quarta-feira, maio 31, 2017

ROMANCE DE AUTRAN DOURADO, POEMAS DE KHLÉBNIKOV, BAILARINAS DE COLIN SOLOMON, BRINCAVA & APRENDIA

BRINCAVA E APRENDIA – O primeiro quintal era enorme, espaçoso e tinha de tudo, até um brejo e, do outro lado, o matagal e o mudo todo. Era o quintal da bodega de vó Benita, onde eu me esgueirava na vida, brincando demais. O segundo era bem menor, a goiabeira no meio do terreiro e as bananeiras encostadas no muro, outras plantas e caqueiras. Aí veio o de Carma e Pai Lula, no qual Marquinhos e Marcelo aprumavam minhas traquinagens. No de tia Bia, o final de semana era pouco: não queria mais sair de tantos sabores e aventuras. De resto, me reduzia à goiabeira, a minha confidente amiga secreta, ora em conversa com o bananal, ora com as lagartixas e calangos que zanzavam no muro, os preás inquietos que se escondiam no mato, os passarinhos alvoroçados que eu soltava das gaiolas do meu pai pra se reuniram às cuias que eu pendurava com água açucarada, entre besouros, borboletas e até tanajuras em tarde estiada que buliam com o sapão cururu coaxando aposentado no canto como se censurasse minhas diversões, eu só aos debiques, até aparecer meu amigo invisível e nunca mais sair de lá, porque tudo existia e tão perto, ao alcance da mão. Não gostava dos maruins e mosquitos que ma atanazavam as picadas e eu virado de raiva sacava do bodoque pra espantá-los. Aí pegava no cabresto quando descobria uma nuvem baixinha, escapolindo às gaitadas pelos roçados e leirões, touceiras e moitas, de loca em loca, tabica na mão, procurando botija entre cacimbas e caçuás, inventando histórias de nunca acabar. Galho que fosse era avião, burra, comia brotes, biscoitos, frutas no pé e o cheirinho de vida embalando as travessuras. Queria era pegar uma baronesa daquela do rio pra ter todo ufano no quintal, enquanto juntava meus basculhos, bonecos de barro, soldados de plásticos, Mané-gostoso, calungas de sabugo de milho, cotocos de paus que era a gente que voava aos pés de ventos e girava cataventos pra puxar o trenzinho de madeira, o caminhão de lata, o disco voador de papelão. Do cabo da vassoura, o meu cavalo alado e a pipa dos retalhos perdidos, empinando papagaio até se enganchar na mangueira do quintal do vizinho. Quando não era um autorama feito a mão no chão de barro, com estradas de autódromos na areia pros carrinhos, caixas de fósforos, rolimãs, chimbras e casco de côco, afora uns navios de papel que havia aprendido a fazer com a tia-prima Sônia. Folgava na terra como se estivesse pelas praias paradisíacas da imaginação ou quando a água descia pelas biqueiras e eu tomava banho como se estivesse numa cachoeira qualquer do Una, o tempo eu não sabia, só se chovia ou ensolarado, o espaço era qualquer lugar. Tudo eu fazia de conta e era mais que verdadeiro, era real, da imaginação pras mãos, era o que eu tinha e tenho. O mundo todo no quintal e o universo com tudo que era e não era conforme eu quisesse. Desembaraçado a me entreter no presente criando o passado, tomando ponches, sucos e refrigerantes, aprendia que o mundo era bem divertido, como as aulas da tia-prima Sônia, as lições no Grupo José Bezerra, as encantadoras horas com a professora Hilda na Escola da Maçonaria. O que aprendia eu riscava na coleção de gibis e nos álbuns de figurinhas, pintando o sete, decalcando tudo pra repetir célere na ponta da língua à primeira indagação. Eita, menino sabido! Eu todo ancho nos braços de tia Conça, de quem só largava para pegar um livro na estante e sair mostrando as figuras das enciclopédias muitas que tinha, exercitando o beabá, aos tropeços, até aprender a escrever o ditado. Tudo que aprendia na escola eu ensinava pro amigo invisível e pra goiabeira, ralhando com os passarinhos, lagartos e bananal que não prestavam atenção, como se fosse o professor que tudo sabia na bagagem das travessuras. Menino cresci e fiquei, folheando os volumes, curioso que só, uma nova lição em cada exemplar, descobrindo o mistério das brochuras e capas duras. Tudo eu dividia, cada nova descoberta compartilhava com meus conviventes, que tudo sabiam de mim e segredavam uns aos outros, pra que eu chamasse na grande e geral, pondo ordem que era só mais desordem em tudo no quintal. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

