quarta-feira, dezembro 05, 2018

MARIA LAINÁ, STOCKHAUSEN, EPIFANIO BEZERRA & ANA DE FERRO


AS ARTESANIAS DE EPIFÂNIO – Imagem: arte do artesão Epifanio Bezerra. - Durante a edição do Pintando na Praça deste ano, tive a grata surpresa de encontrar um trabalho artesanal que me chamou atenção. De quem é esse trabalho? E me disseram tratar-se de um jovem palmarense que tinha um nome familiar. Fotografei as peças e disse aos amigos que quando ele aparecesse gostaria de bater um papo. O evento se desenrolou, conversa vai e vem, gente que só, muitos para rever e abraçar, reencontros dos bons, afora ter de subir ao palco do anfiteatro para desafinar e trastejar minhas loas do cantarau, a exemplo do que fiz na edição anterior do evento. Lá pras tantas, eu totalmente empolgado com a festa, atendi ao chamamento do amigo João Paulo de Araújo, que me apresentou Epifânio. Gente que vinha e passava falando comigo, pilhérias, folganças, saudações, isso me deixou atordoado a ponto de não entender direito quem o parente conterrâneo do apresentado. Conversamos rapidamente, voltei ao expositor de suas obras, tirei novas fotografias e destaquei uma delas na edição do blog sobre o evento (Veja detalhes aqui). Foi preciso que o amigo João Paulo marcasse posteriormente um encontro com o Epifanio na Biblioetca Fenelon Barreto, para que me pudesse esclarecer as confusões que rondavam a minha cabeça. Foi exatamente aí que fiquei sabendo direito sobre o trabalho do artesão Epifanio Bezerra que, por coincidência, é neto do meu saudoso advogadamigo Epifânio, pessoa querida que muito me assistiu durante a adolescência e na minha condução ao curso de Direito, em Caruaru. Guardo na memória os momentos de risadagens que me proporcionou seu avô e das conversas com a sua avó Tânia, seu pai Epifaninho, sua mãe Jaciara, suas tias, especialmente a Vica que era bem doidona e privava da intimidade do meu lar. Saudade de todos. O jovem artesão Epifanio Bezerra concluiu o 2º grau na Escola Eliseu Pereira de Melo e participou de diversos cursos na área promovidos pela Fundação de Hermilo, participando hoje dos cursos de Serigrafia e Desenho do Instituto de Belas Artes Vale do Una. Ele desenvolve seu trabalho nas técnicas de papietagem, arame, cartonagem e origami, tendo realizado exposições em Recife, Ribeirão, Barra de Guabiraba e Palmares, integrante da Associação dos Artesãos Palmarenses. Também é instrumentista autodidata, tendo participado da Emosc – Santa Cecília, sob a maestria de Aluisio Farias de Oliveira, e tornando-se executante de instrumentos como violão, guitarra, baixo, gaita, flauta doce e sax alto. Nossa! Se ele sozinho tocar todos esses instrumentos, já seria uma banda e que podia ser chamada de Os Epifânios e, se preferir, juntar umas participações especiais de Epifanetes – nome dos bons para um conjunto desses de dança e muito som, hem? Fica a dica. Afora isso, ele também é lutador de artes marciais e enxadrista – se me sobrasse tempo a gente ia pruma partida de xadrez que há uma data lá longe não cometo, vontade é o que não falta. Fica valendo. Agora o que quero mesmo dizer aqui é do seu excelente trabalho de artesão, meritório de aplausos. Parabéns, Epifânio, por sua excelente arte. Vamos sempre juntos. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
NEM SEMPRE
Eu desprezo a poesia / nem sempre / quando o sangue bate nas paredes / quando as panelas estão quebradas no chão / e a vida escorregou / como uma bobina / Eu cuspo minha tristeza e completamente / poesia de desprezo / quando as cores atormentam minha alma / os azuis alaranjados e amarelos / Eu mantenho ódio e calmamente / poesia de desprezo / quando no meu estômago ele mergulha / o mergulhador dos seus olhos / Também / nem sempre / poesia de desprezo / quando eu sinto isso como uma espécie de ambição / achado raro / em um banco macio em uma sala futura.
PAR A PAR
A sombra não é luz / mas consegue vencê-la ; assim como a solidão não é amor / mas o confronta / de olhos abertos. / De olhos abertos / dentro da sombra / o amor vigia / nossa solidão.
Poemas extraídos da obra Mudança de Paisagem (Allagi Tioíou, 1975), da poeta grega Maria Lainá.

A ARTE DE EPIFÂNIO BEZERRA
A arte do artesão Epifanio Bezerra. Veja mais aqui.

AGENDA:
Ana de Ferro, a Raínha dos Tanoeiros, peça teatral do poema de Vital Corrêa de Araújo & muito mais na Agenda aqui.
&
Maravilha de viver, Emily Dickinson, Hannah Arendt, Adolfo Bioy Casares, Margaret Cho, Jin Shangyi, Tacaimbó, Escola Eliseu Pereira de Melo, Egberto Gismonti & Diana Damrau aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio Tataritaritatá a música do compositor alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007): Oktophonie, Stimmung, Inori & Sirius & muito mais nos mais de 2 milhões & 900 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui, aqui aqui.