quarta-feira, abril 18, 2018

WHITMAN, LAGERKVIST, MOHOLY-NAGY, CASSIRER, HUTCHINS, PEDRO MARIANO & LETÍCIA NOVAES – LETRUX

PONTO DE PARTIDA - Imagem: Composition Z VIII, do pintor, fotógrafo, designer e professor húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946). - Tudo começa com um ponto, dele toda unidade – de vista no Reino Encantado de Todas as Coisas -, princípio da manifestação e emanação, de onde tudo deriva. De partida, coração de açucena, escolhi a regra áurea para tudo, da abóbada pro fundo, do estreito ao largo, de longe pra perto, vou voo, assim me mantenho acrobata por condução, aclives e declives, até o de chegada. Minhas portas todas abertas abraços pro acesso, dois: de um pro outro – o que de mim sou para quem é e estou pra vida: a intersecção quando antes equidistante, a vírgula pra continuar no de inflexão, se complicado de Fermat, vou buscar o de equilíbrio na balança; se duvido, interrogação; se me admiro, exclamação; ou navego.com até o de ancoragem. Ideal fixo no instável, nunca no crítico e valho-me do rotativo ou de arraste, com meu caduceu entre zircônias e cruzes, renovo de vista porque, na verdade, nada sei e aprendo na comunhão. De um em um, palmo a palmo, passo a passo, meço e perco as medidas porque sou além do oito a oitenta, estouro de boiada, transbordando limítrofes de mim, daqui, dacolá, dalém, do triângulo pro quadrado, deste pro losango e me faço círculo e ouroboro. Sou martelo na bigorna até o de Gräfenberg, quando ergo o cálice do yoni guardado no dólmen dela, que me leva ao grau oculto de Moses de León: emana do mistério do éter puro. Dela o início e daí toda origem e das mandalas o centro, até a ponte: eu e outra. E se carece de extensão, a virtude criadora; se com a mínima extensão pensável, pra Ramom Llull, o princípio manifestado, alfa e ômega, final. (Inspirado na música Ponto de Zé Linaldo & Tonho José Ferreira: Um cartão de ponto, um trabalho / dia e noite trabalhador saiu / deixou sua casa, foi pro ponto / ônibus, trem, calor e frio. / Vai movimentar o país / veio no ponto a meretriz / o serviço foi informatizado / o Ponto G globalizado / sindicato, mobilização / aumenta os pontos de audiência na televisão / e quando lia enfrentamento / quantos pontos se pregou pelo aumento? / Olêlê oba, só o ordenado não passa do ponto / marchem velhos marginais / do ponto de vista socialista / viva Creuzelí, salve Arraes / fazem ponto na liberdade / clunis, coreanos, japonês / e onde são bem recebidos / o índio e o afronordestês? / A foice, a caneta, o martelo e o verso / diante do sistema perverso / Brasil o ponto Arquimedes / da mão-de-obra do universo / criem pontos de cultura / sobre a luz de quem constrói / a cláusula, a causa, o caput e nós / versos o relógio de ponto algoz / o Brasil tá no ponto / trabalhador no ponto / só não marca ponto / quem não dorme no ponto / geralmente aumenta um ponto / só quem tá no ponto). © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do cantor Pedro Mariano: Voz no ouvido, Sangrando de Gonzaguinha e Piano & Voz com César Camargo Mariano; a atriz, cantora, compositora e instrumentista Letícia Novaes – Letrux: Em noite de climão, Show Mambembe & Noite estranha, geral sumiu; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Quando da ponte de comando do seu barco o navegador marca na bússola o rumo de um ponto avistado no litoral, conceitualmente ele não está mais no barco. Está na superfície do mar olhando para a posição do navio numa representação do espaço real, naquele local [...] Na nossa tradição, as operações de observar, calcular e interpretar são, cada uma delas, um tipo distinto de atividade, e devem ser executadas em sequencia. A caixa de instrumentos do navegador polinésio está na sua cabeça [...] A interpretação do resultado (o rumo da ilha tomada como referência, por exemplo) está embutida no cálculo (a construção da imagem do horizonte), que por sua vez está embutida na observação (a hora do dia). Trecho extraído da obra Undestanding Micronesian navigation (Hilsdale, 1983), do professor de ciência cognitiva, distribuída e interação Edwin Hutchins.

VER & COMPREENDER - [...] a verdade é revelada não nas palavras de Deus, mas na sua obra; não se fundamente no testemunho da Escritura e da tradição, mas é visÍvel para nós o tempo todo. No entanto, ela só é compreensível para os que conhecem a grafia da natureza e sabem decifrar seu texto. A verdade não pode ser expressa em meras palavras [...] em construções matemáticas, figuras e números. E nesses símbolos a natureza se apresenta em forma clara e perfeita. A revelação por meio da palavra sagrada nunca poderá alcançar [...] tal precisão, pois as palavras são sempre [...] ambíguas. Seu sentido precisa sempre ser-lhes atribuído pelo homem [...] Na verdade, [...] todo o plano do universo jaz diante de nós [...]. Trecho extraído da obra A filosofia do iluminismo (Unicamp, 1994), do filósofo alemão Ernst Cassirer (1874-1945). Veja mais aqui.

BARRABÁS - [...] A mulher gorda acreditava a princípio que fosse por sua causa, mas cedo verificou o engano. Ficou um pouco magoada mas, meu Deus, os homens sempre são ingratos quando obtêm com facilidade tudo o que desejam. Em todo caso, ela o tinha a seu lado, aquele que lhe fazia um grande bem. Era tão bom ter um guapo rapagão, ter alguem a quem se gostava de afagar [...] Às vezes ela se sentia triste, e choramingava baixinho quando estava só. Isso, porém, não lhe era desagradável; o pranto tinha o seu lado bom. Ela possuía grande experiência no amor, e não o desdenhava em qualquer de suas formas. [...]. Extraído da obra Barrabás (Delta, 1966), do escritor sueco e Prêmio Nobel de 1951, Pär Lagerkvist (1891-1974). Veja mais aquiaqui.

QUEM ESTARÁ LENDO ISTO AGORA? - Talvez alguém que está lendo isto agora / Seja uma pessoa bem a par de alguma fraqueza / Que cometi no passado. / Ou, quem sabe? / Um estranho que há muito me vem / Devotando seu amor em segredo / Ou alguém que moteja todas as vezes que ouve / Falar das minhas arrogâncias e do meu egoísmo / Ou talvez, alguém que fica aturdido, quando me vê. / Como  se eu não ficasse aturdido diante de mim mesmo! / Ou, como se nunca motejasse de mim. / (Oh! Sobressaltos de consciência! Oh! Réu-confesso!) / Ou como se eu nunca tivesse amado estranhos em segredo / (Oh! Com toda a ternura, anos a fio, / Sem jamais o ter revelado a ninguém) / Ou, como se eu não percebesse no meu íntimo, / Claro como o cristal, a substância mesma das fraquezas / Ou, como se, enquanto em mim existirem, / Me fosse possível deixar de transpirá-las. Poema do poeta, ensaísta e jornalista estadunidense Walt Whitman (1819-1892). Veja mais aqui.

A ARTE DE LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY
A arte do pintor, fotógrafo, designer e professor húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946).
O Festival de Curtas-Metragens de São Paulo & muito mais na Agenda aqui.
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Repenteando até com um olho só!, a poesia de Azulão, a arte de Ciro Fernandes, Samico & Joacir aqui.