ROMANCE DE AUTRAN DOURADO
[...] Mas enfim não estou censurando ninguém, férula na mão cada um faz de sua obra o que quer, não há ainda um Patrimônio para todas as obras literárias, queira Deus nunca haja, tão perigoso é o leviatã social. Eu mesmo me incluo no rol dos torturados. Só que a minha tortura é diferente, não sei se é melhor ou pior; há muito venho procurando me libertar. Para me entregar a outra braga e prisão? Não sei. Eu mesmo sofri o espartilho daquela “nobre” disciplina que procuro satirizar através dos devaneios do personagem-fio O risco do bordado. Eram os meus professores de português [...] a martirizarem os nossos ouvidos com aquela cantilena de que o menino João, desesperado e só pensando em lugares-comuns mesmo, nas suas cartas imaginárias, se fingia boquiaberto e que procurava imitar, para concluir finalmente – e aí está a chave – “escrever assim é uma merda”. “O lugar-comum não é para a sua obra”, me aconselham generosamente. E eu, em verdade, vos digo que o que é para mesmo é o lugar-comum. [...] Um menino tatenado no escuro os dolorosos passos da “arte de escrever”. O que procurei e procuro (não sei se consegui ou conseguirei, é capaz de que não, e então se terá razão) é aquilo que os filmes mudos americanos conseguiram – a comédia, eu digo – através do lugar-comum e do clichê, dos tiques e triques. [...].
Trechos de Estilo e lugar-comum, extraído da obra Uma poética do romance (Perspectiva, 1973), do escritor, advogado e jornalista Autran Dourado (1926-2012). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Veja mais sobre:
O sisifismo da semana, Tempo e antitempo na ficção de Luiz Toledo Machado, Quingumbo & a poesia norte-americana, Tempo & literatura de Raúl H. Castagnino, Händel & Meghan Lindsay, a música de Paulinho da Costa, a pintura de Mary Addison Hackett & Steve Hester, Alain Bonnefoit & Robert Rauschenberg, a arte de Nina Moraes & Trampo aqui.

E mais:
Brincar para aprender aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Canto a mim mesmo de Walt Whitman aqui.
Brincarte do Nitolino, A forma fêmea de Walt Whitman, O rapto de Perséfone & Gian Lorenzo Bernini, a música de Richard Strauss & Diana Damrau, Evolução do Teatro de Francis Fergusson, o cinema de Reinaud Victor & Sandrine Bonnaire, a pintura de Alessandro Bronzino & a charge de Charb aqui.
A desgraça de um é a risada de outro, a música de Gonzaguinha, a pintura de Rosie Scribblah & Milton Dacosta, a arte de Jean-Michel Basquiat & Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas aqui.
Dos gostos e desgostos da vida, a pintura de Claude Monet, a escultura de Ewald Mataré, a fotografia de Chris Maher, a arte de Marlina Vera & Quanto mais a gente vive, mais se enrola nas voltas do tempo aqui.
A República no reino do Fecamepa: lições de ontem e de hoje pro que não é, A República de Platão & Cícero, O príncipe de Nicolau Maquiavel, O espírito das leis de Montesquieu, O contrato social de Jean-Jacques Rousseau, História da consciência de classe de Georg Lukács, Escitos & ensaios de Norbert Elias, Ética pós-moderna de Zygmunt Bauman & Revolução burguesa no Brasil de F aqui.
Abram alas pra revolta passar que os invísiveis apareceram, Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva, a pintura de Amadeo de Souza-Cardoso & a fotografia de Debora Klempous aqui.
As escolhas entre erros e acertos, a música de Laura Canabrava, a escultura de Armand Pierre Fernandez, a pintura de Alexandra Nechita & a arte de Raceanu Adrian aqui.
Das vésperas & crástinos na festa do amor, o cinema de Peter Greenaway & Helen Mirren, a pintura de Dalu Zhao, a arte de Luciah Lopez, A Notícia & Jamilton Barbosa Correia aqui.
O melhor do dia do homem é saber que todo dia é dia da mulher, a xilogravura de Gilvan Samico & a arte de Francisco Milani aqui.
O mundo todo cabe em um ato de paz, a pintura de René Magritte, a arte de Paul Vilinski, a música de Cláudio Nucci & a escultura de Ricardo Brennand aqui.
Fecamepa: quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
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DOIS POEMAS DE VIELIMIR KHLÉBNIKOV
I
Hoje de novo sigo a senda
Para a vida, o varejo, a venda,
E guio as hostes da poesia
Contra a maré da mercadoria.
II
Anos, países, povos
Fogem no tempo
Como água corrente.
A natureza é espelho móvel,
Estrelas – redes; nós – os peixes;
Visões da treva – os deuses.
Poemas do poeta da vanguarda russa Vielimir Khlébnikov (1885-1922), extraídos da obra Poesia Russa Moderna (Perspectiva, 2001), organizada & traduzida por Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Boris Schnaiderman.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
As bailarinas do fotógrafo Colin Solomon.
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terça-feira, maio 30, 2017

MACA DE SCORZA, NOITE DE ANTONIONI, A ARTE DE ABRAMOVIĆ & BRASIL A SÉRIO, NÃO RIA!

