamado harmônica de vidro, cujo som etéreo, semelhante à vibração de taças de vidro, facilitava a comunicação e propagação do magnetismo. Não havia conversação durante as sessões. Os passes, as músicas, o ambiente terapêutico repleto de espelhos eram os meios usados por Mesmer para aos poucos promover suas curas. Havia ainda, segundo Darnton (1988), um elemento fundamental para que o processo terapêutico se efetivasse: a crise. Geralmente essa crise era uma intensificação do problema que vinha prejudicando a saúde do paciente. Eram convulsões, crises asmáticas, vômitos, síncopes. Segundo Mesmer, tais crises deveriam ocorrer para que a doença se enfraquecesse até desaparecer. Nesse trajeto, também a intensidade das crises diminuía, até que ela não incomodasse mais o doente. A HIPNOSE MESMÉRICA - Assinala Medeiros (2000) que Mesmer utiliza-se do tratamento das pessoas, deixando-as em transe para subordiná-los inteiramente à sua vontade e exercendo conscientemente o magnetismo animal. Conforme Zweig (1930) e Foucault (2007), a hipnose era uma prática antiga em culturas distantes no tempo, como sendo uma forma de cura e que era utilizada pelos sacerdotes. Não era usada nos termos formais de hipnose, mas utilizava-se processos e procedimentos hipnóticos para a cura de dores e doenças. Encontra-se registro dessa prática no Egito antigo do século 1500 a.C., quando os sacerdotes induziam um certo tipo de estado hipnótico com finalidade de cura, conforme escrito nos papiros de Ebers. Estes papiros continham uma coletânea de antigos escritos médicos descrevendo como aliviar a dor e as doenças. Também na Grécia antiga dos templos Asclépia, se fazia o diagnóstico e cura dos doentes por intermédio do sono divino ou terapia onírica. Neste estado anterior ao sono, chamado na época estado hipnagógico, as imagens irrompiam automaticamente à consciência do doente e o sacerdote trabalhava simbolicamente sobre estas imagens, fornecendo sugestões hipnóticas de cura. No século XI, Avicena - médico iraniano, filósofo e sábio, acreditava que a imaginação era capaz de enfermar e curar as pessoas. No século XVI Paracelsus, alquimista e principal representante da medicina hermética, acreditava na influência magnética das estrelas na cura de pessoas doentes, vindo a confeccionar talismãs com inscrições planetárias e zodiacais. Observa-se, portanto, que a hipnose utilizada na antiguidade era impregnada de magia, misticismo e religiosidade com objetivos de cura através da imaginação, profecias, captação de ideias e mensagens dos deuses. Utilizava-se induções hipnóticas individuais ou em grupos, através de danças, cantos, orações, rituais e palavras. Foi Mesmer que passou a conduzir tal prática nos seus tratamentos e na cura das doenças, realizando várias cirurgias e anestesias sobre o sono mesmérico, desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo. Foi somente no século XIX que o médico inglês James Braid (1795-1859), assistindo a uma cirurgia efetuada por Mesmer com anestesia geral provocada pelo uso da hipnose, passou a estudar o processo vindo a reformular a teoria de Mesmer, definindo-a como o estado hipnótico um estado particular de "sono do sistema nervoso", vindo a cunhar o termo hipnose, do grego Hypnos que simbolizava o Deus do sono na Mitologia Grega. Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associada a ideia de sono. Logo depois de haver cunhado este termo, James Braid se arrependeu pois percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser comparada ao sono, sendo um estado justamente oposto ao sono, de intensa atividade psíquica e mental. Braid utilizava basicamente a hipnose como forma de se obter a anestesia cirúrgica e para ensinar autohipnose aos pacientes, lembrando que o éter foi introduzido somente 1846 e o clorofôrmio em 1847. Assim, durante muitos anos a hipnose foi esquecida e mal interpretada por não se compreender na época a natureza e dinâmica dos seus fenômenos. Ela foi resgatada na França por duas importantes escolas de pensamento que possuíam visões muito distintas sob o fenômeno da hipnose: a escola de Salpêtrière, liderada por Jean-Martin Charcot (1835-1893) e a escola de Nancy, comandada por Auguste A. Liebeault (1823-1904) e Hipolyte Bernheim (1840-19191). CONSIDERAÇÕES ACERCA DO MESMERISMO - No dizer de Santos (2015), Mesmer foi um fruto de sua época, era um “filho do Iluminismo” e estava inserido em círculos intelectuais de finais do século XVIII, e, ainda que influenciado pelo pensamento mágico-vitalista, tentava articular seu discurso nos termos do mecanicismo. Isso porque, segundo Darnton (1988), o mesmerismo