MAIS QUE TUDO O AMOR (Imagem: foto da poeta,
artista visual e blogueira Luciah Lopez.) – Mais que o céu
ela me deu o abrigo infinito de sua alma materna, maior que a imensidão de
todos os tesouros da Terra no ventre e a me cercar com toda a grandeza de sua
terna altivez emoldurada na assimetria de seu corpo de deusa a esbanjar altaneira
sua benignidade mais natural a cada entrega, a me premiar como a um mortal
predileto escolhido entre os seres humanos. Mais que o dia ela me deu seu
sorriso refulgente, a me dá a alegria de toda espécie vivente em festa de
cascatas de rios com todos os riachos, lagos e lagoas em confluência, para florescer
todos os pomares na fartura dos dotes e em revoada de tudo que leve voa e
levita por todos os campos, ares e vales, como se de súdito me fizesse depositário
de todo seu reinado. Mais que a noite ela me deu duas luas no plenilúnio
luzidio de todas as estrelas brilhando no olhar, para que eu pudesse me fartar
com todos os sabores da natureza íntima do seu ser e mais nada escurecesse o espetáculo
e maravilha de cada recanto do mundo encarnado em cada detalhe de sua compleição
corporal. Mais que a vida ela me deu o amor mais que imenso brotando de todas
as brisas com todos os aromas e pétalas de rosas que emanam do seu coração
amante para que eu fosse envolvido no mais profundo e eterno sentimento de paz
e felicidade. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e
aqui.
Curtindo o álbum Expression
(Croatia Records, 2012), da violoncelista croata Ana Rucner.
PESQUISA:
Todas as nossas idéias sobre a vida devem ser retomadas numa época em
que nada adere mais à vida. E esta penosa cisão é a causa de as coisas se
vingarem, e a poesia que não está mais em nós e que não conseguimos mais encontrar
nas coisas reaparece de repente, pelo lado mau das coisas; nunca se viram
tantos crimes, cuja gratuita estranheza só se explica por nossa impotência para
possuir a vida. Se o teatro é feito para permitir que nossos recalques adquiram
vida, uma espécie de poesia atroz expressa-se através dos atos estranhos em que
as alterações do fato de viver demonstram que a intensidade da vida está intacta
e que bastaria dirigi-la melhor.
Trecho extraído
da obra O teatro e seu duplo (Martins Fontes, 1993), do poeta, ator,
dramaturgo e diretor de teatro francês Antonin Artaud (1896-1948). Veja
mais aqui, aqui, aqui e aqui.
LEITURA
Não se pode viver
toda uma vida com uma língua, puxá-la da esquerda para a direita, explorá-la e
procurar em seus cabelos e em seu ventre.
[...] O uso da língua, assim como o da
pele e da roupa sobre o corpo, com suas mangas, seus remendos, suas transpirações
e suas manchas de sangue ou suor, revela o escrito. Isto tem um nome: é o
estilo.
Trecho extraído da obra Confesso que vivi (Difel, 1978), do poeta
chileno e Prêmio Nobel de Literatura de 1971, Pablo Neruda (1904-1973).
Veja mais aqui.
PENSAMENTO
DO DIA: LE LABOURER DE VIN BOIT SOUVENT EAU
Quem faz o vinho, muita vez bebe água.
Expressão extraída da obra Notables enseignements, adages et proverbes, do poeta e dramaturgo
francês Pierre Gringore (1475-1538), rifão que adverte que quem faz uma
coisa para comercio ou para uso de terceiros, muitas vezes dele se priva. Corresponde
ao dito popular casa de ferreiro, espeto
de pau ou ao provérbio francês os
sapateiros são sempre os mais mal calçados.
IMAGEM
DO DIA;
A arte
do fotógrafo Daniel Ilinca.
Veja mais sobre Nascente & Beto Guedes, Théophile
Gautier, Werner Herzog, Séraphine Louis, Pequeno Cidadão, Educação Ambiental, A
mulher que veio do ovo, Psicodrama nas instituições & Egid Quirin Asam
aqui.
E mais: Walter Benjamim, Sandie Shaw, Luís da Câmara Cascudo, Têmis, Marie
Dorval, José Roberto Torero, Patrícia
Melo, Iracema Macedo, Julia Bond & Ísis Nefelibata aqui.
DESTAQUE
de fora pra dentro: na pracinha duas
menininhas de mãos dadas namoravam as passarinhas arrulhavam os passarinhos
lamentavam a má sorte. inveja mata. gatos cachorros vagabundos proliferam nas
ruas dormem sob as marquises tomam banho de sol no centro do coreto e trepam
entre as rodas dos carros estacionados. eles são felizes. eu queria ser. o
ciclista mandou o motorista à merda o motorista fechou o ciclista no cruzamento
entre a rua tal e a avenida principal o ciclista caiu o motorista descarregou
seu 'tresoitão' a esmo...
Considerações de uma passante ao acaso, da poeta,
advogada e blogueira Mariza Lourenço.
Veja mais aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
___nem mesmo as águas de um lago refrescam da minha carne o
desejo___olho de fogo a me queimar noite e dia santificando o amor que te
reconhece amante nos vales situados por entre as minhas coxas. Eis-me aqui,
vestal desnuda a querer-te, das mãos_____as carícias obscenas a contornar os
meus seios, e a repartir o meu corpo em fogo e brasa no plenilúnio da lua nua. Eis-me
aqui, cativa sua a espojar-te as carnes e banhar-me em tuas águas a bendizer-te
o falo, cintilante de todos os matizes guardando em si, a nobreza do teu prazer
ah, essa tortura de mais querer-te por dentro de mim açoitando-me com sua
língua até que ao gozo meu corpo seja rendido e submissa ao teu desejo____eis-
me aqui, sou sua e mesmo presa nessa dor de amor ainda assim, minh'alma beija a
sua alma no estertor de mais um gozo___enfim.
Dor de amor, poema/imagens: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah
Lopez.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.