BRASIL A SÉRIO, NÃO RIA! – Imagem: sobre arte de Andrey Kuzmin. - Patriamada, salve, salve! Ouviram dizer que o Brasil não é um país sério. Que coisa! Pudera, ensinaram a gente escrever com “s”, enquanto o mundo todo grafa com “z”. Por que? Já expliquei isso tintim por tintim no Fecamepa. À guisa de ilustração: o com “s” foi construído pela sujeira, rapinagem e corrupção; o do “z”, sempre existiu desdantigamente no ideal humano. Trocando em miúdos: um pro nativo e, o outro, pro mundo ver, se admirar e mangar. Não bastasse isso, entre tantos papelões e presepadas, veio a cana para adoçar com o sangue escravo, ouro do muito que sumiu no estalar de dedos, maravilhas profanadas como cu-de-mãe-Joana, afora piadas que viraram uma independência comprada a peso de libra esterlina, uma república de gatos pingados e bananas, quando a dita andou dura com golpes até hoje e só deu numa coisa cantiga de grilo: salafrários no poder comandando o Estado e todos os poderes, enquanto eu e meu irmãos e irmãs à margem de tudo, com a cabeça nos ventos desde que Pindorama começou a ser saqueada pra virar a calamidade de um povo heróico o brado retumbante que as balas acham como inimigas da felicidade, porque todo mundo quer um milhão embolsado por um centavo pra comprar posses e autoridades, acreditando no milagre de cair uma bolada do céu, afinal Deus é brasileiro e protege os doidos, os bêbados e as criancinhas. Enquanto o gigante eternamente em berço esplêndido para poucos, gerações são imoladas pra sobrar Macunaímas que fazem e acontecem na base do jeitinho e findam em palpos de aranha que arranha o sarro com carteiradas e dribles, rebolados e felicidade 0800, em arranha-céus suntuosos pra miséria humana dos que são menores que seu próprio tamanho, contando cédulas e moedas pra destilar veneno sobre quem nada tem, pedindo pra chover por causa da seca e pra chuva parar pela inundação de tudo. Na verdade, confundem até Deus com uma bandeira de cores desbotadas, aos farrapos e descolorida pelos exploradores afortunados que devastam as matas e tornam o céu antes anil agora escuro sem estrela alguma pro negrume de uma gente ociosa como espantalho de olheiras e sacos vazios pelo desconsolo, acossada pelas dificuldades e imobilizada pela catatonia, ciosos apenas por se arrumar e gastar o que tem e o que não tem, afeiçoando-se pela fauna de todas as feras e mansas enquanto execra o semelhante e aposta na desgraça alheia, e que não brinca em serviço ao soltar seus coprólitos afora com as ventosidades catingosas enquanto samba no carnaval do futebol e, com perdão da má palavra, formam uma grandicíssima putaria como filhos de uma mesmíssima putada! Salve, salve! Ah, lembranças rondam, houve um tempo não muito longe, em que eu e os da minha laia, solidários aos miseráveis de todos os cantos do país, saíamos da faculdade para fazer revolução. Reuníamos em motins nos botecos, protestos inflamados nos copos, contestações revoltosas nos goles, lágrimas embriagadas por liberdade e justiça, com a fé no nosso povo e contra o vitupério da injustiça nossa de cada dia, até que um dia um raio fulminou e a gente pôde sentir o gostinho da liberdade e coisa se encaminhando para se endireitar e ficar no sério o que antes era só piada, e lavamos a alma ao eleger o que seria nosso próprio destino no meio das nossas contradições e quase seguíamos adiante pra ver o enterro hoje voltar e tudo sucumbir ao dissabor das ideologias, quando rebelados entoam a velha paródia do Hino do Soldado em concerto desafinado, tudo cheio dos quequéos da festança: Arroz comemos com feijão. A pinga tomamos com limão. Porém, se a patriamada precisar da macacada, puta merda, tá lascada. Vá se foder pelo Brasil, vá pra puta que pariu que meu cu não é fuzil. Uma nova pinóia pra sisudo dizer que é sério com todo palavrório da charlatanice e a gente só morrendo de rir quando não era pra isso, mas ficou sendo porque não se percebeu o que estava acontecendo, nem se deu conta do flagelo no meio do tiroteio de informações e contra-informações e disse-me-disse, boataria, intriga e queimação de filme. Não se sabe ao certo quantos escaparam entre mortos, tições e fulminados. Pros que não sabem, o Sol brilha no céu da pátria a todo instante e paratodos. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

