sexta-feira, abril 06, 2018

TAGORE, GRAMSCI, LECONTE DE LISLE, GROF, ANETA BARTOS, ZEQUINHA DE ABREU & CHIQUINHA GONZAGA

A PÁGINA VIRA - Imagem: arte da artista polonesa Aneta Bartos - O que restou de mim, página virada. A história se repete e como. Tantas vezes recomecei, perdi a conta; caí muitas vezes, estruturas abaladas, quão patéticas e cruéis são as quedas, a ponto de me acostumar com incompreensão, indiferenças, traições. Confesso, devo não ter entendido nada, ou ter falseado a verdade, ou mesmo distorcido as coisas que me surgiram, ofuscado por facilidades nem tanto proveitosas quanto pareciam, incapaz de refutar a mais simples inverdade na minha débil percepção. Algumas vezes parei pra pensar, na verdade, sempre segui em frente sem importar. Vez ou outra, esvaziado e inútil. É que ao chegar ao topo, não achei graça nenhuma. Estava sozinho e diante da imensidão, sem saber o que fazer. Ao descer tive a impressão de enorme tempo perdido com minha obstinação. Não valeu a pena tanto esforço, prazer e realidade em conflito, a mente cega, o caminho obstruído por escolhas que eu próprio tomei, sombrios caminhos desencorajadores. Repudiei vínculos antigos e esqueci-me de antedatar o futuro, não me interessava mais. Só me restava ser forte na tribulação. Precisei reaprender melhor a lição e recomecei, tudo revisto, o estimulante foi saber que do chão jamais passaria, a menos que batesse as botas e findasse de pés juntos, insepulto. Talvez servisse pra semente, se sim, me sentiria grato por ter alguma utilidade, teria valido a pena viver nesse mundo arrevirado e de porteira escancarada. O prêmio, a paz e a serenidade no coração, disposto sempre ao amor nas águas da vida, nada mais. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do músico, compositor e instrumentista Zequinha de Abreu (1880-1935): Tico tico no fubá, Branca & Valsas imortais; da compositora, pianista e maestrina Chiquinha Gonzaga (1847-1935): Piano & violino por Maria Teresa Madeira & Leandro Braga; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA[...] A consciência ecológica, em seu nível mais profundo, é o reconhecimento intuitivo da unicidade de toda a vida, da interdependência de suas múltiplas manifestações e de seus ciclos de mudança e transformação [...]. Pensamento do médico psiquiatra tcheco, Stanislav Grof. Veja mais aqui.

A INDIFERENÇA & A VIDA - [...] Não pode existir os apenas homens, os estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. A indiferença é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida. [...] A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual frequentemente se afogam os entusiasmos mais esplendorosos [...]. A indiferença atua poderosamente na história. [...] Os fatos amadurecem na sombra porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens ignora, porque não se preocupa. [...] Extraído de La città futura (Turim, 1917), do filósofo e cientista político italiano, Antonio Gramsci (1891-1937). Veja mais aqui.

ÇATURANGA - [...] Extinta a chama, toda a luz desaparece de repente. Assim foi com Satish, depois da morte de Jagamohan. Desapareceu por completo da nossa vista. Nunca tínhamos podido sondar a profundidade do apego que Satish dedicava ao tio, Jagamojan era para ele, ao mesmo tempo, pai, amigo... e filho, poder-se-ia acrescentar, pois o velhote mostrava tal indiferença pelo que pessoalmente lhe dizia respeito, tal esquecimento de seus interesses materiais que um dos principais cuidados de Satish tinha sido ocupar-se dele e resguardá-lo de uma catástrofe. Satish havia, pois, tudo recebido do tio – e tudo lhe havia dado. [...] Satish levava vida errante. Não mais estávamos em contato com ele. Dedicamo-nos com maior desvelo à tarefa que nos tínhamos imposto. À nossa grande preocupação era escandalizar aqueles que professassem uma crença qualquer; e tal foi o campo das boas obras por nós escolhido que não sobrou uma boa alma para dizer uma boa palavra em nosso favor. Satish havia sido a nossa flor. Quando ela se desprendeu, nós, os espinhos, saímos do nosso invólucro e nos vangloriamos das nossas asperezas. [...]. Trecho extraído da obra Çaturanga (Delta, 1962), do poeta e músico indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, Rabindranath Tagore (1861-1941). Veja mais aqui.

O PERFUME IMPERECIVELSe um dia a flor do sol, a rosa de Lahor / de sua aluna adorante encheu bem lentamente / o frasco de cristal, de argila ou de ouro, a gente / pode todo o entornar no solo abrasador. / Podem os rios, pode o mar se sobrepor / ao santuário estreito onde ela foi presente; / ao quebrar-se, conserva o aroma transcendente, / e há na poeira feliz o trescalante odor. / Já que no peito meu pela ferida hiante / assim te escoas tu, licor inebriante, / inefável amor de minha perdição, / seja-lhe o mal perdoado e o meu sofrer bendito! / através da hora humana e do tempo infinito, / satura-me um perfume eterna o coração! Poema do poeta francês Leconte de Lisle (1818-1894). Veja mais aqui.

A ARTE DE ANETA BARTOS
A arte da artista polonesa Aneta Bartos.


V Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão & muito mais na Agenda aqui.
&
Quem pega no pesado não precisa lavar as mãos, o pensamento de Elbert Hubbard, a música de Almeida Prado, a pintura de Oswaldo Goeldi & Damian Klaczkiewic, a arte de Caetano de Almeida & Sonia Barros aqui.