sábado, setembro 03, 2016

BLAKE, MIGNONE, JOANA DE MENEZES, ASSIS BRASIL, THOMAS SALIOT, MANGUABA & GENESIO CAVALCANTI


BRINCANDO COM A GAROTADA – Era início dos anos 1980 quando a gente resolveu lançar a revista A Região que, mais tarde, culminaria com o nascimento do Movimento de Apoio Cultural Edições Bagaço, doravante denominada apenas de Edições Bagaço. O primeiro lançamento da editora foi o livro infantil Valente Galozé, da saudosa escritoramiga Elita Afonso Ferreira, quando recebi a incumbência de apresentar o projeto editorial. Feito isso, outro encargo: adaptar o texto da Elita para teatro infantil. Assim fiz, arregimentei um pessoal da área, preparei outros que levavam jeito e mandamos ver, até que em todos os futuros lançamentos infantis, tanto da autora como da editora, procedi com adaptações para o teatro infantil. Isso até eu lançar o meu primeiro infantil dez anos depois, o Reino encantado de todas as coisas (Bagaço, 1992). Depois disso, fui pra Maceió e lancei o meu segundo livro infantil Falange, falanginha, falangeta (Nascente, 1995) que foi adotado em diversas escolas proporcionando que eu começasse a fazer atividades de recreação com a garotada nos mais diversos educandários no estado alagoano e, depois, em outros do nordeste, embalados pela canção tema do livro Criança. Tal fato me levou a criar o Prêmio Nascente de Arte Infanto-Juvenil que, apesar de trabalhar maciçamente nas escolas de todo estado e contar com o apoio estupendo da imprensa escrita, falada e televisada na divulgação diária, essa primeira edição foi um fiasco. As escolas não manifestaram o menor interesse em participar da premiação, resultando na edição da antologia Brincarte num volume bem fininho. Para salvar o evento e dar uma retomada forte, lancei a antologia com o trabalho da garotada, juntamente com o meu terceiro livro infantil O lobisomem zonzo (Nascente, 1998) que foi um sucesso editorial, esgotando a edição de mil exemplares em menos de um mês, graças a capa página inteira do Caderno B da Gazeta de Alagoas e o destaque dado pela jornalista Gal Monteiro, no O Jornal, e Claudio Lins na Tribuna de Alagoas, bem como a edição especial que fiz do tabloide Nascente com o evento. Tal fato deu sustança para que eu retomasse tudo e peitasse o II Prêmio Nascente de Arte Infanto-Juvenil, lançando a segunda antologia Brincarte bem mais robusta, contando com apresentação de Mauricio de Souza & Turma da Mônica e, também, do saudoso escritor e jornalista Artur da Távola. O lançamento foi uma grandiosa festa, contando a edição com trabalhos de crianças de diversos estados brasileiros e, também, com o lançamento do meu quarto livro infantil, O cravo e a rosa (Nascente, 1999), que era uma brincadeira de literatura de cordel com a meninada, e, também, A Jangadinha Lenira, do poeta Ari Lins Pedrosa. Parti, então, para a terceira edição, contudo, dois fatos fadaram a empreitada ao insucesso. A primeira, os dobrados esforços para romper com a indiferença das escolas alagoanas, fato que foi atropelado exatamente pela segunda causa do fracasso: a maxidesvalorização do Real que elevou dramaticamente os custos, inviabilizando o projeto. Resultado, o meu selo Nascente desceu pelo ralo, me vi na mais completa bancarrota e sem horizonte algum para levar para frente um projeto editorial que já contava com a publicação de livros de escritores do quilate de Luiz Berto, Arriete Vilela, entre outros. Lição aprendida e espírito renovado, mantive a determinação de trabalhar artisticamente com as crianças – Brincar com Arte -, proporcionando, anos depois, o nascimento do meu personagem infantil, o Nitolino. Mas isso é outra história, depois conto. E vamos aprumar a conversa & tataritaritatá! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui

Curtindo os álbuns – cd/dvd - da pianista Maria Josephina Mignone em duo com o pianista, regente e compositor erudito Francisco Mignone (1897-1986). Veja mais aqui.

PESQUISA: CAGALUME, VAGALUME & PIRILAMPO
Será possível, senhores, que em um tão gentil, tão belo, e tão nobre inseto, continue a injustiça de um nome, que com feridos acentos, inculca latrinas, e cloacas?
Ao inseto luminoso, ou pirilampo, trecho do soneto da poeta portuguesa Joana de Menezes, Condessa de Ericeira, extraído da obra Prosas acadêmicas – Prosas portuguesas (1728), do padre Rafael Bluteau, que inventou o nome pirilampo para o cagalume ou cagafogo. O padre se queixava de que esse inseto que era denominado de cincidela pelos latinos, lampyris pelos gregos, ver luisant pelos franceses e lucienega pelos espanhóis, somente entre os portugueses recebia nome tão imundo, propondo a substituição para a palavra anagramática pirilampo, com base no grego, à Academia Real, ou de vagolume ou fuzilete, não aceitos juntamente com noiteluz e bicho-luzente. Ocorre, porém, que popularmente ocorreu a alteração para vagalume.