MACA ALBORNOZ DE MANUEL SCORZA
[...] E vi, caralho, pela primeira vez, aqueles sóis verdes que tonteavam vindos do rosto da fêmea mais bela que avistei neste puto mundo. Assim conheci Maca. [...] A palavra beleza será sempre fraca para descrevê-la. Era tão bonita que nos tonteou. [...] Então, pela primeira vez, Maca sorriu pra mim, e juro que conheci o que provocou, caralho, a queda dos anjos. O que provocaria, maldita a hora em que nasci, o desespero que está me queimando. [...] A mulher que nos melhorava ou piorava com sua presença, reconheçamos, como homens que somos , a verdade, caralho, dançava sem parar desde o meio-dia. [...] a escuridão caluniava a beleza de Maca e que a luz mostrava um rosto que jamais ninguém, caralho, tinha visto neste mundo corno. [...] Soube aquela noite que depois de ter dormido com centenas de mulheres eu era virgem. Conheci, maldita hora em que meus pais se misturaram, conheci que o céu e o inferno têm a mesma porta morna, e que se pode viver dentro de um relâmpago. [...]. Viveu entre seus irmãos vinte anos monteses, criada como menino. E pensava que era menino [...] Curando-o descobriram aquilo que Maco, criado como homem, vestido como homem, altivo como homem, tinha esquecido: que era mulher. [...] quando se divulgou que os Albornozes eram mulheres, sacudiu Cerro de Pasco.[...] Na porta do calabouço onde conhecera o opróbrio, Maca sorriu. – Já não tenho pai nem mãe. Sou filha do ar! [...] Adeus, irmãos queridíssimos, adeus filhos de uma grandicíssima puta! [...] Como desconfiar que o que aquele horroroso Serafim desejava era demonstrar a insignificância dos homens! Eu sou, senhores, o primeiro homem que a viu nesta província e repito que vê-la é se desgraçar. [...] e ela humilha só para sorver a nata de nossa humilhação. Seduz para poder vomitar aquilo que seduz. Se descesse dos céus ou subisse dos internos uma mulher tão impiedosamente bela como essa (que como todo o mal que causou, repito, é a única que verei em minha agonia no dia que for embora deste planeta de merda que gira ao mesmo com os palermas e com os filhos da puta [...].
Trechos da obra Cantar de Agapito Robles (Civilização Brasileira, 1979), do romancista e poeta peruano Manuel Scorza (1928-1983). Imagem do pintor peruano Vitor Loli. Veja mais aqui.

Veja mais sobre:
Se não deu e fedeu, só na outra, meu, Sentimento do mundo de Carlos Drummond de Andrade, Contos de Juan Carlos Onetti, Literatura fantástica de Tzvetan Todorov, a música de Yann Tiersen, a pintura de Luiz Paulo Baravelli & Asha Carolyn Young, a fotografia de JR, a xilogravura de MS, a arte de Tom Wesselman & Kenny Cole aqui.

E mais:
Fecamepa: quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
A literatura de Juan Carlos Onetti aqui e aqui.
Desejo & a arte da cantora Sônia Mello, Deus & o Estado de Mikhail Bakunin, Ouvindo insetos de Po Chu Yi, Os museus & Bertha Lutz, Teatro Espontêaneo & Psicodrama, a música de Paulo Bellinati & Garoto, a dança de Mata Hari, a pintura de Murilo La Greca & a arte de Melinda Gebbie aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando o cara num rega direito, o amanhã parece mais o aperto do dia de ontem aqui.
O recomeço a cada dia, o pensamento de Ibn el-Arabi & Indries Shah, a fotografia de Faisal Iskandar & a arte de Petrina Sharp aqui.
Dignidade humana, educação & meio ambiente, O Brasil e a telenovela de Esther Hamburger, a pintura de Nina Kozoriz & a arte de Niura Bellavinha aqui.
Ninquem vem pra vida de graça, O caminho de Swann de Marcel Proust, a pintura de Annibale Carraci & a arte de Josephine Wall aqui.
As pedras se encontram nos mundos distantes, Pelos ares de Rafael Piccolotto de Lima & a arte de Sing & Luciah Lopez aqui.
Tudo passa pra quem não sabe o desprezado, Fenomenologia da percepção de Maurice Merleau-Ponty, a arte de Martina Shapiro & Shane Turner aqui.
Caríssimos ouvintes, a voz ao coração, Fremont Solstice Parade, a escultura de Bernhard Hoetger & a arte de Aleksandr Rodchenko aqui.
Endecha: carpe diem, mutatis mutandis, o pensamento de Nikolai Roerich, a fotografia de Antonella Fabiani & a arte de Leon Zernitsky aqui.
Nênia de Abril & cada qual seus pecados ocultos, a arte de Lisbeth Hummel, a poesia de Sérgio Campos & Antes que os nossos filhos denunciem o luto secular de seus abris aqui.
Sinfonias de bar, a pintura de Vincent van Gogh, O ovo da serpente de Ingmar Bergman, a arte de Annie Veitch & Kerri Blackman, Apesar dos pesares, a vida prossegue... aqui.
E se o amor fosse a vida na tarde ensolarada do quintal & a arte de Varvara Stepanova & Luciah Lopez aqui.
Cordel Tataritaritatá & livros infantis aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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LA NOTTE DE MICHELANGELO ANTONIONI
O drama La notte (A noite, 1961), do cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), é a segunda parte da trilogia sobre alienação, solidão e a incomunicabilidade entre as pessoas na sociedade moderna, ao lado dos filmes A Aventura e L’eclipsse, contando um dia na vida de um casal – um escritor e sua esposa -, ensaiando aventuras amorosas ao serem convidados para passar uma noite em uma festa de amigos burgueses promovida por um milionário e, durante a festa, o vazio e desgaste emocional existente entre o casal é intensificado. O destaque fica por conta da atuação da atriz e cantora francesa Jeanne Moreau, e da atriz italiana de teatro e cinema Monica Vitti. Veja mais aqui, aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
A arte da artista performativa sérvia MarinaAbramović.
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segunda-feira, maio 29, 2017

CORPO A CORPO DE GULLAR, MANICÔMIO DE MCGRATH, A ARTE DE MAX DUPAIN & JR, COISAS DA VIDA DE RIR & CHORAR.

