A arte da artista inglesa Tracey Emin. Veja mais aqui.
LITERÓTICA: QUARTO POEMA DE AMOR PARA ELA – Art by Tracey Emin - O
quarto poema de amor nasceu numa noite fria. Nasceu duma fantasia que eu
sonhava então. Apesar de ser verão, chovia longamente. Foi então no de repente
que sonhei, ave-Maria. Eu já sabia porque ela passeia nua de dia e na noite da
minha vigília e nos capítulos dos meus sonhos mais medonhos. Sempre nua e minha
e toda etérea, vem pousando toda aérea na atmosfera que anoitece. Aí o seu
encanto me embevece e tudo em nós nos apetece, nada engilha, tudo enrijece,
sorvo muito e bocadão. É de endoidar qualquer cristão porque o beijo da sua
boca é o mais gostoso. O seu jeito a se entregar é tão demais delicioso, chega
perco a vida e a noção. Isso é só provocação. Aí me torno cativo do carinho,
ela faz com que amocegue o seu caminho e lhe sirva de escravo e servil. Estou a
mais de mil e faço o que ela quiser. Dou-lhe tudo que tiver, dou-lhe posse e
poder. Até não ter mais o que e me tenha despojado, réu confesso e condenado,
dela todo poderio. Que desvario! Ela me soma em seus beijos quando em meus
desejos ela se subtrai. É tudo demais! A gente se enrosca e se retalha em posta
para servir de prazer. A gente abre as comportas, escancara todas as portas,
todo limite a vencer. Aí me chama na grande e brame louca a valer, me explora
pra sobreviver, a me fazer servo e senhor. E me faz seu pirão, me chama de bestão
e me joga no seu balaio. Inda diz: ai, ai, meu papagaio! E a coisa dá na
canela, de apertar todas as costelas, de desmaiar de paixão. E me faz seu
refrão e quero que ela me ame como a musa de Modigliani, se entregue ronronando
entrecortadas frases, feito Amy Winehouse com toda inquietude e deixe a minha
morenice na sua branquitude sem que me visse pelas pernas entreabertas, eu que
sentisse minha farra ereta no seu corpo lavado pelo estupor e o meu cio a chave
certa, o seu grunhido e o seu sabor. Isso é que é show! Ela é linda e nua na
minha loucura! É de fato. É como um retrato de valor que emoldura com torpor a
candura do amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - Tomando em sua mão algumas sobras do mundo, o homem
pode inventar um novo mundo que é todo dele. A arte começa pela transmutação e
continua pela metamorfose. Pensamento do historiador e teórico francês Henri
Focillon (1881-1943). Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: PESADELO –[...] De acordo com a visão dialética do mundo, a
contradição é o núcleo da vida. [...] Somos
todos seres humanos. Nas ditaduras, alguns são algozes ou cúmplices. Outros,
mártires ou heroius. A maioria, radicalmente vítimas. [...]. Trechos
extraído da obra Pesadelo: rememorando
uma prisão política (Bagaço, 2003), de José
Nivaldo, relatando as agruras vividas por uma família após o sequestro de
um filho pelos militares em 1973, com depoimento pungente do pai, que sofreu um
calvário no Recife, simultaneamente ao que acontecia com milhares de outras
famílias no resto do país.
A ARTE – [...] A obra de arte também é em primeira instancia gênese, nunca pode ser
vivenciada (puramente) como produto [...] o visível não passa de um exemplo isolado, em relação ao universo todo,
e de que outras verdade, latentes, encontram-se em maior número. As coisas
assumem um sentido mais amplo e variado, que parece muitas vezes contradizer a
experiência racional de ontem. É preciso que haja uma substancialização do
ocasional. [...] A arte como uma
parábola da criação. Ela é sempre um exemplo, assim como o terrestre é um
exemplo do cósmico. [...] Não é fácil
encontra seu caminho num todo que se compõe de membros pertencentes a dimensões
diferentes. E tanto a natureza quanto o seu reflexo transformado, a arte,
constituem um todo composto dessa maneira. [...] Trechos extraídos da obra Sobre a arte moderna e outros ensaios
(Zahar, 2001), do pintor e poeta suíço naturalizado alemão Paul Klee
(1879 - 1940). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
VIAJAR NO AMOR – [...] Acredito que a
maioria de nós, de fora, por exemplo, da tradição de construção ou organização de
vida dominante nos Estados Unidos, somos “viajantes do mundo” por uma questão
de necessidade e sobrevivência. Parece-me que habitar mais de um “mundo” ao
mesmo tempo e “viajar” entre “mundos” faz parte de nossa experiência e de nossa
situação. Podemos estar ao mesmo tempo num “mundo” que estereotipicamente nos
constrói como Latino/a, por exemplo, e num “mundo” que nos constrói como
Latino/a. Ser estereotipicamente Latino e ser simplesmente Latino são formas
diferentes e simultâneas de construção da pessoa que fazem parte de “mundos”
diferentes [...] A passagem entre ser uma pessoa e ser outra pessoa
é o que chamo de “viagem”. Essa passagem pode não ser desejada ou mesmo
consciente (...) Não é uma questão de
representação. Não se assume a postura de outra pessoa, não se finge ser, por
exemplo, alguém com uma personalidade ou caráter diferente, ou ainda alguém que
usa o espaço ou a linguagem de forma diferente. O que se pode ser, na verdade,
é alguém com esta personalidade ou caráter, ou alguém que usa o espaço e a
linguagem de um modo específico. Não há como se referir a um certo “eu” essencial
oculto. Não se experiencia um “eu” profundo. [...] Trechos de
Brincadeira, mundo: viajar e percepção amorosa (Hypatia, 1987), da
filósofa, ativista e professora argentina Maria
Lugones.
