quarta-feira, outubro 18, 2017

HERMILO, JESSIE BOUCHERETT, LUIZ BERTO, PINTANDO NA PRAÇA & SERRA DO QUATI – CAPOEIRAS

SERRA DO QUATI, CAPOEIRAS - Imagem: Serra do Quati/Capoeiras/Raimundo Lourenço. - Nasci na beira do Una, andejo do dia singrando na vida. Do outro lado o Mundaú vai pra Alagoas, até mais, boa viagem, eu sigo por conta do Planalto da Borborema para ser o que for feito por força do querer. Sou meio de rio, águas que de mim são correntezas de sonhos e anseios. Sou caeté da sina de ontem e vou pelo sítio Imbé, onde a minha raiz quilombola beija a brisa na minha abissal alegria agreste. Sou do mato viceja na beira da estrada, sou da mata densa dos bichos da infância, folhas que matizam as minhas manhãs e tardes, flores que perfumam aonde quer que eu vá. E vou célere assíduo pelo açude Gurjão, pra ir pro Riacho do Mel, atalhando o Mimoso, chegando em Maniçoba e de lá seguir pelo Mocambo como quem vai para Alegre dizer que vou pra Pau Ferro levar as boas novas. Sou desse chão que também sou e lavo meus os pés no Cajarana porque me batizei no da Pracinha, no Bom Destino, no do Mel do Meio e no de São Pedro e quero ir pra festa da Praça quando a noite chegar. E quando alta madrugada meu peito em poesia seguir até a Serra do Quati, ao reluzir o amanhecer, eu serei o espetáculo: assim como em cima, é embaixo. O céu, as nuvens, o universo no êxtase das mãos, na chuva a me banhar, alma lavada na imensidão, a comunhão do meu íntimo: tudo e todas as coisas, o infinito, mais que a mim mesmo, o prazer de estar cônscio de que há muito mais do que possa ver, muito além do que consiga enxergar: o prazer de estar vivo e viver. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a música do pianista Nelson Freire: Bachianas Brasileiras & Alma Brasileira de Villa-Lobos & Estampes de Debussuy; daq cantora Maria Bethânia: Maricotinha ao vivo, O canto do Pajé – 25 anos & Pássaro Probido; do violonista e compositor Felipe Coelho: Cata Vento, Musadiversa & Telhados; e da cantora, instrumentista e compositora Ceumar: Dindinha, Silencia, Sempre Viva & Meu nome. Para conferir é só ligar o som e curtir.

OS 500 ANOS DE DIOGO DE PAIVA - [...] A história repercutirá intensamente e, como é de seu costume, sustentará o governo e sua polícia uma versão que a tudo contraria, desde as evidências até o correto uso da razão. Porque assim lhes convém. Porque é imperioso que se sepulte com Diogo de Paiva uma incomensurável quantidade de fatos escabrosos, comprometedores e altamente incriminadores das elites governantes e influentes do país. Mesmo que de há muito estes fatos já sejam com conhecimento de toda a população. Mas há que se manter as aparências. Como tem acontecido desde os tempos do descobrimento. Ironicamente, o julgamento, a condenação e a execução de Diogo de Paiva, decidida em secreto e restrito tribunal, são levados a cabo apenas pelos seus cometimentos recentes, quando atuou como tesoureiro na campanha de um presidente corrupto que, afinal, perdeu o mandato antes do final. Toda a vida pregressa de Diogo de Paiva, até por ser desconhecida do tribunal que o julgou, não é levada em consideração. Enfim, um julgamento inglório e mesquinho, em total descompasso com a monumentalidade de sua figura. [...] São esses instantes finais, ao lado da jovem amante, bela em sua quietude de morte, uma faísca de luz em sua cabeça, unindo sua chegada em 1500 à posse do seu filho em 2003. Nos instantes imediatamente anteriores ao disparo que lhe atinge o peito, Diogo de Paiva tem uma fugaz visão do céu nordestino, pela janela do seu quarto que dá para a praia e constata, com os olhos cheios de luze o coração cheio de ternura, que é o mesmo céu brilhante de azul que se apresentou às suas vistas naquela manhã em que se fez menos na frota do Capitão Vicente Yañez Pinzon. Com a alma risonha e com a certeza de haver cumprido honradamente sua missão na construção e no estabelecimento do Mundo Novo, entrega sua presença a Deus. Trechos da obra Memorial do Mundo Novo (Bagaço, 2008), do escritor Luiz Berto. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

PINTANDO NA PRAÇA
DIA DO PINTOR – Exposição do projeto Pintando na Praça, realização do poeta e artista plástico Paulo Profeta, na Biblioteca Fenelon Barreto – Palmares – PE. Veja mais aqui.