COISAS DA VIDA DE RIR & CHORAR – Imagem: Woodkid Les Bosquets, do fotógrafo e artista francês JR. - Nasci entre um rio e um riso de mulher. O rio, a extensão do quintal meu reinado, a lição pra trilhar os tortuosos caminhos da vida. O riso, o talismã, desiderato: seguir adiante, apesar de todos os pesares e percalços. Fui menino arteiro, precoce e feliz: monograma do pai super-herói no peito, os cuidados extremos da mãe e a brecha do portão entreaberto era a fuga pra liberdade do mundo no prematuro adolescer de quase homem feito avexado, que nem teve tempo pra fruir do que foi. Virava a página pro que viesse, amanhã é outro dia: lambia as feridas e ia adiante parindo sonhos e muitos, acordando com o talho do tombo na topada que dizia não ser aquilo que eu pensava, era outra coisa. Amanhã seria outro dia, ora, embora parecesse o mesmo, olvidei dos tropeços embarcando outros novos sonhos até teimar emperrado na areia, para adultecer de antemão como quem ainda menino não tivesse tirado a catinga do mijo nas fraldas arrancadas da infantilidade. A cabeça no infinito e os pés puxados pelas quedas entre pedras no chão, nunca olhei pra trás, nem sabia mais de anteontem. Ia pro alto, insistia debaixo ao cair na poeira, persistia e quedava pra perseverar, desabando de noite aos prantos pras refeitas manhãs sorridentes a desesperar no crepúsculo de sucumbir de novo e novamente sorrir na alvorada escorregando nas horas, derrapando a cada retomada, até vergar sem fôlego arrumando a casa entre batalhas perdidas e guerras declaradas. Juntava cacos e trapos, tateava e restabelecido teimava por reiteradas decisões irrefletidas e as inevitáveis reações com seus insultantes pretextos pra tomar outra direção, que nada, lá fui eu trocando as pernas a desatar nós, labéus, revertérios e vicissitudes pelas encruzilhadas repletas de enrascadas que deram o creu pra me deixar sem saída até hoje, quando ainda sou aquele menino de sempre entre o quintal, o riso e o rio que nem existem mais ou quase, mas tatuados na alma e doendo o pulso, o muque, a pleura, o bolso, calçar as meias e os cadarços do sapato, moedas no chão ou ficar de cócoras, doendo tudo, a chatura de entrevado com os espirros destrambelhados e o pigarro arranhando a goela, a incontinência e os perdigotos difusos com o ronco quebrando a madrugada. Dói achar que é dono da verdade pela experiência adquirida sem dizer nexo de coisas, desdizendo afirmações e negando o que redizera no meio de foi não foi por voltas que se esqueceu de ter ido, porque o que se diz não se escreve e o assinado não vale mais nada, pra perder a esperança com tudo sem mesmo saber o que do quê – como é que é? O que é mesmo? Dói não ouvir direito e entender o contrário, não vê quase nada e só enxergar lembranças perdidas sem pés nem cabeça que mais fazem virar ranzinza ou levar na pilhéria, até tomar vergonha na cara pra falar sério e logo perdê-la na primeira esquina no vão da lorota. Nesse trâmite, perdoar e pedir perdão, assumir o que fez e chorar e rir da leseira que foi o tempo da vida toda pra voltar atrás quando botou moral e passou vexame, olhando pros lados pra soltar um pum por escape e pedir licença pra desaforar o primeiro desplante que der na telha, mijando nas calças e nem aí porque esqueceu o perfume na inhaca da sovaqueira, chamar na grande e dá risadas por arriar a lenha em tudo e na droga de vida que teve quando acertava e dava errado, e ao dar errado ficava assim mesmo porque não tinha mais outra coisa pra fazer, até se perder entre ideias noutras tantas misturadas e sem saber nem o que estava falando, pois é, onde é que eu estava mesmo? Ah, se soubesse disso tudo não teria graça nenhuma ter vivido e viver, né não? Vamos aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

CORPO A CORPO DE FERREIRA GULLAR
A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz.
Trecho extraído da obra Corpo a corpo com a linguagem (Museu/Arquivo da Poesia Manuscrita, 1999),
premiado e aplaudidíssimo poeta, crítico de arte, tradutor e ensaísta maranhense Ferreira Gullar (1930 – 2016). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Veja mais sobre:
Sujeito, indivíduo, quem?, Folhas da relva de Walt Whitman, Ecce Homo de Friedrich Nietzsche, Princípios fundamentais de filosofia de Politzer, Besse & Caveing, a música de Emmanuelle Haïm, a pintura de Lasar Segall & Carolyn Anderson, a arte de Emerson Pingarilho, Kate Wiloch, Sally Trace & Claudio Adrian Natoli aqui.