tinha mais em comum com as teorias vitalistas que haviam se multiplicado desde a época de Paracelso e que o seu sistema descendia diretamente dos sistemas tanto do alquimista, como de J. B. van Helmont, Robert Fludd e William Maxwell, que apresentavam a saúde como um estado de harmonia entre o microcosmo individual e o macrocosmo celestial, envolvendo fluidos, magnetos humanos e influências ocultas de toda espécie. Seguia, portanto, os princípios conhecidos da atração universal, constatando por meio de observações que os planetas se afetam mutuamente em suas órbitas, e que a Lua e o Sol causam e dirigem, no globo, o fluxo e o refluxo do mar, assim como o da atmosfera; avançando, essas esferas exercem também uma ação direta sobre todas as partes constitutivas dos corpos animados, particularmente sobre o sistema nervoso, por meio de um fluido que a tudo penetra. Ao constatar a ação pela intensão e remissão das propriedades da matéria e dos corpos organizados, que são: a gravidade, a coesão, a elasticidade, a irritabilidade, a eletricidade. Portanto, a afetação mútua dos astros celestes, chamada por Mesmer de agente geral fazia movimentar um fluido muito sutil, universal, que agia diretamente nas propriedades da matéria. Sendo o corpo humano constituído de matéria, o fluido também nele agia, passando, sobretudo, pelos nervos, os principais agentes das sensações e do movimento. O magnetismo de Mesmer pode ser definido, portanto, como a reciprocidade estabelecida entre duas criaturas vivas através do fluido magnético. Esta ciência foi amplamente dominada durante a Era Antiga, particularmente no Egito, onde ela era utilizada nos rituais religiosos conhecidos como Mistérios, pois eram reservados apenas aos iniciados em seus conhecimentos. As perseguições e proibições dos métodos utilizados por Mesmer, mesmo que ele tenha curado comprovadamente muita gente e aos poucos sua fama começou a se espalhar e a clientela aumentou consideravelmente, tendo por principais adversários dois conhecidos oftalmologistas de Viena, o professor Barth e dr. Shoerk, que haviam diagnosticado como incurável a cegueira da pianista Maria Teresa Paradis, a mesma que foi curada por Mesmer, mas que sob nova intriga, fora retirada à força do tratamento dele. Viu-se, portanto, Mesmer sem apoio de seus colegas. Neubern (2008) destaca as ligações perigosas na construção da marginalidade do sistema de Mesmer e seu parentesco com antigos sistemas renascentistas que uniam, numa mesma tentativa, os primeiros esboços da racionalidade científica e os antigos ensinos sobre a magia O mesmerismo, apesar de seu apelo quase desesperado de legitimação científica, compunha, aos olhos de muitos médicos, o grosso e incômodo volume de terapias que preconizavam o uso de faculdades naturais dos indivíduos e poderiam ser praticados por qualquer pessoa, mesmo que não possuísse formação médica. À essa altura, não eram apenas os médicos que se colocavam na defensiva e contribuíam de forma substancial para uma oposição forte e organizada contra o mesmerismo, incluindo-se a Igreja Católica. O mesmerismo trazia ainda, segundo Neubern (2008), uma perspectiva distinta enquanto tratamento terapêutico. Saindo da frieza típica e questionada dos ambientes médicos e acadêmicos, suas expressões comportavam um alto teor catártico, provocando a estranheza e a condenação por parte de instituições, autoridades e profissionais. É possível que o envolvimento relacional significativamente distinto entre o médico e sua clientela, comportando uma troca emocional acentuada, somada ao caráter teatral de muitos terapeutas, como o próprio Mesmer, promovessem possibilidades de expressão emocional pouco aceitas na sociedade da época, inclusive devido a seu teor erótico. Essa dimensão foi um dos principais pilares da condenação do mesmerismo, posto que originou um relatório secreto no qual as comissões sugeriam os perigos de sedução nele existente sobre as mulheres. Em suma, todo o teor erótico ou catártico típico dos pacientes em torno do baquet não consistiam, para os médicos da época, em elementos inerentes a um processo terapêutico, mas na possibilidade de abuso dos pacientes, inclusive os femininos. Uma vez que se criava um tal contexto, quaisquer elementos referentes às relações humanas no mesmerismo poderiam ser facilmente qualificado como uma perversão dos valores sexuais. Numerosos panfletos, anônimos ou de autoria conhecida, foram escritos com acusações contra Mesmer e seus seguidores, embora nenhuma denúncia tenha sido feita ou nenhum fato tenha sido comprovado nesse sentido. Mesmer é lembrado ainda como o