A arte
da pintora polonesa-dinamarquesa Anna Maria Elisabeth Lisinska
Jerichau-Baumann (1810-1881).
DITOS & DESDITOS – A linguagem nunca
é inocente: as palavras têm uma memória segunda que se prolonga misteriosamente
no meio de significações novas. Pensamento do escritor, sociólogo, filósofo, semiólogo e
crítico literário francês, Roland Barthes (1915-1980). Veja mais aqui,
aqui & aqui.
ALGUÉM FALOU: O
futuro está lá... olhando para nós. Tentando entender a ficção em que teremos
nos tornado. O tempo se move em uma direção, a memória em outra. Como eu tenho
dito muitas vezes, o futuro já chegou. Só não está uniformemente distribuído.
Pensamento do escritor e roteirista américo-canadense William Gibson, conhecido de profeta noir do cyberpunk que
cunhou o termo ciberespaço em seu conto Burning Chrome, na sua trilogia Sprawl.
TENTE, INSISTA – Tenta.
Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor. As
palavras são manchas desnecessárias sobre o silêncio e o nada. As lágrimas do
mundo são inalteráveis. Para cada um que começa a chorar, em algum lugar outro
para. O mesmo vale para o riso. Sim, a partir do
momento em que se conhece o porquê, tudo se torna mais fácil, uma simples
questão de magia. O apelo
que ouvimos se dirige antes a toda a humanidade. Mas neste lugar, neste
momento, a humanidade somos nós, queiramos ou não. Aproveitemos enquanto é
tempo. Representar dignamente, uma única vez que seja, a espécie a que estamos
desgraçadamente atados pelo destino cruel. Não
falemos mal, então, dos nossos dias, não são melhores nem piores dos que os que
vieram antes. Não falemos bem, tampouco. Não falemos. A arte sempre foi isto - interrogação pura,
questão retórica sem a retórica - embora se diga que aparece pela realidade
social. Todos nós nascemos loucos. Alguns permanecem. Pensamento
do escritor irlandês Samuel Beckett
(1906-1989). Veja mais aqui e aqui.
DEUS NASCEU NO EXÍLIO – [...] Podíamos
viver em paz, se não tivéssemos medo uns dos outros. O medo faz-nos falar
linguagens diferentes. E a vida torna-se numa guerra sem fim, a vida é a
guerra, cada vez mais, a cada dia que passa. E fabricam-se armas em vez de se
inventarem palavras de paz [...]. Trecho
extraído da obra Deus nasceu no Exílio
(Flamboyant, 1961), do escritor romeno Vintilă
Horia (1915-1992). Veja mais aqui.
POESIA - Choveram-me
lágrimas limpas, ininterruptas, / Na minha infância campestre, celeste, / Na
mocidade de alturas e loucuras, / Na minha idade adulta, idade de desdita; / Choveram-me
lágrimas limpas, ininterruptas… Poema do escritor polonês Adam Mickiewicz (1798-1855).