terça-feira, dezembro 04, 2018

ROBERTO CREMA, OTTO DIX, MARIA GADÚ & FOTOGRAFIA CRIATIVA DE MACEIÓ


OUTRO CANTO – Imagem: arte do pintor expressionista alemão Otto Dix (1891-1969). - Renasço a cada instante com o mormaço da tarde que sorri dentro de mim e o aguaceiro estival vespertino lava o peito os olhos para o rio que vou vida afora. E tudo me ocorre a cada instante, pancadas ouço e outras mais ouvi da noite ao dia por sonhos de olhos abertos e os que se perderam pela madrugada, enquanto o mundo a girar no tempo que passa, sempre atento para que o inusitado nunca me escape e aprenda a cada momento o que é para viver. Persigo a esperança de cabeça erguida céu aberto e olho para trás pra saber o que foi que fiz e deixei, para cada lado o átimo quem sabe de mãos ocultas em auxilio apontem alguma direção, e para baixo as pedras que se arrepiam ensinando os pés a segura caminhada, para cima o que não acaba nunca mais a orientar na imensidão e para frente o que posso ir e não sei e voo pro que der e vier. E canto na caminhada anos a fio medindo o silêncio na rota asfixiada pelos conflitos do meu tempo que são muitos e outros na minha terra, um deserto em derredor entre pressas e retardos, de apodrecer antes de madurar, cenários que vem e ficam onde sempre estiveram e mudam de lugar, umbrais para atravessar, nasceres e morreres da travessia. Persisto da esperança e sei certo dia por ali passou a morte, eu vi os nomes lidos no chão, ninguém sabe, renasceram comigo e encheram meu canto como se minha fossem as muitas vozes e agora uma só para que seja até mais. O meu canto enfim entoando minha última escrita, os meus últimos versos vão soltos nas asas das minhas mãos até onde for. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] Hoje sabemos o quanto nos desviou da saúde integral a concepção moderna que dissociou o corpo da alma e do espírito. Perdemos a coesão e a congruência; mais do que isto, perdemos a transparência. A fragmentação epistemológica também refletiu-se no indivíduo e na sociedade, separando o organismo do meio ambiente, enfatizando as fronteiras e os conflitos. [...] Temos sido modelados para a especialização e o especialista fechado é a pessoa que perdeu o olhar aberto, simples e natural. É alguém com a nuca rígida, a “cerviz dura”. Que perdeu a flexibilidade de olhar para os lados, para cima, para baixo e para trás. É alguém com uma viseira, cujos cacoetes adquiriram status. Neste olhar estreito e minimizado, o inusitado nos escapa. Perdemos o deslumbramento, o espanto essencial. No caminho viciado e repetitivo, a estagnação assassina o milagre do servir. Escapa-nos o poder inocente do arquétipo da Criança Divina. Na tumba do conhecido padecemos, já não nascemos mais para “a eterna novidade do mundo”. [...].
Prefácio do antropólogo e psicólogo Roberto Crema, na obra O corpo e seus símbolos (Vozes, 1999), de Jean-Yves Leloup. Veja mais aqui, aqui e aqui.

A ARTE DE OTTO DIX
A arte do pintor expressionista alemão Otto Dix (1891-1969).

AGENDA:
I Encontro de Fotografia Criativa em Maceió & muito mais na Agenda aqui.
&
A cidade mulher amada, Wilhelm Brasse, Raimundo Carrero, Reina María Rodríguez, Adelina Nishiyama, Nutrição & Alimentos de Jacques Diouf, Sanharó, Gilberto Gil & Yuja Wang aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio Tataritaritatá a música da cantora Maria Gadú: Shimbalayê, dois shows ao vivo na Ilha Verão e ao vivo com Lenine no Jazz Tour & muito mais nos mais de 2 milhões & 900 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja aqui.