SER PERNAMBUCANO – [...] Você foi dizer o que era e terminou como terminou. Aliás, todas as vezes em que a gente insiste em dizer o que é mesmo, lasca-se. Posso fazer um pouco de lirismo barato, confessando que para sair pela tangente? Isto é o tipo de coisa subjetiva e não posso falar pelos outros, somente por mim, mesmo correndo o risco de que já falei. Mas vamos lá: ser pernambucano é estar ao lado dos movimentos libertários, é não se conformar com o subdesenvolvimento da zona rural, é tremer de horror diante dos mocambos e alagados, é não admitir que os ricos se tornam mais ricos e os pobres mais pobres, é comer os quitutes da nossa cozinha, é falar mal do Recife e não conseguir desprender-se dele, é amar e ter inimigos, é pedir ao garçom mais uma dose de Passport. Mas isto são atributos de qualquer homem em qualquer lugar. E chego a uma conclusão muito séria: não sei o que é ser pernambucano [...]. Trecho extraído da obra Agá (Civilização Brasileira, 1974), do escritor, dramaturgo, tradutor e advogado Hermilo Borba Filho. (1917-1976). Veja mais aqui e aqui.

Veja mais:
Poema em voz alta, Cidadania & Meio Ambiente, O erotismo de Gerges Bataille, Ciranda dos libertinos de Marquês de Sade, Decameron de Pasolini, o pensamento de Maryam Namazie, a escultura de Leroy Transfield, a pintura de Paul Cezzane & Olivia de Berardinis, A mulher suméria, a música de Karina Buhr, Núpcias do NUA, Estado Imediato, a entrevista de Frederico Baarbosa & o grafite de Mozart Fernandes aqui.
Rio Una: eu nasci entre um rio e um riso de mulher, A energia espitirual de Henri Bergson, Menino de Engenho de José Lins do Rego, Poema & Oração do Milho de Cora Coralina, a música de Heitor Villa-Lobos & Nelson Freire, Humor e alegria da educação de Valéria Amorim Arantes, Improvisação para o teatro de Viola Spolin, a arte de Grande Otelo, Brincarte do Nitolino, a pintura de Manuel da Costa Ataíde & Luis Sergio Mafra aqui.
O corpo dela é o pomar do amor & programa Tataritaritatá aqui.
A psicologia de Pierre Weil, Psicoterapia mente-corporal de Alexander Lowen & Doro nas eleições aqui.
Os lábios da mulher amada, Crônica de amor por ela & Cantarau Tataritaritatá aqui.
Saúde no Brasil, Fecamepa & Big Shit Bôbras aqui.
Falando de sexo, Isabel Allende  & Zine Tataritaritatá aqui.
Saúde no Brasil, HapVida & Derinha Rocha aqui.
Moto perpétuo, a psicologia de Martin Buber & Priscilla Larocca, A essência da poesia de T. S. Eliot, Hope 2050, A música de Carl Nielsen & Cecília Zilliacus, a teoria literária de Kenneth Burke, o teatro de Mário Viana, a arte de Zuzana Vejvodova, Ponto G, a pintura de Rick Nederlof & Francisco Zuniga aqui.
Autismo, Educação Inclusiva & Tataritaritatá na Difusora de Alagoas aqui.
A arte de Rosana Simpson aqui.
Vera indignada & O segundo sexo de Simone de Beauvoir aqui.
Maceió & Lagoa Mundaú aqui.
La rebelión de lãs massas de Ortega y Gasset, Eu voltarei ao sol da primavera de Ascenso Ferreira, a música de Alexander Scriabin, A função do orgasmo de Wilhelm Reich, O orgasmo de Esperantina, a pintura de Renato Alarcão & Pablo Garat aqui.
Faça seu TCC sem Traumas: livro, curso & consultas aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

TODO DIA É DIA DE JESSIE BOUCHERETT
Homenagem à escritora e ativista inglesa dos direitos das mulheres, Jessie Boucherett (1825-1905), uma das fundadoras da Society for Promotying the Training of Women, em 1859; promotora do sufrágio feminino e apoiadora do Ato de Propriedade das Mulheres Casadas de 1882, fundadora da Englisgwoman’s Review em 1866, e co-fundadora do Women’s Sufragge Journal.