A POESIA – [...] É só na
poesia que a língua revela todas as suas possibilidades, pois ali as exigências
que lhe são feitas são as maiores: todos os seus aspectos são intensificados ao
extremo, alcançam seus limites, é como se a poesia espremesse todos os sucos da
língua que, aqui, se supera a si mesma. O artista liberta-se da língua na sua
determinação linguística não ao negá-la, mas graças ao seu aperfeiçoamento
imanente. [...]. Trecho extraído da obra Questões de literatura e
estética (Hucitec, 1988), do filósofo e pensador russo teórico da cultura e das
artes Mikhail Bakhtin (1895-1975). Veja mais aqui e aqui.
A CARNE DE RENÉ – [...] O grande dilema era se
comunicavam a Ramón que seu filho tinha sido expulso da escola ou se
apresentavam, na cerimônia, sua carne analfabeta. Era ultima opção era possível:
o objetivo da cerimônia era precisamente demonstrar aos pais e professores que
os corpos dos novatos estavam perfeitamente dotadas para o serviço da dor.
[...] Trecho extraído da obra A carne de
René (ARX, 2003), do escritor cubano Virgilio
Piñera (1912-1979).
SOL OCÍDUO - O tojo,
que na rocha, enfeitando-a, se apruma, / Redoura os alcantis, que o sol poente
ilumina; / Longe, eterno, a alvejar numa franja de espuma, / O mar sem fim
começa onde a terra termina. / Tudo em torno é silêncio, e se apaga, e se
esfuma; / O homem recolhe à choça, o pássaro não trina; / Somente um
campanário, em vibração na bruma, Junta ao rumor do oceano a prece vespertina.
/ Do vale, da planície e da quebrada, estranho, / Sobe, agora, um confuso e
longínquo murmúrio / De pastores levando ao redil o rebanho. / Roxo manto de
sombra o horizonte recama / E o sol poente, num céu angustiado e purpúreo, / Fecha
as palhetas de ouro ao seu leque de chama.
Poema do poeta cubano José Maria
de Heredia (1842-1905).
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Imagens recolhidas no blog Canto Paisano.
MUSA TATARITARITATÁ: JOSIELE CASTRO – A bela gaúcha Josiele Castro é produtora cultural e advogada pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil. Ela edita o blog Canto Paisano dedicado à cultura gaúcha. Hoje é o aniversário dela, por isso ela foi eleita pela torcida do Flamengo, do Sport Clube do Recife e de toda galera ginocrata daqui como a Musa Tataritaritatá de Agosto.
Veja mais Musa Tataritaritatá e outras homenagens no Crônica de amor por ela e na campanha Todo dia é dia da mulher.
Veja
mais sobre:
Das
decepções com as mazelas na vida, Luís da Câmara Cascudo, Noam Chomsky, Hector Babenco, Frieze Magazine, Marília Pêra, Maria Luísa Mendonça, Xuxa Lopes, Sara
Bareilles, Danielle Winits, Enki Bilal & O rabicho da Geralda aqui.
E mais:
A
explosão do prazer & Zine Tataritaritatá aqui.
Desenvolvimento
Psicossocial & Justiça à Poesia aqui.
A mulher
e as relações de gênero aqui.
A
mulher, a Lei Maria da Pena & Ginocracia aqui.
Paulo
Freire & a Pedagogia do Oprimido aqui.
Satyricon
de Petrônio aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!!!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.