percursor do hipnotismo e, segundo Zwieg (1930) e Figueiredo (2005), razão pela qual, em 1843, o primeiro sinal de apoio advindo da comunidade científica apareceu por parte dos trabalhos de James Braid que alegou haver conseguido separar o “magnetismo animal” daquilo que ele denominou o “hipnotismo”, um termo propositadamente introduzido com a finalidade de substituir o mesmerismo. Para Braid as curas obtidas por Mesmer não teriam sido devidas ao magnetismo animal alegado, mas ao poder da sugestão. Foi o desenvolvimento dessas técnicas de sugestão que levou Braid ao hipnotismo. Anos depois, ainda no século XIX, Jean Marie Charcot viria a interpretar o hipnotismo como simples manifestações de histeria, retornando às explicações magnéticas de Mesmer e classificando três estados de transe: a letargia, a catalepsia e o sonambulismo. As polêmicas de Charcot com os defensores do hipnotismo, principalmente os componentes do grupo de Nancy (Liebault e Bernheim) são um outro belo capítulo das disputas interpretativas na história da ciência. CONCLUSÃO - A resistência e perseguição aos métodos de Mesmer se deve, inicialmente, à sua filiação mística e ao Ocultismo, fato este que encontra um rico arsenal de exemplos que consolidaram a injustiça, inclusive com Paracelso só resgatado em pleno séc. XXI. A sua ligação com Mozart – reconhecido apenas como compositor – e com Cagliostro – este carrega uma pecha de charlatão até o presente momento, sendo revisto apenas com o advento do desenvolvimento da Neurociência -, com a ordem maçônica e com o Ocultismo, tem-se revestido de fonte de incompreensões e mal entendidos a esse respeito. Há que se salientar que Neubern (2008) por meio de uma releitura bibliográfica enfocou uma série de revisões históricas que propõem novas perspectivas de entendimento sobre os acontecimentos envolvendo Mesmer e sua proposta terapêutica – o magnetismo animal ou mesmerismo, embasado na revisão que se tem feito na atualidade ao que se entende por místico e ocultismo. Tais estudos rompem com a ideia linear e por vezes parcial de que o mesmerismo tenha sido apenas inconsistente diante das exigências metodológicas que mais tarde poderiam finalmente serem satisfeitas por uma psicologia enfim científica. Questionam a série de erros existentes no processo de avaliação levado a cabo pelas comissões oficiais, como também apontam para uma diversidade de fatores do contexto social da época que contribuíram significativamente para a oposição sistemática criada contra o mesmo: a subversão social que existia potencialmente em seus pressupostos e adeptos e os incômodos causados junto a instituições reguladoras da sociedade, como a Igreja, o Estado e a família. Tais estudos levam a conceber que existiram inúmeros fatores que contribuíram para a rejeição do mesmerismo e que, mais que isso, os processos de ordem social ocuparam um lugar privilegiado em meio a essas construções. Há que se destacar as ressonâncias de práticas sociais em determinados contextos que alimentaram a indisposição das instituições dominantes contra tal doutrina, no que concerne às questões gerais sobre a associação com doutrinas mágicas, os dilemas epistemológicos, a associação com movimentos subversivos e algumas dificuldades das relações entre Mesmer e as instituições científicas. Por conclusão, encontra-se ressonância na revisão da literatura de que a construção da marginalidade do mesmerismo não se deu apenas em função das incompatibilidades metodológicas e epistemológicas com a racionalidade dominante, mas foi também profundamente influenciada pelo contexto, práticas e instituições sociais da época. A indisposição criada contra o mesmerismo era de ordem pessoal que o colocava como aliado das práticas subversivas, como a magia e o espiritualismo, a instituições suspeitas, como a maçonaria, associava-se a noções indesejáveis, como as renascentistas, e acabava questionando pontos centrais da ordem regulatória vigente, fosse em termos de uma epistemologia cartesiana, fosse em termos da própria estratificação social ou da autoridade médica. Dentro desse quadro, observa Medeiros (2000) que as influências exercidas por Mesmer, a heterodoxia das suas práticas e o fundamento das suas crenças, são, entretanto, pontos importantes que podem testemunhar a importância e contemporaneidade e que, pelos estudos ora realizados, chegou-se a conclusão tratar-se Mesmer do precursor dos métodos hipnóticos que passaram a ser desenvolvidos a partir dele no séc. XIX pelo médico escocês James Braid Mesmer (1795-1860), bem como da utilização da técnica terapêutica preocupado com a cura das pessoas.