LEITURA 
[...] Uma alegre prostituta de olhos transparentes de luz, envolta num pano à romana, alvo, com borlas e franjas. À mostra ficavam os ombros de uma carnação firme, curva e saudável. Os cabelos negros, separados ao meio, eram as asas esvoaçantes da Vitória de Samotrária. Ao pé do retrato, um cartão: L’Artrice Sarah Bernhardt. Proto de Nadar. [...].
Trecho extraído da obra O pintor de retratos (L&PM, 2001), do escritor e professor universitário Luiz Antonio de Assis Brasil.

PENSAMENTO DO DIA: A REAL IMAGEM DO HOMEM

Tem coração humano a maldade, / e o ciúme rouba-lhe a face. / O terror possui forma de gente, e a morte, trajes de homem. / As vestimentas humanas são de ferro, / e, em forja manufaturada sua forma. / A face humana, uma fornalha fechada, / e o coração, a sua garganta faminta.
A real imagem do homem, extraído da obra Canções da inocência e da experiência (Bagaço, 1987), do poeta, tipógrafo e pintor inglês William Blake (1757-1827), tradução e prefácio do poeta Antonio de Campos. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA; 
Lagoa Manguaba – Alagoas (Foto LAM, 2016). Veja mais aqui e aqui.

Veja mais sobre A poesia de Raízes & Frutos, Eduardo Galeano, Aldir Blanc, Gisele Fróes, Lina Wertmüller, Francisco Mignone, A fenomenologia do espírito de Hegel, Augustus Edwin John & Diana de Poitiers aqui.

E mais: Horácio, Christa Wolf, Cassandra Wilson, Woody Allen, Milena Moraes, Sophia Loren, Cassandra Peterson, Ísis Nefelibata, Fidelia Cassandra, Doro & Fecamepa aqui.

DESTAQUE - TEMPO DE AMAR: O POETA E A MUSA
Toda canção de amor é um convite para a realização do amar. Todo poema de amor é a expressão de quem é capaz de amar. Assim, todo poema e toda canção que se dedica a tratar de quem ama a pessoa amada, traduz a revelação de que o sentimento mais belo do ser humano é o amor. Logo, por conta dessa nobre legitimidade, trata-se de uma obra de arte para lá de válida e por duas razões simples: primeiro, pelo merecimento da pessoa amada; de outro, pelo desprendimento de quem ama. No caso deste livro, as razões se duplicam. E isso por uma outra simplíssima razão: conheço de perto ambas as partes: a musa amada, o poeta amante. Da pessoa amada guardo a estima e parentesco das melhores lembranças desde o convívio da infância, quando privei com minhas arteirices do aconchego de todos da casa de Carma e Pai Lula, pessoas do meu coração. Do poeta amante, menino de pais adoráveis que se dividia entre as horas de casa e as carreiras das ruas. Crescemos e convivemos juntos todas as festas do ano. E vi do namoro bobo de adolescente, até a firmeza de casal de então: filhos crescidos, vida em evolução. A partir disso – e não só -, este livro é uma canção de amor, um extenso poema de amor. É um livro que em suas duas partes, a primeira epigrafada com o poema singular de Drummond, um convite para brincar: o verdadeiro amor começa brincando. E ao brincar na vida – com a vida, da vida -, é que se passa a verdadeiramente saborear o amor. Disso, o poeta dedica à musa amada o seu fascínio, a sua introspecção que comunga o seu mais íntimo ser com o mar, a natureza, as lembranças, a saudade, aprendizagens, sonhos, cumplicidades, desejos, anseios e ideais. Esse o primeiro tempo de amar. Vem o segundo tempo e invocando Bandeira com seus cantares e perspectivas geminianas, o poeta oferece o outro tempo de amar, que é o mesmo do primeiro, só que no trâmite do amor. Esse é o tempo de amar do poeta que vem trilhando o seu caminho na efetividade de sua poesia. Uma poesia carregada de emoção e sentimento, de comunhão e arrebatamento, de poder dividir consigo mesmo e o mundo toda a verve de seu aprendizado enquanto ser humano que se expressa com formação de poeta cabal: a capacidade de perceber e exteriorizar aquilo que transita desde o mais mínimo gesto, ao mais grandioso ato de celebração. A ambos, poeta e musa, a minha mais efusiva saudação com todos os louvores dignos de parabenizá-los por parceria mais encantadora: um poeta apaixonado qual Dante até os confins do amor, e a amada tal Beatriz premiada pela grandeza da poesia. Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Walking nude, by Thomas Saliot.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA



Paz na Terra

Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.