segunda-feira, janeiro 11, 2016

CONVITE, BAUMAN, STANISLAW, GERSHWIN, HÖLDERLIN, OSWALD, ALMÓDOVAR, LUCÉLIA, LUCIAH & MUITO MAIS!!!!



CRÔNICA DE AMOR POR ELA: CONVITE - Plena tarde e o céu inteiro na pradaria: um mar espalmado que se resume ao rumor da nudez inundando todas as súplicas dos meus quereres tostados de fogo ardente. À espreita vou requestado com toda luxúria de minha alma herege confiscar toda mansa fragrância do seu milagre fabuloso, da sua majestosa divindade nua, feita para amar, para apertar com jeito, para vibrar em mim danada do céu queimando a lenha do que se faz predador e presa entre nós. Tudo é demasiado próximo no hálito quente da sua sedução a céu aberto e entregando todo o tesouro do coração, todas as posses, suplícios, encantos e eu possesso aos bocados, desesperado e faminto de emoções poderosas a morder com trela a tarde da primavera no ninho do seu corpo nu que me embriaga com o veneno da paixão. Aceito o convite e ébrio dou fé do olhar ardente na insônia de quem ama devendo o beijo, o abraço e a garanhagem libertadora. E estendida sobre o meu desejo traz o colo e sua macia tepidez para a incursão de nossa refrega a transpor toda doçura e vício na vertigem de nossas entregas. Esta a canção que afaga o dorso nu num duelo de dentes cerrados e se faz servidão na ponta dos seios duros e tomada pela pele acetinada que eterniza minha loucura em êxtase enquanto transgredimos de nós, das regras, da arena no êxodo do mundo, duelando com o passado de vigília e arrependimentos, duelando com a vida pelo que já foi e o que virá das venturas e destroços que se redimem no ardor do incenso de seu corpo que governa e que se faz tarde nas minhas mãos errantes. E do seu corpo roubo a paz que se faz tisana alquímica no meu estertor, sorvo seu sexo dando vazão a minha agonia gulosa que faz abluções no charco empoçado de delícia nas entrepernas e que se faz contenda tirânica na nossa luta corporal munida de armas das carícias até sermos derrotados, vencidos pela vida. Só o amor resiste aos escombros. E renascinzas, o amor assim é na entrega servil dos amantes. (Luiz Alberto Machado. Veja o vídeo deste poema aqui e mais aqui).

VEJA MAIS CRÔNICA DE AMOR POR ELA:

PICADINHO


Imagem: Eve, do pintor do maneirismo italiano Girolamo Francesco Maria Mazzola (1503-1540), mas conhecido como Parmigiano. Veja mais aqui.


Curtindo o álbum Kiri sings Gershwin (EMI, 1987), com músicas do compositor estadunidense George Gershwin (1898-1938), na interpretação da soprano Kiri Te Kanawa. Veja mais aqui e aqui.

EPÍGRAFE – O homem é um deus quando sonha e não passa de um mendigo quando pensa, recolhida do livro Reflexões (Relume-Dumará, 1994), do poeta lírico e romancista alemão Friedrich Hölderlin (1770-1843). Veja mais aqui.

A PÓS-MODERNIDADE - No livro O mal-estar da pós-modernidade (Zahar, 1998), do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, encontro que; [...] A multiplicidade de estilos e gêneros já não é uma projeção da seta do tempo sobre o espaço da coabitação. Os estilos não se dividem em progressistas e retrógrados, de aspecto avançado e antiquado. As novas invenções artísticas não se destinam a afugentar as existentes e tomar-lhes o lugar, mas se juntar às outras, procurando algum espaço para se mover por elas próprias no palco artístico notoriamente superlotado. Num cenário em que a sincronia toma o lugar da diacronia, a co-presença toma o lugar da sucessão e o presente perpetuo toma o lugar da história, (já não trata mais) de missões, de advocacia, de profetização, de uma e única verdade firmada para estrangular as pseudoverdades. Todos os estilos, antigos e novos, devem provar seu direito a sobreviver. [...] Quando a competição domina, há pouco espaço para [...] a confraria de ideias, escolas disciplinadas e disciplinadoras [...] Há pouco espaço, portanto, para normas e cânones coletivamente negociados e coletivamente proclamados. Toda obra de arte recua diante do quadrado e não pensa em criar família [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