E mais:
Brincar para aprender aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Entrega & vamos aprumar a conversa, O indivíduo na sociedade de Emma Goldman, A metamorfose de Franz Kafka, a música de Isaac Albéniz, Auto da barca do inferno de Gil Vicente, o cinema de Sam Mendes & Annette Bening, a  pintura de Fritz von Uhde & a fotografia de Freddy Martins aqui.
Bolero, Gertrudes & Cláudio de John Updike, a música do Trio Images, Os degraus de Roberto Calasso, Engraçadinha de Nelson Rodrigues, a pintura de Norman Engel, o cinema de J. B. Tanko & Irma Álvarez, a poesia de Frederico Barbosa & Aecio Kauffmann aqui.
As trelas do Doro: o testamento de bocó aqui.
O xote no auto de natal, Conto de Natal de Rubem Braga, a música de Ernesto Nazareth & Maria Teresa Madeiram a pintura de Wilhelm Marstrand & Aprendendo a viver com a lição do natal aqui.
Pode até ser, mas se não for, nunca será, a música de Lina Cavalieri, a fotografia de Chris Maher & a pintura de Eloir Amaro Júnior aqui.
A desmedida correria para perder o bom da vida, Novum Organum de Francis Bacon, a pintura de Fúlvio Pennnacchi, a música de Heitor Villa Lobos & Quarteto Amazônia aqui.
O maravilhoso mistério da vida, A literatura de Rebecca West, a música de Ana Torroja, a pintura de Marie-Louise Garnavault, o cinema de Alan Bridges & Julie Christie aqui.
Quem quer diferente tem que fazer diferente, a pintura de Cândido Portinari, a música de Xiomara Fortuna, o ativismo de Marcus Garvey, a escultura de Emmanuel Villanis aqui.
O prazer de amar e de ser amado, o cinema de Bigas Luna & Aitana Sánchez-Gijón, a música de Joyce & Maurício Maestro & a arte de Luciah Lopez aqui.
Todo dia um novo ano feliz, a fotografia de John Poppleton, a música de Egberto Gismonti, Sy Miller & Jill Jackson aqui.
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O MANICÔMIO DE PATRICK MCGRATH
[...] O céu estava claro, a brisa, morna, e o mundo que se estendia abaixo de nós, os terraços, o Muro, a charneca, tudo estava quieto e esmaecido sob o luar. A voz de Stella chegou-nos claramente através do ar morno da noite. Ah, conheci muitas mulheres elegantes e adoráveis, mas nenhuma seria capaz de comparar-se a Stella naquela noite. Ela envergava um vestido preto decotado de seda canelada, um gorgorão primoroso que eu nunca tinha visto antes. O decote era quadrado e mostrava a curva dos seios. O vestido se agarrava ao corpo e se abria na cintura, abaulando-se sobre cada joelho como uma tulipa, com uma fenda intermediaria. Stella calçava sapatos de saltos muito altos e tinha uma echarpe jogada sobre os ombros. Ela estava perguntando a Jack sobre seu último par de dança, e eu, ao ter ouvido o nome de meu paciente, revi brevemente na memória os homens e mulheres que haviam se arrastado na pista de dança com suas roupas desajeitadas, e em todos havia algo ligeiramente distorcido – menos nele. [...] Jack gostava de Stella pelas mesmas razões que eu: sua vivacidade, sua compostura, sua aparência atraente. Sei que era considerada linda; havia muitos comentários sobre seus olhos, e tinha pele pálida, quase translúcida, e cabelos louros espessos, quase brancos, cortados bastante curtos e escovados para trás. Era uma mulher bastante carnuda, de seios grandes, mais alto do que a média, e naquela noite usava um colar de pérolas que realçava bem a brancura de seu pescoço, ombros e seios. Na época eu a considerava uma amiga e, com freqüência, especulava sobre sua vida inconsciente. Perguntava-me se haveria paz e ordem por debaixo daquele exterior contido, ou se ela simplesmente controlava suas neuroses melhor do que outras mulheres. [...] Nesse momento ela se voltou e me contemplou. Puxou a alça do vestido, que escorregara do ombro. “Caridosa?”, perguntou, e vi Max olhar em nossa direção, limpando distraidamente os óculos sem que suas feições tristonhas se alterassem nem um pouco. Ela também o notou e, voltando-se, murmurou: “E suponho que minha recompensa esteja no céu”. [...].
Trechos do romance Manicômio (Planeta De Agostini, 2004), do escritor britânico de ficção gótica Patrick McGrath, contando a história de um médico psiquiatra que trabalha no tratamento de um artista assassino da esposa e há cinco anos internado em hospital com diagnóstico de psicose paranóia e que se envolve com a atraente esposa do vice-superintendente da clínica, um caso de amor, obsessão e loucura.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
A fotografia moderna deve fazer mais do que divertir, deve incitar o pensamento e por suas claras declarações de realidade, cultivar uma compreensão compreensiva de homens e mulheres e a vida que eles vivem e criam.
A arte do fotógrafo australiano Max Dupain.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja os vídeos aqui & mais aqui e aqui.

