SEM HORA & DO FALO À FALA – Entre os poemas da
poeta, administradora e especialista em logística estratégica Lou Vilela, oriundos do seu maravilhoso
blog Nudez Poética: Pulsao ventre, caem os véus, desnuda-se em poesia, destaco, inicialmente, o poema Sem hora:
O poema chegou-me pronto, vermelho
/ Trazia um brilho no olhar /E nos amamos, / tocados / Pela fúria do instante.
Também o seu poema Do falo à fala: Meio loucas, meio santas / Rimam alternância / Lua / Sol / Meio putas,
meio mantras / Freud em si / Menor / Bemol / Da penumbra à(o) Alvorada / Fiam
rapadura / Dão a cara à tapa / Parem rouxinol. Veja mais aqui.
O INSTINTO DA
LINGUAGEM – A obra O
instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem, de Steven Pinker
aborda questões acerca do instinto para adquirir arte, tagarelas, mentalês,
funcionamento da linguagem, palavras, os sons do silêncio, cabeças falantes, a
Torre de Babel, o bebê nasce falando, órgãos da linguagem e genes da gramática,
o Big Bang, os craques da língua, o design da mente, entre outros importantes
temas. No primeiro capítulo, denominado Um
instinto para adquirir uma arte, o autor aborda o poder de moldar eventos
no cérebro com precisão entre seres humanos no milagre da sociabilidade da
linguagem, por meio de combinações de ideais novas e precisas que surgem na
mente do outro no ato da combinação, entrelaçando a experiência humana e
destacando o instinto para aprender, falar e compreender a linguagem. Parte da
ideia básica de Darwin de que “A linguagem é uma arte” e dos propósitos
linguísticos de Noam Chomsky, propondo uma investigação das combinações das
palavras de uma gramática mental que faz parte da gramática universal inata,
abordando desde o DNA na construção do cérebro até a manifestação da linguagem
jornalística na contemporaneidade. Nessa parte do livro enfatiza o autor a
linguagem como a capacidade notável de moldar eventos no cérebro com precisão
por meio das combinações de ideias e palavras, destacando a língua falada como
o motor da comunicação verbal na rede trocas de informações. No segundo
capítulo, intitulado Tagarelas, o autor
aborda desde as algaravias, dialetos, línguas e falantes, até aos genes da
gramática, demonstrando que a linguagem complexa é universal porque as crianças
a reinventam de geração em geração e destacando a flexibilidade da inteligência
humana para estratégias de aprendizagem geral, a partir do mamanhês, dos
pidgins e sua crioulização, a Língua de Sinais, até a metáfora da Torre de
Babel. No terceiro capítulo, Mentalês, ele inicia a abordagem a partir da
Novalingua e da Antilingua da obra de George Orwell para desenvolver suas
ideias acerca dos tipos de processadores e de representações contidas no
cérebro humano. No quarto capítulo, Como
a linguagem funciona, o autor esboça ideias acerca do pensamento de
Ferdinand Saussure sobre a arbitrariedade do signo, a língua como uso infito de
meios finitos de Wilhelm Von Humboldt, Mark Twain e o nonsense do séc. XIX, o
Jaguadarte de Lewis Carroll, a teoria dos princípios e parâmetros e o conceito
de estrutura falante de Noam Chomsky para, a partir dessa abordagem apresentar
o dicionário e a gramática mentais dentro de um design de gramática formado a
partir da vastidão da linguagem baseada nos autores William Faulkner, James
Joyce e Bernard Shaw, e o código autônomo em relação à cognição, fazendo um
comparativo com os princípios da combinação gramatical com os princípios da
combinação genética dentro de sistemas aglutinantes. Passa então a tratar sobre
os mecanismos de cadeias de palavras do modelo de estudos infindos de Markow e
a interdependência agregativa indutiva a partir dos poemas de Stephane
Mallarmé, para esboçar a ideia de que a língua humana baseia-se numa enorme
cadeia de palavras armazenadas no cérebro ao considerar que a mente humana foi
desenvolvida para usar estruturas de dados e de variáveis abstratas, razão pela
qual afirma que a aprendizagem é causada pela complexidade da mente. No quinto
capítulo, Palavras, Palavras, Palavras,
Pinker vai demonstrar que a gramática é a capacidade de transmitir uma
quantidade infinita de ideias com número finito de regras: as pessoas são
criativas com as palavras, vez que as possuem uma regra mental para produzir
palavras novas, propondo, portanto que a língua é um sistema combinatório
discreto. Passa então a abordar sobre gramática, morfemas e fonemas, sistemas
de regras vocabulares e sintagmáticas, morfologia, sintaxe, a psicologia das
regras linguísticas, a teoria da estrutura vocabular, listema, memorização,
truques mnemônicos, onomatopeias, habilidades miméticas, homônimos e sinônimos.