MENINO PRECOCE – O livro Garoto linda dura (Autor, 1966), do escritor, radialista, jornalista e compositor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta, 1923-1968), reúne crônicas do autor, entre as quais destaco Menino precoce: Diz que era um menino de uma precocidade extraordinária e vai daí a gente percebe logo que o menino era um chato, pois não existia nada mais chato que menino precoce e velho assanhado. Todos devemos viver as épocas condizentes com as nossas idades; do contrário, enchemos o próximo. Mas deixemos de filosofias sutis e narremos: diz que o menino era tão precoce que nasceu falando. Quando o pai soube disso não acreditou. O pai não tinha ido à maternidade, no dia em que o filho nasceu, não só porque não precisava, como também porque tinha que apanhar uma erva com o Zé Luís Magalhães Lins, para pagar a délivrance que era quase o preço de um duplex, pois a mulher cismou de ir para casa de saúde do Guilherme Romano. Mas isto também não vem ao caso. O que importa é que o menino já nasceu falando. Quando o pai soube da novidade, correu à maternidade para ouvir o que tinha o menino a dizer. Chegou perto da incubadeira e o garoto logo se identificou com um “oba”. O cara ficou assombrado e mais assombrado ficou quando o nenenzinho disse: - Papai vai morrer às 2 horas! – dito o que, passou a chupar o bico da mamadeira e mais não disse nem lhe foi perguntado. O cara voltou para casa inteiramente abilolado. Sem conter o nervosismo, não contou pra ninguém a previsão do menininho precoce, mas ficou remoendo aquilo. Dez e meia, 11, meio-dia... e o cara começou a suar frio. Uma da tarde, o cara já estava praticamente arrasado e quando passou da hora prevista um minuto ele começou a se sentir mais aliviado. E estava dando o seu primeiro suspiro, quando ouviu um barulho na casa do vizinho. Uma gritaria, uma choradeira. Correu para ver o que era: o dono da casa tinha acabado de falecer. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

MÚSICA DE MANIVELA & CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA – O livro Pau Brasil (1925), do escritor, ensaísta e dramaturgo do Modernismo brasileiro, Oswald de Andrade (1890-1954), reúne poemas do autor, entre os quais, destaco inicialmente Música de manivela: Sente-se diante da vitrola / e esqueça-se das vicissitudes da vida / na dura labuta de todos os duas / não deve ninguém que se preze / descuidar dos prazeres da alma / discos a todos os preços. Tanto o Canto do regresso à pátria: Minha terra tem palmares / onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui / Não cantam como os de lá / Minha terra tem mais rosas / E quase que mais amores / Minha terra tem mais ouro / Minha terra tem mais terra / Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá / Não permita Deus que eu morra / Sem que volte para lá / Não permita Deus que eu morra / Sem que volte pra São Paulo / Sem que veja a Rua 15 / E o progresso de São Paulo. Veja mais aqui, aqui e aqui.

A CASA DE ANAÏS NIN – A peça teatral A casa de Anaïs Nin (Casa de Prostituição de Anaïs Nin), de Francisco Azevedo, conta a história da paixão que envolveu os escritores Anaïs Nin e Henry Miller. Tive a oportunidade de assistir a peça no Teatro Alfa Real, em São Paulo, no ano de 1998, com direção de Ticiana Studart e atuação inesquecível da atriz Lucélia Santos. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CARNE TRÊMULA – O filme Carne trêmula (1997), dirigido pelo cineasta, ator e roteirista espanhol Pedro Almodóvar, conta a história uma prostituta que tem um filho em um ônibus, quando tentava chegar na maternidade, e ali mesmo lhe dá o nome de Victor. Após vinte anos, esse menino se torna um homem, que está começando sua vida adulta e tenta se encontrar com uma desconhecida, que uma semana antes teve relações sexuais com ele dentro de um banheiro. Quando telefona, ela não tem ideia de quem ele é e mesmo dizendo, ela pede que ele não ligue mais. Apesar deste corte, ele não desanima e consegue ir até o prédio dela. Pensando ser outra pessoa, ela abre a porta através do porteiro eletrônico, mas quando o vê fica bastante irritada, pois para ela foi uma transa, quando estava "doida", mas para ele foi a primeira vez. Ela decide expulsá-lo, ameaçando-o com uma arma. Os dois brigam e acontece um tiro acidental, que não fere ninguém, mas chama a atenção de uma vizinha, que alerta a polícia. Ao ver os dois policiais, ele se apavora e chega a ameaça-la colocando o revólver em sua cabeça. Eles se envolvem numa briga, a arma dispara, mas desta vez a bala atinge um deles que fica paralítico. A história se desenrola com destaque para a atriz espanhola Penélope Cruz Sanchez. Veja mais aqui, aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da soprano sul-coreana Sumi Jo.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à maravilhosa pessoa, poeta e blogueira Luciah Lopez. Veja aqui, aqui e aqui.

DIA INTERNACIONAL DO OBRIGADO
 

TODO DIA É DIA DA MULHER
Veja as homenageadas aqui.