sábado, maio 27, 2017

FANTASMAS DE PAUL AUSTER, LUCIANA ACHUGAR, DEBBIE LEE, MARISA RICCO & DAS COISAS & COISAS

DAS COISAS & COISAS – Imagem: Keep the fear away, da artista plástica inglesa Debbie Lee. - Quem dera fosse mais que o dia pra ter o que fazer na escravidão da grana, mês a mês, todo dia pra pagar as contas e sustento, como quem anda pelos infindos caminhos com a impressão de que jamais saiu do imobilismo e zanzasse no centro oco do mesmo lugar de sempre. Quem dera fosse mais que o invencível das tardes ruidosas, levando tudo nos peitos, pedras, troncos, morros e concretos na beira das pontes entre a lucidez e a insanidade, no meio da madrugada erguida no meio das cidades ilusórias que brotam de dentro de mim e não sou bem-vindo. Quem dera fosse mais que a vida enclausurada nas torres de templos da incredulidade, com festas entre roubos e assassinatos cruéis em nome de quem não sei e quase nem quero mesmo saber das mentiras das manchetes diárias. Quem dera fosse a rua aos braços quinze pras três a quem chegar, na emoção sem máscaras nem pé atrás e fizesse a canção da alvorada confundir o crepúsculo na hora anoitecida para anunciar um outro dia porque tudo passa e sou outra vez. Quem dera fosse a telenovela final feliz e no dia seguinte a face tão risonha como se não houvesse passado e o futuro preso no presente de riso largo por todos os dias, semanas, meses e anos pra sempre, amém. Quem dera fosse a felicidade gratuita na dança sensual das noites que nunca acabam de satisfação e que amanhecem com se fossem as festas de ontem que se perduram feito um filme romântico que arranca lágrimas de alegria por tórridas paixões inexistentes e jamais sentidas ou sonhadas. Quem dera fosse mais que essa janela aberta e engradada como o que tenho do mundo num pedaço de céu pela brecha do basculante aos prédios e telhados, antenas e caixas d’água, postes e nada mais na tarde chuvosa e escura. Quem dera não fosse mais que esse quarto desarrumado, tralhas, roupa suja, ferramentas e um amontoado de coisas inúteis e inutilizáveis que nem sei se estão ali por conta própria ou por negligência fabricando lixo e escondendo sujeira que se guarda à espera de serventia. Quem dera fosse mais que o corredor da solidão que dá de ombros com os quartos vazios que não ocupo nem ocasionalmente no meio dessa casa enorme em que os vizinhos se tornaram longe desconhecidos de uma pátria estrangeira. Quem dera, oh, quem dera, eu fosse mais que um simples andejo apátrida da vida, desiderato perdido a buscar a redenção num espontâneo e pulsante coração que sirva de mínimo amparo no mundo dos simulacros e das coisas e coisas. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

FANTASMAS DE PAUL AUSTER
[...] reflete sobre como é estranho que tudo tenha sua cor própria. Tudo o que vemos, tudo o que tocamos – tudo no mundo tem sua cor própria. [...] Vejamos o azul, por exemplo, diz ele: existe o azulão, o gaio azul, a garça azul. E existe a centáurea e a pervinca. Existe o meio-dia sobre Nova York. Existem as bagas do vacínio e do mirtilo, além, do oceano Pacífico. Existe o azul-piscina, o sangue azul e a fita azul da Ordem da Jerreteira. Há uma voz que canta o blues. Existe o uniforme da polícia do meu pai. Existe o loto-azul e o azul anil. Existem meus olhos e o meu nome. [...] Existem as gaivotas, diz ele, as andorinhas-do-mar, as cegonhas e as cacatuas. Existem as paredes deste quarto e o lençol da minha cama. Existem os lírios do campo, os cravos e as pétalas das margaridas. Existe a bandeira da paz e o luto na China. Existe o leite materno e o sêmen. Existem os meus dentes. Existe o branco dos meus olhos. Existe a savelha, o pinheiro branco e os cupins. Existe a casa do presidente e a roupa do medico. Existem mentiras brancas e cheques em branco. [...] sem titubear, ele passa para o preto, começando com a lista negra, o mercado negro e a ovelha negra. Existe a noite sobre Nova York, diz ele. Existe o futuro negro. Existem os corvos e as uvas pretas, os blecautes e a mancha negra, a Terça-Feira Negra e a Peste Negra. Existe a magia negra. Existe o meu cabelo. Existe a tinta que sai de uma caneta. Existe o mundo que o cego vê. [...] Mas a história ainda não terminou. [...] O mundo é assim: nem um instante a mais, nem um instante a menos. [...] para onde vai depois, não importa. Pois devemos ter em mente que tudo isso ocorreu mais de trinta anos atrás, no tempo da nossa infância. Portanto, tudo é possível. Pessoalmente, prefiro imaginar que Blue foi para longe, embarcando em um trem naquela mesma manhã e seguindo para o oeste a fim de começar uma vida nova. É até possível que na América não seja o ponto final de sua viagem. Em seus sonhos secretos, gosto de imaginar Blue comprando uma passagem em um navio e viajando para a China. Pois então,q eu seja a China, e vamos deixar as coisas nesse pé. Pois agora é o momento em que Blue se levanta da cadeira, põe o chapéu na cabeça e cruza a porta. E, deste momento em diante, nada mais sabemos.
Trechos do livro Fantasmas (Planeta De Agostini, 2003), o segundo do premiado A trilogia de Nova York, do escritor e cineasta estadunidense Paul Auster,
Contando a história de um detetive que investiga um certo homem, escrevendo e enviando relatório ao contratante, findando frustrado pelas exigências de vigilância contínua do trabalho, esquecendo-se de sua própria vida. Veja mais aqui.