REFERÊNCIAS
DARNTON, Robert. O lado oculto da revolução: Mesmer e o final do Iluminismo na França. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1988.
FIGUEIREDO, Paulo Henrique. Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos. Bragança Paulista (SP): Lachâtre, 2005.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MEDEIROS, Alexandre. Mesmer a doutrina do magnetismo animal no século XVIII. I Simpósio Latino-Americano da Ioste. São Paulo, USP, fevereiro de 2000.
NEUBERN, Maurício. Sobre a construção da marginalidade no mesmerismo. Revista Psico, v. 39, n. 1, pp. 106-112, jan./mar. 2008.
ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. São Paulo: Zahar, 1998.
SANTOS, Maria Siqueira. Elementos alquímicos na teoria magnética de F. A. Mesmer. Congresso de História das Ciências - História Social pela UEL. Disponível em http://www.sbhc.org.br/resources/anais/10/1345055132_ARQUIVO_MariaSiqueiraSantos_13CongressodeHistoriadasCiencias.pdf. Acesso em 16 fev 2013.
ZWEIG, Stefan. A cura pelo espírito: Mesmer, Mary Baker-Eddy, Freud. Rio de Janeiro: Guanabara, 1930.
 
Nara Salles na formatura dos alunos e alunas de teatro no ano de 2008. Fotos: Erick Drakun