Aborda, ainda, as ideias de gramática de Marguerite Yourcenar, a psicologia do
desenvolvido de Peter Gordon, o signo arbitrário de Ferdinand Saussure e o
escândalo da indução de Quine. Com isso, entende o autor que a palavra é
construída a partir de partes morfológicas, sendo, pois, um objeto linguístico
e um fragmento memorizado da sequencia de material linguístico arbitrariamente
associado a um significado particular. Para ele, a palavra é o símbolo
quitessencial e bidirecional compartilhado para transformar significa em som ao
falar e som com significado ao escutar. Ou seja, a vinculação da palavra ao
conceito: rotulando um tipo de coisa. No sexto capítulo, Os sons do silêncio, fala do aparelho fonador, diapasão,
ressonância, sistema emergencial de radiodifusão, o simbolismo fonético, das
ondas senoidais, o efeito Mcgurk, orônimos, a percepção e decodificação da
fala, o mecanismo físico e neural da fala, a dualidade de padrões de Charles
Hockert, onda sonora, algaravias, glossolalia, padrão sonoro, regras
fonológicas, acústica, ambiguidade, redundância e conjunto de ressonâncias, a
teoria da percepção da fala, a escrita e a língua. Destaca a observação de
Bernard Shaw ao mencionar que “Há duas tragédias na vida. Uma é não realizar
seu desejo mais profundo. A outra é realizá-lo”. Para o autor as sentenças e
sintagmas compõem-se de palavras, as palavras de morfemas e morfemas de
fonemas. O fonema corresponde ao ato de produzir um som. Entende, então, que a
fala é uma matriz multidimensional e que o som falado é uma combinação de
gestos. A língua funciona por meio de um sistema combinatório, as
regras fonológicas facilitam a articulação. No sétimo capítulo, Cabeças falantes, trata dos temores da
sociedade acerca da substituição humana pela máquina inteligente capaz de
roubar seus postos de trabalho, desde a lenda medieval judaica do Golem até Hal
e a Odisseia no espaço, assegurando que os temores da automação são
improcedentes. A partir disso ele assinala que a compreensão de uma frase é uma
tarefa difícil por envolver sujeito, verbos, objetos e agrupamento de palavras
em sintagmas, entre outras complexas atividades realizadas, entendendo que a
gramática é um código ou protocolo, uma base de dados estática que especifica
os tipos de sons correspondente a significados, trazendo à tona a metáfora do
encanamento: as ideias são objetos; as frases, recipientes; e a comunicação, o
transporte. E arremata: comunica é uma ação apoiada entre ouvintes e falantes.
No capítulo oitavo, A torre de babel,
o autor trata das diferenças das línguas, assinalando, com base em Brenberg, a
existência de 45 línguas universais. Na dimensão de padrões universais,
assinala o autor que as línguas possuem uma única origem que descende da
protolíngua que se conservou em todas elas algumas de suas características.
Para tanto observa que todas as línguas possuem um vocabulário composto de
milhares de vocábulos distribuídos em classes gramaticais que incluem
categorias como substantivo e verbo e que possuem processos de diferenças na
variação, hereditariedade e isolamento. Denuncia nessa parte do livro a
extinção de línguas causando prejuízos à diversidade: o gás paralisante
cultural de Kraus. Enfim, conclui esta parte com o entendimento de que as
línguas são perpetuadas pelas crianças que as aprendem. No nono capítulo, Bebê nasce falando – descreve céu, o
autor abre essa parte com o caso noticiado da bebê Naomi, filha de Theresa
Montefusco, de 18 anos de idade, que nasceu falando e contando experiências do
céu. Ainda aborda os casos da lenda de Rômulo e Remo, de Mogli de Kipling,
Genie e os pidgins, a deficiente auditivo Chelsea, de Victor de Aveyron,
Kamala, Amala e Ramu. Traz a citação de Vladimir Nabokoh: “Penso como um gênio,
escrevo como um autor prestimoso e falo como uma criança” e reitera: a
linguagem é a quitessência da atividade social e que sua aquisição normal se dá
entre os 6 anos de idade até a puberdade. No décimo capítulo, Órgãos da linguagem e genes da gramática,
o autor aborda a questão sobre a capacidade de aprender gramática atribuída a
gene, satirizando os jornalistas e os anúncios de facilidade de melhoria da
gramática. Aborda, então, sobre a faculdade da linguagem articulada com o
hemisfério esquerdo do cérebro, baseado em Paul Broca, na área de Wernicke e
nos giros angular e supramarginal. Para, então, no décimo primeiro capítulo a
tratar sobre o Big Bang, tratando
sobre a exclusividade da tromba dos elefantes e o questionamento acerca da
incompatibilidade do instinto da linguagem na teoria de Darwin. Trata então do
sistema de comunicação animal, considerando um repertorio finito de chamados,
um sinal analógico contínuo e as variações aleatórias. Assevera que pelo
sistema combinatório discreto da linguagem, a gramática se torna infinita,
digital e composicional. No décimo segundo capítulo, Os craques da língua, o autor vai categorizar as sapiências e
eminências gramaticais em craques, observadores, Jeremias e sábios, destacando
entre estes últimos Safire. Nessa parte, trata das regras prescritivas adotadas
pela escola e as descritivas adotadas pelos cientistas, observando que as
regras não se conformam nem à lógica nem à tradição, e que são usadas apenas
para diferenciar a elite da ralé culpando os iletrados funcionais pelo estorvo
de não se conhecer a própria língua. Por fim, no décimo terceiro capítulo, O design
da mente, o autor vai concluir que a linguagem é a parte mais acessível da
mente, destacando as complexas interações do povo universal de Donald Brown,
defendendo a ideia de aprende-se mais fora da sala de aula pela generalização
por similaridade: o senso de similaridade inato e a ubiquidade da linguagem.
Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIA
PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente
cria a linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
Veja mais sobre:
Da semente ao caos, Lasciva na Ginofagia & a arte de
Vanice Zimerman aqui.
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