Veja mais sobre:
Sou mato, sou mata, sou Mata Atlântica, A hora dos ruminantes de José J. Veiga, a música de Peter Scartabello, o teatro popular de Augusto Boal, a pintura de Georges Rouault & Tom Fedro, a arte de Pristine Cartera & Patricia Galvão – Pagu aqui.

E mais:
Todo homem que maltrata a mulher não merece jamais qualquer perdão, Aracelli de José Louzeiro. Violência doméstica e sexual de Lucidalva do Nascimento, a música de Geraldo Azevedo & Neila Tavares, Violência contra a Mulher, Gershwin & Geneviève Salamone, a arte de Yukari Terakado & Nina Kuriloff, Marcha das Vadias & O desenlace da paquera entre Melzinha & Brothão aqui.
Brincarte do Nitolino, As regras humanas de Peter Sloterdijk, Viagem da noite de Louis-Ferdinand Céline, Aprendizagem do ator de Antonio Januzelli – Janô, a arte de Barbara Parkins & Sharon Tate, a dança de Isadora Duncan, a pintura de Georges Rouault & a música de Ivete Sangalo aqui.
Espera & Primeira Reunião, Glosas críticas de Karl Marx, Sóror Saudade de Florbela Espanca, a música de Maki Ishii, o teatro pedagógico de Arthur Kaufman, Musicoterapia de Rolando Benezon, o cinema de Silvio Soldini & Licia Maglietta, a pintura de Carl Larsson & o atletismo de João do Pulo aqui.
Traquinagens do amor, a pintura de Rodolfo Barral & Programa Tataritaritatá aqui.
A afetividade & a pedagogia do afeto & Sabedoria popular de Valério Arcary aqui.
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Ascenso Ferreira: Oropa, França & Bahia aqui.
A poesia de Mariza Lourenço aqui.
A imprensa e o Dia Mundial da Comunicação aqui, aqui, aqui. aqui & aqui.
A saúde no Brasil & o Dia do Serviço de Saúde aqui, aqui, aqui, aqui. aqui, aqui, aqui. aqui & aqui.
Diálogo entre ninguém e coisa alguma, a música de Cláudio Santoro & Lilian Barreto, Natália de Jussara Salazar, a pintura de Viktor Lyapkalo $ Aprumando a conversa aqui.
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A avareza perde valia quando a vida vai pro saco, Saúde no Brasil, a arte de Vik Muniz, a música de Júnior Almeida & Nada satisfaz e a querer sempre mais e mais aqui.
Entre o científico-racional e o estético-emocional, Física do estado sólido de Gert Eilenberger, a música de Chico Mário, a arte de Wesley Duke Lee, a pintura de Delphin Enjolras & a fotografia de Otto Stupakoff aqui.
Quem vai pra chuva é pra se molhar, Da competição à cooperação de Pierre Weil, a música de José Miguel Wisnik, a arte de Jasper Johns & George Segal, Na lei da competição só se colabora pra vencer, o resto é conversa pra boi dormir aqui.
Sobrevivente de dezembro a dezembro, a literatura de Elfriede Jelinek, a música de Björk, o cinema de Michael Haneke & Isabelle Huppert, a arte de Odawa Sagami & Márcia Porto, Quem sabe tudo dará certo até certo ponto ou não aqui.
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PURO DESEO & OUTRO TEATRO DE LUCIANA ACHUGAR
A arte da premiada coreógrafa uruguaia Luciana Achugar, nos espetáculos Puro Deseo (2010) e Outro Teatro (2014).

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