NARA SALES é doutora em Artes Cênicas. Mestre em Antropologia Cultural. Professora da Unidade Acadêmica CHLA/UFAL nos cursos de Teatro e Dança..Coordenadora do Pólo Arte na Escola Alagoas e NACE-Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares. É coordenadora da Escola Técnica em Artes e do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares - NACE.
É idealizadora do novo curso de dança contemporânea da UFAL e responde pelo projeto Pólo Arte na Escola no estado. A sua tese de doutorado teve a temática “Sentidos: Uma Instauração Cênica - Processos criativos a partir da poética de Antonin Artaud”, defendida na PPGAC/UFBA, em Salvador, 2004.

Nara Salles dançando em “Fragmentos”.

Nara Salles atuando em “O Longo caminho que Vai de Zero a Ene”.

Nara Salles em “Ele, Artaud” com o Grupo Totem de Recife.

Nara Salles na performance “Objeto Objetivo”. Foto de Celso Brandão.

Nara Salles em Conta Gotas, performance criada por ela e Angelica Costa, para o Grupo Naguã, em Recife.

Nara Salles em “Rituais”, teatro em Riacho Doce- Maceio. Foto: Erick Drakun

Nara Salles com teatro na Rodoviária de Maceió - Foto: Erick Drakun

Nara Salles participando de rapel na ponte do Reginaldo, em Maceió, janeiro/2008. Foto: Erick Drakum

Nara Salles participando de rapel na cachoeira de Viçosa - Foto de Erick Drakun

Em Branco - Saudáveis Subversivos e Sentidos - Glauber Xavier e Nara Salles - Instauração Cênica Em Branco é uma reflexão sobre o mundo pós-moderno com tema humanista e é um repudio aos assassinatos que acontecem naturalmente pelo mundo inteiro e passam - em branco, trazendo a banalização da morte. A cena é uma intervenção visual-sonora no espaço urbano, onde os performáticos trabalham com ação/reação ao serem atingidos por uma espécie de atiradores de elite imaginários, caindo ao chão e "deixando marcas de uma perícia policial passageira" e a partir daí criam uma série de elementos visuais efêmeros que são, num tempo indeterminado, absorvidos pelo movimento urbano. A instauração no seu decurso provoca reflexões nas pessoas que vivem a urbanidade. Este videodança de Glauber Xavier é composto a partir da instauração dirigida por Nara Salles. Esta obra é link de interação entre os SS e a Cia. Sentidos Teatro, Dança e Artes-visuais. Nara Salles, aqui a nossa homenagem!!! 

MIRIANÊS ZABOT

Foto-Prosaico/Mirianês Zabot

MIRIANÊS ZABOT – Dona de uma lindíssima voz e de uma beleza encantadora nos seus 27 anos de idade, a cantora gaucha radicada em São Paulo, Mirianês Zabot, começou a cantar aos treze anos, em 1994. Ela integrou o Coral Municipal de São Domingos do Sul e, mais tarde, do Coral da Universidade de Passo Fundo.Também fez parte das bandas de baile Santa Mônica, Ritual Show e Inovação Arte & Show e de bandas como The Cover Band (de disco e pop-rock), Flor de Cactos (de MPB), Rastureza (de Reggae), Maria do Cangaço (de Forró), do quarteto Vitor, Lara, Giu e Mirianês e o grupo vocal Tebanos do Igaí. Participou de diversos trabalhos nas bandas Agência, Aplauso, Trilhas, Tahoma e Opus Triu. Apresentou-se também com diversos músicos e participou em gravações. Paralelamente, iniciou seus estudos em técnica vocal na Universidade de Passo Fundo - RS. Em 2006, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde estudou canto na EM&T e também com a cantora Izabel Padovani. Escreveu críticas de cds, para a revista Cover Baixo e fez parte do Coral da Rede Globo de Televisão no Carnaval 2008.A sua trajetória se delineia em shows, festivais, bares, corais, diversas bandas, experiências em estúdio, sem contar o espetacular talento se sobressai determinado sua arte. No seu currículo dela consta a participação ao OctOpus I, cd solo de Galdino, violinista d' O Teatro Mágico, cantando a música Hedonista.Ela também é professora de canto e musicalização infantil, atua também como cantora em shows e gravações. Ela lançou seu cd 'MOSAICO FOTO-PROSAICO', em 2009, que conta com a produção e contrabaixo de Itamar Collaço (Zimbo Trio e Triálogo), arranjos e piano de Mário Boffá e bateria de Pérsio Sápia, além das músicas inéditas de seu CD, ela interpreta canções de grandes ícones da nossa música. Para conferir o talento desta excelente cantora e belíssima artista, acesse o seu site www.mirianeszabot.com.br e, também, o www.myspace.com/mirianeszabot.



ELAINE GUEDES – a cantora, escritora e compositora Elaine Guedes, estudou canto no Conservatório Brasileiro de Musica, no Rio de Janeiro e também teoria musical, violão e canto na Escola de Música Villa Lobos. Participou da banda Rastaquera e do cd “Elas cantam Caetano”. Gravou seu primeiro disco “Comer” pela Niteroi Disco e depois vieram “Elaine Guedes”, 1998; “Sem pressa”, em 2001; e “Ao vivo”, em 2004.


