ACORDA MATA SUL
– Mesmo tendo nascido em Palmares de
HermilAscenso & Darel+Tunga&Lagreca & poetartistas & doidos
gerais – já dizia Juareiz Correya: Palmares tem mais poeta que poste para
cachorro mijar -, sempre pintei e bordejei por Água Preta de Nelson Chaves, São
Bento de Alceu&Gilvan Lemos, Catende de Pelópidas, Capoeiras, São Benedito
do Sul, Gameleira, Quipapá, Maraial, Belém de Maria, Xexéu, Jaqueira, Bonito,
Camocin de São Félix, Barreiros, Rio Formoso, São José da Coroa Grande,
Sirinhaém, Ipojuca, Tamandaré, Joaquim Nabuco, Ribeirão, Escada, Cortês,
Primavera, Amaraji & até Vitória de Osman Lins & Pombos, Glória do
Goitá, Chã Grande e Chã de Alegria, pra lá de mais Nordeste afora Brasilzão todo
aberto de porteira escancarada. Ah, foi no Teatro Cinema Apolo que HéricAraújo
& sua equipe trouxe pra gente o seu projeto cultural Acorda Mata Sul, um projeto do tamanho dessa tuia de município e
que, segundo ela, é voltado para a sensibilização dos agentes e gestores
culturais da zona da Mata Sul de Pernambuco – incluindo aí a Mata Meriodonal
& a microrregião de Vitória de Santo Antão -, visando reforçar o
fortalecimento das atividades artístico-culturais de cada localidade. Ela já
passou por Maraial & Igarapeba, e em Palmares, o evento começou com poesia,
apresentação de um filme com depoimentos locais e, depois, muita gente foi lá pra
frente do palco pra lá de iluminado, depor sobre a situação de invisibilidade
das atividades artísticas e culturais da região. Não foi só uma mobilização,
mas, como ela expressa no prospecto do projeto, um encontro que se destina a
promover a troca de experiência entre agentes locais, estimulando o fortalecimento
dos projetos já existentes, explanando sobre os incentivos do Funcultura com
suas linhas de ação, acesso e informações, sugerindo formas que ajudem a
organizar as produções artísticas e culturais e, por consequência, fomento na
obtenção de renda a partir de outras ferramentas. Aplausos, aplausos, aplausos.
Eu estava lá curtindo tudo e aplaudindo, e não fiquei sozinho: comigo os
poetamigos Vilmar&Profeta&Ripe, Marquinh&Linaldo, Gilvan Mota &
Bonny&Cruel, Sil&Rute&Socorro, João
Paulo&ZéRodrigues&Onorato, e mais a estudantada do IFPE & de
artistas de Igarapeba & Barreiros. Foi pouca gente, foi; mas que importa, o
que valeu é que a HéricAraujo & sua trupe reacenderam na gente uma chama
que sempre se manteve acesa em cada um de nós participantes, mas que se
encontra há décadas adormecida pelo descaso das gestões públicas e pela nefasta
condução do mercado capitalista mundializante de sufocar as iniciativas
identitárias locais. A gente já sabia que fazer art&cultura no Brasil é
coisa ou pra doido ou pra quem não tem o que fazer de tanto levar cotovelada no
pau da venta, principalmente no Nordeste onde tudo é mais escasso que chega nem
dá pra minguar, avalie. Como a gente sempre foi de resistir publicando livros,
encenando peças teatrais, pintando quadros & o sete, cantando &
violando, dando murro em ponta de faca & nó em pingo d’água, teimando que
só de venta empinada & verso na língua & prosa nos dedos & pés, não
poderia ser diferente. E ela além de soprar o reacendimento desse fogo inextinguível
da gente de cometer artes & disparates, também mostrou que é possível fazer
algo mais de mãos dadas – um golpe no umbigocentrismo embandeirado de bloco do
eu sozinho -, fazendo valer aquela lição do Paulo Freire: ninguém se liberta
sozinho; ninguém liberta ninguém; pra libertação tem de haver comunhão. Aplausos,
tô dentro & vamos juntos, sempre. E vamos aprumar a conversa tomém. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
Sou suave e triste se idolatro, posso
abaixar o céu até minha mão quando
a alma do outro à alma minha enredo.
Pena alguma não acharás mais branda.
Nenhuma como eu as mãos beija,
nem se acomoda tanto em um sonho,
nem convém outro corpo, assim pequeno,
uma alma humana de maior ternura.
Morro sobre os olhos, se os sinto
como pássaros vivos, um momento
voar baixo meus dedos brancos.
Sei a frase que encanta e que compreende,
sei calar quando a lua ascende
enorme e vermelha sobre os barrancos.
Sou, poema da escritora, jornalista, atriz, professora e
feminista argentina Alfonsina Storni
(1892-1938).
A ARTE DE SÍLVIO HANSEN
AGENDA
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&
&
A vida vai & eu vivo, Simone de Beauvoir, Joel Silveira, Amilcar Dória
Matos, Sidney Wanderley, Hermilo Borba Filho & Famasul, Isac Vieira, Roberto Menescal, Nathalie Stutzmann, Robertinho de Recife & Eliane
Rodrigues aqui.
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