ELEONORA FALCONE – A cantora, compositora e atriz paraibana Eleonora Falcone vem ganhando espaço no cenário musical brasileiro com a sua ensolarada interpretação recheada de estilos e relações que vão da musica contemporânea às influências do pop, do jazz, das raízes nordestinas e da musica brasileira da melhor qualidade. Ela já integrou o coro da Orquestra Sinfônica da Paraiba, sob a regência de Aylton Escobar. Gravou seu primeiro cd em 1999, Apetite. E em 2007, lançou o cd Eu tenho um pedaço de sol que guardo comigo desde menina. Maravilhoso o seu site: www.eleonorafalcone.com.br. Contatos: Pedro Stoyandvith www.eleonorafalcone.com.br contato@eleonorafalcone.com.br Telefone (83) 9302-9292 | 3226-2736


JULIANA FARINA – A cantora gaucha Juliana Farina é uma das promessas na musica brasileira. Ela tem uma estrada que começou na infância quando integrou o grupo de danças Dente de Leite do CTG – Centro de Tradições Gaúchas e desde então cantava nas brincadeiras da escola. A partir disso passou a ser vocalista da banda Karisma e depois das bandas Realce, Novo Tempo, Santa Maria, Rhara e Búfalo, bandas essas que abriram shows de Luis Miguel, Tim Maia, Ed Mota, Pepê e Neném, Ivete Sangalo e Latino. Durante esse período formou-se em Fonoaudiologia pela UFSM – Universidade Federal de Santa Maria e, depois, seguiu carreira solo quando foi convidada pelo cantor Bebeto para abrir seus shows para amigos no Recreio dos Bandeirantes. Aí vem toda uma trajetória: participa do concurso Pop Star do SBT – Sistema Brasileiro de Televisão, ganha o concurso musical Let´s Sing, promovido pelo jornalista Gabriel Ícaro para novos talentos na internet, foi a primeira voz na Cidade da Música Roberto Marinho, com happy hours promovidos para os engenheiros e funcionários da construção da obra; fez uma participação especial no show da cantora Gisele Santos na abertura do show do grupo Revelação na festa de São Jorge em Santa Cruz – RJ; fez shows, participou de shows e gravou seu primeiro cd autoral, “Paradoxal” com 11 músicas feitas especialmente pelo compositor e produtor Fernando Bem. Para conhecer melhor seu trabalho acesse: http://julianafarina.com/

DANI GURGEL – a cantora, compositora e fotógrafa paulista Dani Gurgel tem desenvolvido um sério trabalho que tem como base o seu trabalho autoral e de novos compositores da música brasileira. Ela que estudou na CLAM do Zimbo Trio, tocando desde criança saxofone e flauta, e integrando a Banda CLAM. Depois integrou a Ulm, regida por Roberto Sion. Depois da banda da Escola Domus. Daí, formada em Comunicação Social pela ECA-USP, concluindo o curso com um trabalho experimental digital. Hoje, quinta, 11 de setembro, ela se encontra ao lado de Vinicius Calderoni, em única apresentação, num show com canções que integram o primeiro disco de Vinicius, Tranchã (2007), e outras que integrarão o novo disco de Dani, Nosso, com lançamento previsto para outubro de 2008. Amigos desde os tempos de colégio, Dani e Vinicius chegam escudados por um quinteto que inclui Conrado Goys (violão e guitara), Daniel Amorin (contrabaixo), Zé Godoy (piano), Thiago Rabello (bateria) e André Kurchal (percussão). Além de canções de seus respectivos discos, eles prometem apresentar canções inéditas de autoria própria e outra músicas de autores da mesma geração, num show autoral que traz um significativo panorama desta nova safra da música brasileira contemporânea, da qual Dani e Vinicius fazem parte. Dani Gurgel e Vinicius Calderoni 11 de Setembro – Quinta Feira 22h Ao Vivo Music (Rua Inhambu, 229 – Moema Tel: 5052-0072 5531-8398) Info: musica@danigurgel.com.br ou contato@viniciuscalderoni.com.br Veja mais Dani Gurgel.




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